Acerca dos tipos de dominação propostos por Max Weber, o gabarito da questão é a alternativa (B) 2, 3 e 1. (Dominação Tradicional ) A autoridade é sustentada por uma fidelidade em que o governante é o patriarca ou o senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor, como no patriarcalismo, por exemplo.A dominação tradicional é marcada por tradições, costumes e lealdade. Perpetuando durante o passar das décadas. É muito presente em sistemas monárquicos. (Dominação Legal) A obediência não é prestada à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, reconhecida como competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer, como na burocracia, por exemplo.A dominação legal é representada pela figura do Estado, suas normas e regras. É muito presente em governos democráticos. (Dominação Carismática) A obediência é obtida em função de qualidades pessoais e a autoridade é imposta graças a uma devoção afetiva que pode ser exemplificada pela crença em profetas ou pelo reconhecimento do heroísmo de líderes em batalha.A dominação carismática é caracterizada pela habilidade de sua autoridade e na boa relação que mantém com os indivíduos. É muito presente em lideranças religiosas.

 Movimento da “Renovação Carismática” 

 Teologia dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) 

A relação entre a ideologia religiosa e as práticas econômicas é um tema frequentemente explorado nas ciências sociais, e Max Weber foi pioneiro ao analisar como a ética religiosa do Calvinismo influenciou o desenvolvimento do capitalismo moderno, especificadamente no contexto ocidental. Weber, em sua obra seminal "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", argumenta que a ética protestante, com ênfase na predestinação e no trabalho árduo como indicativos da salvação, contribuiu significativamente para o ethos capitalista de acumulação de riqueza. Na lacuna do texto dado na questão, a resposta correta é a Teologia da Prosperidade. Essa é uma doutrina religiosa que sugere que a fé, combinada com o trabalho duro, pode levar à prosperidade financeira, o que é visto como um sinal de favor divino. A Teologia da Prosperidade tem encontrado um terreno fértil entre os neopentecostais no Brasil, crescendo exponencialmente nas últimas décadas. O conceito de Weber sobre a conexão entre religião e capitalismo ilumina a compreensão da Teologia da Prosperidade. A doutrina, similar à ética calvinista, promove a ideia de que o sucesso financeiro é uma manifestação da benção divina, representando uma versão contemporânea e adaptada dos princípios que Weber identificou no Calvinismo. A Teologia da Prosperidade, portanto, compartilha com o Calvinismo a noção de que a riqueza pode ser um indicativo da salvação ou da aprovação divina, algo que Max Weber notou como parte crucial do "espírito do capitalismo". Isso é evidenciado por igrejas que promovem essa doutrina e frequentemente associam prosperidade material com virtude espiritual, o que não apenas encoraja o trabalho árduo mas também a participação ativa no sistema econômico capitalista. Analisando as outras alternativas, percebemos por que elas não se encaixam no contexto do texto: <ul><li>A) Teologia da Libertação: Esta doutrina católica foca na libertação das injustiças sociais e não enfatiza a prosperidade individual como medida de aprovação divina, diferentemente do que é proposto pela Teologia da Prosperidade.</li><li>C) Movimento da “Renovação Carismática”: Enquanto este movimento também é um ramo dentro do Cristianismo, ele se concentra mais nos dons do Espírito Santo e menos na relação entre prosperidade financeira e fé.</li><li>D) Teologia dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons): Os mórmons têm práticas e crenças distintas que não necessariamente enfatizam a prosperidade material como um sinal de aprovação divina na forma que a Teologia da Prosperidade faz.</li><li>E) Teocentrismo: Este termo se refere mais a uma orientação geral para a vida e a ordem social centrada em Deus, sem uma conexão direta com a ideia de prosperidade material como um sinal de favor divino.</li></ul> Portanto, a alternativa B) Teologia da Prosperidade é a única que preenche corretamente a lacuna no enunciado, alinhando a concepção weberiana de ética religiosa com a evolução do capitalismo na forma abordada pela questão. A resposta captura como as ideias religiosas podem moldar e ser moldadas por contextos econômicos, refletindo as dinâmicas entre fé e economia numa perspectiva contemporânea.Gabarito: Letra B

 Trata-se da compreensão de que a ação social racional não influencia e nem é influenciada pela sociedade 

 Trata-se de ações individuais tomadas a partir da relevância nos meios adotados e nos valores morais objetivados como religiosidade, ética e ideologia 

 Trata-se de ações individuais tomadas a partir da relevância nos fins e resultados objetivados como ganhos financeiros, materiais e pessoais 

 Trata-se de ações individuais tomadas a partir de impulsos tradicionais e de costumes, como seguir regras de etiqueta ou de boa educação 

 Trata-se de ações individuais tomadas a partir de impulsos emocionais, como ofender alguém em função de problemas no trânsito

Max Weber, um dos pilares do pensamento sociológico, estabeleceu uma abordagem compreensiva das ações individuais que formam a sociedade. A sua teoria das ações sociais é fundamental para entender como essas ações individualizadas influenciam e são influenciadas pelo contexto social. Entre os tipos de ação social identificados por Weber, está a "ação social racional com relação a valores". 

A alternativa correta, letra B, menciona que a ação social racional com relação a valores consiste em "ações individuais tomadas a partir da relevância nos meios adotados e nos valores morais objetivados como religiosidade, ética e ideologia." Isso resume precisamente o conceito weberiano desse tipo de ação. Diferente da ação racional com relação a fins, que foca nos resultados e eficiência, a ação racional com relação a valores orienta-se por crenças e princípios, sem necessariamente considerar o resultado direto dessas ações. 

Analisando as outras alternativas: 
<ul>
<li>Alternativa A: Errada, pois afirma que a ação social racional “não influencia e nem é influenciada pela sociedade”. Weber acredita que todas as ações sociais são, de alguma maneira, moldadas pelo contexto sociocultural e, simultaneamente, contribuem para a construção desse contexto.</li> 
<li>Alternativa C: Descreve a “ação social racional com relação a fins”, que é orientada pelos resultados desejados das ações do indivíduo. Esta é uma interpretação distinta do tipo detalhado na alternativa B.</li> 
<li>Alternativa D: Mistura conceitos ao descrever elementos que seriam típicos da “ação social tradicional”, onde ações são realizadas de acordo com um costume ou hábito estabelecido.</li> 
<li>Alternativa E: Apresenta características da “ação social afetiva”, que é motivada por estados emocionais do indivíduo, sem base racional planejada ou orientação sistemática para valores ou normas específicas.</li>
</ul> 

Portanto, a correção da questão repousa em compreender esses distintos tipos de ação social weberiana. A resposta correta reforça a visão de que crenças éticas, religiosas ou ideológicas podem guiar as ações de uma maneira que transcenda a lógica imediatista de causa e efeito, emblemática em situações da vida cotidiana. Exemplos deste tipo de ação podem incluir o trabalho voluntário em uma organização com base na crença religiosa ou a participação em protestos motivados por convicções ideológicas. Essas são demonstrações claras de como valores podem guiar ações, mesmo que elas não produzam um benefício material direto para o indivíduo. 

Este entendimento é crucial para aspirantes a cargos públicos e estudantes de ciências sociais, pois oferece uma base para analisar como valores e ética podem influenciar as políticas e ações dentro do setor público. 

Gabarito: Letra B

Analisando a questão proposta, observamos que a situação descrita envolve escolhas específicas dos personagens, as quais são centradas em normas e valores associados às suas posições sociais e consequências mortais de suas ações, em um contexto extremo de naufrágio. Para aplicar corretamente os conceitos de Max Weber à análise desse cenário, é crucial entender as distintas categorias de ação social que ele propôs.
 
Max Weber, em sua teoria sociológica, define "ação social" como uma ação na qual o sentido visado pelo indivíduo se relaciona ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso. Weber classifica as ações sociais em quatro tipos: (i) ação racional orientada para fins, (ii) ação racional orientada para valores, (iii) ação afetiva e (iv) ação tradicional.
 
Ação racional orientada para valores se refere à conduta completamente determinada pela crença consciente no valor considerado como ético, estético, religioso, ou qualquer forma que seja independente do sucesso; é uma ação guiada por convicções. Já a ação racional orientada para fins envolve comportamentos onde o indivíduo pondera os meios e fins, com consideração das consequências, e age de forma planejada para alcançar objetivos específicos.
 
A ação afetiva, por outro lado, está imediatamente determinada pelos sentimentos e estados emocionais do indivíduo, sem consideração por consequências ou normas sociais. A ação tradicional ocorre praticamente automatizada, por costume ou hábito, não necessitando de uma preocupação consciente sobre seus propósitos.
 
No cenário do enunciado, a decisão dos personagens de se recolherem na câmara da popa, resignando-se à morte em vez de engajar-se em tarefas físicas que consideram indignas de suas classes sociais, claramente se alinha com a ação racional orientada para valores. Eles não estão agindo baseados em uma avaliação racional de fins (o que seria estrategicamente sobreviver), nem por impulsos emocionais ou hábito, mas sim por uma profunda aderência a um código de conduta e valores que consideram honrosos, mesmo diante da morte iminente.
 
Analisando as alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>Alternativa A: Ação tradicional é inadequada aqui, pois a decisão não se deve a costumes ou hábitos, mas à aderência a valores específicos.</li>
<li>Alternativa B: Ação afetiva também não se aplica, uma vez que a decisão não foi tomada sob impulso emocional descontrolado.</li>
<li>Alternativa C: Ação racional baseada no fim é igualmente imprópria, já que a sobrevivência e as ações orientadas para este fim não estão em foco nessa decisão.</li>
<li>Alternativa D: Ação racional baseada no valor é a correta, pois explica que a decisão foi tomada com base em uma forte convicção nos valores éticos ou honoríficos que os personagens sustentavam, predominando sobre a lógica ou o desejo de sobrevivência prática.</li>
</ul>
Portanto, os indivíduos neste cenário agiram guiados por valores que, em suas perspectivas, deveriam ser mantidos mesmo face à morte, caracterizando uma ação racional baseada em valores segundo a tipologia de Max Weber.
 
Gabarito: Letra D

No naufrágio de 1631 no Golfo do México, a caravela Nossa Senhora do Juncal foi surpreendida por uma forte tormenta que ao perigar afundar, o almirante com dois nobres passageiros concedeu ajudar os marinheiros na tarefa de soltar os cabos para jogá-los ao mar. Como o intento resultou difícil, os três homens decidiram que parecia pouco digno ou honroso para suas respectivas classes sociais acabar seus dias exercendo trabalhos físicos e por isso se recolheram na câmara da popa para se prepararem para a morte.

Questões de Ciências Sociais - Max Weber e a Ação Social - 2023