ao conjunto dos recursos efetivos ou potenciais ligados à posse de uma rede durável de relações mais  ou menos institucionalizadas de conhecimento ou  reconhecimento mútuo.

ao tipo de capital conhecido e reconhecido, quando  é conhecido segundo as categorias de percepção  que ele impõe.

ao princípio gerador e unificador que retraduz as características intrínsecas e relacionais de uma posição em um estilo de vida.

a um recurso que os atores fazem derivar de suas  competências e habilidades estritamente vinculadas  à sua socialização primária.

a um operador de racionalidade prática que articula  as estruturas objetivas externas às estruturas subjetivas da história pessoal.

Pierre Bourdieu, um dos sociólogos mais influentes do século XX, formulou conceitos fundamentais para entender as dinâmicas de poder na sociedade. Um desses conceitos é o "capital social", que se destaca em seu arcabouço teórico sobre a distribuição desigual de poder na sociedade.

Alternativa A: ao conjunto dos recursos efetivos ou potenciais ligados à posse de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de conhecimento ou reconhecimento mútuo.
Bourdieu define capital social como a soma dos recursos, atual ou potencial, que um indivíduo (ou grupo) possui devido à sua rede de relações sociais de reconhecimento mútuo. Essas relações funcionam como canais que facilitam ou amplificam as oportunidades nas esferas econômica, cultural e social. A resposta captura a essência do conceito de Bourdieu que vê as relações sociais como um recurso produtivo que pode ser mobilizado em distintos campos.
 

Alternativa B: ao tipo de capital conhecido e reconhecido, quando é conhecido segundo as categorias de percepção que ele impõe.
Essa alternativa mistura componentes do capital cultural e a noção de habitus de Bourdieu. O capital cultural, de acordo com Bourdieu, refere-se a habilidades e conhecimentos que uma pessoa pode mobilizar para ganhar poder. A imposição das categorias de percepção se refere ao habitus, ou seja, os modos duráveis e transponíveis de pensar, agir e sentir que indicam como os recursos são reconhecidos e utilizados em contextos específicos.
 

Alternativa C: ao princípio gerador e unificador que retraduz as características intrínsecas e relacionais de uma posição em um estilo de vida.
Esta alternativa é mais próxima ao conceito de habitus, que é uma estrutura construída que orienta o comportamento e as percepções dos indivíduos. O habitus é tanto um gerador quanto um produto das estruturas sociais, ou seja, ele molda e é moldado pelas condições sociais e experiências de vida das pessoas. No entanto, não está diretamente relacionado ao conceito de capital social, mas sim, aos processos de internalização das estruturas sociais.
 

Alternativa D: a um recurso que os atores fazem derivar de suas competências e habilidades estritamente vinculadas à sua socialização primária.
Esta resposta conecta-se mais diretamente ao conceito de capital cultural, especialmente incorporado, que se refere ao conhecimento, disposições e competências que um indivíduo adquire principalmente por meio da socialização familiar e educacional.
 

Alternativa E: a um operador de racionalidade prática que articula as estruturas objetivas externas às estruturas subjetivas da história pessoal.
Esta opção parece se referir a uma mistura de habitus e campo, conceitos também desenvolvidos por Bourdieu. O habitus funciona como um sistema que opera entre as estruturas sociais externas e a capacidade de ação individual, enquanto o campo é a arena dentro da qual lutas pelo poder e capital (cultural, econômico, social) ocorrem.
 

Em conclusão, a alternativa A é a única que descreve apropriadamente o conceito de capital social, conforme delineado por Bourdieu, destacando a importância das redes e relacionamentos sociais como recursos mobilizáveis que podem acumular vantagens sociais ao longo do tempo.

Gabarito: Letra A

Questões de Ciências Sociais - Pierre Bordieu e O Poder Simbólico