Para abordar a questão sobre as manifestações clínicas que indicariam a possibilidade de desenvolvimento de choque neurogênico na paciente descrita no cenário, é fundamental entender as características e causas dos diferentes tipos de choque. O diagnóstico diferencial correto é essencial para a implementação das intervenções de enfermagem mais adequadas. Considerando que a paciente é descrita como hipertensa e nefropata, bem como passando por um recente infarto agudo do miocárdio, é primordial contextualizar e correlacionar corretamente os sintomas apresentados.

 

Choque Neurogênico:

O choque neurogênico ocorre devido a uma interrupção na transmissão dos impulsos nervosos autônomos, o que resulta na dilatação dos vasos sanguíneos e na consequente redução do retorno venoso e do débito cardíaco. Essa condição é frequentemente associada a lesões na medula espinhal ou a condições que afetam o sistema nervoso central.

Os sintomas comuns do choque neurogênico incluem hipotensão, bradicardia (não taquicardia), pele quente e seca, e ausência de transpiração nas áreas afetadas devido à interrupção das vias simpáticas. Em contrapartida, a paciente descrita possui outras manifestações como taquicardia, hiperpneia (respiração acelerada e profunda) e edema, que não são típicas do choque neurogênico.

 

Análise das Manifestações Clínicas:

A taquicardia e a hiperpneia podem ser mais coerentemente atribuídas a compensações do corpo em resposta ao estresse, possíveis complicações do infarto, ou condições associadas às doenças preexistentes da paciente, como a hipertensão e a doença renal crônica. A redução do fluxo urinário também é uma ocorrência esperada em pacientes com comprometimento renal, especialmente em um contexto de insuficiência cardíaca ou desregulação hemodinâmica subsequente ao infarto.

 

Análise das Alternativas:

Alternativa C: Esta alternativa afirma que os sintomas descritos indicam a possibilidade de choque neurogênico. Conforme discutido, isso não está correto dada a natureza e associação dos sintomas com outras condições médicas mais prováveis na paciente, como complicações de infarto, hipertensão, ou doença renal. Diante disso, não se pode afirmar que os sintomas indiquem um choque neurogênico com base no cenário apresentado.

Alternativa E: Esta alternativa é correta. As manifestações clínicas descritas no caso – redução do fluxo urinário, hiperpneia e taquicardia – não são típicas do choque neurogênico, mas sim ligadas às condições médicas preexistentes da paciente ou ao quadro de infarto e suas consequências.

 

Gabarito: Letra E

Em suma, a enfermagem deve utilizar uma avaliação criteriosa e conhecimento detalhado sobre os tipos de choque e suas manifestações para guiar corretamente as intervenções, assegurando a precisão diagnóstica e otimizando o cuidado ao paciente crítico.

A redução do fluxo urinário, a hiperpneia e a taquicardia
apresentadas no caso em tela são manifestações clínicas que
indicam possibilidade de a paciente desenvolver choque
neurogênico.

Com referência ao caso clínico acima apresentado e ao cuidado de
enfermagem a pacientes críticos, julgue os itens subsequentes.

Uma mulher de sessenta e dois anos de idade foi internada
em uma unidade de terapia intensiva (UTI), relatando ser nefropata,
hipertensa e fazer uso de anti-hipertensivos. A paciente foi
encaminhada para a UTI após diagnóstico de infarto agudo do
miocárdio. Ela informou que já esteve internada diversas vezes,
devido a infecções decorrentes das diálises que realiza em seu
domicílio. A paciente possui cateter nasal para oxigênio e cateter
peritoneal com boa inserção e sem sinais flogísticos ao redor. A
paciente negou algias. No exame físico, apresentava-se descorada
e emagrecida, com pupilas isocóricas e fotorreagentes, e edema de
face, pernas e mãos. O débito urinário foi de 100 mL/h. Os sinais
vitais auferidos foram: temperatura = 37,8 °C; pulso = 106 bpm;
respiração = 20 irpm e pressão arterial = 140 mmHg × 10 mmHg.
Após o atendimento inicial, e tendo recebido a terapia indicada, a
paciente sentiu-se com menos fadiga e inchaço, comparativamente
a meses anteriores, e conseguiu se alimentar melhor.

É causado por trauma ou doença no sistema nervoso, impossibilitando o controle do 
diâmetro dos vasos sanguíneos e seu preenchimento sanguíneo adequado.

É resultante da hipersensibilidade do organismo a determinadas substâncias.

É decorrente das infecções bacterianas agudas e graves.

É causado por sangramento ou hemorrágico, decorrente da perda de sangue (como nas 
hemorragias), ou por perda de líquido extracelular e plasma (como nos casos de queimaduras 
e desidratação).

O choque neurogênico é uma forma específica de choque circulatório que resulta de uma disfunção do sistema nervoso autônomo, comumente desencadeada por trauma grave na coluna vertebral ou outras lesões cerebrais que afetam o controle autônomo sobre o tônus vascular. Este tipo de choque se caracteriza pela perda da função simpática, o que leva à vasodilatação significativa e, em consequência, a uma redução no retorno venoso e débito cardíaco. 

Vejamos agora uma análise detalhada de cada alternativa apresentada na questão: 

Alternativa A: Esta alternativa menciona que o choque neurogênico "É causado por trauma ou doença no sistema nervoso, impossibilitando o controle do diâmetro dos vasos sanguíneos e seu preenchimento sanguíneo adequado." Esta descrição é precisa e reflete de forma correta a natureza do choque neurogênico. Quando ocorre uma lesão no sistema nervoso central, principalmente na medula espinhal ou no tronco cerebral, pode haver uma perda de controle vasomotor simpático. Isso resulta em vasodilatação, que não é acompanhada por uma resposta compensatória, levando à hipotensão e ao débito cardíaco insuficiente para manter a perfusão adequada.

Alternativa B: Esta opção diz que o choque neurogênico "É resultante da hipersensibilidade do organismo a determinadas substâncias." Esta definição seria mais apropriada para descrever reações anafiláticas, não choque neurogênico. O choque anafilático ocorre como uma reação alérgica grave e generalizada, que inclui liberação massiva de histaminas e outras substâncias químicas que promovem vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular.

Alternativa C: Esta alternativa afirma que o choque neurogênico "É decorrente das infecções bacterianas agudas e graves." Novamente, esta descrição está incorreta no contexto do choque neurogênico. O tipo de choque descrito seria mais apropriado para o choque séptico, que é causado por uma resposta inflamatória sistêmica a uma infecção, levando a uma vasodilatação grave e disfunção de múltiplos órgãos.

Alternativa D: Esta afirma que o choque neurogênico "É causado por sangramento ou hemorrágico, decorrente da perda de sangue (como nas hemorragias), ou por perda de líquido extracelular e plasma (como nos casos de queimaduras e desidratação)." Esta descrição corresponde ao choque hipovolêmico, que é resultado direto da perda de volume sanguíneo ou plasmático, o que reduz o retorno venoso e o débito cardíaco, levando à hipotensão e à hipoperfusão.

Portanto, a alternativa correta é a A, já que ela descreve corretamente a fisiopatologia do choque neurogênico, focado na perda do controle autônomo do diâmetro vascular devido a lesões no sistema nervoso. 

Gabarito: Letra A

a) Choque séptico.É causado por uma resposta grave do corpo a uma infecção bacteriana, levando a uma inflamação generalizada e hipoperfusão, com frequentes alterações no volume sanguíneo devido a vazamentos vasculares e danos. b) Choque cardiogênico.Acontece devido a uma disfunção cardíaca que compromete a capacidade do coração de bombear sangue, não envolvendo uma perda súbita do tônus vasomotor. c) Choque neurogênico. GabaritoOcorre quando há uma interrupção na transmissão de sinais nervosos que mantêm o tônus vasomotor, como em casos de trauma medular. Esta interrupção leva à dilatação maciça dos vasos, especialmente veias, sem uma perda correspondente de volume sanguíneo. d) Choque anafilático.É uma reação alérgica grave que também pode causar uma dilatação vascular significativa, mas está associado com a liberação de mediadores químicos como histamina e é geralmente acompanhado de outros sintomas alérgicos severos. e) Choque hemorrágico.É causado por uma perda significativa de sangue, seja interna ou externamente, o que claramente envolve uma redução no volume sanguíneo.

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