Vamos fazer um divã rapidinho dos termos destacados no texto e eliminar as alternativas de modo bem descontraído. O termo incomum, no contexto dado, transmite uma ideia de algo raro, pouco habitual, certo? Agora, generosidade aponta para uma ação altruísta, de ceder ou fornecer algo sem esperar algo em troca. 
 
Seguindo essas definições vibe easy, vamos olhar as opções que temos: 
<ul style="text-align: left; margin-bottom: 10px;"> 
<li>A) "novo" e "animosidade": Cara, animosidade está mais para hostilidade, então, essa combinação não tá nem perto do que queremos.</li> 
<li>B) "intrigante" e "magnanimidade": Intrigante é algo mais para curioso, para instigar interesse ou mistério. E magnanimidade, apesar de estar ligada à bondade, traz um peso de grandeza, o que não é tão salgado quanto generosidade.</li> 
<li>C) "inusitado" e "altruísmo": Bingo! Inusitado é como um primo de incomum, ambos pulando fora do comum. E altruísmo é a mão na roda que fechamos quando pensamos em generosidade sem segundas intenções.</li> 
<li>D) "ordinário" e "filantropia": Surpresa! Ordinário é mais para o comum, basicão mesmo, então tá nadando contra a corrente aqui. Filantropia até que é um termo cheio de doações, mas é mais institucional, sabe?</li> 
<li>E) "trivial" e "avidez": Trivial cai no mesmo buraco que ordinário, e avidez? Cara, essa palavra é mais sobre uma fome voraz, totalmente off-track aqui.</li> 
</ul> 
 
Então, seguindo nosso palpite que bateu certeiro e mantendo a real na conversa, a alternativa correta é C. 
alternativa correta é C.

O governo de um país com pouco mais de 5 milhões de 
habitantes aceita gastar US$ 9 milhões para construir uma 
fortaleza gelada na qual guarda sementes vindas do mun-
do inteiro, para sempre, como um seguro para a agricultura 
mundial. Tudo de graça e sem ter nenhum direito sobre elas.
Parece mentira, mas tal coisa existe há dez anos, com-
pletados em fevereiro, quando esse banco incomum ultra-
passou a marca de 1 milhão de depósitos realizados.
Não é o primeiro ato de generosidade da Noruega para 
o planeta: a nação nórdica já reservou US$ 1 bilhão para cus-
tear projetos ambientais no Brasil, o Fundo Amazônia. Perto 
disso, parece dinheiro de troco o custo do Cofre Global de 
Sementes na ilha norueguesa de Spitsbergen, arquipélago 
de Svalbard, a meio caminho entre a costa da Noruega e o 
polo Norte.
Verdade que muito da renda que a Noruega tem sobran-
do provém da extração de gás natural e petróleo no Ártico. 
Embora o país exporte a maior parte desses combustíveis 
fósseis, pois sua matriz energética é muito limpa (quase toda 
a eletricidade vem de usinas hidrelétricas), eles são queima-
dos em algum lugar e, assim, contribuem muito para agravar 
o aquecimento global.
Estocadas em envelopes selados de alumínio impermeá-
vel a 5% de umidade e a -18°C, sementes ainda podem ger-
minar 30 anos depois, ou mais. Faz muito frio em Spitsbergen 
—mesmo no verão os termômetros não vão muito além de 
7°C. No interior de um túnel de 120 m montanha adentro, o 
frio é maior, e a variação, mínima, o que ajuda a economizar 
gastos com refrigeração.
É muito longe e caro chegar a Svalbard, o que reduz a 
chance de ataques ao cofre. No entanto, há boa infraestru-
tura em Longyearbyen, vila com minas de carvão, porto e 
aeroporto da qual a fortaleza dista meros 5 quilômetros.
Só no seu aniversário o banco recebeu, em uma cerimô-
nia especial, 76 330 amostras em 179 caixas provenientes de
25 instituições em 22 países.
Estão agora armazenados na montanha gelada 967 216 
envelopes lacrados cheios de caroços, que só os depositan-
tes podem pedir para retirar. Assim ocorreu com milhares de 
amostras provenientes de Aleppo, na Síria, sacadas do cofre 
para reconstituir o acervo no Líbano e em Marrocos, em local 
menos inseguro que uma nação em guerra civil.
Não fosse por essa retirada, o cofre de Svalbard guarda-
ria ainda 1 059 646 saquinhos de sementes. Uma fortuna de 
valor incalculável para a segurança alimentar de gerações 
por vir.

Vamos analisar as expressões em destaque para entender seus significados no contexto e porque a alternativa escolhida é a correta. 
 
1. "a extração familiar" - No texto, essa expressão se refere à origem socioeconômica e cultural da família do estudante. Esse termo é utilizado para indicar de onde o aluno vem em termos de ambiente familiar, quais são suas condições socioeconômicas e culturais. 
 
2. "extraem" - No contexto final do texto, "extraem" é usado para indicar o que as escolas obtêm dos estudantes, no sentido de que elas retiram ou aproveitam a excelência que os alunos já possuem. 
 
Agora, vamos verificar as alternativas: 
 
A) "a origem; retiram" — Substituir "a extração" por "a origem" mantém o sentido de onde o aluno vem em termos de seu ambiente e condições familiares, alinhando-se perfeitamente ao contexto do texto. Substituir "extraem" por "retiram" também preserva a ideia de que as escolas aproveitam (ou retiram) a excelência dos estudantes, o que corresponde ao uso no texto. 
 
As demais alternativas não se alinham corretamente: 
B) "o ambiente; concentram" – "Ambiente" é mais geral e não captura especificamente a família ou a origem socioeconômica. 
C) "o apoio; inspiram-se em" – Muda o sentido original focado na origem e na ação de retirar a excelência. 
D) "a cobrança; apreciam" – Não reflete a extração familiar nem o aproveitamento da excelência dos alunos de maneira direta. 
E) "a interação; compartilham" – Também desvia do sentido de proveito unilateral das escolas para algo mais mútuo. 
 
Portanto, a alternativa correta é A.

As matérias são ministradas em inglês, e a mensalidade
pode chegar a R$ 10 mil. Estamos falando de uma das novas
escolas internacionais que se instalaram em São Paulo. Ela se
soma a vários colégios bilíngues e a outros mais tradicionais
na cada dia mais acirrada disputa pelo público endinheirado.
Vale a pena gastar tanto com educação? O que a escola
agrega ao conhecimento do aluno? Essas são questões que
vêm despertando o interesse de pesquisadores desde os anos
60 quando James Coleman mostrou que a extração familiar
e a condição socioeconômica do estudante eram fatores mais
importantes para explicar seu desempenho acadêmico do que
variáveis mais específicas como a qualidade dos professores,
investimento por aluno etc.
Isso já explica parte do segredo do sucesso das escolas
de elite: elas são boas porque recrutam alunos mais ricos,
que tendem a sair-se melhor do que a média dos estudantes.
E o que acontece quando você põe um desses alunos de elite
numa escola normal? Seu desempenho piora?
Essa é uma pergunta mais traiçoeira, já que depende muito
do tipo de estudante de que estamos falando e da escola.
De todo modo, um belo trabalho de 2011 de Atila
Abdulkadiroglu mostrou que, ao menos no caso de bons
alunos, a escola não faz diferença. Ele comparou o desempenho de alunos que conseguiram entrar nas concorridíssimas “exam schools” de Nova York e Boston com o
daqueles que por muito pouco não passaram e tiveram de
contentar-se em estudar em colégios normais. No final, os
dois grupos se saíram igualmente bem no SAT, o Enem
dos EUA.
Escolas, vale lembrar, atuam numa via de mão dupla.
Elas dão conhecimento aos alunos, mas também extraem
algo deles: a sua excelência.

Opa, bora lá decifrar essa parada de literatura com uma pegada de interpretação de texto e vocabulário. No texto aí do questionamento, o autor tá falando sobre como a gente lida com a perda e a memória dos que já se foram, e como isso faz parte do nosso crescimento e evolução pessoal ao longo do tempo. 
 
A expressão "prescinde de" que aparece no texto significa que algo é dispensável, não é necessário. Então, o sentimento em relação à morte e aos mortos se estabelece de tal modo que não precisamos mais de comemorações para reafirmá-lo. 
 
Já a palavra "capciosamente", usada para descrever o modo como a vida se desprende do indivíduo, geralmente tem uma conotação de algo que é feito de modo enganoso ou traiçoeiro, com astúcia. Aqui parece se referir à forma sutil e, de certo modo, enganadora em que a vida nos faz aceitar a morte. 
 
Agora, bora para as opções de resposta: 
 
A alternativa A substitui por "põe de lado" e "caprichosamente", que não captam o sentido original de dispensa necessária e a natureza ardilosa de como a vida nos faz encarar a morte. 
 
A alternativa B com "afasta" e "cuidadosamente" também não bate certo, porque "afasta" sugere uma ação mais ativa e "cuidadosamente" não tem a malícia implícita em "capciosamente". 
 
A alternativa C com "dispensa" e "ardilosamente" bate em cheio! "Dispensa" é sinônimo perfeito de "prescinde de", e "ardilosamente" reflete muito bem o sentido de algo feito de forma astuta ou sutil, como é "capciosamente". 
 
A alternativa D traz "precisa" e "astuciosamente", sendo que "precisa" contradiz totalmente o sentido, já que sugere necessidade, oposto ao significado original. 
 
Por último, a alternativa E com "prevê" e "paulatinamente" também não tá alinhada com os originais, uma vez que "prevê" sugere antecipação e "paulatinamente" indica gradualidade, que não estão conectadas ao sentido pretendido pelo texto. 
 
Por tanto, a alternativa correta é a letra C, já que captura corretamente o sentido apresentado no uso das expressões no texto original.

Esse dia que ainda se reserva aos Finados é quase desnecessário em seu simbolismo, porque os moços não reparam nele, e os maduros e os velhos têm já formado o seu sentimento da morte e dos mortos. Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas. Falo em gravura, e vejo à minha frente um desses originais de Goeldi*, em que o esplendor noturno é raiado de vermelho ou verde, numa condensação de treva tão intensa e compacta que não se sabe como a penetra esse facho de luz deslumbrante, coexistindo daí por diante numa espécie de casamento sinistro, à primeira impressão. Não, não é sinistro. Posso informar pessoalmente que a imbricação da ideia de morte na ideia de vida não é arrasadora para o homem, senão que constitui uma das sínteses morais a que o tempo nos conduz, como parte da experiência individual. 

 Os que eram do mesmo sangue, os amigos e companheiros que ainda há pouco sorriam a nosso lado ou mesmo nos impacientavam lá de vez em quando (mas era tão bom que nos impacientassem, agora que nem isso recebemos deles), onde estão, onde estão? Voltamo-nos para fora de nós e não os recuperamos; mas se nos aprofundarmos um pouco, vamos encontrá-los fundidos em nosso conhecimento das coisas, incorporados à nossa maneira de andar, comer e dormir; intatos, mesmo sob a camada de esquecimento em que outra vez os sepultamos, porque, contraditoriamente, eles não se deixaram ficar esquecidos, e brincam de se fazer lembrados nas horas mais imprevistas.

* Oswaldo Goeldi, ilustrador, gravurista, desenhista brasileiro.

Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para
nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos,
para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a
sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais
apurada, à maneira de uma gravura que só se completa
depois de provas sucessivas.

consolidar e desestabilizar; apurada e requintada.

condensação e reunião; noturno e diurno.

intatos e inalterados; sínteses e antíteses.

desprender e atar; esquecimento e lembrança.

Ah, vamos falar dessa questão com um toque de existencialismo, né? A questão gira em torno das palavras "vida" e "morte," que são antônimos - ou seja, possuem significados opostos. E a pergunta da questão quer saber quais outros pares de palavras também expressam essa relação de antonímia. Vamos analisar cada alternativa: 
 
A) "consolidar" e "desestabilizar"; "apurada" e "requintada." Aqui, o primeiro par faz sentido porque são opostos, mas o segundo par não. "Apurada" e "requintada" podem ser consideradas como tendo significados próximos, ambos indicativos de algo aprimorado. Então, essa alternativa tá fora. 
 
B) "fundidos" e "reunidos"; "compacta" e "densa." Esses pares também não são antônimos. "Fundidos" e "reunidos" podem até ter sentido de união, e "compacta" e "densa" são praticamente sinônimos. 
 
C) "condensação" e "reunião"; "noturno" e "diurno." Aqui, "noturno" e "diurno" são antônimos, representando opostos em termos de parte do dia. Mas "condensação" e "reunião" não têm esse jogo de oposição. 
 
D) "intatos" e "inalterados"; "sínteses" e "antíteses." Nesse caso, "intatos" e "inalterados" são mais ou menos sinônimos, enquanto "sínteses" e "antíteses" realmente representam opostos. Mas só o segundo conjunto não basta para a resposta. 
 
E) "desprender" e "atar"; "esquecimento" e "lembrança." BINGO! Esses pares são verdadeiros antônimos. "Desprender" é se libertar, enquanto "atar" é prender ou ligar. E claro, "esquecimento" e "lembrança" são diretos opostos - esquecer versus recordar. 
 
Então, essa foi moleza, não? A alternativa correta é E.

Questões de Fundação Vunesp - Português - Sinônimos e antônimos