Olha só, o uso da crase pode ser uma verdadeira dor de cabeça se a gente não manja das regrinhas, né? Mas vamos destrinchar essas frases para ver o que está rolando com aquele acentinho maroto que às vezes aparece e às vezes desaparece.

 

Item I: "Voltando àquele tempo remoto, onde as lembranças, pensei, há muito havia se perdido." Aqui, o uso da crase antes de "aquele" é correto porque indica retorno a um tempo determinado, ou seja, voltar "ao" tempo. "Ao" é a combinação de preposição "a" + artigo "o", assim justificando a crase.

 

Item II: "Indubitavelmente, prefiro vinho à cerveja." Nesse caso, a crase está correta porque é comum usarmos o acento indicativo quando queremos expressar preferência entre dois elementos. Temos a preposição "a" (de "prefiro a") e o artigo "a" antes de "cerveja".

 

Item III: "Lembro-me de, quando criança, chegar da escola, largar a mochila e correr à beça para ver o sol se pôr na praia." O uso da expressão "à beça", uma expressão informal que significa 'muito', 'bastante', também pede a crase por ser uma expressão feminina fixa (equivalente a "à maneira de beça"). Esse é um daqueles casos especiais, mas está tudo nos conformes.

 

Item IV: "Precisamos de uma conversa cara à cara." Aqui não tem erro, a expressão "cara a cara" é mais uma dessas locuções adverbiais femininas que levam crase por ser uma expressão fixa que sempre aparece com aquele "à" ali, personalizando o "modo" de alguma coisa, neste caso, modo de encarar alguém ou algo.

 

Item V: "A cerimônia de formatura da Betina foi igual à do Lorenzo no que se refere ao glamour." Nesta frase, a crase antes de "do" está corretíssima. Isso porque quando comparamos duas coisas com a palavra "igual", a estrutura também vêm acompanhada da preposição "a" e, nesse caso, temos o artigo feminino "a" juntando-se ao "o" de "do".

 

Portanto, arrumando tudo num pacote só, a única alternativa que marca todas as sentenças corretamente é a E. 

 

A alternativa correta é E.

Para a galera que tá de olho nas regrinhas da crase, vamos destrinchar cada uma das afirmações, beleza? 
 
I. "Ele realmente fez um gol à Pelé." Aqui temos uma expressão que consagrada pela população e midiática, "fazer um gol à Pelé" significa fazer um gol no estilo do Pelé, o rei do futebol. Esse “à” tem crase porque implica em dizer “à maneira de Pelé.” 
 
II. "Resolvi ir a pé até a padaria." Perfeito! "A pé" é uma dessas expressões fixas femininas que não levam crase porque a preposição "a" (de ir a) e o artigo definido "a" não se encontram, sendo somente a preposição presente. 
 
III. "Parabéns a você!" Outro acerto, galera. Nessa ocorrência não aparece o artigo, somente a preposição 'a', então nada de crase aqui. 
 
IV. "À partir de agora não vamos mais falar nisso." Atenção, essa está errada! Não se usa crase antes de verbos, então o correto seria "A partir de agora". Portanto, essa afirmação não está correta. 
 
Então aqui vai o resumo do show, olhando essas explicadas: a afirmativa I, II e III estão corretas, enquanto a IV pisou na bola. Pegaram o jeito? 
 
A alternativa correta é C.

A participação dos homens no mercado de trabalho deve ser semelhante à das mulheres.

As mulheres estão aptas à competir por qualquer vaga de emprego, contanto que a sociedade lhes dê oportunidades.

O direito ao trabalho é inerente à toda mulher, embora em muitos lugares a equidade de gênero ainda seja um desafio.

O trabalho à que as mulheres aspiram deve levar em consideração também seus direitos reprodutivos.

Muitas pessoas dedicam-se à pesquisas sobre o impacto do desequilíbrio de gênero na economia dos países.

Vamos entender um pouco sobre crase antes de entrar nos detalhes das alternativas. A crase é aplicada antes de palavras femininas e indica a fusão da preposição "a" com o artigo definido "a" ou a letra "a" dos demonstrativos "aquele(s)", "aquela(s)", "aquilo". Por isso, quando você vê aquela marotinha “à”, é uma combinação de "a + a" ou "a + aquela" (por exemplo). 
 
Analisando cada caso: 
 
A) "A participação dos homens no mercado de trabalho deve ser semelhante à das mulheres." Aqui o correto é "participação... semelhante à das mulheres". A expressão "das mulheres" equivale a "de + as mulheres", portanto a crase está corretamente empregada já que temos a preposição "a" referindo-se a "participação" e o artigo "a(s)" do termo "das mulheres". 
 
B) "As mulheres estão aptas à competir…" Aqui não deveria haver crase. A palavra "aptas" pede a preposição "a", mas o verbo "competir" é regido também pela preposição "a" sem que haja um artigo definido feminino para atribuir o uso da crase. 
 
C) "O direito ao trabalho é inerente à toda mulher…" A expressão "inherente a" deve apenas acompanhar a preposição "a". Não se usa artigo nessa construção, então a crase não aparece. 
 
D) "O trabalho à que as mulheres aspiram…" Aqui se refere ao uso correto da crase pois temos "ao" (a + o) "que" as mulheres aspiram, ou seja, a junção do que tende a ser "a + aquele (que)". 
 
E) "Muitas pessoas dedicam-se à pesquisas…" também está errado, pois o verbo "dedicar-se" pede preposição "a", mas o termo seguinte não pede artigo definido. 
 
Dessa forma, de acordo com a análise, a alternativa correta é A.

    Um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que as diferenças entre os gêneros no acesso ao emprego e às condições de trabalho são maiores do que se pensava anteriormente. Um novo indicador, desenvolvido pela OIT, capta todas as pessoas sem emprego que estão interessadas em encontrar um emprego. Por esse motivo, ele reflete um quadro muito mais sombrio da situação das mulheres no mundo do trabalho do que a taxa de desemprego mais comumente usada. O documento “Novos dados esclarecem as diferenças de gênero no mercado de trabalho”, indica que 15% das mulheres em idade produtiva em todo o mundo gostariam de trabalhar, mas não têm emprego, em comparação com 10,5% dos homens.

    A lacuna de postos de trabalho é particularmente grave nos países em desenvolvimento, onde a proporção de mulheres incapazes de encontrar uma vaga chega a 24,9% nos países de baixa renda. A taxa correspondente para os homens na mesma categoria é de 16,6%, um nível preocupantemente alto, mas significativamente inferior ao das mulheres.

    A análise aponta que as responsabilidades pessoais e familiares, incluindo o trabalho de cuidados não remunerado, afetam desproporcionalmente as mulheres. Essas atividades se tornam um impedimento não apenas para uma contratação, mas também para procurar emprego ativamente ou para estarem disponíveis para trabalhos de última hora.


 Apenas as sentenças 1, 3, 6 e 7 estão corretas.

 Apenas as sentenças 1, 4 e 6 estão corretas.

 Apenas as sentenças 1, 3, 5 e 7 estão corretas.

 Apenas as sentenças 2, 3, 4 e 6 estão corretas.

 Apenas as sentenças 4, 5 e 6 estão corretas.

Relaxa, vou te dar uma força pra entender essa questão sobre crase!

 

Primeiro, a gente precisa analisar sentença por sentença:

 

1 - "Às vezes, chegávamos à cidade à noite." Tudo certinho aqui! A crase está usada corretamente em todas as partes: “às vezes” (locução adverbial feminina), “à cidade” (preposição “a” + artigo feminino “a”) e “à noite” (outra locução adverbial feminina).

 

2 - "Informo o ocorrido à Vossa Excelência." Também está perfeito. Usamos a crase antes de títulos como “Vossa Excelência” quando a forma de tratamento é feminina.

 

3 - "O diretor referia-se aquele aluno que foi reprovado duas vezes." Aqui temos um pequeno grande problema. Falta a preposição “a”, então deveria ser “ao” (a + o) se referindo ao aluno. Portanto, casamento sem crase!

 

4 - "O jogo só começará às dezesseis horas." Correto! “dezesseis horas” é feminino e específico, então levou uma crase antes do “a”.

 

5 - "Daqui à duas semanas enviarei o resultado à diretoria." Xiii, tropeçou na crase! “Duas semanas” é uma expressão numérica e não carrega artigo, então, nada de crase aqui. Seria apenas “a duas semanas”. Já o segundo uso está correto.

 

6 - "A aluna fez a prova às pressas e entregou-a à professora." Está correta! “às pressas” é um daqueles casos de locução adverbial de modo feminina, e “à professora” combina a preposição “a” com o artigo “a”.

 

7 - "Gosto de pagar à vista e evito as compras à prazo." Metade certo. “à vista” é outra locução adverbial de modo, mas “à prazo” está errado porque prazo é uma palavra masculina. Então, deveria ser “a prazo”.

 

Conforme a análise, as sentenças corretas são 1, 2, 4 e 6, que correspondem à alternativa B.

 

A alternativa correta é B.

 O governo chegou à comprar centenas de milhares de vacinas.

 Os pesquisadores chegaram à uma conclusão.

 A pesquisa à que o cientista se referiu é semelhante ao estudo da Covid-19.

Análise das Alternativas:

A crase refere-se à contração da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, utilizada em contextos específicos, como em locuções prepositivas, adverbiais e em certos substantivos femininos.

<ul>
 <li>Alternativa A: "O governo chegou à comprar centenas de milhares de vacinas." 
 Esta frase está errada porque não se deve usar a crase antes do verbo. A expressão correta seria "chegou a comprar". Portanto, a crase não é adequada neste contexto.</li>

 <li>Alternativa B: "É uma enfermidade igual à outra." 
 Esta frase apresenta o uso correto da crase. A palavra "outra" admite o artigo feminino "a", e a preposição "a" antecede a palavra, resultando em "à". Logo, esta alternativa está correta.</li>

 <li>Alternativa C: "Os pesquisadores chegaram à uma conclusão." 
 Aqui, a crase está inadequada, pois "uma" não admite o artigo feminino "a" antecedente. O correto seria "chegaram a uma conclusão". Portanto, esta frase está errada.</li>

 <li>Alternativa D: "A pesquisa à que o cientista se referiu é semelhante ao estudo da Covid-19." 
 Neste caso, mais uma vez a crase é usada incorretamente. A forma correta seria "a que o cientista se referiu", pois o que se tem é apenas a preposição "a" e não a fusão com um artigo. Logo, a frase está errada.</li>
</ul>

Diante da análise das alternativas, apenas a alternativa B faz um uso correto da crase.

Gabarito: Letra B

    A Guiné Equatorial confirmou o seu primeiro surto de febre hemorrágica de Marburg, doença causada pelo vírus de Marburg. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até aquela data foram contabilizadas nove mortes mais 16 casos suspeitos com sintomas como febre, fadiga e vômito com sangue e diarreia.
    Autoridades de saúde do país enviaram amostras ao laboratório de referência do Instituto Pasteur no Senegal, com ajuda da OMS, para determinar a origem do surto. Das oito amostras testadas, uma deu positivo para o vírus.
    Segundo a OMS, há várias investigações em andamento. Existem equipes nos distritos afetados para rastrear contatos, isolar e fornecer assistência médica às pessoas que apresentam sintomas da doença. A organização, em colaboração com forças nacionais da Guiné Equatorial, também colocou esforços para montar rapidamente uma resposta de emergência e controle do surto.
    A doença causada pelo vírus de Marburg é rara, porém mortal. Ela tem taxa de letalidade de até 88%, mas com os cuidados adequados ao paciente, pode cair para até 24%. Em comparação, a taxa do Sars-CoV-2, o vírus da Covid-19, chegou a 14% no auge da pandemia. A do vírus do Ebola, que já variou de 25% a 90%, hoje tem média de 50%.
    Isso torna o vírus de Marburg um dos mais letais do mundo. Capaz de atingir humanos e outros primatas, ele pertence à família Filoviridae, a mesma do vírus do Ebola – e causa sintomas similares: a doença começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça e mal-estar intensos. Dentro de sete dias, muitos pacientes já desenvolvem sintomas hemorrágicos graves.
    O vírus é altamente infeccioso, e pode ser transmitido às pessoas por morcegos que se alimentam de frutas, ou se espalhar entre os humanos por meio do contato direto com fluidos corporais, superfícies e materiais infectados.
    O intervalo da infecção até o início dos sintomas, chamado de período de incubação, varia de 2 a 21 dias. Além dos sintomas já citados, dores musculares também são uma característica comum.
Diarreia intensa, dor abdominal e cólicas, náuseas e vômitos podem começar no terceiro dia.
    Muitos pacientes desenvolvem quadros hemorrágicos graves entre o quinto e o sétimo dia – casos fatais costumam apresentar sangramento generalizado. O sangue fresco no vômito e nas fezes costuma ser acompanhado de sangramento nasal, gengival e vaginal.
    Em casos fatais, a morte ocorre mais frequentemente entre 8 e 9 dias após o início dos sintomas, geralmente precedida por intensa perda de sangue.
    O nome Marburg é em referência à cidade em que foi identificado um dos primeiros surtos da doença. Em 1967, grandes surtos simultâneos atingiram três cidade: Belgrado (Sérvia), Frankfurt (Alemanha) e, a pouco menos de 100 quilômetros ao norte dali, a também alemã Marburg.
    O problema começou quando trabalhadores de laboratório foram expostos a macacos infectados trazidos de Uganda. Os pesquisadores passaram a doença para médicos e familiares, resultando em 31 pessoas infectadas e sete mortes.
    Apesar do início na Europa, a maioria dos casos ao longo dos anos se restringiu à África. Há relatos de surtos e casos esporádicos em Angola, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul e em Uganda – neste último, em 2008, houve registro de dois casos independentes de viajantes que visitaram uma caverna habitada por colônias de morcegos.
    O mais indicado é tomar cuidado com áreas de morcegos frugívoros. Durante pesquisas ou visitas turísticas em minas ou cavernas habitadas por morcegos do tipo, as pessoas devem usar luvas e outras roupas de proteção adequadas. Detalhe: a espécie de morcego atribuída à propagação do vírus, a Rousettus aegyptiacus, só é encontrada na África e em algumas partes da Ásia.
    Outra medida importante é reduzir o risco de transmissão entre pessoas via fluidos corporais. É melhor evitar contato físico próximo com pacientes suspeitos, e luvas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar de doentes em casa. Além de, é claro, sempre lavar as mãos.
    É pouco provável que o surto da Guiné Equatorial se torne uma pandemia tão disseminada quanto a da Covid-19. Os sintomas do vírus de Malburg aparecem em poucos dias e, rapidamente, levam o paciente a um quadro grave (e um possível óbito). Dessa forma, não dá tempo para que ele se espalhe e infecte muitas pessoas, como fez o SarsCoV-2 (e como faz o vírus da gripe, que tem uma taxa de letalidade baixa e se dissemina rapidinho).
    Mesmo assim, é bom ficar alerta – afinal, viajantes podem levar o vírus para outros países – e acompanhar a resposta à doença, que, até agora, tem sido positiva.
    “Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pôde atingir todo o vapor rapidamente para salvarmos vidas e determos o vírus o mais rápido possível”, afirma o Dr.
Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS na África.


Questões de Português - Uso da crase - Contador - 2023