A paisagem a qual descrevi me deslumbra até hoje.

Não havia ninguém na rua quando a manhã se descortinou.

Meu irmão demonstrava surpresa sempre que via as grades.

A velha senhora tem o olhar atento as belas paisagens da cidade.

Minha percepção sobre o Rio mudou a partir da visão daquela senhora.

Em "a": Errado – O verbo "descrever" não dispõe de regência indireta e, como tal, o uso da crase não é permitido. Em "b": Errado – Em "a manhã", temos apenas a presença de um artigo; por isso, a crase não deverá ser empregada, dado que ela representa a fusão de a (preposição) + a (artigo). Em "c": Errado – O verbo "ver" não apresenta regência indireta. Em "d": Certo – O verbo "atentar" apresenta regência indireta, isto é, com preposição, e, como estamos diante de um vocábulo feminino no plural, temos também a presença do artigo "as". Dada a presença desses dois elementos, a presença da crase torna-se obrigatória. Em "e": Errado – Não se usa crase antecedendo verbos. Resposta: Letra D.


1    É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono.
Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.

2    Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.

3    É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem pessoas.
O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.

4    Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer- -se num aceno, quando alguém passar.

5    É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.

6    Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.

7    Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.

8    Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.

9    Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.



A falta de incentivo direto a setores destinados à reciclar o lixo é um entrave para solucionar o problema urbano.

A indústria brasileira de informática cresce à uma taxa de 20% a 25% ao ano, superior ao que acontece em média no mundo todo.

As empresas fabricantes de eletrodomésticos precisam se adequar à regras mais justas em relação ao mercado consumidor.

O efeito dos fatores climáticos sobre o lixo eletrônico leva à liberação de componentes tóxicos nas águas, na atmosfera e no solo.

 Os países desenvolvidos multam os fabricantes por produtos que têm vida útil reduzida, o que os torna temerosos à leis mais severas.

Em "a": Errado &nbsp;– Não ocorre crase antecedendo verbos. Em "b": Errado&nbsp;– Não ocorre crase diante de vocábulos indefinidos, ainda que estejam no feminino, como em "uma", por exemplo. Em "c": Errado&nbsp;– Nesse caso, temos apenas a preposição decorrente do verbo "adequar", e não o artigo feminino, pois, se tivéssemos, teríamos a forma "às regras". Em "d": Certo&nbsp;– O verbo "levar" apresenta regência indireta e, por isso, há a preposição "a" e também temos o artigo feminino "a" em "leva à liberação". Em "e": Errado&nbsp;– Novamente aqui também apenas temos a preposição "a", e não o artigo feminino. Resposta: Letra D.

Questões de CESGRANRIO - Português - Uso da crase - 2022