Para resolver essa questão, é necessário entender como os conectivos destacados no texto original (pois, se, mas) são empregados e verificar qual das opções de resposta oferece substitutos que conservam o mesmo sentido e a relação lógica estabelecida originalmente.

1. "pois" 
No texto, "pois" é utilizado para indicar uma explicação ou justificativa. O narrador afirma que não citará o nome do seu amigo, explicando que ele é réu num processo, e essa é a razão para manter seu nome em anonimato.

 

2. "se" 
O uso de "se" introduz uma condição hipotética: "Se todos tivessem trepadeiras como a do Ivo, talvez não fizesse tanto calor." Isto propõe uma situação que, se fosse verdadeira, poderia ter determinado resultado.

 

3. "mas" 
A palavra "mas" é um conector adversativo usado para introduzir uma ideia que contrasta com a anterior: apesar de apresentar uma condição favorável anteriormente, o mundo ainda enfrenta problemas porque há menos trepadeiras.

 

Na opção da alternativa correta:

C) porque; caso; todavia 
- "porque" pode substituir "pois", mantendo o sentido de justificar ou explicar algo; 
- "caso" pode substituir "se", mantendo a ideia condicional, embora "caso" possa oferecer uma conotação ligeiramente diferente, ainda é apropriado nesse contexto; 
- "todavia" é um conectivo adversativo como "mas", oferecendo contraste sem mudar a essência da mensagem original.

 

Portanto, entendendo as funções gramaticais e lógicas dos conectivos em questão e suas substituições propostas, a alternativa correta é C. As outras opções oferecem palavras que alterariam significativamente o sentido pretendido no texto original ou não manteriam corretamente as relações lógicas apresentadas.

Gabarito: Letra C

Este ano o verão demorou a chegar e parece querer compen-
sar o atraso. Subo a avenida Angélica de carro e vejo um amigo 
a pé, pela calçada. Ele sua, bufa e resmunga qualquer coisa, pro-
vavelmente contra o sol. Dou uma buzinada, pergunto aonde vai, 
diz que ao fórum de Pinheiros. Ofereço uma carona. Ele salta 
para dentro do carro e logo fico sabendo que sua infelicidade 
tem menos a ver com verão do que com o vizinho, um sujeito de 
maus bofes chamado Adamastor.
Meu amigo é educado e pacífico. Não cito seu nome, pois 
é réu num processo aberto pelo tal Adamastor no Tribunal de 
Pequenas Causas; não quero prejudicá-lo. Vamos chamá-lo de 
Ivo, nome que me parece adequado a um sujeito educado e pa-
cífico. Assim como Adamastor cabe perfeitamente a um homem 
ignorante e agressivo – e vejam a coincidência, pois Adamastor 
é mesmo o nome do vizinho, que faço questão de citar para que 
se cubra de infâmia.
Ivo mora numa casa térrea separada da casa do vizinho por 
um muro de quatro metros de altura. Do outro lado do muro vive 
o Adamastor, mas Ivo nunca se lembra disso ao abrir a porta, 
todas as manhãs, pois entre o Adamastor e meu amigo, além do 
muro, há uma enorme trepadeira, uma tela verde que o próprio 
Ivo plantou faz uma década, e ali está a embelezar sua vista e 
purificar o ar da cidade.
Se todos tivessem trepadeiras como a do Ivo, talvez não fi-
zesse tanto calor. Talvez ainda houvesse garoa. Talvez o mundo 
estivesse salvo. Mas o mundo não está salvo, há menos trepadei-
ras do que sujeitos feito o Adamastor que, vejam só, encasquetou 
que a planta deixa sua casa úmida e que o Ivo precisa arrancá-la.
Eu disse que o Ivo era educado e pacífico. Não minto. Quan-
do o Adamastor apareceu, trazendo o cunhado para intimidar, 
meu amigo ouviu calmamente sua queixa. Disse que ia chamar 
um engenheiro capaz de dizer se a trepadeira era a culpada pela 
umidade e, caso se confirmasse a suspeita, ele a cortaria. “É a 
trepadeira!”, afirmou o Adamastor, com aquela pequena satis-
fação de quem acredita que o próprio sofrimento é fruto única e 
exclusivamente do prazer alheio e que, uma vez exterminada a 
alegria do outro, seu incômodo cessará, na triste matemática dos 
egoístas, onde só existe a soma zero.
Pois bem, meu amigo chamou não um nem dois, mas três 
engenheiros. Todos disseram, na frente do Adamastor, que a tre-
padeira é inocente. Que a umidade vem do chão e do lado da 
casa do querelante, mas Adamastor não aceita e, 15 dias atrás, ao 
abrir a porta, Ivo encontrou, além da trepadeira, uma intimação 
judicial. Adamastor está levando a trepadeira aos tribunais.
Não lhe importam a engenharia, a botânica, a lógica. O 
negócio é pessoal. Com seu nome de gigante* e sua alma de 
gnomo, ele vai até o fim, até arrancar a trepadeira, até deixar o 
mundo um pouquinho pior e poder gozar, em sua toca úmida e 
abafada, o triunfo de sua mediocridade. Brilhante, Adamastor.

Para resolver essa questão, é importante lembrar a regra geral da regência verbal e nominal, que define a necessidade de uso de preposições específicas com certos verbos e nomes. Vamos analisar cada espaço nas sentenças fornecidas no enunciado:

1. "A trepadeira **____** qual o vizinho sempre reclamava tornou-se motivo para uma disputa judicial."
 - Aqui, estamos tratando de algo do qual o vizinho reclamava, indicando posse ou relação direta. A preposição correta para conectar "reclamar" ao seu objeto é "de", levando ao uso correto de "da" para concordar com "a trepadeira" (feminino singular).
 
2. "Os engenheiros **____** quem Ivo recorreu confirmaram que a planta não era responsável pela umidade."
 - Nesta frase, o verbo "recorrer" requer a preposição "a" quando usado no sentido de buscar ajuda ou opinião, como é o caso aqui (recorrer aos engenheiros).
 
3. "O muro **____** o qual se estendia a trepadeira separava as duas casas."
 - A preposição adequada aqui envolve a localização onde a trepadeira se estendia. A preposição "sobre" é apropriada, pois indica que a trepadeira estava acima ou cobrindo a superfície do muro.

Agora, revisando as alternativas do enunciado em busca da combinação de preposições que se encaixam nesses contextos:

- Alternativa A: da … a … sobre.
- Alternativa B: com … por … sob.
- Alternativa C: da … para … sob.
- Alternativa D: a … a … sobre.
- Alternativa E: a … para … sobre.

A opção correta, que concorda com as análises das frases, é a Alternativa A: "da … a … sobre".

Gabarito: Letra A

Segundo ele, a decisão não aboliu totalmente as expressões grosseiras durante as partidas, mas elas com certeza diminuíram. (chulas).

Cada vez que um jogador reagir de forma malcriada a um lance ríspido ou a uma marcação do juiz, seu time será punido. (afável).

Peladeiros de um condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca, no Rio, criaram uma nova regra... (jogadores amadores).

“Fica chato para quem mora aqui ou pratica alguma atividade física ao redor do campo ter que ouvir palavrões ao lado de seus filhos, da família”... (constrangedor).

Para os jovens locais, a nova medida é educativa e simboliza respeito com a vizinhança. (representa).

Na questão fornecida, o objetivo é identificar um antônimo para expressões destacadas. Vamos analisar cada alternativa:

A) A expressão "grosseiras" refere-se a um comportamento rude e deseducado. O termo fornecido é "chulas", que também designa algo rude ou de baixo calão, portanto, não é um antônimo, mas sim um sinônimo ou uma palavra relacionada.
 

B) "Ríspido" é um adjetivo que descreve algo áspero, duro, que pode ser tanto no sentido físico quanto no tratamento interpessoal. "Afável", por outro lado, refere-se a algo amigável, gentil, suave no trato com as pessoas. Portanto, "afável" é um antônimo de "ríspido".
 

C) "Peladeiros" indica pessoas que jogam pelada, um tipo de jogo de futebol amador. "Jogadores amadores" é praticamente um sinônimo de "peladeiros", não um antônimo.
 

D) "Chato" pode ser interpretado como algo desagradável ou tedioso. "Constrangedor" é geralmente associado a situações que causam desconforto emocional ou social. Embora estes termos possam ocasionalmente sobrepor-se em contextos específicos, eles não são antônimos diretos e podem até ter conotações similares em alguns usos.
 

E) "Simboliza" é usado para indicar algo que serve como símbolo de outra coisa. "Representa" tem um significado bastante similar, sendo frequentemente usado como sinônimo de "simbolizar". Portanto, também não são antônimos.
 

Diante dessas análises, a alternativa que corretamente identifica um antônimo para a palavra destacada é a letra B, onde "afável" é o antônimo de "ríspido".

Gabarito: Letra B

Peladeiros de um condomínio de classe média alta na Barra 
da Tijuca, no Rio, criaram uma nova regra para as partidas dis-
putadas no campo do clube que serve aos moradores: palavrão 
é falta.
Cada vez que um jogador reagir de forma malcriada a um 
lance ríspido ou a uma marcação do juiz, seu time será punido.
A regra surgiu a partir de queixas de moradores. “Fica chato 
para quem mora aqui ou pratica alguma atividade física ao redor 
do campo ter que ouvir palavrões ao lado de seus filhos, da famí-
lia”, diz Vitor S., 25, morador do condomínio e peladeiro.
Segundo ele, a decisão não aboliu totalmente as expressões 
grosseiras durante as partidas, mas elas com certeza diminuíram. 
“A gente pensa duas vezes antes de falar para não cometer falta.”
Devido às queixas, os peladeiros e a administração do con-
domínio fizeram o acordo. Coube à administração instalar as pla-
cas pelo campinho informando sobre a nova regra.
Para os jovens locais, a nova medida é educativa e simboliza 
respeito com a vizinhança. “Mas ainda tem gente que não con-
segue se controlar. Aí toma falta e prejudica o time”, afirma o 
estudante Kaique C., 15.

à uma comunidade onde há muitas crianças.

No contexto da língua portuguesa, a crase é um fenômeno que envolve a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a" ou "as", formando "à" ou "às". Essa fusão somente ocorre quando o termo seguinte é feminino e admite o artigo "a", sendo ainda necessário que a preposição "a" esteja exigida pela regência do termo que antecede.

 

Vamos analisar as opções fornecidas na questão:

 

A) "à times dos bairros vizinhos." - Aqui, a palavra "times" é um substantivo masculino plural, o que impede a ocorrência de crase, já que a crase depende do artigo feminino.

 

B) "à pessoas que frequentam o local." - A palavra "pessoas" é feminina, mas a ausência de um artigo "a" antes dela em situações normais (dizemos "as pessoas") faz com que a crase não seja aplicável aqui.

 

C) "à turma de peladeiros." - "Turma" é um substantivo feminino e admite o uso do artigo "a" ("a turma"), além de ser precedido de uma preposição exigida pela construção da frase. Portanto, a crase é correta neste caso, pois há a fusão da preposição "a" com o artigo "a".

 

D) "à todos os moradores." - O uso do artigo "os" (masculino) torna a crase incorreta, uma vez que crase é uma fusão relacionada ao artigo feminino.

 

E) "à uma comunidade onde há muitas crianças." - O uso de "uma" (artigo indefinido) também impede a ocorrência de crase.

 

A explicação detalhada revela que apenas a alternativa C cumpre todas as condições necessárias para que haja crase, tornando-a a resposta correta a questão.

Gabarito: Letra C

Para abordar a questão proposta, é essencial entender a finalidade de cada tipo de documento mencionado nas alternativas e determinar qual se encaixa melhor no contexto de uma solicitação ao prefeito.

A) Uma procuração é um documento através do qual uma pessoa (física ou jurídica) concede poderes a outra para agir em seu nome em diversas situações, tais como representações legais ou para realizar negócios em seu nome. Neste caso, a solicitação feita ao prefeito não envolve a transferência de poderes, portanto, esta alternativa é inadequada. 

B) Uma declaração é um documento que afirma algo como sendo verdade, servindo principalmente para atestar a veracidade de informações pessoais ou outras situações específicas. Não se aplica aqui, pois o objetivo não é declarar ou atestar algo, mas solicitar uma mudança de horário. 

C) Um memorando é uma comunicação escrita utilizada dentro de entidades públicas ou privadas para informar, solicitar informações, orientar procedimentos ou outro comunicado interno informal, mas não tem o formalismo necessário para uma solicitação ao prefeito, que é uma figura externa à comunidade dos peladeiros. 

E) Uma circular é um documento usado para comunicar o mesmo assunto a várias pessoas ou departamentos dentro de uma organização, não sendo adequada para uma solicitação direta ao prefeito para a mudança de um serviço público. 

D) Um requerimento, em contraste, é o documento apropriado para uma situação em que cidadãos ou um grupo de pessoas faz uma solicitação formal a uma autoridade pública — como um prefeito. Este documento é usado exatamente para formular pedidos oficiais, como a extensão do horário de funcionamento de um parque municipal. Portanto, esta é a alternativa correta e mais adequada para o contexto descrito na questão. 

Gabarito: Letra D

Questões de Português - Auxiliar Judiciário