 indicam tratar-se de uma característica momentânea.

 revelam um traço intrínseco do personagem apresentado.

 expressam uma interlocução, um modo de chamar o outro.

 mostram o modo como a ação seria desenvolvida.

 indicam a reação do sujeito depois da ação de “contar”.

Vamos mergulhar um pouco na análise do uso das vírgulas no trecho "O criado, pálido, contava". Aqui, as vírgulas são utilizadas para inserir um adjetivo descritivo, que é "pálido". Esta pausa gramatical é fundamental para destacar uma característica que não é permanente no criado, mas sim circunstancial à situação caótica descrita na narração. 
 
Ou seja, ao usar vírgulas em torno de "pálido", o texto separa este adjetivo do resto da frase, sinalizando para o leitor que essa condição é temporária, talvez devida ao choque ou à tensão do momento — provavelmente influenciada pelos acontecimentos trágicos que ele está envolvido e contando. As vírgulas funcionam aqui como uma maneira de inserir uma explicação adicional sobre o estado do criado, sem interromper o principal foco da frase que é o ato de contar algo. 
 
Isso descarta as outras opções: 
<ul style="margin-bottom: 10px;"> 
 <li>B) seria o caso se o adjetivo fosse um traço permanente e presente em todos os contextos, o que não é indicado.</li> 
 <li>C) não se aplica, pois não há interlocução direta mencionada ou implicada neste ponto.</li> 
 <li>D) seria mais relevante se o adjetivo modificasse diretamente o verbo, indicando como algo é feito, o que também não ocorre aqui.</li> 
 <li>E) não faz sentido, visto que a reação não é pós, mas simultânea ao ato de contar.</li> 
</ul> 
 
A alternativa correta é A.

    Eu tinha uns quatro anos no dia em que minha mãe morreu. Dormia no meu quarto, quando pela manhã me acordei com um enorme barulho na casa toda. Eram gritos e gente correndo para todos os cantos. O quarto de dormir de meu pai estava cheio de pessoas que eu não conhecia. Corri para lá, e vi minha mãe estendida no chão e meu pai caído em cima dela como um louco.
A gente toda que estava ali olhava para o quadro como se estivesse em um espetáculo. Vi então que minha mãe estava toda banhada em sangue, e corri para beijá-la, quando me pegaram pelo braço com força.
Chorei, fiz o possível para livrar-me. Mas não me deixaram fazer nada. Um homem que chegou com uns soldados mandou então que todos saíssem, que só podia ficar ali a polícia e mais ninguém.
    Levaram-me para o fundo da casa, onde os comentários sobre o fato eram os mais variados. O criado, pálido, contava que ainda dormia quando ouvira uns tiros no primeiro andar. E, correndo para cima, vira meu pai com o revólver na mão e minha mãe ensanguentada. “O doutor matou a dona Clarisse!” Por quê? Ninguém sabia compreender.


Questões de Português - Pontuação - Delegado de Polícia Civil