Vamos analisar essa questão sobre o uso da crase, que sempre traz dúvidas interessantes, né? Primeiro, é sempre bom lembrar que a crase é a fusão da preposição a com o artigo feminino a ou até com o pronome demonstrativo aquela, dependendo do contexto. Mas aqui, nosso foco será na fusão da preposição com o artigo.

 

Olhando para a primeira lacuna: "Graças _____ leitura". A expressão "graças a" exige a preposição a e "leitura" é uma palavra feminina que aceita artigo, então deveria ser "Graças à leitura", pois houve a fusão da preposição a (devido a graças) com o artigo definido a.

 

A segunda lacuna surge em "referente ____ angústias". Aqui, temos "referente a" que é uma locução prepositiva terminada pela preposição a. O termo "angústias" é feminino e plural, podendo aceitar o artigo definido plural as. Portanto, a crase é necessária aqui também, resultando em "referente às angústias".

 

Finalmente, a última lacuna: "chegou _____ essa pessoa". Nesse contexto, o verbo "chegar" quando relacionado a destinação, não utiliza a preposição a, mas sim até (já que poderíamos reformular por "chegou até essa pessoa"). Porém, quando a preposição não é a, mas sim até, não se usa crase. Então fica "chegou a essa pessoa".

 

Com isso, a alternativa que corretamente preenche as lacunas de acordo com a explicação é a alternativa C, com “à ... às ... a”.

A alternativa correta é C.

O trabalho à que o estudioso empreendeu relaciona-se ao campo socioeconômico.

A tarefa de distribuir igualmente a renda, à que o
historiador se refere, não é fácil.

As cidades às quais passaram por megaepidemias
viram sua população drasticamente reduzida.

A obra, à qual o título pode ser traduzido por A Grande
Niveladora, reúne as conclusões de Scheidel.

A concentração de riqueza é tarefa à qual os grupos
sociais poderosos sempre deram importância.

Olha só, quando a gente fala de regência verbal e o uso da crase, estamos entrando em uma daquelas áreas do português que pode deixar muita gente com dor de cabeça, né? Mas relaxa, vamos descomplicar isso juntos. 
 
A crase nada mais é que a fusão da preposição "a" com o artigo definido "a(s)", ou com o "a" inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s) ou aquilo. Mas calma, não é só sair colocando crase em todo "a" que você encontrar pela frente. Tem que ver se faz sentido! 
 
Na alternativa A, o uso da crase está incorreto porque não há artigo definido depois da preposição. A frase devia ser "O trabalho que o estudioso empreendeu...", sem crase antes de "que". 
 
Na alternativa B, também metemos o pé na jaca na crase. O correto seria "... a que o historiador se refere", novamente sem crase antes de "que". 
 
Na alternativa C, o emprego dos pronomes está errado. O correto seria "As cidades pelas quais passaram por megaepidemias...". Aqui, não estamos nem falando de crase, mas de um probleminha de escolha pronome adequado. 
 
Já a alternativa D, tá cada coisa em seu lugar, mas o bolo desanda na crase, que não deveria estar ali antes de "qual". Deveria ser "A obra, a qual o título pode ser traduzido...". 
 
Por fim, a belezinha que salvou a pátria: a alternativa E! "A concentração de riqueza é tarefa à qual os grupos sociais poderosos sempre deram importância." Tudo certinho aqui: a preposição "a" está combinadinha com o "a" do pronome relativo "a qual", formando a crase sem erro. 
 
alternativa correta é E.

Queremos sociedades mais iguais, mas estamos dispostos a pagar qualquer preço por isso? Talvez não. O historiador Walter Scheidel 
(Stanford) decidiu olhar para o passado
em busca daquilo que realmente faz com que a renda seja
mais bem distribuída e concluiu que só grandes catástrofes
sociais dão conta da missão – e mesmo assim apenas por
tempo limitado.
O resultado de suas pesquisas está em “The Great
Leveler” (a grande niveladora). Ao longo de mais de 500
páginas, ele mostra com muita erudição histórica que a
tendência geral das sociedades, desde a Idade da Pedra
até hoje, é concentrar riqueza e que essa orientação só
é revertida de forma um pouco mais visível em situações
extremas das quais queremos manter total distância. Não é
uma coincidência que o autor chame as forças niveladoras
que identificou de quatro cavaleiros do apocalipse.
A primeira é a mobilização para guerras maciças. É só
em circunstâncias assim que países conseguem impor sobre
os ricos taxas que realmente mudam o perfil de concentração de renda, como se verificou na Segunda Guerra, quando
alguns países criaram alíquotas de IR de mais de 80%.
A segunda são revoluções. Mas não vale qualquer rebeliãozinha. É preciso realmente pôr abaixo as estruturas sociais.
As revoluções russa e chinesa conseguiram reduzir a disparidade de renda, a francesa, não.
Colapsos de Estado são a terceira. A igualdade aqui é
atingida menos por esforços distributivos e mais pela destruição da riqueza.
Há, por fim, as megaepidemias. O exemplo clássico é a
peste negra, que, ao dizimar até 40% da população de alguns
países da Europa no fim da Idade Média, jogou o preço do
trabalho na Lua.
Scheidel não chega a sugerir que a igualdade seja uma
meta impossível. Não é porque as coisas foram assim até hoje
que precisarão ser assim para sempre. Mas ele traz razões
para suspeitarmos que a tarefa é difícil.

Vamos lá! Para mandar bem na questão acima, precisamos de um olhar afiado nas preposições. A norma-padrão do português tem suas manhas no uso das formas "a", "à" e "às", que podem embaçar as vistas no começo, mas são pé na estrada uma vez que você pega o jeito! 
 
A primeira lacuna "Grandes companhias e produtores do abacate dão espaço _______ fruta em anúncios publicitários." pede uma preposição que indique relação de direção ou finalidade. A expressão "espaço à fruta" usa "à" (a + a), indicando movimento no sentido de direcionar o espaço publicitário à fruta. 
 
Na segunda lacuna "...uma propaganda de apenas 30 segundos, vista por 130 milhões de espectadores, chegou _______ custar US$ 5 milhões.", temos o verbo "chegar" que, quando usado para indicar um valor ou um estado alcançado, exige a preposição "a". Então, usa-se "a custar". 
 
Finalmente, a terceira lacuna "Não é _______ toa que se investe tanto na divulgação do produto." merece um olhar especial. A expressão "à toa" utilizado em frases como essa indica algo feito sem motivo ou casualidade, e sempre é escrita com crase, ou seja, "à toa". 
 
Enfim, combinando tudo isso, temos: "à" na primeira, "a" na segunda, "à" na terceira lacuna. Batata! A opção que bate com esse padrão é a letra C: 'à', 'a', 'à'. 
 
A alternativa correta é C.

CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultrapassando o petróleo como produto de exportação 
que mais gera lucros para
o país, de acordo com os números mais recentes divulgados
pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto, ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto,
abundante em vitamina E, está causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma
ser usada como acompanhamento dos principais “snacks”
dos norte-americanos em competições esportivas, como o
Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes
companhias e produtoras da fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma
propaganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista
por 130 milhões de espectadores, chegou a US$ 5 milhões.
A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do
México (Apeam) é a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão Fox, na qual são
exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que
cerca de 100 mil toneladas do popular molho “guacamole”,
que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse
jogo de futebol americano. A maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos campos do estado
de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da produção do fruto no país está causando danos ao meio 
ambiente, já que muitas terras florestais
estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate,
mais rentáveis.

Taí uma questão boa pra testar sua atenção com as preposições e crases, né? Vamos entender passo a passo por que a resposta correta é a letra C! 
 
Primeira lacuna: "Empresas brasileiras estão _______ venda". A expressão correta aqui é "à venda", utilizando crase, porque quando temos uma preposição "a" mais um artigo feminino "a" antes de palavra feminina, forma-se a crase ("à"). 
 
Segunda lacuna: "... já saíram ________ caça de bons alvos para aquisição." A expressão "à caça" também pede crase por um motivo similar ao anterior. 
 
Terceira lacuna: "... foi anunciada _______ fusão da X com _______ Y". Aqui não usamos crase antes de palavra feminina que funciona como sujeito do verbo, logo deve ser "a fusão". 
 
Quarta lacuna: Continuando a frase, "da X com _______ Y". Este é um caso para usar "a" porque Y presume-se ser um nome próprio, e quando a palavra seguinte é masculina ou quando é nome próprio feminino que não aceita artigo, a crase não ocorre. 
 
Quinta lacuna: "... operação que deu origem maior empresa de celulose do mundo." O artigo "a" deve aparecer antes de "maior", mas novamente sem crase, pois nesse caso específico é inaplicável. 
 
Reunindo tudo, temos as escolhas corretas aplicadas justamente na alternativa C ("à ... à ... a ... a ... à"). 
 
alternativa correta é C.

Se constatou que, no mundo corporativo, em que se
aplaudem às companhias de boa prática ética, os
desvios decepcionam à todas as pessoas.

Não ignora-se que, em algumas empresas, há práticas
que levam às equipes de trabalho a comportarse de modo eticamente condenável.

Constatou-se que muitos empregados de empresas
praticantes de crimes reproduziram às práticas recrimináveis,
tendo tornado-se corruptos.

Ainda encontram-se nas empresas funcionários que
acham-se bem à vontade para aderir à algumas práticas
ilegais.

Pode-se dizer que a “licença moral” é o consentimento
tácito que permite às pessoas praticantes de
boas ações chegar à prática de delitos.

Vamos analisar a colocação pronominal e o uso correto da crase nas alternativas fornecidas, com uma linguagem mais acessível para entender o porquê da letra **E** ser o gabarito correto: 
 
A) A expressão "às companhias" está correta pela presença da preposição "a" + artigo "as". No entanto, o uso de "à todas as pessoas" é incorreto, pois, de acordo com a norma-padrão, não se utiliza a crase antes de palavras no plural que estão especificadas por determinantes como "todas", "muitas", "algumas", etc. 
 
B) Aqui, a expressão "às equipes de trabalho" utiliza crase corretamente, mas a forma verbal "ignora-se" não segue a norma culta de colocação pronominal na voz ativa com verbos impessoais. O correto seria "não se ignora". 
 
C) É utilizado "às práticas", com a crase corretamente, mas a parte "tendo tornado-se" apresenta erro de colocação pronominal; o correto seria "tendo-se tornado". 
 
D) A expressão "à algumas práticas" está incorreta pelo uso da crase, por ser similar ao caso da alternativa A, em que a presença de "algumas" elimina a necessidade da crase. Além disso, "acham-se bem à vontade" não requer crase; o correto seria "a vontade". 
 
E) Esta alternativa usa corretamente a crase em "às pessoas praticantes de boas ações" (preposição "a" + artigo "as") e "à prática de delitos" (preposição exigida pelo verbo "chegar" + artigo feminino singular antes de palavra feminina). Quanto à colocação pronominal, "Pode-se dizer" está correto, conforme a norma culta. 
 
A alternativa correta é E.

Questões de Fundação Vunesp - Português - Uso da crase - Superior