 Marx interpreta a atividade humana na história como fruto da tensão entre opostos, considerando o conflito social como elemento determinante do processo histórico, produtor de desigualdades.

 Marx fundamenta a ordem social de uma comunidade nas normas morais compartilhadas que regram a diferenciação das atividades e dos papéis com as hierarquias familiares, por exemplo.

 Marx considera o trabalho e a produção em geral como processos naturais, associados a fatores geográficos, etnográficos e antropológicos.

 Marx argumenta que o interesse individual organiza a divisão do trabalho, a qual está na origem da propriedade e do conflito de classe.

 Marx defende que a divisão social do trabalho tem como função legitimar a propriedade, a qual, por sua vez, permite uma situação de solidariedade baseada na diferença e na interdependência.

Acerca da concepção materialista da divisão social do trabalho de Karl Marx, a alternativa correta é a opção (A) Marx interpreta a atividade humana na história como fruto da tensão entre opostos, considerando o conflito social como elemento determinante do processo histórico, produtor de desigualdades.A alternativa (B) está incorreta, visto que Marx não fundamenta a ordem social de uma comunidade a partir das normas morais compartilhadas.A alternativa (C) está incorreta, visto que Marx considera o trabalho e a produção como processos sociais.A alternativa (D) está incorreta, visto que Marx argumenta que o interesse da burguesia organiza a divisão do trabalho.A alternativa (E) está incorreta, visto que Marx defende que a divisão social do trabalho tem como função legitimar a fragmentação do processo produtivo.

A divisão social do trabalho se baseia na divisão natural do trabalho na família e na separação da sociedade em diversas famílias opostas umas às outras. Com a divisão social do trabalho estão dados: a distribuição desigual, tanto quantitativa quanto qualitativamente, do trabalho e de seus produtos; portanto, está dada a propriedade, que já tem seu embrião, sua primeira forma, na família, onde a mulher e os filhos são escravos do homem.

Karl Marx, em sua crítica ao capitalismo, estabelece que as relações de produção — a maneira pela qual as pessoas se organizam para produzir bens e serviços — determinam a estrutura social, a política e até mesmo a ideologia de uma sociedade. Segundo Marx, o capitalismo é caracterizado pela existência de duas classes principais: a burguesia, que possui os meios de produção (fábricas, máquinas, terra, etc.), e o proletariado, que vende sua força de trabalho em troca de salário, não possuindo meios de produção próprios.
 
A 'mais-valia' é um conceito central na obra de Marx, particularmente em "O Capital". Representa o valor extra gerado pelo trabalho do proletariado, que é apropriado pelos capitalistas. Este excedente se transforma em lucro, que é então reinvestido na produção ou apropriado como riqueza pela burguesia. Esta dinâmica, para Marx, é a base da acumulação de capital e é crucial para entender o modo como o capitalismo perpetua as diferenças de classe e a exploração do trabalhador.
 
Assim, considerando o enunciado, a alternativa correta é, sem dúvida, o sistema capitalista, identificado na letra C. Este sistema é marcado pela propriedade privada dos meios de produção, pela acumulação de capital e pela exploração da classe trabalhadora, tudo girando em torno da produção de mais-valia, conforme destacado por Marx.
 
Para uma análise mais detalhada:
<ul>
<li>Alternativa A (Sistema Socialista): Incorreta. O socialismo, contrariamente ao capitalismo, promove a ideia de que os meios de produção deveriam ser de propriedade coletiva ou do estado, e não de indivíduos ou corporações. O objetivo é uma distribuição mais equitativa da riqueza e a eliminação da exploração do trabalho.</li>
<li>Alternativa B (Sistema Escravagista): Incorreta. Este sistema é caracterizado pela utilização de escravos como força de trabalho, onde os trabalhadores são legalmente propriedade de outros indivíduos, uma forma de relação de produção profundamente diferente da exploração do trabalho assalariado no capitalismo.</li>
<li>Alternativa D (Sistema Feudal): Incorreta. No feudalismo, as relações de produção eram baseadas em laços de lealdade e vassalagem, com a terra sendo a principal fonte de produção e poder. Embora exista a exploração do camponês (servo), a mais-valia, tal como definida por Marx, é um fenômeno especificamente capitalista.</li>
<li>Alternativa E (Sistema Comunista): Incorreta. O comunismo é a visão utópica de Marx de uma sociedade sem classes, onde os meios de produção são de propriedade comum e não existe exploração do homem pelo homem. A mais-valia não existe em um sistema verdadeiramente comunista.</li>
</ul>
 
O entendimento marxista do sistema capitalista e seu mecanismo de mais-valia é crucial para compreender as críticas que Marx faz à estrutura econômica e social do capitalismo e seu impacto nas relações sociais e na distribuição de poder. Portanto, a escolha correta para a descrição do processo onde uma minoria se apropria do excedente produzido pela maioria é o Sistema Capitalista, alternativa C.
Gabarito: Letra C

Questões de Ciências Sociais - Divisão social do trabalho - 2023