A questão tem o objetivo de avaliar a compreensão textual. A) Alternativa incorreta. É uma realidade o "viver sempre apressado", mas não é a opinião exposta no excerto. A autora considera que as pessoas se acostumam a essa realidade apressada, mas que não deveriam.B) Alternativa incorreta. A luta pela paz é um enfoque, mas não a consequência proposta no trecho opinativo.C) Alternativa correta. O ser humano toma atitudes no "automático". Ele se acostuma e abre mão de aproveitar a vida tal como poderia ser aproveitada.D) Alternativa incorreta. Não se estabelece relação de consequência entre a opinião da autora e, especificamente, a influência da publicidade.E) Alternativa incorreta. É uma extrapolação a afirmação de que a consequência de todos os seres humanos é "desistir de proteger o meio ambiente".

1 Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

2 A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

3 A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

4 A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

5 A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

6 A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

7 A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

8 A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

9 A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

10 A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre coesão e coerência. A) Alternativa correta. Nota-se uma relação de causa: "A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra, e, porque aceitamos a guerra, aceitamos os mortos".B) Alternativa incorreta. Não há relação de concessão. Um exemplo de concessão: "Embora vejamos anúncios em excesso, devemos exercitar a criticidade para a interpretação destes".C) Alternativa incorreta. Não há relação de comparação.D) Alternativa incorreta. Não há relação de conformidade. As orações conformativas, usualmente, são introduzidas por "segundo" ou sinônimos.E) Alternativa incorreta. Não há relação de consequência. Exemplo de consequência: "Viu tanto anúncio que se cansou".

Feliz é quem se dá o direito de estar bem.

As pessoas nunca acostumam-se com a felicidade.

Agradar-nos-ia a ideia de que todos têm direito à paz.

Viver a vida intensamente é o que lhe confere sentido.

Afastando-nos de quem nos quer bem, saudamos a solidão.

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre colocação pronominal. A) A colocação pronominal está adequada. Os pronomes relativos são atrativos para o uso da próclise. B) Gabarito. Os advérbios que expressam negação são atrativos para o uso da próclise. Portanto: "As pessoas nunca se acostumam com a felicidade". C) A colocação pronominal está adequada. Recomenda-se o uso da mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Não se inicia um período com o pronome oblíquo átono. D) A colocação pronominal está adequada. O termo "que" é atrativo para a próclise. E) A colocação pronominal está adequada. Recomenda-se o uso da mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

 Necessitam-se de novos estímulos para prosseguir.

 Algumas pessoas costuma queixarem-se da vida.

 Destruiu-se os sonhos de viver uma vida melhor.

 Em outros tempos, confiavam-se mais nas pessoas.

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre concordância verbal. A) Alternativa incorreta. O verbo transitivo indireto (necessitar), acrescido do índice de indeterminação do sujeito (se), mantém-se no singular. "Necessita-se de novos estímulos para prosseguir".B) Alternativa incorreta. O verbo "costumar" concorda com a expressão: "Algumas pessoas". Portanto: "Algumas pessoas costumam se queixar da vida".C) Alternativa correta. O verbo "acostumar" concorda com "o homem".D) Alternativa incorreta. O verbo "destruir" deve concordar com o sujeito posposto. "Destruíram-se os sonhos".E) Alternativa incorreta. O verbo "confiar" concorda no singular: "confiava-se mais".

É preciso estar atento às coisas boas da vida.

Gostaria de poder viver melhor o meu dia à dia.

As decisões às quais citei vão transformar a minha vida.

O parque ecológico localiza-se à três quilômetros daqui.

À partir de hoje, não acumularei mais produtos supérfluos.

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre o uso da crase. A) Alternativa correta. A regência da expressão "estar atento" exige a preposição a. Quem está atento está atento a algo. O substantivo "coisas" é acompanhado do artigo "a".B) Alternativa incorreta. Não se usa crase entre termos repetidos: dia a dia, passo a passo, entre outras.C) Alternativa incorreta. A regência do verbo "citar" não exige a preposição a. Quem cita cita algo. "As decisões as quais citei vão transformar a minha vida".D) Alternativa incorreta. Não há um artigo feminino antes de "três". Deve-se considerar, com atenção, a aparição de crase antes de numeral.E) Alternativa incorreta. Não se usa crase antes de verbo.

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