O enunciado apresenta um texto que discute o impacto da inteligência artificial (IA) no mercado financeiro, destacando tanto suas vantagens quanto seus desafios. A questão pede ao candidato que identifique, além do argumento de autoridade, qual outro tipo de argumento é utilizado pelo autor na tentativa de convencer o leitor de que a IA é mais eficiente do que o ser humano na tomada de decisões.

Ao analisarmos o texto, percebemos que, além de citar autores renomados (argumento de autoridade), o autor exemplifica os vieses cognitivos dos seres humanos, como “excesso de confiança” e “efeito de ancoragem”, para depois mostrar que a IA, ao contrário, minimiza esses riscos. Um trecho que ilustra tal exemplificação é: “Investidores e gestores de fundos, por exemplo, muitas vezes caem em armadilhas psicológicas, como o excesso de confiança ou o efeito de ancoragem, que podem levar a decisões que não apresentam a melhor qualidade possível além de perdas financeiras. A IA, por outro lado, é projetada para minimizar esses riscos…”. O uso de exemplos reais e concretos, como “excesso de confiança” e “efeito de ancoragem”, funciona para tornar o argumento mais tangível e próximo da experiência do leitor, o que caracteriza a estratégia de exemplificação.


Vamos analisar as alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) Exemplificação: Correta. O texto apresenta casos e exemplos de vieses humanos em contraste com o funcionamento da IA.</li>
<li>B) Comprovação: Incorreta. O texto não apresenta dados empíricos, experimentos ou provas concretas para comprovar sua tese.</li>
<li>C) Constatação: Incorreta. A constatação refere-se a afirmar um fato percebido ou observado, o que não é o caso central da construção argumentativa.</li>
<li>D) Consenso: Incorreta. Não há menção a uma opinião ou aceitação geral da sociedade, de especialistas, ou do público em geral.</li>
<li>E) Analogia: Incorreta. O texto não traça paralelos entre conceitos distintos para demonstrar suas ideias, mas sim descreve situações exemplares do universo abordado.</li>
</ul>


Dessa maneira, ao utilizar exemplos concretos de falhas humanas e contrastá-las com a atuação da IA, o autor recorre à estratégia da exemplificação para tornar sua argumentação mais convincente.

Gabarito: Letra A

1 A utilização da IA no mercado financeiro é, sem dúvida, uma inovação poderosa, trazendo consigo a promessa de transformar radicalmente a maneira como os mercados operam. Uma das principais vantagens da IA é sua capacidade de analisar grandes quantidades de dados em tempo real. Segundo Agrawal, Gans e Goldfarb (2019) em The Economics of Artificial Intelligence: An Agenda, a IA oferece uma eficiência inigualável na execução de transações e na gestão de portfólios, o que pode resultar em maior precisão e redução de custos operacionais para as instituições financeiras. Além disso, a capacidade da IA de operar sem a influência de emoções é uma das suas vantagens mais notáveis.

2 Em um mercado em que decisões rápidas e racionais são essenciais, a IA se destaca por sua capacidade de tomar decisões baseadas exclusivamente em algoritmos e dados objetivos, eliminando o impacto de vieses cognitivos que frequentemente prejudicam a tomada de decisões humanas. Investidores e gestores de fundos, por exemplo, muitas vezes caem em armadilhas psicológicas, como o excesso de confiança ou o efeito de ancoragem, que podem levar a decisões que não apresentam a melhor qualidade possível além de perdas financeiras. A IA, por outro lado, é projetada para minimizar esses riscos, oferecendo uma abordagem mais racional e consistente para a tomada de decisões.

3 No entanto, a introdução da IA no mercado financeiro também apresenta desafios significativos.
Um dos problemas mais críticos é a chamada “caixa preta” dos algoritmos de IA, na qual as decisões são tomadas com base em processos complexos que são frequentemente opacos para os humanos. Isso levanta questões éticas e de responsabilidade, especialmente quando as decisões automatizadas levam a resultados adversos.

4 A falta de transparência nos modelos de IA pode criar uma situação a partir da qual não se consegue entender completamente como e por que certas decisões foram tomadas, o que é particularmente preocupante em um contexto em que erros ou vieses podem ter consequências significativas. Os algoritmos de IA podem perpetuar e até amplificar desigualdades sistêmicas, e certos grupos podem ser penalizados, ou favorecidos, exacerbando as disparidades econômicas e criando um ambiente de incerteza e desconfiança. Além disso, há um risco real de que a “desumanização” das finanças possa resultar em uma falta de discernimento contextual. As condições de mercado podem mudar rapidamente e exigir uma resposta adaptativa que vai além do que os algoritmos de IA foram programados para considerar.

5 Outro aspecto crucial é o impacto da IA na percepção de controle e confiança dos investidores. Quando as decisões de investimento são automatizadas, eles podem sentir que perderam o controle sobre suas próprias finanças. Essa sensação de alienação pode levar a uma diminuição da confiança nas decisões tomadas em seu nome, mesmo que essas decisões sejam baseadas em análises robustas e imparciais. A falta de confiança pode levá-los a evitar oportunidades de mercado promissoras, subutilizando o potencial de suas carteiras e impactando negativamente o desempenho financeiro a longo prazo.

6 Além disso, a ascensão da IA no mercado financeiro levanta questões sobre a substituição do trabalho humano por máquinas, um tópico de grande relevância psicológica e social. A IA, com sua capacidade de executar tarefas com eficiência e precisão, pode tornar redundantes muitas das funções que antes exigiam habilidades humanas especializadas.

7 À medida que o mercado financeiro continua a evoluir com a integração da IA, é importante que esses fatores sejam considerados para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e eficaz, sem comprometer a integridade do processo decisório e o bem-estar psicológico dos indivíduos envolvidos.

A questão aborda a significação vocabular de conjunções, pedindo ao candidato que identifique, entre as opções, aquela que apresenta o mesmo valor semântico da expressão mesmo que, presente no trecho: "Essa sensação de alienação pode levar a uma diminuição da confiança nas decisões tomadas em seu nome, mesmo que essas decisões sejam baseadas em análises robustas e imparciais".

No contexto apresentado, a expressão mesmo que introduz uma oração subordinada adverbial concessiva, isto é, indica uma ideia de concessão: algo ocorre apesar de outra condição contrária. O sentido transmitido é de que a diminuição da confiança pode acontecer ainda que as decisões sejam bem fundamentadas, sugerindo contraste entre a expectativa e o resultado.

Análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) portanto – "Portanto" é um conectivo conclusivo; indica consequência ou conclusão, não concessão. Logo, não apresenta o mesmo valor semântico que "mesmo que".</li>
 <li>B) contanto – "Contanto" é uma conjunção condicional (equivale a "desde que"). Indica condição para que algo aconteça, diferentemente da concessão expressa por "mesmo que".</li>
 <li>C) enquanto – "Enquanto" normalmente expressa valor temporal (ao mesmo tempo que) ou de comparação, mas não de concessão.</li>
 <li>D) porquanto – "Porquanto" é causal (indica motivo ou razão, semelhante a "porque"), e não concessiva.</li>
 <li>E) conquanto – "Conquanto" é uma conjunção subordinativa concessiva, tal como "mesmo que", sendo sinônima de "embora", "ainda que", "apesar de que". O sentido da frase permanece intacto ao substituir: "Essa sensação de alienação pode levar a uma diminuição da confiança nas decisões tomadas em seu nome, conquanto essas decisões sejam baseadas em análises robustas e imparciais".</li>
</ul>

Portanto, a alternativa correta é a letra E, pois "conquanto" corresponde exatamente ao valor concessivo que "mesmo que" expressa na frase. Esse tipo de análise é fundamental em questões de compreensão e gramática, especialmente para concursos, pois exige atenção ao papel dos conectores textuais e ao sentido global da oração em que aparecem.

Gabarito: Letra E

A palavra “opacos”, no contexto do trecho “as decisões são tomadas com base em processos complexos que são frequentemente opacos para os humanos”, refere-se a algo que não é claro, não é transparente, ou seja, aquilo que não pode ser facilmente compreendido ou analisado profundamente por pessoas. A palavra carrega, portanto, o sentido de algo obscuro, difícil de entender, de modo que impede a visualização completa ou a compreensão daquilo que está sendo analisado.

Vamos analisar cada alternativa proposta:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) proibidos: Uma informação proibida é aquela que não pode ser acessada, mas não necessariamente é difícil de compreender. O termo não carrega o mesmo significado de “opacos” no texto.</li>
 <li>B) irreais: Aquilo que é irreal não existe, é fictício. O contexto do texto, no entanto, mostra que os processos existem, mas são difíceis de compreender. Portanto, "irreais" não é adequado.</li>
 <li>C) imperfeitos: Algo imperfeito é aquilo que possui falhas ou não é completo. Embora um processo opaco possa ser imperfeito em alguns aspectos, o sentido central aqui é a falta de clareza, e não a ausência de perfeição.</li>
 <li>D) contestáveis: Algo contestável pode ser questionado ou colocado em dúvida, o que não corresponde ao sentido empregado para “opacos”, pois o foco está na dificuldade de compreensão, não na possibilidade de contestação.</li>
 <li>E) incompreensíveis: Esse termo significa aquilo que não se consegue compreender. Está perfeitamente alinhado ao sentido que o texto quer passar sobre os processos dos algoritmos de IA: são difíceis de entender, de penetrar em sua lógica interna, ou seja, “incompreensíveis”.</li>
</ul>

Vale ressaltar que, ao abordar a “caixa preta” dos algoritmos, o texto sugere justamente essa opacidade, essa ausência de transparência, tornando os processos pouco acessíveis ao entendimento humano. Portanto, “incompreensíveis” é a palavra que melhor preserva o sentido original, pois mantém a ideia de algo não transparente, indecifrável, difícil de entender.

Gabarito: Letra E

 É possível substituir o trabalho humano pela IA.

 É possível otimizar negociações financeiras com a IA.

 É preciso confiar nas tomadas de decisão pela IA.

 É preciso equiparar as habilidades humanas às da IA.

 É preciso equilibrar o bem-estar humano e o uso da IA. 

A análise do texto apresentado mostra uma abordagem equilibrada sobre o uso da inteligência artificial (IA) no mercado financeiro, destacando tanto suas vantagens quanto desafios e riscos associados. O autor não se limita a exaltar os benefícios, como a eficiência, a precisão e a imparcialidade que os algoritmos trazem ao cenário das finanças, mas também enfatiza as preocupações que emergem desse processo, dentre elas as questões éticas, a falta de transparência, o risco de perpetuação de desigualdades, a desumanização, possíveis danos à confiança dos investidores e a substituição do trabalho humano por máquinas.

No decorrer dos parágrafos, evidencia-se o cuidado do texto em ponderar os aspectos positivos da presença da IA (como no segundo parágrafo, ao mencionar a minimização dos vieses humanos e a racionalidade aprimorada na tomada de decisões) com os perigos e questionamentos éticos e psicológicos (como a alienação dos investidores, o impacto na confiança e o risco de desemprego tecnológico). Por esse motivo, a intenção do texto vai além da discussão tecnológica: há uma preocupação constante em como o avanço da IA pode afetar o bem-estar, a responsabilidade e o equilíbrio do ser humano nesse novo contexto.

Analisemos as alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>
A) É possível substituir o trabalho humano pela IA. — Esta alternativa foca em um recorte abordado no texto (especialmente no sexto parágrafo), porém menciona apenas um dos aspectos tratados, e não resume o tema central, já que a discussão é mais ampla do que a mera substituição do trabalho humano.
</li>
<li>
B) É possível otimizar negociações financeiras com a IA. — A otimização é um dos benefícios destacados nos parágrafos iniciais, mas o texto não se limita apenas à eficiência operacional; ele avança para aspectos éticos, sociais e psicológicos.
</li>
<li>
C) É preciso confiar nas tomadas de decisão pela IA. — Em momento algum o autor advoga a confiança cega na IA; ao contrário, ressalta os riscos inerentes à automação e à falta de transparência.
</li>
<li>
D) É preciso equiparar as habilidades humanas às da IA. — Novamente, a alternativa restringe-se a uma comparação que, apesar de subentendida em alguns trechos, não representa o foco de discussão do texto.
</li>
<li>
E) É preciso equilibrar o bem-estar humano e o uso da IA. — Esta alternativa é a que melhor sintetiza o tema central, pois contempla a necessidade de considerar o fator humano diante dos avanços tecnológicos. Isso é evidente no último parágrafo, ao enfatizar a importância da utilização ética e eficaz da IA sem prejudicar o bem-estar psicológico dos indivíduos.
</li>
</ul>

Em conclusão, a alternativa mais adequada e alinhada ao teor global do texto é a letra E, pois expressa justamente a ideia de equilíbrio entre as vantagens tecnológicas e o cuidado com a dimensão humana no contexto financeiro.

Gabarito: Letra E

 A IA, conforme vem sendo divulgado revolucionará a forma de fazer negócios.

 Uma ascensão rápida no mercado de trabalho, depende do conhecimento acumulado ao longo da vida.

 Proatividade é uma das características mais procuradas em candidatos a empregos, mas a ética, é a principal.

 Constituem, pré-requisitos para acessar uma vaga nesta empresa, competência administrativa, boa comunicação e conhecimento em TI.

 Certamente, as empresas que estão na liderança fazem uso de IA.

A análise do emprego da vírgula é essencial para garantir a clareza, a coesão e a conformidade com a norma culta da Língua Portuguesa. Vamos examinar cada uma das alternativas apresentadas, destacando os equívocos e justificando a alternativa correta conforme exigido pela CESGRANRIO.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>
A ) A IA, conforme vem sendo divulgado revolucionará a forma de fazer negócios. 
Há um erro de pontuação: a locução adverbial "conforme vem sendo divulgado" deveria estar isolada por vírgulas, pois funciona como um adjunto adverbial intercalado. O correto seria: A IA, conforme vem sendo divulgado, revolucionará a forma de fazer negócios.
</li>

<li>
B ) Uma ascensão rápida no mercado de trabalho, depende do conhecimento acumulado ao longo da vida. 
Há um erro clássico de vírgula entre o sujeito e o predicado (antes de "depende"), o que é vedado pela norma culta. O correto seria: Uma ascensão rápida no mercado de trabalho depende do conhecimento acumulado ao longo da vida.
</li>

<li>
C ) Proatividade é uma das características mais procuradas em candidatos a empregos, mas a ética, é a principal. 
O erro ocorre pelo uso indevido da vírgula após "mas a ética", pois ela separa o sujeito "a ética" do predicado "é a principal". Assim, a frase correta seria: Proatividade é uma das características mais procuradas em candidatos a empregos, mas a ética é a principal.
</li>

<li>
D ) Constituem, pré-requisitos para acessar uma vaga nesta empresa, competência administrativa, boa comunicação e conhecimento em TI. 
Há uso abusivo de vírgulas: a primeira vírgula após o verbo "constituem" está incorreta, separando o verbo de seu complemento. O correto seria: Constituem pré-requisitos para acessar uma vaga nesta empresa: competência administrativa, boa comunicação e conhecimento em TI.
</li>

<li>
E ) Certamente, as empresas que estão na liderança fazem uso de IA. 
Neste caso, a vírgula está corretamente empregada para separar o advérbio inicial "Certamente" do restante da oração. A colocação dos elementos da oração obedece à norma padrão do português, pois é facultativo o uso da vírgula para separar advérbios deslocados, especialmente quando se deseja marcar pausas enfáticas ou ritmos no texto. Exemplo semelhante ocorre em: Infelizmente, não poderei comparecer.
</li>
</ul>

Alternativa Correta:

Portanto, a alternativa que está plenamente correta sob o prisma da norma-padrão no emprego da vírgula é a letra E. O advérbio "Certamente" está adequadamente separado do restante da frase por uma vírgula, conferindo clareza e formalidade ao período. Todas as demais alternativas apresentam vírgulas incorretas, seja separando sujeito e predicado, verbo e complemento, ou elementos que não demandam tal pontuação. O domínio desses aspectos é fundamental tanto para a produção de textos formais quanto para a realização de provas de concursos.

Gabarito: Letra E

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