A questão do CESPE (atual CEBRASPE) aborda uma substituição lexical que envolve o verbo "derivam" no contexto do aproveitamento das plantas para produção de medicamentos. Vamos analisar se a substituição pela palavra "provêm" mantém a correção gramatical e o sentido do texto.
 
Observação da palavra "derivam": O verbo "derivam", usado aqui, sugere uma origem ou uma fonte, indicando que as drogas têm como base ou são extraídas das plantas. Isso implica um processo de transformação ou extração de componentes das plantas para a criação das drogas.
 
Observação da palavra "provêm": Por sua vez, "provêm" também sugere uma origem ou procedência. No entanto, este verbo é menos específico no que diz respeito ao processo de transformação e é mais diretamente conectado com a ideia de origem ou procedência pura, sem implicar necessariamente uma alteração ou adaptação.
 
Embora ambos os verbos lidem com a ideia de origem, "derivam" é mais adequado no contexto do texto, pois alude não somente à origem das drogas nas plantas, mas também ao processo de transformação envolvido na produção de medicamentos a partir desses insumos naturais. Assim, substituir "derivam" por "provêm" poderia levar a uma leve alteração de sentido, focando mais na origem pura do que no processo de derivativo.
 
Portanto, a alternativa Certo está correta. A substituição preserva a correção gramatical e não altera significativamente o sentido original do texto, permitindo que o leitor entenda que as drogas têm sua origem nas plantas, quer isso inclua ou não o processo de transformação expresso mais especificamente por "derivam".
 
alternativa correta é C.

Três quartos das drogas utilizadas no receituário
médico derivam de plantas descobertas pelo conhecimento
indígena. De cento e vinte componentes ativos isolados de
plantas, 75% têm origem em seu uso tradicional. O
aproveitamento da biodiversidade no mercado transformou-se
em um negócio expressivo: a venda de medicamentos
derivados de plantas nos Estados Unidos da América (EUA),
em 1990, já alcançava US$ 15,5 bilhões. Especialistas
destacam a relevância do conhecimento indígena no que diz
respeito a produtos como o quinino (para malária); o curare
(relaxante muscular); o diosgenin (hormônio esteroide usado
nas pílulas anticoncepcionais); a vincristina (usada na cura do
mal de Hodgkin e da leucemia). 
Em 1999, organizações indígenas da Amazônia, com
o apoio de entidades ambientalistas, entraram com um pedido
de anulação da patente da planta ayahuasca ou yagé
(Banisteriopsis caapi), registrada por Loren Miller, em 1986.
O argumento, apresentado ao Patent and Trademark Office dos
EUA, é de que a planta é usada pelos pajés da Amazônia em
cerimônias religiosas de cura, para chamar os espíritos e para
prever o futuro, devendo ser cuidada e usada com respeito e
precaução. Na petição, solicita-se que o serviço de patentes
cuide de registrar apenas produtos aos quais se tenha
acrescentado conhecimento, o que não vem ocorrendo com
plantas de uso tradicional. O registro aceita como propriedade
particular de qualquer um conhecimentos que pertencem há
gerações a outras culturas, quebrando a exigência de que a
patente caracterize inovação. A solicitação pretende que o
serviço de patentes garanta contribuições aos povos indígenas,
incentivando a conservação dos sistemas tradicionais de
conhecimento da biodiversidade, equilibrando os benefícios
entre os operadores do mercado e os detentores do
conhecimento por tradição de uso.

A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados caso
se substituísse


No universo das provas de concurso, especialmente com banca como o Cebraspe, é essencial entender como a gramática e a escolha de palavras se interceptam com nuances de significado. A questão proposta testa a substituição lexical no contexto do texto, focando na expressão "entraram com", utilizada para introduzir a ação de iniciar um processo legal ou formal.

 

Quando dizemos que alguém "entrou com um pedido", estamos utilizando uma expressão que carrega a conotação de iniciar um processo, muito usada em contextos jurídicos e burocráticos. A proposta de substituição por "interpuseram" carrega um sentido similar que é se opor ou ajuizar algo, geralmente usado também em contextos formais, especialmente em ações de contestação ou recurso. Consequentemente, a substituição mantém a ideia original de instaurar uma ação formal pelo contexto jurídico apresentado, sem desmerecer o texto original em termos gramaticais ou de sentido.

 

Portanto, a substituição não altera o sentido operacional ou a correção gramatical da oração, validando a resposta que indica como "Certo" essa possibilidade de alteração. O Cebraspe aqui testou se você consegue identificar a equivalência funcional de termos em contextos específicos, uma habilidade crucial para evitar armadilhas de linguagem em textos normativos ou técnicos.

 

Alternativa correta é C.

“entraram com” (R.15) por interpuseram.

Olá! A questão pede para analisarmos a substituição dos termos "desenhos tridimensionais e bidimensionais" por "desenhos multi-dimensionais" no contexto do texto. Vamos lá?

 

Os conceitos de "tridimensional" e "bidimensional" são bastante específicos: o primeiro refere-se a objetos que têm três dimensões (comprimento, largura e altura), enquanto o segundo refere-se a objetos que possuem apenas duas dimensões (comprimento e largura). Juntos, esses termos abrangem duas categorias distintas de desenhos, que são tratados de forma legalmente específica na proteção de desenhos industriais.

 

Por outro lado, o termo "multi-dimensionais", apesar de parecer que pode abranger ambos os termos originais, na verdade introduz uma possibilidade de ambiguidade, pois pode sugerir a inclusão de desenhos com qualquer número de dimensões, até mesmo mais de três (o que na prática comum e linguística relevante, não é categorizado em "tridimensional" ou "bidimensional").

 

Além disso, em termos de precisão necessária em textos legais ou técnicos, como aquele em discussão que trata de registro de designs industriais, a especificidade é crucial. Uma substituição por um termo mais genérico e potencialmente mais ambíguo poderia afetar a interpretação legal do texto e as proteções aplicáveis. Portanto, a substituição proposta poderia sim alterar o sentido original e trazer prejuízos para a precisão e correção do texto.

 

A alternativa correta é E.

O termo “desenhos tridimensionais e bidimensionais” (R. 8 e 9)
poderia ser substituído, sem alteração de sentido ou prejuízo
para a correção do texto, por desenhos multi-dimensionais.

A vantagem de se obter o registro de desenho
industrial é que este dá ao titular do registro a propriedade
temporária sobre a criação, de forma a impedir terceiros de
fabricá-la, comercializá-la, usá-la ou vendê-la no Brasil sem
sua autorização.
A proteção ao desenho industrial inclui a proteção
a projetos e formas, quando estão associados a uma
funcionalidade. É possível proteger desenhos tridimensionais
e bidimensionais aplicados à forma externa (por exemplo, uma
luminária em forma de garrafa) e ao padrão ornamental (o
conjunto de linhas e cores em uma estampa para tecidos, por
exemplo). Nos dois casos, o desenho deve ter um resultado
visual novo e original. A aparência externa do objeto deve ser
única. 
O profissional deve solicitar o pedido de registro antes
de expor sua criação ao público por qualquer meio — site,
redes sociais, catálogo ou publicação de trabalho acadêmico.
Formas puramente artísticas, como pinturas, gravuras e
esculturas, não podem ser registradas como desenho industrial.
Outra regra importante: o desenho ou projeto
desenvolvido deve ter a possibilidade de ser fabricado
industrialmente, ou seja, de ser reproduzido em série e de
maneira idêntica. Assim, em relação ao ramo alimentício, por
exemplo, massas e biscoitos produzidos sob molde por uma
fábrica podem receber o registro de desenho industrial; um
bolo caseiro, não.

Julgue os seguintes itens, acerca de aspectos linguísticos do texto.


Vamos analisar essa questão, que mais parece um mini-enigma linguístico, não é mesmo? A questão pede para julgar se substituir a palavra “Assim” por “Nesse ínterim” mantém o sentido original e a correção gramatical do texto. Opa! Esses são os detalhes que fazem toda a diferença.

 

Primeiro, vamos entender o significado de cada expressão. “Assim” é uma conjunção que indica uma relação de conclusão ou consequência entre ideias. Em outras palavras, mostra que a frase seguinte é um resultado ou esclarecimento da anterior. Enquanto isso, “Nesse ínterim” é uma expressão que indica um período de tempo enquanto algo está acontecendo. Ou seja, tem tudo a ver com tempo, e não consequência.

 

Se voltarmos ao texto: “o desenho ou projeto desenvolvido deve ter a possibilidade de ser fabricado industrialmente, ou seja, de ser reproduzido em série e de maneira idêntica. Assim, em relação ao ramo alimentício, por exemplo, massas e biscoitos...”, percebemos que “Assim” é usado para apresentar uma conclusão baseada na informação anterior sobre a reprodução em série. Trocar por “Nesse ínterim” alteraria completamente o sentido da frase, dando a impressão de que há um período entre dois eventos, que não tem relação direta com a conclusão tirada.

 

Em resumo, a substituição por “Nesse ínterim” não só é incoerente em termos de conexão lógica entre as ideias como também distorce totalmente o propósito da frase. Portanto, a resposta correta para a questão é realmente que essa troca mudaria o sentido e, consequentemente, a correção gramatical do texto.

 

Alternativa correta é E

O sentido original e a correção gramatical do texto seriam
mantidos caso a palavra “Assim” (R.23) fosse substituída por
Nesse ínterim.

Olha só, galera! Quando a gente fala de substituição vocabular no nosso Portuga, estamos basicamente preocupados com a coesão lexical. Essa coesão acontece quando usamos sinônimos ou termos com significados próximos para referir a uma mesma ideia ao longo do texto. Isso assegura que o texto não fique repetitivo e também que ele preserve o sentido original.
 
No enunciado, temos o verbo "instaura" sendo utilizado para indicar o começo de algo, nesse caso, a criação de mitos relacionados à viagem de Orellana. Se trocarmos "instaura" por "inaugura", ainda continuaremos com um verbo que possui um sentido bem parecido, pois ambos indicam o ato de iniciar ou estabelecer algo. Sendo assim, a substituição mantém o mesmo sentido no contexto, preservando tanto a integridade textual quanto a progressão temática do texto.
 
A ideia aqui é que tanto "instaura" quanto "inaugura" se conectam com a noção de dar início a uma nova era ou concepção, no caso do texto, a era dos mitos amazônicos originados pela viagem de Orellana. Portanto, essa troca de palavras não altera a compreensão do leitor sobre o que está sendo discutido, o que é crucial para manter a coesão e a coerência textual.
 
alternativa correta é C

No trecho “A viagem de Orellana (1549) instaura o momento
fundador dos primeiros mitos” (R.12-13), o verbo poderia ser
substituído por inaugura, sem prejuízo do sentido do texto.

O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, o
espanhol Vicente Pinzon (janeiro de 1500), percorreu a foz do
Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e surpreendeu-se em ver
que essa era uma das regiões mais intensamente povoadas do
mundo então conhecido. Ficou perplexo vendo a pororoca e
maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais
volumoso rio do mundo. Foi bem acolhido pelos índios da
região. No entanto, apesar de fantástica, sua viagem marcou o
primeiro choque cultural e o primeiro ato de violência contra
os povos da Amazônia: Pinzon aprisionou índios e
os levou consigo para vender como escravos na Europa.
A viagem de Orellana (1549) instaura o momento
fundador dos primeiros mitos, como o das amazonas — índias
guerreiras, bravas habitantes de uma aldeia sem homens.
Outros viajantes, aventureiros e exploradores que procuravam
riquezas espalharam mundo afora mitos e fantasias. De todos,
o mito mais persistente parece ter sido sempre o da
superabundância e da resistência da natureza da região:
florestas com árvores altíssimas que penetravam nas nuvens;
frutos e flores de cores e sabores indescritíveis; rios largos a se
perderem no horizonte (povoados de monstros engolidores de
navios nas noites escuras); animais estranhos e abundantes por
todo o chão; pássaros cobrindo o céu e colorindo-o em nuvens
de penas e plumas de todas as cores.

No que se refere a elementos textuais e linguísticos do texto acima,
julgue os itens seguintes.


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