Quero que tenhais vida… – 1° parágrafo – (tenhais-lhe )

Muitos homens e mulheres vivem o apodrecimento da esperança… – 2° parágrafo – (vivem-no)

… tomar conta da criança, para que ela não arranque aquilo. – 3° parágrafo – (não arranque-lo)

O elefante, que é capaz de puxar o circo… – 4° parágrafo – (puxar-lo)

… alguém amarrou uma corrente na pata dele… – 4° parágrafo – (amarrou-lhe )

Na análise da questão sobre colocação pronominal, vemos que é necessário atentar para o emprego correto dos pronomes oblíquos e a formação das contrações existentes na norma-padrão. A alternativa correta é a letra B, pois, ao substituir “vivem o apodrecimento da esperança” por “vivem-no”, respeita a norma da língua. Isso ocorre porque “o apodrecimento” é o objeto direto da oração e, ao ser substituído, forma-se a contração da preposição “de” (implicada em verbos que admitem a crase ou regência) com o pronome “ele”, mas neste caso, não se exige a preposição, tampouco há erro, pois a análise considera a estrutura original da sentença.

Análise das Alternativas:
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 <li>Alternativa A: “tenhais vida” substituído por “tenhais-lhe”. Neste caso, a utilização do pronome “lhe” é inadequada, pois “vida” é um objeto direto, e não um objeto indireto. Assim, a substituição propõe um pronome que não se encaixa na regência do verbo “ter”.</li>
 <li>Alternativa B: “vivem o apodrecimento da esperança” substituído por “vivem-no”. Aqui, o pronome “o” (que se funde com a preposição formando “no”, quando necessário) está sendo empregado de forma correta, pois retoma o objeto direto “apodrecimento”, mantendo a coesão do enunciado.</li>
 <li>Alternativa C: “arranque aquilo” substituído por “não arranque-lo”. A forma “arranque-lo” mostra a inadequação de se utilizar a próclise ou mesóclise de forma isolada. Na norma-padrão, em situações de regência negativa e uso de imperativo, a posição correta do pronome deve ser precedida pela negativa ou reformulada, como em “não o arranque”.</li>
 <li>Alternativa D: “puxar o circo” substituído por “puxar-lo”. Embora a ênfase esteja na junção do pronome ao infinitivo, a forma correta exige o hífen com acentuação, ou seja, “puxá-lo”. Assim, “puxar-lo” não está de acordo com as normas.</li>
 <li>Alternativa E: “amarrou uma corrente” substituído por “amarrou-lhe”. Aqui, a substituição utiliza o pronome “lhe”, o qual é empregado para objetos indiretos. Entretanto, “uma corrente” é objeto direto e, portanto, a forma correta seria “amarrou-a”.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa B está correta, pois a substituição de “o apodrecimento da esperança” por “no” obedece à norma de colocação pronominal, refletindo o emprego adequado do pronome oblíquo átono em função de objeto direto.

Gabarito: Letra B

    Um dos grandes homens da história humana, Jesus de Nazaré, tem uma frase que considero uma das mais importantes, que é: “Quero que tenhais vida, e vida em abundância”. Não é pouca vida, menos vida, subvida, sobrevivência: “Quero que tenhais vida, e vida em abundância”. A beleza da frase é que está no plural: quero que tenhais, em vez de apenas quero que você tenha.
    Esse plural é um projeto de Vida coletiva ameaçado pela pior força negativa dos tempos atuais, o apodrecimento da esperança. Muitos homens e mulheres vivem o apodrecimento da esperança: a ideia de que as coisas são como são e não há outro modo de elas serem.
    A postura conformada expressa uma determinada atitude e convicção que cria um modelo mental extremamente perigoso. Basta ver nos poucos circos que ainda sobraram com o uso de animais não humanos: do lado de fora, um elefante parado. O elefante não pode ficar guardado numa jaula. Como é que ele fica do lado de fora do circo? Ele não consegue sair dali onde o deixaram. É uma coisa desesperadora. O elefante fica se movimentando pra lá e pra cá, com aquele jeito melancólico e que nos deixa entristecidos.
Porque, afinal de contas, é a ausência da liberdade. Ele fica preso numa estaca pequenina, que qualquer criança tira. Por que é que tem um guarda ao lado do elefante? Não é para tomar conta dele, é para tomar conta da criança, para que ela não arranque aquilo.
O elefante, que é capaz de puxar o circo, se for amarrado no 
    mastro central, um bicho de quatro toneladas e meia, o animal mais forte da natureza, não consegue arrancar uma simples estaca. Por quê? Porque ele foi formado daquele  jeito. Quando ele era pequeno, alguém amarrou uma corrente na pata dele e a cravou em uma estaca. Ele deu o primeiro tranco e não saiu, deu o segundo e não saiu, nunca mais ele tentou.
    Tem gente que funciona como um elefante do lado de fora do circo. São aqueles que acham que não tem jeito e não tentam. Acham que não pode ser feito, então não fazem.
Acham que o único jeito de fazer é daquele modo.


Questões de Português - Colocação pronominal - Auxiliar Agropecuário