 Apenas a segunda vírgula é obrigatória.

 Apenas a primeira vírgula é obrigatória.

 O uso de vírgulas, nesse caso, é facultativo.

 O trecho entre vírgulas trata-se de oração explicativa.

 O deslocamento do trecho entre vírgulas poderia eliminá-las.

Alternativa Correta:

Analisando a frase “O incidente ocorreu quando o jovem, acompanhado de amigos após uma partida de futebol, estava pagando suas compras no caixa”, observa-se que o segmento destacado é um complemento explicativo, mas não se trata de uma oração explicativa, e sim de uma locução participial que qualifica o sujeito “jovem”. Essa expressão fornece uma informação adicional sobre o sujeito, sem fazer parte da estrutura essencial da oração principal. Assim, seu deslocamento para outra posição pode alterar a necessidade do uso da vírgula.

Inicialmente, as vírgulas foram empregadas para isolar o elemento deslocado, evidenciando seu caráter acessório à ideia principal. Entretanto, se reformularmos a ordem dos termos – por exemplo, “Acompanhado de amigos após uma partida de futebol, o jovem estava pagando suas compras no caixa” –, a função explicativa permanece, mas a necessidade de delimitar o segmento por vírgulas pode ser eliminada. Isso justifica a assertiva de que o deslocamento do trecho permitiria a exclusão das vírgulas, contextualizando o fenômeno da pontuação. 

Quanto às demais alternativas, a opção A e a opção B tratam da obrigatoriedade isolada de uma das vírgulas, o que não é o caso, pois ambas são utilizadas para delimitar uma mesma informação e, daí, são aplicadas conjuntamente. A alternativa C, que sugere facultatividade no uso das vírgulas, não se sustenta, pois a marcação é necessária para identificar a displicência do elemento deslocado na posição original. Já a alternativa D incorretamente classifica o segmento como “oração explicativa”, o que não é adequado, pois a estrutura apresentada é de um particípio que funciona de forma adverbial, e não uma oração propriamente dita.

Portanto, a alternativa que melhor explica o fenômeno pontual em questão é a letra E.

Gabarito: Letra E

Juiz destacou a importância da dignidade e honra do indivíduo, considerando a abordagem discriminatória da fiscal do estabelecimento.

 O Juiz de Marialva, Devanir Cestari, da vara cível do Foro Regional de Marialva/PR, condenou um supermercado a pagar R$ 15 mil de indenização por danos morais a um jovem abordado injustamente por uma fiscal de ter roubado chinelos do local.
 O incidente ocorreu quando o jovem, acompanhado de amigos após uma partida de futebol, estava pagando suas compras no caixa. A fiscal o questionou se os chinelos que usava tinham sido furtados da prateleira, considerando que ele carregava as chuteiras debaixo do braço.
 O calçado havia sido comprado pela mãe do rapaz poucos dias antes.
 Segundo o magistrado, “a abordagem de qualquer cliente somente se justifica se houver fundadas suspeitas de alguma ilegalidade, o que absolutamente não ocorreu porque nem mesmo havia mero indício de furto, à exceção da predileção de se abordar, sem maiores cautelas e critérios, jovem de cor escura e pobre, já que se desconfia que, se fosse o contrário (aparência de rico, bem-vestido e branco), possivelmente isso jamais teria ocorrido”.
 A jurisprudência do TJ/PR estabelece que o dano moral deve ser indenizado quando o exercício de um direito é exacerbado e afeta a dignidade do ofendido.
 Na fundamentação da sentença, o Juiz ressaltou que o dano moral deve cumprir um papel punitivo e desestimulador.
 O magistrado também recorreu à lição de José de Aguiar Dias, para quem o dano moral “consiste na penosa sensação da ofensa, na humilhação perante terceiros, na dor sofrida, enfim, nos efeitos puramente psíquicos e sensoriais experimentados pela vítima do dano”.
 Complementando, citou Antônio Jeová Santos, que aponta que o “dano é um mal, um desvalor ou contravalor, algo que se padece com dor, posto que nos diminui e reduz; tira de nós algo que era nosso”.
 A doutrina de Sílvio de Salvo Venosa foi usada para reforçar que o dano moral causa “um distúrbio anormal na vida do indivíduo; uma inconveniência de comportamento”.
 Sérgio Cavalieri também foi mencionado, definindo o dano moral como “a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo”.
 O Juiz concluiu que a decisão se baseia na necessidade de proteger a honra e a dignidade humana, especialmente em situações de consumo e considerando questões sociais e étnicas.

 Marcar uma pausa em elementos de oposição.

Analisar o emprego da vírgula no trecho “ora sim, ora não, creio em parto sem dor” requer observar que as palavras “ora sim” e “ora não” funcionam como expressões adversativas que evidenciam uma alternância, sugerindo uma oposição ou contraste entre ideias. Nesse contexto, a vírgula é utilizada para marcar essa pausa em elementos que se contrapõem, contribuindo para a clareza do sentido pretendido pelo autor. Essa pausa ajuda o leitor a perceber a alternância entre os estados, ressaltando a oscilação de sentimentos ou condições expressas no texto.

Análise das alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Separar aposto explicativo. - Incorreta. O aposto explicativo é utilizado para esclarecer ou especificar um termo, mas “ora sim, ora não” não serve para essa função, pois não esclarece nenhum termo, mas sim indica alternância.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">B) Destacar uma enumeração. - Incorreta. Embora a enumeração utilize vírgulas para separar elementos, no caso em questão não há uma listagem de itens, e sim uma dicção que contrapõe duas condições.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">C) Indicar paralelismo sintático. - Incorreta. O paralelismo sintático se refere à repetição de estruturas gramaticais semelhantes, o que não é o foco do recurso aqui empregado, que é marcar a alternância.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">D) Introduzir uma oração subordinada. - Incorreta. A vírgula não introduz nenhuma oração subordinada neste caso, mas sim separa expressões de oposição inseridas na mesma oração.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">E) Marcar uma pausa em elementos de oposição. - Correta. A utilização da vírgula serve para destacar a oposição entre “ora sim” e “ora não”, enfatizando a alternância de sentidos e a ideia de contraste.</li>
</ul>

Com efeito, o verso utiliza a vírgula de forma a proporcionar uma pausa que contrapõe dois estados ou condições, deixando claro que se trata de uma alternância: de um lado a assertividade e, de outro, a negativa. Essa mudança, enfatizada pela pausa, cumpre um papel estilístico relevante na construção do ritmo e na transmissão de nuances emocionais no poema. Assim, o emprego da vírgula aqui tem a finalidade expressa de segmentar e enfatizar os elementos de oposição presentes na composição.

Gabarito: Letra E

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Questões de Português - Pontuação - Tribunal de Justiça de Rondônia - 2025