"Um pequeno grupo de crianças é capaz de 
desenvolver uma defesa natural à AIDS."

"Um pequeno grupo de crianças é capaz de 
desenvolver uma defesa natural à AIDS."

"O sistema imunológico simplesmente ignorou a 
presença do vírus no corpo."

"Sistema de defesa do corpo humano."

"As células de defesa acabam morrendo por 
inflamação crônica e o sistema fica vulnerável."

Para responder corretamente esta questão, é necessário entender a função sintática de adjuntos adnominais. Eles são termos acessórios da oração que modificam substantivos, ou seja, atribuem-lhes uma qualidade, característica ou limitação. Agora, vamos analisar cada alternativa:

Alternativa A: "Um pequeno grupo de crianças é capaz de desenvolver uma defesa natural à AIDS."
 
O adjetivo "pequeno" qualifica o substantivo "grupo", indicando o seu tamanho. Assim, "pequeno" está funcionando como adjunto adnominal, caracterizando o grupo de crianças.
 

Alternativa B: "Um pequeno grupo de crianças é capaz de desenvolver uma defesa natural à AIDS."
 
O adjetivo "natural" caracteriza o tipo de defesa que o grupo de crianças consegue desenvolver. Portanto, ele está atuando como adjunto adnominal do substantivo "defesa".
 

Alternativa C: "O sistema imunológico simplesmente ignorou a presença do vírus no corpo."
 
Aqui, "imunológico" se une ao substantivo "sistema" para formar uma locução nominal (sistema imunológico), que representa um nome específico. O termo "imunológico" não está atuando como adjunto adnominal, mas sim como parte integrante do substantivo composto "sistema imunológico".
 

Alternativa D: "Sistema de defesa do corpo humano."
 
O adjetivo "humano" está qualificando "corpo", especificando de que tipo de corpo se está falando, ou seja, de um corpo humano. Assim, "humano" atua como adjunto adnominal do substantivo "corpo".
 

Alternativa E: "As células de defesa acabam morrendo por inflamação crônica e o sistema fica vulnerável."
 
O adjetivo "vulnerável" não está modificando um substantivo diretamente. Em vez disso, está qualificando o estado em que o sistema se encontra descritivamente após morrerem as células de defesa - é um predicativo do sujeito. Portanto, não é um adjunto adnominal.
 

Gabarito: Letra E

Um estudo revelou pela primeira vez que um 
pequeno grupo de crianças é capaz de desenvolver uma 
defesa natural à AIDS, doença causada pelo vírus HIV. 
A pesquisa, feita na África do Sul, analisou 170 
crianças infectadas com o HIV que nunca haviam recebido 
terapia antirretroviral e, mesmo assim, nunca 
desenvolveram a síndrome devastadora causada pelo vírus. 
 Os cientistas descobriram que, nelas, o sistema 
imunológico simplesmente ignorou a presença do vírus no 
corpo. O estudo foi detalhado na publicação científica 
"Science Translational Medicine". 
 A AIDS é uma doença que afeta o sistema de 
defesa do corpo humano. O vírus do HIV ataca (e mata) os 
glóbulos brancos (células do sangue que combatem as 
doenças). Conforme eles contra-atacam, tentando 
combater o HIV, há um sobrecarregamento do sistema 
imunológico. As células de defesa acabam morrendo por 
inflamação crônica e o sistema fica vulnerável a qualquer 
outra doença que acomete a pessoa infectada. 
 O que aconteceu com as crianças imunes à AIDS foi 
que o sistema imunológico não contra-atacou o HIV - 
apenas ignorou a presença do vírus. 
 
 
Evolução do sistema? 
Um dos autores da pesquisa, Philip Goulder, pesquisador da 
Universidade de Oxford, diz que "travar uma guerra contra 
o vírus geralmente é a coisa errada" do ponto de vista do 
sistema imunológico. Segundo ele, ao contrário do que 
pode parecer, não atacar o vírus pode salvar o sistema. 
 Esse comportamento é similar ao que alguns 
macacos têm com o vírus da imunodeficiência símia (SIV). 
Nesses animais, as estratégias de adaptação à infecção pelo 
vírus já evoluíram durante centenas de milhares de anos. 
 "A seleção natural trabalhou nesses casos, e o 
mecanismo é muito similar ao que tem acontecido nessas 
crianças que não desenvolvem a doença", disse Goulder. 
 Uma infecção por HIV não tratada na infância 
mataria 60% das crianças afetadas em dois anos e meio. 
Mas o estudo pode ajudar a desenvolver novas terapias de 
imunidade para a infecção do vírus. 
 "Uma das coisas que fica de lição é que a AIDS não 
tem tanto a ver só com o HIV, mas principalmente com a 
forma como o sistema imunológico responde a ele", 
explicou Goulder. 
 Para Goulder, as descobertas podem ajudar a 
encontrar formas de reequilibrar o sistema imunológico em 
todos os pacientes com HIV. 
 "Nós podemos identificar, com isso, um novo 
caminho que a longo prazo pode significar novas formas de 
tratamento para todos os pacientes infectados com o HIV." 
Vantagens para as crianças 
Esse tipo de defesa contra a AIDS é quase exclusivo das 
crianças. O sistema imunológico dos adultos tende a atacar 
o vírus com toda força. 
 As crianças têm um sistema imunológico mais 
"tolerante" que, conforme vai "amadurecendo", vai se 
tornando mais agressivo. Por isso é que a catapora, por 
exemplo, tem efeitos muito mais severos em adultos do 
que em crianças: a diferença é a forma como o sistema 
reage a ela. 
 Mas isso também significa que, conforme a criança 
cresce, seu sistema imunológico também se torna "adulto" 
e ela tem mais riscos de desenvolver a AIDS. 
 As pessoas que têm HIV podem ter uma 
expectativa de vida normal se fizerem uso de remédios 
antirretrovirais. Mas o sistema imunológico delas nunca 
volta ao normal e elas enfrentam riscos maiores de doenças 
cardiovasculares, câncer ou demência.

Analisando as ocorrencias da palavra que no texto indicado:

No primeiro caso, em "Das 32 sementes, seis brotaram com sucesso em intervalos que variaram entre semanas e meses", a palavra que funciona como pronome relativo, introduzindo uma oração subordinada adjetiva que especifica os "intervalos".

No segundo caso, em "Depois, técnicas científicas confirmaram que elas...", o que é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta, integrando o conteúdo ao verbo "confirmaram".

 

Portanto, sobre a classificação na primeira assertiva, em que se afirma que "Em cada uma das ocorrências, a palavra que tem uma classe gramatical diferente", é falsa, pois em ambas as situações a palavra que é um pronome relativo e também funciona como conjunção integrante, mantendo a mesma classe gramatical, porém com funções sintáticas diferentes.

A segunda assertiva, "Nas duas ocorrências, a palavra que tem a mesma classe gramatical, mas função sintática diferente", é verdadeira, conforme explicado anteriormente.

A terceira assertiva, "Na segunda ocorrência, a palavra que é um pronome relativo", é falsa, pois na segunda ocorrência, o que é uma conjunção integrante, e não um pronome relativo.

 

A alternativa correta é B.

Uma equipe de cientistas israelenses ______ fazer com que árvores saudáveis ______ a 
partir de sementes com mais de dois mil anos de idade, encontradas na região do deserto da 
Judeia, no sul de Israel. As sementes, que dão origem a um tipo extinto de tamareira (Phoenix 
dactylifera), são possivelmente as mais antigas a germinarem de forma natural, e podem talvez 
trazer a fruta de volta à vida – pelo menos em laboratório. 
A tamareira é um tipo de palmeira muito conhecido por suas frutas, as tâmaras. Diversos 
relatos históricos mostram que as tâmaras cultivadas na Judeia eram consideradas iguarias 
especiais, muito doces e saborosas. Elas eram desejadas por pessoas ricas do Império Romano, 
por exemplo. Também se acreditava que elas tinham propriedades médicas. Mas, com o declínio 
do Império Romano, as famosas tamareiras da Judeia começaram a desaparecer. Algumas até 
resistiram por séculos, mas, a partir de 1800, elas se foram de vez – até recentemente. 
Para o novo feito, os pesquisadores reuniram 32 sementes encontradas em diversos sítios 
arqueológicos de vários lugares da Judeia, como nas cavernas de Qumran (onde também foram 
encontrados os Manuscritos do Mar Morto) e a fortaleza de Massada, construída pelo rei Herodes 
da Judeia. Essas sementes foram hidratadas por 24 horas e tratadas com hormônios e 
fertilizantes naturais antes de serem plantadas. 
Das 32 sementes, seis brotaram com sucesso em intervalos que variaram entre semanas 
e meses. Depois, técnicas científicas confirmaram que elas, de fato, datam dos tempos de Jesus 
Cristo (com algumas sendo um pouco mais novas ou mais velhas). As novas plantas foram 
batizadas com nomes bíblicos: os machos chamam-se Adam (Adão), Jonah (Jonas), Uriel e 
Boaz; e as duas fêmeas são Judith (Judite) e Hannah (Ana).

Olá! Essa questão de função sintática que caiu na prova da CONSULPAM é bem interessante. Vamos lá esclarecer esse rolezinho gramatical, tá bom? A expressão citada no enunciado é "exceto alguns raros que têm conteúdo educativo". Esse trecho é usado para especificar ou explicar um termo anterior, no caso, "Os próprios desenhos infantis".

 

A função dessa expressão na frase é de delimitar ou especificar melhor sobre quais desenhos infantis o autor está falando, ou seja, fala daqueles que não são todos, apenas os raros com esse conteúdo especial. E essa função de explicar ou esclarecer sobre um termo já mencionado é coisa de aposto, minha gente. Apostos são como essas informações extras que jogamos na conversa para ajudar a entender melhor sobre o que estamos falando.

 

Agora, por que não as outras opções? Simples: 
<ul>
<li>Adjunto adnominal geralmente acompanha um nome, especificando ou qualificando-o, e tende a estar mais integrado na estrutura do termo ao qual se refere, como um adjetivo ou expressões prepositivas diretamente ligadas.</li>
<li>Vocativo é quando você chama alguém ou algo na frase, tipo um "Ei, pessoal!", o que definitivamente não é o caso aqui.</li>
<li>Complemento nominal depende de um nome com sentido incompleto e geralmente vem acompanhado de preposição, mas não é o que ocorre nesse contexto.</li>
</ul>

 

Portanto, a função sintática correta da expressão é aposto, o que corresponde à alternativa correta é B.

Imagino que tenha ficado um tanto intrigado em relação ao título apresentado, 
mas permita-me fazer os devidos esclarecimentos. 
  Refiro-me à televisão. Veja bem, não sou dessas que abominam tecnologia, 
afinal precisamos dela. Ela nos informa uma gama de fatores em pouco tempo, sem 
contar que nos permite ver como anda a situação mundial, o que se tornou 
indispensável, considerando o nosso contexto globalizado. 
  Olhando para o outro lado, pode até parecer um tanto lunático, mas a TV lhe 
manipula e  você nem desconfia. As novelas apresentam várias situações que acabam 
influenciando nas atitudes das pessoas de maneira positiva ou negativa, dependendo do 
senso crítico do indivíduo. Por isso sempre achei errado expor as crianças a esse tipo de 
programação visto que não tem maturidade suficiente para interpretá-la de maneira 
saudável. 
  Os próprios desenhos infantis (exceto alguns raros que têm conteúdo 
educativo) acabam abordando temas como violência e “mocinhos” que se dão bem à 
custa dos outros.  
Uma vez me aconteceu algo que nunca vou esquecer. Quando criança, assisti a 
um determinado desenho o personagem falando uma palavra que até então eu não 
conhecia. Com a felicidade de uma descobridora, saí repetindo. Para minha decepção, 
quando meus pais ouviram minha recente descoberta, fizeram uma cara de 
desaprovação, e eu , como qualquer criança que não sabe o que diz, fiquei sem entender 
nada. Depois de algum tempo descobri que fazia alusão a um palavrão, e estava na lista 
de palavras feias, que eu não deveria repetir. 
Fico imaginando quantas crianças não falaram aquilo, inocentemente, e tiveram 
que arcar com a reprovação de seus pais sem ao menos entender o que poderia haver de 
tão feio em uma palavra. 
É preciso ter muito cuidado com o que deixam os filhos assistirem. Você que é 
pai ou mãe, já se perguntou quanto veneno está à disposição de seu filho por dia? 
Se ainda não parou pra pensar, questione-se.

 O predicado da primeira oração é nominal.

 O núcleo do segundo predicado é o verbo.

 O sujeito da primeira oração é simples.

 O verbo da  segunda oração é impessoal.

Vamos dar uma olhada nesse trecho e suas funções sintáticas para entender melhor a questão:

Primeiramente, ao observar a frase "A vida é complicada, existem leis, polícia, embaraços de toda espécie, burocracia e mil peias, tudo porque a desonestidade nas relações humanas constitui, como dizes, um elemento constante.", podemos separar em duas orações principais:
1. "A vida é complicada"
2. "existem leis, polícia, embaraços de toda espécie, burocracia e mil peias"

 
Na primeira oração ("A vida é complicada"), o sujeito é "A vida" e o predicado é "é complicada", que é claramente nominal, já que o verbo ser é um verbo de ligação que conecta o sujeito ao predicativo do sujeito "complicada". Portanto, a alternativa A parece correta a princípio, mas o enfoque da pergunta é sobre falha na análise, então é necessário verificar as outras.

 
Na segunda oração ("existem leis, polícia, embaraços de toda espécie, burocracia e mil peias"), o verbo é "existem" e ele é um verbo impessoal, pois não se refere a um sujeito específico. Ele expressa a existência de algo. Strong>nesse caso, o próprio verbo faz as vezes de sujeito, sendo impessoal. Essa característica justifica a alternativa D como correta, pois realmente a segunda oração utiliza um verbo impessoal, "existem".

 
Quanto à alternativa B, o núcleo do segundo predicado, que é esse verbo impessoal "existem", realmente é o verbo, então ela também seria verdadeira se a análise focasse somente em identificar o núcleo.

 
E a alternativa C afirma que o sujeito da primeira oração é simples, o que é verdade ("A vida").

 
Alternativa correta é D.

    Achava-me um dia diante dos guichês do London Bank, à espera de que o pagador gritasse a minha chapa, quando via cochilar num banco ao fundo certo corretor de negócios meu conhecido. Fui-me a ele, alegre da oportunidade de iludir o fastio da espera com uns dedos de prosa amiga.
    - Esperando sua horinha, hein? - disse-lhe com um tapa amigável no ombro, enquanto me sentava ao seu lado.
    - É verdade. Espero pacientemente que me cantem o número e, enquanto espero, filosofo sobre os males que traz à vida a desonestidade dos homens.  
    -? 
    - Sim, porque se não fosse a desonestidade dos homens tudo se simplificaria grandemente. Esta demora no pagamento do mais simples cheque, donde provém? Da necessidade de controle em vista dos artifícios da desonestidade. Fossem todos os homens sérios, não houvesse hipótese de falsificações ou abusos, e o reconhecimento de um dinheiro far-se-ia instantâneo. Ponho-me às vezes a imaginar como seriam as coisas cá na Terra se um sábio eugenismo desse combate à desonestidade por meio da completa eliminação dos desonestos. Que paraíso! 
    -Tem razão - concordei eu, com os olhos parados de quem pela primeira vez reflete numa ideia - A vida é complicada, existem leis, polícia, embaraços de toda espécie, burocracia e mil peias, tudo porque a desonestidade nas relações humanas constitui, como dizes, um elemento constante. Mas é mal sem remédio...
    E por aí fomos, no filosofar vadio de quem não possui coisa melhor a fazer e apenas procura apenas matar o tempo.
Passamos depois a analisar vários tipos ali presentes, ou que entravam e saíam, na azáfama peculiar aos negócios bancários.
O meu amigo, frequentador que era de bancos, conhecia muito deles e foi-me enumerando particularidades curiosas relativas a cada qual.


Quando analisamos o uso da palavra "que" no contexto apresentado, notamos que ela introduz uma oração que específica ou dá detalhes sobre o termo anterior. No caso, "que" se refere a "o número de mortes e violência", funcionando como um elo explicativo entre este termo e a informação que se segue na oração. Este é um indício clássico de um pronome relativo.

 

As conjunções subordinativas integrantes (Alternativa A) são usadas para introduzir orações subordinadas que completam o sentido de um verbo ou nome da oração principal, tipicamente iniciando com "que" ou "se". Já os pronomes adjetivos (Alternativa B) são pronomes que acompanham substantivos, especificando-os ou quantificando-os, o que não é o caso aqui.

 

A conjunção coordenativa explicativa (Alternativa C) é usada para explicar, justificar ou esclarecer uma ideia anterior, geralmente iniciada por palavras como "pois", "porque", etc., o que não corresponde ao uso no trecho citado. E por fim, a partícula expletiva ou de realce (Alternativa E) é utilizada para enfatizar uma parte da sentença sem alterar o seu sentido, como em "é que" ou "lá vai", o que também não se aplica aqui.

 

Portanto, a função da palavra "que" no trecho em questão é a de um pronome relativo, que introduz uma oração subordinada adjetiva, explicando ou detalhando o substantivo que vem antes. Dessa forma, ela conecta a principal informação expressa na oração anterior com uma explicação ou detalhamento adicional, essencial para a compreensão plena da frase.

 

Alternativa correta é D.

Bonecas negras representam apenas 6% dos modelos fabricados pelas principais marcas que comercializam esses brinquedos no Brasil, de acordo com o levantamento Cadê Nossa Boneca, feito pela organização Avante – Educação e Mobilização Social. O percentual é inferior aos 7% registrados no levantamento feito em 2018.

O levantamento foi feito em agosto deste ano, em sites de comércio virtual de 14 dos 22 fabricantes de brinquedos associados a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Segundo a pesquisa, oito sites estavam em manutenção. Dentre as empresas analisadas, apenas oito possuíam bonecas negras nos respectivos inventários. Em todos eles, segundo o estudo, a proporção de modelos de bonecas negras em relação às bonecas brancas é inferior a 20%.

“Se sair na rua e olhar o comércio, você vai saber”, diz a psicóloga, consultora associada da Avante e uma das idealizadoras da campanha Ana Marcílio. “Você conta as bonecas na vitrine, conta as lojas com vitrine com bonecas pretas e depois conta o número de bonecas em cada loja, você vai ver que é irrisório”, acrescenta.

O movimento Cadê Nossa Boneca nasceu do sonho de Ana Marcilio, Mylene Alves e Raquel Rocha, de verem vitrines mais diversas e brinquedos que de fato representassem a sociedade brasileira, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem 56,1% da população formada por pessoas negras. O levantamento foi feito em 2016, 2018 e agora, em 2020 e a porcentagem de modelos disponíveis no mercado pouco mudou. Em 2016 era 6,3, passando para 7% e, agora, para 6%.

Ana explica que é na infância que as crianças constroem o imaginário, daí a importância que, em uma sociedade majoritariamente negra, isso seja retratado como algo positivo. Ter apenas referenciais brancos, magros e loiros faz com que se entenda que esse é o referencial de beleza. “O impacto da boneca é esse. Da boneca preta também é esse. Imagina ter rastas, blacks, uma diversidade de cortes e penteados afro descendentes e africanos, diversos tipos de tranças, ter tudo isso em uma vitrine, uma vitrine toda diversificada. A criança vai querer ter aquele cabelo, vai achar aquele cabelo bonito”, diz.

O impacto de crianças, sejam elas brancas ou negras, terem acesso a bonecas de cores diversas pode chegar na fase adulta, ajudando a combater o racismo, de acordo com a psicóloga. “Se a gente não tiver esse imaginário simbólico, como é que a gente vai quebrar o racismo? O racismo se materializa nas mortes que a gente tem, nas inúmeras vidas ceifadas precocemente, seja pela inoperância do sistema público na saúde e educação, seja nas mortes através das polícias e milícias, que têm dizimado as periferias. A construção do imaginário tem tudo a ver com o número de mortes e violência que a gente vive nesse país e no mundo afora”, diz.

Questões de Português - Função sintática - Agente Administrativo