A crônica é um gênero textual geralmente vinculado a jornais e revistas, marcado pela brevidade e pela reflexão sobre o cotidiano. Caracteriza-se por ser uma narrativa curta, na qual o escritor explora temas do dia a dia com uma perspectiva pessoal e profunda, muitas vezes utilizando a ironia, a humor, e um tom informal e coloquial.

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A) a finalidade pedagógica: Incorreta. Crônicas não têm, necessariamente, a função de ensinar, mas sim de comentar, reflectir ou narrar experiências e observações.
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B) o tom informal: Correta. O texto em questão claramente utiliza uma linguagem informal e coloquial, típica das crônicas. Faz uso de reflexões e comentários pessoais sobre a vida cotidiana de maneira leve e acessível.
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C) o caráter prescritivo: Incorreta. O texto não impõe regras ou prescrições, mas compartilha de forma livre pensamentos e reflexões acerca de uma vivência particular com seu gato Inácio.
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D) o discurso moralizante: Incorreta. Não existe um ensinamento moral explícito ou uma lição a ser tirada; o texto foca mais na narração de eventos e sentimentos pessoais.
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E) a linguagem rebuscada: Incorreta. A crônica opta por uma linguagem simples e direta, facilitando a comunicação imediata de pensamentos e sensações do autor.
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Desta forma, a alternativa correta é B, que menciona o tom informal, uma característica evidente nesse texto crônico, o que facilita a criação de uma conexão direta e pessoal com o leitor.

1. Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas. Mas o que me brota espontaneamente da máquina, hoje, não interessa a ninguém, salvo a mim mesmo. O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna. Trata-se de um gato.
2. Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita. Há tempos, contei de Inácio e de sua convivência. Inácio estava na graça do crescimento, e suas atitudes faziam descobrir um encanto novo no encanto imemorial dos gatos. Mas Inácio desapareceu − e sua falta é mais importante para mim do que as reformas do ministério.
3. Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra.
4. O fato sociológico ou econômico me escapa. Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa. Concentro-me em Inácio, em seu destino não sabido.
5. Eram duas da madrugada quando o pintor Reis Júnior, que passeia a essa hora com o seu cachimbo e o seu cão, me bateu à porta, noticioso. Em suas andanças, vira um gato cor de ouro como Inácio − cor incomum em gatos comuns − e se dispunha a ajudar-me na captura. Lá fomos sob o vento da praia, em seu encalço. E no lugar indicado, pequeno jardim fronteiro a um edifício, estava o gato. A luz não dava para identificá-lo, e ele se recusou à intimidade. Chamados afetuosos não o comoveram; tentativas de aproximação se frustraram. Ele fugia sempre, para voltar se nos via distantes. Amava.
6. Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplação, a poucos metros. Desistimos. Se for Inácio, pensei, dentro de um ou dois dias estará de volta. Não voltou.
7. Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, sim, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.
8. Depois que sumiu Inácio, esses pedaços da casa se desvalorizaram. Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio. É extraordinário como o gato “funciona” em uma casa: em silêncio, indiferente, mas adesivo e cheio de personalidade. Se se agravar a mediocridade destas crônicas, os senhores estão avisados: é falta de Inácio. Se tinham alguma coisa aproveitável era a presença de Inácio a meu lado, sua crítica muda, através dos olhos de topázio que longamente me fitavam, aprovando algum trecho feliz, ou através do sono profundo, que antecipava a reação provável dos leitores.
9. Poderia botar anúncio no jornal. Para quê? Ninguém está pensando em achar gatos. Se Inácio estiver vivo e não sequestrado, voltará sem explicações. É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem dar satisfação. Se o roubaram, é homenagem a seu charme pessoal, misto de circunspeção e leveza; tratem-no bem, nesse caso, para justificar o roubo, e ainda porque maltratar animais é uma forma de desonestidade. Finalmente, se tiver de voltar, gostaria que o fizesse por conta própria, com suas patas; com a altivez, a serenidade e a elegância dos gatos.

Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio (8° parágrafo).

À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato (3° parágrafo).

Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplação (6° parágrafo).

O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna (1° parágrafo).

Poderia botar anúncio no jornal (9° parágrafo).

Então, vamos mergulhar nessa questão de gramática, mais precisamente em concordância verbal. Curtindo essa vibe literária com gatinhos e algo de drama, precisamos identificar onde o verbo em negrito se flexiona por causa do termo sublinhado. 
 
A alternativa (A) diz "Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio". Aqui, falta, que está no singular, é o verbo principal da frase e concorda com "a nota grave e macia de Inácio", que é o sujeito. O sujeito é plural? Nope. É singular porque fala de uma nota que falta, então a concordância aqui é perfeita (como uma música ajustada ao último acorde). 
 
Olhando rapidamente as outras alternativas: 
- Em (B) "há indivíduos que se consolam comendo carne de gato": há funciona como um verbo existencial, não precisa concordar em número com indivíduos. 
- Em (C) "Seria iníquo apartá-lo do alvo...": seria é um verbo em condicional e não depende de iníquo para sua flexão. 
- Em (D) "O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna": O imperativo faça não flexiona segundo o objeto o obséquio de mudar de coluna, mas é dirigido diretamente ao leitor. 
- Em (E) "Poderia botar anúncio no jornal: O uso do condicional poderia é independente do termo anúncio. 
 
A alternativa correta é A

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) marca uma significativa evolução nas diretrizes educacionais do Brasil ao enfatizar a importância de integração de conhecimentos a cerca de história e cultura de grupos étnico-raciais. Conforme destacado pela questão, é correto que este currículo e as diretrizes específicas de estados como o Espírito Santo buscam responder às exigências de leis antirracistas através de medidas educativas integradas.
 
O inciso I destaca a valorização e o aprofundamento do ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, sendo uma exigência clara da BNCC, que propõe que a educação das relações étnico-raciais seja incorporada ao currículo escolar, como parte integral da formação dos estudantes, promovendo assim, uma educação mais inclusiva e representativa.
 
O inciso IV aborda a necessidade de demarcar as singularidades das comunidades e povos tradicionais, como quilombolas e indígenas. Esta preocupação está refletida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que em seus artigos, estabelece o direito à uma educação escolar que respeite e promova as diversidades, incluindo a história e as particularidades culturais desses grupos.
 
Por fim, o inciso V enfatiza a importância de integrar todas as áreas do conhecimento na implementação das ações curriculares voltadas para a temática racial. Essa abordagem interdisciplinar é fundamental para que o entendimento sobre etnias e diversidade cultural permeie todas as disciplinas, contribuindo para uma educação mais completa e abrangente.
 
Portanto, a resposta correta está na alternativa D, que afirma corretamente que os itens I, IV e V estão alinhados com as diretrizes da BNCC e outras legislações pertinentes no cenário educacional brasileiro no tratamento da educação racial.

 desconsiderar os exemplos de Murilo, pois não tratam do currículo formal.

 ouvir os exemplos de Murilo e colocá-los em conversa com os assuntos tratados na escola.

 explicar para Murilo que o conteúdo tratado na escola se diferencia de sua experiência na vida pessoal.

 solicitar que Murilo leia mais e realize pesquisas para problematizar suas opiniões.

 convocar a família de Murilo para entender a origem de suas experiências.

Questões de Concurso para Fundação Carlos Chagas - Professor - Artes