 Tanto moral como eticamente Y agiu errado ao entregar o dinheiro, sendo o melhor ter ficado com o dinheiro para si e gastar com supérfluos.

 Tanto moral como eticamente Y agiu certo ao entregar o dinheiro, não importando sua motivação.

 Moralmente Y agiu certo, entregando o dinheiro, mas a motivação da entrega foi antiética.

 Y agiu de forma fria e calculista e por isso merece ser punido.

 Y agiu de coração e por isso merece ser punido.

Ao analisarmos essa questão, estamos diante de um dilema envolvendo ética e moral, conceitos que, embora relacionados, apresentam diferenças sutis mas significativas. A história de Y revela como as intenções e a consciência moral são centrais na avaliação ética das ações humanas.

Alternativa A:
Essa opção sugere que Y deveria ter ficado com o dinheiro, tratando como moral e ético o uso de recursos encontrados para supérfluos. Este raciocínio está fundamentalmente errado, pois não considera princípios básicos da ética de respeito à propriedade alheia e honestidade. Moral e ética, por definição, envolvem a promoção do bem comum e do respeito às normas sociais, o que não é alcançado ao se apropriar de algo que não nos pertence. Essa alternativa está incorreta.

Alternativa B:
A defesa de que Y agiu corretamente em termos morais e éticos ao devolver o dinheiro, independentemente das suas motivações, ignora a importância da intenção no campo ético. A ética muitas vezes está associada à intenção por trás das ações. Se alguém devolve o dinheiro apenas por medo de punição, e não porque considera ser a atitude correta, isso levanta uma questão sobre a verdadeira moralidade da decisão. Assim, esta alternativa está errada ao desconsiderar a importância das intenções para a ética.

Alternativa C:
Aqui, se faz uma distinção entre a ação em si e a motivação por trás dela. Moralmente, Y fez a coisa certa ao devolver o dinheiro, pois isso reflete um ato de integridade e honestidade, valores geralmente aceitos em nossa sociedade. Contudo, sua motivação — evitar consequências pessoais negativas — levanta dúvidas éticas. A ética está fortemente ligada à intenção: agir apenas por interesse próprio, e não pelo compromisso com o que é certo em si, pode ser considerado antiético. Esta alternativa acerta ao identificar essa diferença crucial.

Alternativa D:
Esta opção interpreta a ação de Y de forma que ele atuou de maneira fria e calculista, o que, por si só, não justifica punição. No universo ético, é vital reconhecer que uma ação correta por motivações erradas merece um exame crítico, mas não necessariamente punição, especialmente quando a ação em si promoveu o bem comum e a justiça — como devolver o dinheiro. Assim, a premissa de justificação para punição aqui é insustentável.

Alternativa E:
A alternativa que considera Y agindo "de coração" contradiz a situação descrita, pois ele mesmo afirmou que a devolução foi por interesse próprio — para evitar problemas pessoais, e não por altruísmo ou integridade moral genuína. Portanto, descrever a sua motivação como "agir de coração" está equivocada, tornando esta opção também incorreta.

A análise cuidadosa das alternativas deixa claro que a verdadeira distinção reside entre ação (devolver o dinheiro) e motivação potencialmente antiética (interesse próprio), destacando a

	 está concentrada no julgamento individual 

O tema abordado na questão representa um dos pilares fundamentais da Ética e Filosofia do Direito, que é a distinção entre ética e moral. Ao analisar essa questão, vamos abordar brevemente cada uma das alternativas para entender por que a alternativa B é a correta.

Alternativa A:

A afirmação de que a ética é "inferior à moral" está incorreta. Ética e moral são conceitos distintos, mas não se relacionam como superioridade ou inferioridade entre si. A moral está ligada aos costumes, valores e normas de uma sociedade específica, orientando o comportamento dos indivíduos de acordo com o contexto cultural. Por outro lado, a ética é uma reflexão filosófica sobre a moral, buscando padrões universais de conduta e investigando os princípios que fundamentam as regras morais. Logo, dizer que a ética é inferior à moral é um equívoco conceitual.

Alternativa B:

A ética "transcende a moral" é a alternativa correta. Isso ocorre porque a ética não se limita aos costumes específicos de um grupo ou sociedade, mas busca compreender a universalidade dos princípios que guiam nossas ações. Enquanto a moral pode variar de acordo com o contexto cultural e temporal, a ética envolve uma análise crítica e racional desses valores, propondo uma reflexão mais abrangente sobre o que é certo ou errado. Portanto, a ética transcende a moral ao oferecer um ponto de vista mais amplo e filosófico sobre os comportamentos humanos.

Alternativa C:

A ideia de que ética e moral são sinônimos está errada. Como mencionado anteriormente, embora os termos sejam frequentemente usados de maneira intercambiável no discurso cotidiano, eles têm significados e abordagens diferentes no campo da filosofia. A moral refere-se a um conjunto de normas e valores específicos de uma sociedade, enquanto a ética é o estudo filosófico desses conceitos. Assim, elas não são sinônimos, apesar de estarem intrinsecamente conectadas.

Alternativa D:

A proposição de que a ética "diz respeito a conceitos abstratos" está parcialmente correta, mas não é a questão principal discutida aqui. Embora a ética envolva a reflexão sobre conceitos abstratos como justiça, virtude e bem, sua essência está na aplicação desses conceitos para avaliar normas morais e comportamentos, o que implica um compromisso com o entendimento prático e teórico das ações humanas. 

Alternativa E:

A alegação de que a ética está "concentrada no julgamento individual" é inadequada. Ainda que o julgamento individual desempenhe um papel na ética — uma vez que é utilizado para ponderar o que um indivíduo considera correto ou incorreto — a ética, em seu sentido mais amplo, engloba discussões sobre normas universais e o bem comum, transcende a perspectiva puramente individual e aborda questões coletivas e comunitárias.

Portanto, a análise que realizamos indica que a alternativa B, "transcende a moral", é de fato a mais adequada e correta em termos do conteúdo filosófico da questão. Essa perspectiva amplia nossa visão sobre as normas que regem a sociedade, procurando harmonizar os valores culturais e os princípios éticos universais.

Gabarito: Letra B

De acordo com os estudos de John Locke, o gabarito é a alternativa (E).Um ser humano que exerce uma parte do poder para o qual ele não foi nomeado de acordo com as leis, e, por conseguinte, não recebeu o consentimento do povo é entendido por Locke como Usurpador. Dessa maneira, é aquele que toma o poder de algo que não lhe pertence.A alternativa (A) está incorreta, pois legitimador é aquele que garante a legitimidade ao governo e ao consentimento do povo.A alternativa (B) está incorreta, terceirizador está relacionado ao processo de atribuição de tarefas.A alternativa (C) está incorreta, pois o aplicador da lei é aquele que deve garantir as nomeações de acordo com as leis e prezar pelo bem comum.A alternativa (D) está incorreta, pois concedente refere-se ao ato de atribuir poder ao governo.

De acordo com a ética e moral, o gabarito é a alternativa (B).A ética profissional se caracteriza por apresentar um diálogo multidisciplinar, envolvendo a colaboração em diferentes aspectos e atribuições.A alternativa (A) está incorreta, pois não se refere a aspectos da atividade política, mas sim ao papel da ética profissional em uma sociedade pluralista.A alternativa (C) está incorreta, pois a antropologia ascética não tem relação com a ética profissional.A alternativa (D) está incorreta, pois embora haja coesão de ideias, o foco está no diálogo multidisciplinar, envolvendo diferentes áreas de saber.A alternativa (E) está incorreta, pois o pluralismo da ética profissional é atual e não anacrônico.

Essa questão aborda um ponto central na discussão entre ética e moral no contexto das regras legais. Primeiramente, é fundamental distinguir entre os conceitos de ética, moral e lei.

A moral é um conjunto de valores e princípios que orientam o comportamento dos indivíduos dentro de uma sociedade, sendo muitas vezes influenciada pela cultura, religião e tradições locais. A ética, por sua vez, é a reflexão crítica sobre a moralidade. Já as leis são normas instituídas por um poder competente para regulamentar a convivência social, garantido por sanções em caso de seu descumprimento.

O item afirma que "não é possível o estabelecimento legal de uma regra de conduta que se distancie dos ideais morais". A assertiva correta é "Errado" porque, na prática, existe uma diferenciação entre o que é legal e o que é moral. Uma regra legal pode, sim, distanciar-se de ideais morais. Isso acontece em razão de o Direito e as leis terem a função de organização social mais do que a proteção de uma moral específica, preservando a convivência coletiva e o bem comum.

Por exemplo, algo que pode ser visto pela moral individual ou de determinada cultura como imoral, como o uso de determinados tipos de substâncias ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pode ser perfeitamente legal em diversos países, refletindo um consenso social diverso do ponto de vista moral. A legalidade é baseada nos acordos sociais, enquanto a moralidade é frequentemente mais subjetiva e individual.

Vários fatores podem levar a essa dissociação entre legalidade e moralidade. A democracia, por meio de suas instituições e processos legislativos, pode institucionalizar normas legais que busquem um objetivo social, econômico ou político que não esteja plenamente alinhado com os sentimentos morais de todos os indivíduos ou grupos. Por sua natureza, a democracia trabalha com a pluralidade, e isso inclui a coexistência de visões morais divergentes.

Se fizermos uma análise sob o prisma da ética pública, a qual envolve o compromisso com o interesse público e os princípios de legalidade, igualdade, eficiência e impessoalidade, percebemos que muitas vezes a legislação procura garantir a equidade e o respeito pelos direitos fundamentais de maneira imparcial, o que pode conflitar com visões morais específicas.

Por essas razões, é possível e muitas vezes ocorre o estabelecimento de leis que se afastem de determinados ideais morais predominantes. Por isso, a alternativa adequada para essa questão é "Errado".

Gabarito: Letra E

Não é possível o estabelecimento legal de uma regra de conduta que se distancie dos ideais morais.


Acerca da relação existente entre ética, moral e democracia e da ética no setor público, julgue o item a seguir.


Questões de Ética - Ética e moral: princípios e valores