Olha, vamos papear sobre o uso do hífen em "economistas-chefe". Primeiro, é bom saber que esse uso não é relacionado à regra dos adjetivos gentílicos. Adjetivos gentílicos são aqueles usados para indicar origem, como "brasileiro", "americano", ou "carioca". O hífen em "economistas-chefe" segue outra lógica.

 

No caso de "economistas-chefe", o hífen é usado porque "chefe" funciona como um sufixo indicando função em um formato plural. Isso é comum em títulos ou cargos múltiplos que são repetidos em uma equipe ou grupo. Outros exemplos semelhantes incluem "mestres-de-obras" ou "editores-chefe". Nesse modelo, o primeiro componente da expressão ("economistas", por exemplo) permanece no plural, indicando que há vários indivíduos com essa função, enquanto o segundo fica no singular, funcionando como uma função que esses indivíduos exercem. Assim, o uso do hífen em "economistas-chefe" está correto, mas a justificação proposta no enunciado - relacionada a adjetivos gentílicos - está equivocada.

 

Portanto, a regra aplicada aqui envolve a formação de locuções que indicam posições ou títulos ocupados por múltiplas pessoas, não os adjetivos gentílicos. Seria mais adequada uma justificativa relacionada ao uso consagrado de hífen neste contexto funcional específico.

 

A alternativa correta é E.

O uso de hífen em “economistas-chefe” (linha 1) está correto, pois segue a regra dos adjetivos gentílicos.


1     Dois terços dos economistas-chefe dos setores
   público e privado entrevistados pelo Fórum Econômico
   Mundial esperam uma recessão global em 2023, disse a
4  organização de Davos, enquanto líderes empresariais e
   governamentais se reúnem para mais uma edição da
   reunião anual.
7     Cerca de 18% consideram uma recessão mundial
   “extremamente provável”, mais do que o dobro da pesquisa
   anterior realizada em setembro de 2022. Apenas um terço
10 dos entrevistados a considera improvável este ano.
      “A atual inflação alta, o baixo crescimento, a dívida
   elevada e o ambiente de alta fragmentação reduzem os
13 incentivos para os investimentos necessários para voltar ao
   crescimento e elevar os padrões de vida dos mais
   vulneráveis do mundo”, disse Saadia Zahidi, diretora
16 executiva do Fórum Econômico Mundial, em comunicado
   que acompanha os resultados da pesquisa.
       A pesquisa da organização foi baseada em vinte e
19 duas respostas de um grupo de economistas sêniores de
   agências internacionais, incluindo o Fundo Monetário
   Internacional, bancos de investimento, empresas
22 multinacionais e grupos de resseguros.
       A pesquisa foi divulgada depois que o Banco
   Mundial reduziu, na semana passada, suas previsões de
25 crescimento para 2023 a níveis próximos dos de recessão
   em muitos países, à medida que o impacto dos aumentos
   das taxas de juros se intensifica, a guerra da Rússia na
28 Ucrânia continua e os principais motores econômicos do
   mundo falham.
       Sobre a inflação, a pesquisa do Fórum observou
31 grandes variações regionais: a proporção dos que esperam
   inflação alta em 2023 variou de apenas 5% para a China a
   57% para a Europa, onde o impacto do aumento dos preços
34 da energia no ano passado se espalhou para a economia em
   geral.
       A maioria dos economistas vê mais aperto na
37 política monetária na Europa e nos Estados Unidos (59% e
   55%, respectivamente), com autoridades presas entre os
   riscos de apertar demais ou de menos.


Em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item 


E aí, galera! Vamos destrinchar uma questão de português com uma pegada mais sofisticada, mas com uma vibe bem descomplicada. Estamos falando de hífen aqui - sim, aquele tracinho que adora nos confundir. A frase mencionada na questão é "desafios ético-jurídicos", e a questão está nos perguntando se podemos simplesmente jogar o hífen fora e escrever "eticojurídicos". 
 
Primeiro, vamos às regrinhas. Quando temos uma combinação de dois adjetivos que formam um único significado, e ambos estão ligados de forma igualmente relevante ao substantivo que eles modificam, devemos usar o hífen. No nosso caso, "ético" e "jurídicos" são igualmente importantes para qualificar os "desafios", então eles se combinam com um hífen para criar esse super adjetivo composto. 
 
Então, não é só botar ou tirar o hífen porque nos dá vontade, tá ligado? Tem um método na loucura! O hífen nesse caso é obrigatorio para dar clareza de que os dois adjetivos estão trabalhando juntos como um time. 
 
Se tirássemos o hífen, o leitor poderia ficar confuso se "ético" se refere a "desafios" separadamente de "jurídicos". E isso deixa a frase mais ensebada do que precisa ser. 
 
Em suma, não é a mesma coisa escrever "ético-jurídicos" e "eticojurídicos". A necessidade do hífen aqui é clara para manter a estrutura correta e a clareza do adjetivo composto. 
 
Com tudo isso analisado, a alternativa correta é E.

No último período do primeiro parágrafo, o emprego do hífen em “ético-jurídicos” é facultativo, razão por que estaria igualmente correta a grafia eticojurídicos.

O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as inovações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se vivencia uma ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no cotidiano, como também se observa a existência de robôs com sistemas computacionais cada vez mais potentes, nos quais os algoritmos passam a decidir autonomamente, superando a programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios ético-jurídicos do uso massivo de sistemas de inteligência artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas delituais tradicionais são baseados na culpa e essa centralidade da culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela realidade de sistemas de inteligência artificial.

 Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA passam a decidir de forma diversa da programada, há uma dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro humano e aqueles que derivaram de uma escolha equivocada realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O comportamento emergente da máquina, em função do processo de aprendizado profundo, sem receber qualquer controle da parte de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o responsável pelo dano, uma vez que o processo decisório decorreu de um aprendizado automático que culminou com escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há evidentes situações em que se pode vislumbrar a existência de culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram realizadas atualizações de software ou, até mesmo, de quebra de deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a responsabilização com base na culpa.

Considerando as regras gramaticais e ortográficas da língua portuguesa, julgue o iteM que se segue, relativamente ao texto 2A1-I.


Questões de Português - Uso do hífen - 2023