Mais razões p’ra cantar que a vida. (3 ª estrofe)

Do som que ela tem a cantar. (2ª estrofe)

Ouvi-la alegra e entristece, (3ª estrofe)

A tua incerta voz ondeando! (4ª estrofe)

Pesa tanto e a vida é tão breve! (6ª estrofe)

No poema apresentado, o autor explora o uso de formulações paradoxais para expressar sentimentos e ideias complexas, repletas de dualidades. Vamos dissecar as opções e entender por que a alternativa C é a escolha correta: 
 
 A) "Mais razões p’ra cantar que a vida." - Essa fala sugere uma superabundância de motivos para cantar que ultrapassa até mesmo a própria vida, indicando uma profusão de emoções. Não é um paradoxo direto; trata-se mais de um exagero expressivo. 
 
 B) "Do som que ela tem a cantar." - Esta parte descreve simplesmente uma característica do som que a ceifeira produz ao cantar. Falta o elemento contrastante exigido por um paradoxo. 
 
 C) "Ouvi-la alegra e entristece," - Aqui está o verdadeiro paradoxo! Ouvir a ceifeira cantar provoca sentimentos opostos simultaneamente. Ela inspira alegria pela sua canção, mas também tristeza, talvez pela natureza melancólica ou pela dura realidade que sua voz pode evocar. Essa coexistência de emoções contraditórias encapsula perfeitamente a definição de paradoxo. 
 
 D) "A tua incerta voz ondeando!" - Descreve a voz da ceifeira como incerta e flutuante, mas sem a presença de um paradoxo explícito, onde elementos contrastantes estejam presentes de forma clara. 
 
 E) "Pesa tanto e a vida é tão breve!" - Esta opção reflete sobre o peso das preocupações ou talvez do conhecimento em contraste com a brevidade da vida. Embora tenha um tom de contraste, é mais uma contemplação do que um paradoxo verdadeiro. 
 
Com base na análise, vemos que a alternativa correta é C, onde o paradoxo está claramente representado na coexistência de alegria e tristeza ao ouvir a ceifeira cantar.

Ela canta, pobre ceifeira, 
Julgando-se feliz talvez; 
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia 
De alegre e anônima viuvez, 
 
Ondula como um canto de ave 
No ar limpo como um limiar, 
E há curvas no enredo suave 
Do som que ela tem a cantar. 
 
Ouvi-la alegra e entristece, 
Na sua voz há o campo e a lida, 
E canta como se tivesse 
Mais razões p’ra cantar que a vida. 
 
Ah, canta, canta sem razão! 
O que em mim sente ’stá pensando. 
Derrama no meu coração 
A tua incerta voz ondeando! 
 
Ah, poder ser tu, sendo eu! 
Ter a tua alegre inconsciência, 
E a consciência disso! Ó céu! 
Ó campo! Ó canção! A ciência 
 
Pesa tanto e a vida é tão breve! 
Entrai por mim dentro! Tornai 
Minha alma a vossa sombra leve! 
Depois, levando-me, passai!

Minha alma a vossa sombra leve! (6ª estrofe)

O que em mim sente ’stá pensando. (4ª estrofe)

Ah, poder ser tu, sendo eu! (5ª estrofe)

Ter a tua alegre inconsciência, (5ª estrofe)

Entrai por mim dentro! Tornai (6ª estrofe)

E aí, beleza? Hoje vamos falar sobre pleonasmo na poesia. O pleonasmo é uma figura de linguagem que, em geral, envolve a repetição de ideias para dar mais ênfase. Tipo quando dizemos "subir para cima" ou "entrar para dentro", que na conversa do dia a dia nem sempre pegamos, mas está lá. 
 
Na questão que tu trouxeste, o verso analisado por ser um caso de pleonasmo é "Entrai por mim dentro! Tornai" da 6ª estrofe. A expressão "por mim dentro" tem aquele gostinho de redundância porque o "dentro" já está implícito no "por mim". Se tu está entrando, é pra dentro, né não? Mas, como na poesia tudo tem um porquê, essa repetição tá lá pra reforçar a ideia, trazer uma carga emocional mais pesada. 
 
Esse tipo de pleonasmo é super comum em textos poéticos e faz toda a diferença no modo como sentimos as palavras. Dá uma profundidade maior e até uma musicalidade que bate diferente no coração. 
 
Analisando as outras alternativas, elas mostram características poéticas como paradoxo e antítese, mas sem redundância de ideias. Por exemplo, em "Ah, poder ser tu, sendo eu!" temos um paradoxo, pois o eu lírico expressa o desejo impossível de ser outra pessoa mantendo sua própria identidade, mas não há uma repetição que configure pleonasmo. 
 
alternativa correta é E

Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

Termômetros digitais mostram uma temperatura 
que o corpo da gente não registra… (1º parágrafo)

… vinha caminhando, tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar ao meu destino… (1º parágrafo)

Olhei o relógio, que marcava pouco mais de 11h. 
(1º parágrafo)

Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre 
a cabeça do cão, pegasse-o no colo e corresse com 
ele para casa. (2º parágrafo)

“Eu sei, ele fica plantado em casa, sem sair, por 
causa deste calor. Não consigo acordar cedo...”.(3º parágrafo)

Ah, questões que envolvem linguagem figurada sempre trazem um charme especial para a preparação de concursos, né? Vamos decifrar essa! 
 
Começando por descartar o que claramente não se encaixa no figurado: 
- A) "digitais" aqui apenas descreve um tipo de termômetro, sem nenhuma conotação além da literal. 
- B) "caminhando" é literalmente o ato de andar, nada além disso. 
- C) "relógio" está sendo usado exatamente no seu sentido de medir o tempo. 
- D) "cabeça" do cão é literalmente a parte do corpo dele a que se refere. 
 
Agora, a opção E), usando "plantado". Normalmente associamos "plantado" a algo fixo, imóvel, ou até mesmo para descrever plantas, certo? No uso referente ao cão, o termo ilustra que ele está parado, não se movendo devido ao calor, quase como se estivesse de fato plantado no solo, como uma árvore ou arbusto. Esse é um uso clássico de linguagem figurada, onde um termo é aplicado fora de seu contexto usual para dar mais expressividade à situação. Uma escolha bem perspicaz para destacar o quanto o calor afeta a mobilidade do pobre bichinho. 
 
Então, minha galera, a alternativa correta é E, destacada em azul usando a tag em HTML, marcando "plantado" como uso figurado, muito além do sentido literal. Justo e preciso!

Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro 
e precisa andar na rua. Termômetros digitais mostram uma 
temperatura que o corpo da gente não registra: a sensação 
térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando, 
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as 
energias para chegar ao meu destino, quando encontrei uma 
moça, numa sombra de árvore, tentando estimular seu buldogue 
 francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. 
Olhei o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado 
do bichinho, já com meio palmo de língua para fora, havia 
uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava oferecer ao 
animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a 
cabeça do cão, pegasse-o no colo e corresse com ele para 
casa. O risco de intermação é grande, sobretudo para raças 
de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o pe-
rigo que o cão correra e fiz ela me prometer que nunca mais 
sairia com ele àquela hora no verão. “Eu sei, ele fica plantado 
em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acor-
dar cedo para sair com ele”, confessou-me ela.

Vamos lá, galera! A transa de hoje é sobre figuras de linguagem, e nosso foco cai sobre a ambiguidade, essa arte de dizer algo que pode ter mais de um sentido. Então, pega essa questão da CONSULPAM sobre o tema, que já tem uma história pra discutir! 

 

No trecho “a Polícia recebeu a denúncia do irmão da vítima, identificada como Antonizete Gonçalves da Silva, 33 anos”, identificamos a ambiguidade ou, no nosso popular, esse duplo sentido que deixa a leitura meio confusa. A coisa aqui é que a forma como a frase foi estruturada leva a um entendimento duplo sobre quem seria o irmão. Dá para pensar que a irmã que fez a denúncia pode ser, na verdade, um irmão, o que gera aquele momento 'hã?' na hora da leitura.

 

Esse jogo de palavras pode fazer com que o leitor se pergunte: "Quem realmente fez a denúncia? Foi um irmão ou uma irmã?" E é justo isso que caracteriza a ambiguidade, essa oscilação entre o que pode ser percebido. Por isso, quando falamos em decifrar ambiguidades em um texto, estamos tentando esclarecer qual das possíveis interpretações realmente se encaixa.

 

O ponto aqui é que a informação poderia ter sido apresentada de maneira mais clara para evitar essa confusão. Por exemplo, a frase poderia ser reescrita como: “a Polícia recebeu a denúncia da irmã da vítima, Antonizete Gonçalves da Silva, 33 anos”. Bem mais direto, né?

 

A alternativa correta é C.

Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na 
soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando 
bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo: 
_ Você aí, menino, para onde vai essa estrada? 
_ Ela não vai, não: nós é que vamos nela. 
_ Engraçadinho duma figa! Como se chama? 
_ Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé.

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