Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita (2° parágrafo).

Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros (3° parágrafo).

O fato sociológico ou econômico me escapa (4° parágrafo).

É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação (7° parágrafo).

É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem dar satisfação (9° parágrafo)

Olá! Vamos destrinchar essa questão de metalinguagem. 
 
O conceito de metalinguagem, que é quando a linguagem se volta para si mesma ou para sua própria estrutura, pode ser um pouquinho trippy, mas é super interessante. Na definição de Luft que você citou, metalinguagem é basicamente quando o discurso fala sobre si mesmo ou sobre seus próprios componentes. 
 
Na alternativa A, temos a frase: "Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita". Essa passagem é um exemplo claro de metalinguagem, pois o autor faz referência ao próprio ato de escrever sobre o gato (o "tomo" mencionado aqui) como se ele fosse um objeto literário, um tema recorrente em suas obras. O escritor aqui é consciente de seu processo de escrita e faz com que o leitor também se torne consciente disso. 
 
As outras alternativas não apresentam esse caráter autorreferencial ou reflexivo sobre a própria linguagem ou o próprio ato de escrever: 
- Alternativa B fala sobre a relação entre fenômenos urbanos e a indústria doméstica das cuícas; 
- Alternativa C discute o alheamento do narrador em relação a fatos econômicos ou sociológicos; 
- Alternativa D descreve um movimento físico; 
- Alternativa E fala sobre um comportamento típico de gatos. 
 
Logo, a metalinguagem é mais pertinente e evidente na alternativa A, onde o texto reflete sobre sua própria natureza como objeto de escrita. 
 
alternativa correta é A.

1. Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas. Mas o que me brota espontaneamente da máquina, hoje, não interessa a ninguém, salvo a mim mesmo. O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna. Trata-se de um gato.
2. Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita. Há tempos, contei de Inácio e de sua convivência. Inácio estava na graça do crescimento, e suas atitudes faziam descobrir um encanto novo no encanto imemorial dos gatos. Mas Inácio desapareceu − e sua falta é mais importante para mim do que as reformas do ministério.
3. Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra.
4. O fato sociológico ou econômico me escapa. Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa. Concentro-me em Inácio, em seu destino não sabido.
5. Eram duas da madrugada quando o pintor Reis Júnior, que passeia a essa hora com o seu cachimbo e o seu cão, me bateu à porta, noticioso. Em suas andanças, vira um gato cor de ouro como Inácio − cor incomum em gatos comuns − e se dispunha a ajudar-me na captura. Lá fomos sob o vento da praia, em seu encalço. E no lugar indicado, pequeno jardim fronteiro a um edifício, estava o gato. A luz não dava para identificá-lo, e ele se recusou à intimidade. Chamados afetuosos não o comoveram; tentativas de aproximação se frustraram. Ele fugia sempre, para voltar se nos via distantes. Amava.
6. Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplação, a poucos metros. Desistimos. Se for Inácio, pensei, dentro de um ou dois dias estará de volta. Não voltou.
7. Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, sim, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.
8. Depois que sumiu Inácio, esses pedaços da casa se desvalorizaram. Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio. É extraordinário como o gato “funciona” em uma casa: em silêncio, indiferente, mas adesivo e cheio de personalidade. Se se agravar a mediocridade destas crônicas, os senhores estão avisados: é falta de Inácio. Se tinham alguma coisa aproveitável era a presença de Inácio a meu lado, sua crítica muda, através dos olhos de topázio que longamente me fitavam, aprovando algum trecho feliz, ou através do sono profundo, que antecipava a reação provável dos leitores.
9. Poderia botar anúncio no jornal. Para quê? Ninguém está pensando em achar gatos. Se Inácio estiver vivo e não sequestrado, voltará sem explicações. É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem dar satisfação. Se o roubaram, é homenagem a seu charme pessoal, misto de circunspeção e leveza; tratem-no bem, nesse caso, para justificar o roubo, e ainda porque maltratar animais é uma forma de desonestidade. Finalmente, se tiver de voltar, gostaria que o fizesse por conta própria, com suas patas; com a altivez, a serenidade e a elegância dos gatos.

E aí, vamos desbravar essa questão juntos! 
 
A gente está lidando com uma questão de pronome relativo. O pronome relativo "que" tem a função de conectar uma oração subordinada a sua oração principal e, ao mesmo tempo, retomar um elemento mencionado anteriormente. 
 
No trecho citado, a frase é a seguinte: 
"Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra." 
 
Aqui, o "que" específico que a questão está perguntando se encontra na parte "há indivíduos que se consolam comendo carne de gato". Portanto, o "que" está retomando "indivíduos" e introduz uma oração que explica o que esses indivíduos fazem ("se consolam comendo carne de gato"). 
 
Dando uma lidinha rápida nas alternativas: 
A) Gatos - Nope, os gatos são o que tá sendo comido, coitados. 
B) fenômeno - Não exatamente, o fenômeno é mais geral. 
C) indústria - Também não está ligado diretamente ao "que". 
D) alimentos - Também não, os alimentos são mais um contexto do fenômeno. 
E) indivíduos - Bingo! Isso está diretamente ligado à ação de se consolar comendo carne de gato. 
 
Assim, a alternativa correta é E.

o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas (1° parágrafo).

Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica (3° parágrafo).

Chamados afetuosos não o comoveram (5° parágrafo).

Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa (4° parágrafo).

e se dispunha a ajudar-me na captura (5° parágrafo).

E aí, gente! Vamos mergulhar nesse texto, que parece uma carta de amor a um gato desaparecido, né? Mas não estamos aqui pra falar de gatos e sim de retomada de termos, então vamos nessa! 
 
A questão pede para identificar a palavra sublinhada que retoma um termo mencionado anteriormente no texto. Isso geralmente está relacionado ao uso de pronomes como referência a um elemento já mencionado. 
 
<ul> 
<li>Opção A: o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas. Aqui, "a" é uma preposição simples introduzindo um complemento. Não retoma nada.</li> 
<li>Opção B: Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica. O "o" é um artigo definido, especificando "fenômeno" e não retomando nada anteriormente mencionado.</li> 
<li>Opção C: Chamados afetuosos não o comoveram. O pronome "o" retorna claramente ao gato que foi visto e que não se mostrou receptivo aos chamados afetuosos. Isso é uma retomada pois antes se fala do gato e de como eles tentaram interagir com ele.</li> 
<li>Opção D: Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa. "A" aqui é um artigo definido e está simplesmente introduzindo o sujeito da frase, sem retomada de um elemento anterior.</li> 
<li>Opção E: e se dispunha a ajudar-me na captura. Mais uma vez, "a" é uma preposição parte da expressão "se dispunha a", que não faz retomada de informações anteriores.</li> 
</ul> 
 
Portanto, claro como água, a única opção que realmente faz uma retomada usando um pronome é a opção C, onde "o" refere-se claramente a algo mencionado antes, o gato que viram no jardim. A alternativa correta é C.

Gabarito: Letra C. A função VLOOKUP (ou PROCV) é utilizado para procurar valores na vertical. Sua sintaxe é:=PROCV(valor procurado;intervalo da busca;índice da busca;procurar por valores aproximados/valores exatos)”.&nbsp; Da alternativa correta temos: =VLOOKUP(B5;B3:D6;2;FALSE) <ul><li>B5: A função procura PAULO</li><li>B3:D6: NESTE NTERVALO</li><li>2: NA SEGUNDA COLUNA A PARTIR DO INTERVALO, OU SEJA, COLUNA C.</li><li>FALSE: ESTÁ PROCURANDO ALGO EXATO, OU SEJA, PROCURA EXATAMENTE A PALAVRA "PAULO".</li></ul> COM ISSO, RETORNARÁ 5,5.

Questões de Concurso para Fundação Carlos Chagas - Professor - Artes