A questão solicita ao candidato que identifique uma palavra que sintetize o sentido de um trecho específico do texto. Para isso, é crucial compreender o contexto e o significado das ações descritas no trecho citado. 

O trecho em questão detalha diversas ações executadas por pessoas nas esquinas de São Paulo para obter dinheiro fácil. Entre elas estão se fantasiar com roupas surradas, fazer cara de sofrimento, utilizar crianças como meio de comover, cantar em semáforos e até mesmo usar cadeiras de rodas sem necessidade física para tal. Estas ações são estratégias para manipular as emoções alheias e conseguir dinheiro de forma mais fácil. 

Aqui, é fundamental notar que essas pessoas estão, deliberadamente, apresentando-se de uma maneira que não corresponde à realidade, com o objetivo de induzir outros a lhes darem dinheiro. Isso configura um ato de simulação ou falsificação de uma condição ou circunstância. 

Analisando as alternativas, a opção (A) Ingenuidade não se alinha com o contexto pois sugere uma falta de malícia ou experiência, o que contraria a astúcia das ações descritas. A opção (B) Tristeza também não é adequada, visto que a tristeza que é demonstrada é falsa, uma ferramenta para conseguir esmolas, e não um sentimento genuíno. A opção (C) Despreparo é igualmente inapropriada, pois implica falta de habilidade ou conhecimento, enquanto o texto sugere uma deliberada e habilidosa simulação de estados para ganhar dinheiro. A opção (E) Aspereza, que implica em rudeza ou severidade, tampouco captura a essência de simulação e manipulação sugerida no trecho. 

A alternativa correta é, portanto, (D) Fingimento, que significa a ação de fingir, disfarçar-se ou apresentar-se de forma não genuína, o que corresponde precisamente ao que é descrito no trecho do texto em análise. 

Gabarito: Letra D

Atrás de dinheiro fácil, vale fazer de tudo nas esquinas de 
São Paulo. Vale se fantasiar com uma roupa surrada, fazer cara 
de pelo amor de Deus com criança no colo, cantar no farol ou até 
usar cadeira de rodas mesmo sendo capaz de andar.
Uma reportagem constatou o sucesso dessas artimanhas ao 
acompanhar a rotina de sete pessoas que transformaram mendi-
cância em profissão, ou seja, não se trata de miseráveis que não 
encontram outra forma de sobreviver. Todos têm residência fixa 
e declaram receber entre 30 e 100 reais por dia. Às vezes, fazem 
ponto em mais de um lugar. Sem nem sequer vender uma bala, 
essas pessoas faturam, em média, 600 reais por mês. Um bom 
negócio se comparado ao salário mínimo.
A fonte que alimenta a mendicância é vasta. Quatro em cada 
dez paulistanos dão esmola nos semáforos. Em vez de ajudar, quem 
dá esmola faz da mendicância um trabalho rentável.
Idade avançada ou problemas físicos, usados frequentemente 
como desculpa para justificar a situação da maioria desses pedin-
tes, não os impedem de viajar horas de ônibus, da periferia até os 
cruzamentos escolhidos.
Mendicância deixou de ser contravenção penal. O artigo que 
previa prisão de quinze dias a três meses para a prática foi revo-
gado em 2009. Entretanto, a questão é delicada. É difícil separar 
quem está precisando de ajuda por uma circunstância infeliz da 
vida daqueles que fizeram da mendicância um emprego.

se deve trabalhar ao menos 8 horas por dia.

mendigar acaba gerando uma fonte de renda.

quem pede esmolas viaja horas de ônibus.

O texto aborda a prática de mendicância em São Paulo como algo que transcende a simples necessidade. Ele descreve pessoas que transformaram esse ato em uma profissão lucrativa, gerando uma renda que, em alguns casos, se compara ao salário mínimo.
 
O fragmento "essas pessoas faturam, em média, 600 reais por mês" fornece uma base concreta para a assertiva de que a mendicância tornou-se uma fonte de renda para certos indivíduos, demonstrando a lucratividade desse tipo de atividade para alguns.
 
Trata-se de avaliar as alternativas com base na informação fornecida pelo texto de que a mendicância virou profissão não por uma necessidade extrema, mas como um meio de obtenção de renda.
 
A alternativa A é incorreta pois a necessidade de ter residência fixa é uma condição dos mendigos profissionais mencionados, mas não a razão pela qual a mendicância se torna uma profissão.
 
A alternativa B é equivocada pois não há menção de que esses individuais precisem trabalhar um mínimo de horas diárias para considerar a mendicância uma profissão.
 
A alternativa C é correta poque o texto aponta que a mendicância transformou-se em uma fonte de renda estável para algumas pessoas, fazendo com que obtenham um ganho mensal significativo através dela.
 
A alternativa D é imprópria porque, embora mencione que os mendigos viajam horas de ônibus, isto é apresentado mais como detalhe logístico e não como justificativa pelo qual a mendicância é vista como profissão.
 
A alternativa E não se sustenta porque a necessidade de sair de casa diariamente não é citada como fator que caracteriza a mendicância como profissão.
 
Gabarito: Letra C

O trecho mencionado na pergunta trata da habilidade de indivíduos, apesar de sua idade avançada ou problemas físicos, de viajar longas horas de ônibus até localizações específicas para pedir esmolas. Para entender a que ou quem o pronome "os" se refere, é crucial analisar as sentenças antes e depois do trecho destacado:

No trecho "Idade avançada ou problemas físicos, usados frequentemente como desculpa para justificar a situação da maioria desses pedintes, não os impedem de viajar horas de ônibus, da periferia até os cruzamentos escolhidos", observa-se a conexão entre os elementos mencionados e o pronome em questão. 

O pronome "os" é um pronome pessoal do caso oblíquo e atua como objeto direto na frase. Sua função é retomar uma ideia ou elementos mencionados anteriormente na sentença para evitar repetição e manter a coesão textual. Neste contexto, "os" está substituindo o termo que denota as pessoas que apesar de possuírem limitações como idade ou problemas físicos, ainda assim realizam longas viagens para mendigar. 

Observa-se que "problemas físicos" (opção A) e "escolhidos" (opção E) não podem ser referências para "os", já que problemas físicos fazem parte do sujeito da oração e não seriam lógicos como objeto da ação de impedir, e "escolhidos" refere-se aos cruzamentos, não sendo coerente com o contexto da ação descrita. "Ônibus" (opção C) e "cruzamentos" (opção D) são substantivos que denotam objetos inanimados e locais, respectivamente, e não são sujeitos da ação de viajar por si próprios. 

O termo "pedintes" (opção B) é que faz sentido para estar sendo retomado pelo pronome "os", pois indica claramente quem são os agentes capazes de viajar por horas, a despeito de suas condições físicas ou idade. Sendo assim, o pronome "os" efetivamente se refere aos pedintes que são mencionados antes na frase como aqueles que justificam sua situação com desculpas, mas que ainda conseguem realizar as viagens. 

Gabarito: Letra B

A questão pede para identificar a relação estabelecida pela preposição destacada na frase "... não se trata de miseráveis que não encontram outra forma de sobreviver." O entendimento correto da preposição em contexto é crucial para a resposta adequada. 

Primeiramente, analisemos a preposição em destaque: "de". Esta preposição é muito versátil na língua portuguesa e pode estabelecer diversas relações, dependendo do contexto em que está inserida. 

A alternativa (A) menciona o termo "lugar", mas a preposição "de" nesse contexto claramente não indica localização espacial, descartando essa opção. A alternativa (B) fala sobre "origem", novamente uma relação não compatível com o contexto do texto, que não se refere à proveniência de "miseráveis". 

Olhando para a alternativa (C), "matéria", percebe-se também que a preposição "de" não está introduzindo o tema ou o assunto sobre o qual algo é feito, então também não é a escolha correta. 

A alternativa (D), "posse", consideraria uma relação de pertencimento, que também não é indicada neste trecho por meio da preposição "de". 

Por fim, a alternativa (E), "finalidade", é a mais adequada. Nesse caso, a preposição "de" introduz uma explicação de finalidade ou propósito, indicando o porquê de algo não se tratar "de miseráveis". Ela está introduzindo a finalidade do não enquadramento dessas pessoas como "miseráveis", que é não encontrar outra forma de sobreviver. 

Gabarito: Letra E

Considere o texto da figura para responder às questões seguintes.
 <img alt='Imagem questão' src='https://d28sq8dmsjgyhi.cloudfront.net/4e625ba3dee2c126d500037f/imgs_02_GuardaPortuario/11.PNG' class='imagem_questao'> 
Depois	que passou a imitar o rei Roberto 
Carlos, as esmolas saltaram de 30 para 50 
reais por dia.

Questões de Concurso Autoridade Portuária de Santos (ex - Companhia Docas do Estado de São Paulo)