Análise do enunciado e contexto:

O cuidado com estomias é um tópico importante na enfermagem, especialmente no cenário pós-operatório. Estomias são procedimentos cirúrgicos que resultam na criação de um orifício artificial que permite a comunicação de um órgão interno com o exterior do corpo. Esse procedimento é frequentemente realizado em contextos como câncer colorretal, doenças inflamatórias intestinais ou traumas. As complicações pós-operatórias de uma estomia podem variar em termos de tempo de ocorrência e severidade, sendo classificadas geralmente como imediatas ou tardias.

 

Alternativa A: Hemorragia.
A hemorragia é geralmente considerada uma complicação imediata ou precoce pós-operatória. Pode ocorrer devido a problemas na técnica cirúrgica ou problemas de coagulação do paciente. Embora grave, não é classificada como uma complicação tardia.

 

Alternativa B: Edema.
O edema na área da estomia é mais frequentemente uma complicação precoce, ocorrendo logo após a cirurgia como resultado do trauma cirúrgico. Geralmente diminui à medida que o processo de cicatrização avança.

 

Alternativa C: Necrose.
A necrose do estoma pode ocorrer devido a uma inadequada vascularização durante a cirurgia. É uma complicação considerada precoce, que geralmente se manifesta nos primeiros dias após a operação.

 

Alternativa D: Estenose.
Estenose, o estreitamento do estoma, é uma complicação tardia e pode desenvolver-se semanas ou meses após a cirurgia. Pode ser causada por cicatrização excessiva, inflamação crônica ou outros fatores que afetam a integridade e a funcionalidade do estoma. A estenose pode levar a dificuldades significativas como obstrução e requer atenção especializada para manejo, possivelmente exigindo procedimentos adicionais para sua correção.

 

Alternativa E: Descolamento muco cutâneo.
O descolamento muco cutâneo, onde a pele ao redor do estoma se descola, pode ocorrer tanto em estágios precoces quanto tardios, mas é mais comumente visto como complicação precoce, relacionada à técnica de fixação do dispositivo de estomia ou à seleção inadequada do equipamento.

 

Com base na análise das alternativas e no entendimento das complicações associadas a estomias, alternativa D (Estenose) é identificada como uma correta exemplificação de complicação tardia de estomia. É importante para o profissional de enfermagem conhecer essas possíveis complicações para realizar o adequado acompanhamento e intervenção nos cuidados pós-operatórios de pacientes com estomia.

Gabarito: Letra D

A questão da CONSULPAM aborda um aspecto crucial dos cuidados de enfermagem no pós-operatório: a remoção dos fios cirúrgicos não absorvíveis. O manejo adequado destes fios é essencial para a prevenção de complicações, como infecções e cicatrizes inestéticas. Assim, compreender o tempo ideal para a remoção é vital.

 

Os fios cirúrgicos não absorvíveis são utilizados em diversos tipos de cirurgias e são deixados no local por um tempo determinado para proporcionar a coesão e o fechamento das incisões cirúrgicas. O envolvimento desses fios por tecido fibroso, um processo conhecido como encapsulamento, ajuda na cicatrização pela estabilização da área suturada. Contudo, deixá-los por um período muito longo pode levar a complicações como reação do corpo ao material estranho ou mesmo infecção.

 

A escolha do período para a remoção dos fios depende de vários fatores, incluindo o tipo de cirurgia, a localização da incisão, o tipo de fio utilizado e a taxa de cicatrização individual do paciente. As diretrizes clínicas geralmente fornecem faixas de tempo recomendadas.

 

Para as suturas de pele não absorvíveis, que é onde se foca a questão, existe uma recomendação geral, baseada em práticas padrão de cuidados pós-operatórios:

 

<ul>
<li>No caso de suturas aplicadas na face, a remoção é geralmente recomendada entre 3 a 5 dias, devido à rápida cicatrização nesta área e o desejo de minimizar cicatrizes visíveis.</li>
<li>Para suturas em outras partes do corpo, que estão sujeitas à menos tensão e requerem mais tempo para cicatrizar adequadamente, a remoção geralmente ocorre entre 7 a 10 dias pós-operatório.</li>
</ul>

 

Este período permite uma cicatrização apropriada suficiente para prevenir a deiscência da ferida (reabertura da incisão) sem prolongar desmesuradamente a exposição ao risco de infecção ou reação ao material do fio.

 

Alternativa A: Indica a remoção entre o 5° e o 7° dia pós-operatório, o que pode ser adequado para suturas faciais, mas é prematuro para incisões em áreas do corpo onde a cicatrização é geralmente mais lenta.

Alternativa B: Esta sugere a remoção entre o 7° e o 10° dia de pós-operatório. Conforme discutido, este intervalo é consistente com as práticas recomendadas para suturas em partes do corpo além da face, permitindo tempo adequado para cicatrização sem aumentar os riscos de complicações.

Alternativa C: Sugere remoção entre o 10° e o 15° dia, o que pode ser excessivamente longo para a maioria das localizações de sutura, aumentando o risco de complicações como infecções e reações ao fio.

Alternativa D: Propõe um período ainda mais longo, entre o 12° e o 18° dia, que seria inadequado na maioria dos casos e reservado apenas para circunstâncias excepcionais onde a cicatrização é esperadamente lenta.

 

Gabarito: Letra B

 Compressão pneumática externa intermitente e meias elásticas em combinação com heparina de baixo peso molecular, como a enoxaparina.

 Elevação dos membros inferiores e agentes fibrinolíticos, a exemplo da varfarina injetável.

 Uso de coxim na região poplítea, mantendo as pernas fletidas, e uso de bolsas de calor alternadas com frio na panturrilha.

 Estímulo à permanência do paciente no leito e incentivo a deixar suas pernas pendentes na cama, para melhorar a circulação.

a) Esta alternativa combina métodos mecânicos com terapia farmacológica para prevenir a TVP. A compressão pneumática e as meias elásticas ajudam a aumentar o fluxo venoso nas pernas, enquanto a heparina de baixo peso molecular é eficaz na prevenção da coagulação sanguínea sem a necessidade de monitoramento constante da coagulação, o que é uma vantagem em relação à heparina não fracionada. Gabarito b) A elevação dos membros inferiores pode ajudar a melhorar o retorno venoso, mas a varfarina, um anticoagulante oral e não injetável como sugerido. c) O uso de coxim na região poplítea e manter as pernas fletidas, assim como a aplicação alternada de calor e frio, não são medidas recomendadas para a prevenção da TVP no contexto pós-operatório. d) Estimular a permanência do paciente no leito e incentivar a deixar as pernas pendentes pode, na verdade, aumentar o risco de TVP, pois ambas as práticas podem contribuir para a estase venosa. Referências: Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52.

Os cuidados de enfermagem no pós-operatório de cirurgias cardíacas são extremamente delicados e exigem conhecimento específico tanto sobre o processo cirúrgico quanto sobre as complicações que podem surgir, como é o caso das arritmias cardíacas. Fibrilação atrial é uma condição comum em pacientes pós-cirurgia cardíaca e sua gestão adequada é crucial para o desfecho positivo do paciente. 

Fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca caracterizada por batimentos atriais descoordenados e irregulares, resultando em um fluxo sanguíneo não eficiente. Quando acompanhada de instabilidade hemodinâmica, como mencionado no enunciado da questão, a situação requer intervenções imediatas para estabilizar o ritmo cardíaco do paciente. 

Alternativa A: Desfibrilação elétrica. A desfibrilação é indicada para arritmias cardíacas como fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso. No contexto da fibrilação atrial, especialmente com um paciente ainda hemodinamicamente instável mas com pulso, a desfibrilação não é o tratamento de escolha. Isso poderia, inclusive, piorar a condição do paciente.

Alternativa B: Cardioversão elétrica. Esta é a intervenção adequada para a situação descrita. A cardioversão elétrica é usada para restaurar um ritmo cardíaco normal quando arritmias como a fibrilação atrial causam instabilidade hemodinâmica. Deve ser realizada rapidamente na presença de instabilidade para evitar complicações maiores, incluindo insuficiência cardíaca e choque cardiogênico.

Alternativa C: Lidocaína endovenosa. A Lidocaína é um antiarrítmico tipicamente utilizado para tratar taquicardias ventriculares, e não é a medicação de primeira escolha para fibrilação atrial, especialmente em um quadro de instabilidade hemodinâmica.

Alternativa D: Deslanosídeo endovenoso. O Deslanosídeo é um digitálico usado principalmente para insuficiência cardíaca e para controle da resposta ventricular em pacientes com fibrilação atrial crônica, não sendo apropriado para tratamento imediato da instabilidade hemodinâmica causada por fibrilação atrial.

Alternativa E: Amiodarona 150 mg endovenosa. A Amiodarona é um antiarrítmico versátil usado para várias arritmias, inclusive fibrilação atrial. No entanto, para a fibrilação atrial com instabilidade hemodinâmica, a cardioversão elétrica tem preferência devido à necessidade de uma resposta mais imediata. A Amiodarona poderia ser considerada posteriormente para manutenção do ritmo cardíaco.

Gabarito: Letra B

Em suma, o entendimento correto das indicações e contraindicações dos vários tratamentos para arritmias cardíacas é crucial em um ambiente de cuidados intensivos pós-operatórios. A escolha do tratamento adequado garante a segurança e recuperação ideal do paciente, diminuindo o risco de complicações. Cardioversão elétrica, opção indicada pela alternativa correta (Letra B), é o tratamento de escolha para casos de instabilidade hemodinâmica decorrentes de fibrilação atrial.

 Aspiração endotraqueal de duas em duas horas.

 Manter curativo compressivo da ferida operatória.

 Cuidados com a integridade cutânea, hidratando a pele a cada 24h.

 Manter a cabeceira elevada a 30° e alinhamento mentoesternal.

 Manter paciente em decúbito lateral esquerdo com flexão do quadril a 30°.

A análise da questão foca na parte crucial dos cuidados pós-operatórios a uma paciente que foi submetida a uma craniotomia para clipagem de aneurisma cerebral e que atualmente se encontra em uma condição crítica na unidade de terapia intensiva. O monitoramento e a manutenção da pressão intracraniana (PIC) são essenciais para prevenir o agravamento do estado neurológico do paciente. A resposta correta depende do entendimento dos métodos que efetivamente auxiliam no controle da PIC.

 

Alternativa A: Aspiração endotraqueal de duas em duas horas.
A aspiração endotraqueal é importante para a manutenção de vias aéreas patentes e para evitar pneumonia associada à ventilação mecânica. Porém, é um procedimento que pode temporariamente aumentar a PIC devido ao estímulo que provoca. A frequência da aspiração deve orientar-se por necessidade clínica, não em intervalos de tempo fixos e frequentes, pois isto pode ser prejudicial em casos de instabilidade da PIC. Portanto, esta opção, embora seja importante, não é a mais indicada para auxiliar no monitoramento da PIC no contexto apresentado.

Alternativa B: Manter curativo compressivo da ferida operatória.
O cuidado com o curativo da ferida operatória é fundamental, mas a aplicação de um curativo compressivo não é recomendada em casos de cirurgias cerebrais como a craniotomia, devido ao risco de contribuir para o aumento da PIC. Este procedimento poderia deteriorar a condição neurológica da paciente ao impedir a adequada expansão cerebral. Assim, esta alternativa não é adequada para o auxílio no monitoramento da PIC.

Alternativa C: Cuidados com a integridade cutânea, hidratando a pele a cada 24h.
Os cuidados com a integridade cutânea são parte integrante do cuidado de enfermagem, especialmente para pacientes críticos e imobilizados, mas essa prática não influencia diretamente o monitoramento ou o manejo da PIC. Portanto, apesar de ser uma prática importante de enfermagem, não se aplica especificamente ao controle da PIC.

Alternativa D: Manter a cabeceira elevada a 30° e alinhamento mentoesternal.
Esta é a prática recomendada para ajudar no controle da PIC. A elevação da cabeceira da cama a aproximadamente 30° favorece o retorno venoso cerebral, facilitando a redução da pressão intracraniana. Além disso, o alinhamento adequado da coluna cervical (mentoesternal) evita obstruções ao fluxo venoso que poderiam elevar a PIC. Esta alternativa é orientada por evidências e práticas clínicas bem estabelecidas.

Alternativa E: Manter paciente em decúbito lateral esquerdo com flexão do quadril a 30°.
Embora o posicionamento do paciente seja crucial no manejo pós-operatório, o posicionamento específico descrito aqui não é o mais recomendado para o manejo da PIC, que se beneficia mais significativamente com a cabeceira elevada, como descrito na alternativa D. Portanto, embora o posicionamento em decúbito lateral tenha suas aplicações, não é o mais indicado nestas circunstâncias específicas.

Gabarito: Letra D

Questões de Enfermagem - Cuidados de enfermagem no pós-operatório