a forma verbal “deveríamos” tem como sujeito todos os 
motoristas;

a forma verbal “tem” deveria ter acento circunflexo pois seu 
sujeito está no plural;

a forma “sobre” deveria ser substituída pela forma “sob”;

a forma “enfim” deveria ser grafada em duas palavras “em 
fim”;

a forma “dos demais” deveria ser substituída por “das 
demais”, por referir-se ao feminino “ações”.

E aí, vamos decifrar essa questão juntos? Olha só, o enunciado quer que a gente analise um pedaço do Texto II, focando em questões gramaticais e de concordância. Bora lá! 
 
Vamos dar uma olhada em cada alternativa: 
<ul> 
<li>A) Diz que o sujeito do verbo "deveríamos" são todos os motoristas. Opa, aqui já pega: o sujeito dessa forma verbal vai além dos motoristas; refere-se a todos os cidadãos que participam no trânsito, incluindo pedestres, passageiros, motociclistas, ciclistas, e outros. Então, essa está errada.</li> 
<li>B) Afirma que o verbo "tem" deveria levar acento circunflexo, pois seu sujeito está no plural. Vamos analisar: o sujeito do verbo "tem" de fato está no plural - "cujas ações" -, então ele realmente deveria estar na forma "têm". Sim, essa aqui acertou na mosca!</li> 
<li>C) Fala sobre trocar "sobre" por "sob". Aqui não dá, né? "Sobre" é usado corretamente no texto como preposição indicando tema ou assunto, enquanto "sob" tem um sentido completamente diferente, indicando posição abaixo de algo. Errou essa.</li> 
<li>D) Sugere que "enfim" deveria ser "em fim". Nada disso! "Enfim" é uma locução adverbial que denota conclusão, usada corretamente no texto. As palavras separadas teriam outro sentido, tipo algo que está no final, o que não é o caso aqui.</li> 
<li>E) Propõe trocar "dos demais" por "das demais" assumindo que se refere ao feminino "ações". Pegadinha, hein? "Dos demais" se refere a outros indivíduos, não tem nada a ver com "ações". Esse aqui também não passa pelo nosso crivo.</li> 
</ul> 
E aí, após essa análise, podemos cravar que a alternativa correta é B.

Estamos no último dia da Semana Nacional do Trânsito e 
vamos encerrar falando sobre o tema que foi bem escolhido pelo 
Denatran: Seja Você a Mudança no Trânsito. 
          Vivemos numa sociedade que tem o hábito de 
responsabilizar o Estado, autoridades e governos pelas mazelas 
do país. Em muitos casos são críticas absolutamente 
procedentes, mas, quando o tema é segurança no trânsito, não 
nos podemos esquecer que quem faz o trânsito são seres 
humanos, ou seja, somos nós. 
          Deveríamos aproveitar a importância desta semana para 
refletir sobre nosso comportamento como pedestres, 
passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas, pais, enfim, como 
cidadãos cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como 
dos demais. O pedestre que não respeita a faixa coloca em risco 
sua vida e também a do motorista e de terceiros. Muitas vezes 
para desviar de um pedestre e evitar seu atropelamento, um 
motorista perde o controle do veículo e provoca um acidente 
grave com outras pessoas que nada têm a ver com o 
comportamento do pedestre. Não precisamos nem aprofundar as 
consequências dos motoristas que andam em excesso de 
velocidade, sob efeito de álcool, ou que dirigem uma carreta 
cansados. São todos fatores humanos que contribuem para o que 
chamamos de acidente. 
          (....) Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil 
pessoas vão ter morrido nas ruas e nas estradas. Não podemos 
mais tolerar esses números e, para que isso mude realmente, é 
preciso que você e cada um de nós sejamos de fato os agentes da 
mudança na direção de um trânsito mais seguro. Com certeza 
você pode contribuir para isso, aproveite esta semana para 
refletir e conversar sobre o tema com seus entes queridos e 
amigos, afinal, quem morre no trânsito é amigo ou parente de 
alguém. Ninguém está livre disso.

O Colégio Bom Conselho, em Porto Alegre, promoveu um 
concurso de charges sobre o trânsito e o primeiro lugar foi dado à 
charge abaixo:
<img alt='Imagem questão' src='https://d28sq8dmsjgyhi.cloudfront.net/5698e1ad6c696e0a35000030/imgs_anal_judic_apoio_especial_auditor_tipo_1/21.png'/>.

indiquem ações potenciais e não reais.

Vamos analisar a use da voz passiva no primeiro parágrafo do texto. As estruturas "foram criados" e "foram feitas" são exemplos típicos de voz passiva no português. Na voz passiva, o objeto se torna o sujeito da frase, enquanto que o agente da ação (quem executa a ação) pode ser omitido ou aparecer preposicionado por "por". Isso pode popularizar uma forma mais impessoal de abordar as informações, focando mais na ação e nos resultados do que em quem as executa. 
 
Analisando as alternativas: 
<ul> 
<li>A) não mostrem seus agentes: Esta é uma característica direta da voz passiva, onde o agente da ação pode não ser mencionado, tornando o texto mais neutro em relação a quem executa a ação.</li> 
<li>B) se localizem em passado distante:</li> 
<li>C) se processem simultaneamente:</li> 
<li>D) sejam atribuídas a agentes diferentes:</li> 
<li>E) indiquem ações potenciais e não reais:</li> 
</ul> 
 
As outras opções não são diretamente ligadas ao uso da voz passiva. A mais correta é a alternativa A, que captura essa essência de omitir o agente da ação, uma estratégia comum para dar um ar mais objetivo e despersonalizado à informação. 
 
A alternativa correta é A.

Em 1997 foram criados os rodízios para diminuir a 
circulação de veículos em determinados horários na capital 
paulista. Também foram feitas ciclovias (17,5 km) e campanhas 
de conscientização. Mas nada disso resolveu o caos no trânsito. 
          Também foi incentivado o uso de motocicletas, que ocupam 
menos espaço no tráfego. Porém, elas poluem mais do que 
veículos novos e são as principais causadoras de mortes no 
trânsito. Segundo o “Mapa da Violência 2011”, do Instituto 
Sangari, o número de vítimas fatais no trânsito brasileiro subiu 
23,9%, de 1998 a 2008; entre os motociclistas, o aumento foi de 
753,8%. 
          Por isso, cada vez mais especialistas defendem a mobilidade 
urbana sustentável. Uma das principais mudanças seria o 
investimento em transporte coletivo e o desestímulo ao 
individual. 
          Entre as medidas sugeridas – e uma das mais polêmicas – 
está a cobrança de pedágio urbano. Ele consiste em cobrar uma 
tarifa dos motoristas que circulem em determinadas áreas da 
cidade. O modelo foi implantado pela primeira vez em 1975, em 
Cingapura, e se espalhou por países europeus. 
          Em São Paulo, há projetos que tramitam na Câmara para 
cobrar motoristas que trafeguem na região central. As tarifas 
variam de R$ 1 a R$ 4, valor que especialistas acham pouco para 
que a medida dê resultado. 
          Há ainda propostas de aumento da malha ferroviária – 
atualmente, 60% do transporte brasileiro é feito em rodovias. São 
Paulo, por exemplo, possui apenas 65,3 km de linhas de metrô, 
enquanto Santiago do Chile (com metade da população paulista) 
possui 83,2 km e Nova York, 479 km. 
          Todos esses pontos são avaliados como soluções para as 
demais capitais brasileiras e mesmo para cidades de médio porte, 
que já enfrentam problemas semelhantes.

mesmo com trânsito caótico, muitos saem de carro;

dizem que o trânsito está engarrafado mesmo!;

as multas são iguais, mesmo para carros menores;

E aí, tudo certinho? Vamos destrinchar essa questão de português voltada para o significado da palavra "mesmo", que é super comum, mas às vezes nos jogam um loop com os diversos usos dela. 
 
A pergunta tá relacionada ao uso do "mesmo" no texto sobre soluções de trânsito. No contexto fornecido, "mesmo" é utilizado para reforçar a inclusão de cidades de médio porte nas avaliações das soluções, dando ênfase que elas também são consideradas, apesar de não serem as maiores cidades. 
 
Agora, vamos olhar as alternativas uma a uma para ver se encontramos essa mesma vibe: 
 
A) "mesmo com trânsito caótico, muitos saem de carro" - Aqui, "mesmo" tem um sentido de contraste ou concessão. Não é o que queremos. 
 
B) "dizem que o trânsito está engarrafado mesmo!" - Nesse caso, "mesmo" é usado para intensificar a afirmação. Outra pegada. 
 
C) "os turistas chegaram no mesmo dia" - "Mesmo" é usado como determinante, indicando igualdade ou identidade de dias. Nope. 
 
D) "as multas são iguais, mesmo para carros menores" - Bingo! Aqui "mesmo" é usado para enfatizar que a aplicação de multas é igual inclusive para carros menores, semelhantemente ao que acontece na frase do texto sobre as cidades de médio porte. 
 
E) "andava devagar, mesmo com carro potente" - Aqui "mesmo" sugere uma ideia de contraste, mais uma vez não é o uso que queremos. 
 
Ótimo! Encontramos o uso que reflete o mesmo sentido do trecho. Te falei, questão de estilo e compreensão, e nem sempre o mais óbvio é o correto, né? 
 
A alternativa correta é a letra D.

Questões de Concurso para Analista Judiciário - Escrivão Judicial