A questão está pedindo que analisemos o uso do sinal indicativo de crase. Quem não teve uns apertos com esse assunto, né? Mas vamos lá quebrar isso no passo tranquilo. Crase é a fusão da preposição "a" com o artigo "a(s)" ou com o "a" dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo. 
 
Nessa frase específica, o termo "à" já está dado, então o que precisamos é verificar qual alternativa faz sentido com esse "à" que indica tanto a presença de uma preposição quanto de um artigo definido feminino no singular, pois é assim que a crase rola. 
 
Vamos analisar as alternativas: 
<ul> 
<li>A) "mim mesma" - Sem chance. "Mim" não recebe artigo, então não rola crase antes de pronome oblíquo.</li> 
<li>B) "tudo o que for importante para mim" - Também não, já que "tudo" é neutro e não pede o artigo feminino.</li> 
<li>C) "reflexão sobre minha existência" - BINGO! Aqui "à reflexão" demonstra preposição + artigo feminino antes de um substantivo feminino.</li> 
<li>D) "algumas atividades que me dão prazer" - Não há "a" antes de palavras no plural (como o artigo "as"), então, caímos fora da crase.</li> 
<li>E) "uma conversa franca comigo mesma" - "Uma" já é artigo, então não se aplica crase que funde duplo "a".</li> 
</ul> 
Com tudo isso em vista, a alternativa C é a correta porque a preposição "a" (que indica destino, entre outras funções) se liga ao artigo feminino "a" do substantivo feminino "reflexão". Essa é a combinação perfeita que dá origem à crase. 
A alternativa correta é C.

Vamos lá descomplicar essas preposições! A norma-padrão do português tem dessas, demanda a gente ficar atento às combinações de preposições com os artigos. Bora analisar as frases uma por uma, olha só: 
 
1. **Em minha andarilhagem pelo mundo, jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias. Verdadeiras “lições de leitura” no sentido mais tradicional desta expressão, _______ quais se achavam submetidos em nome de sua formação científica.** 
 Aqui, o termo correto a ser usado é "às" como em "às quais". Isso acontece porque estamos nos referindo às "lições de leitura", que é plural. Precisamos então da preposição "a" + o artigo feminino plural "as". 
 
2. **Em algumas vezes cheguei mesmo _______ leitura, em relações bibliográficas, de indicações em torno de que páginas deste ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas.** 
 A frase pede "à leitura", que deriva da contração da preposição "a" com o artigo definido feminino singular "a". Usa-se "à" porque está se referindo a um ato específico, o ato da leitura, um substantivo feminino singular. 
 
3. **Parece importante, contudo, para não chegar _________ uma compreensão errônea do que estou afirmando.** 
 Aqui, a forma correta é "a", sem necessidade de artigo, pois não há um substantivo específico onde o artigo definido ou uma contração se faça necessária. Usamos a preposição "a" simplesmente para indicar direção ao estado de compreender errado. 
 
Portanto, ao espelhar as escolhas na opções dadas temos: 
**Primeira frase => "às"** 
**Segunda frase => "à"** 
**Terceira frase => "a"** 
 
E com isso a única opção que bate certinho com nossa análise é a letra E. 
 
alternativa correta é E.

Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes “leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que às vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes em que jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas. Verdadeiras “lições de leitura” no sentido mais tradicional desta expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua formação científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de leitura. Em algumas vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas, indicações em torno de que páginas deste ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37”.

A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com a quantidade de páginas escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...

Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, sublinhar que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição pouco responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educandos, de ler, sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos adentrarmos nos textos, de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática enquanto professores e estudantes.

Quando cheguei à repartição, percebi que ali foram 
feitas algumas mudanças. / A nova funcionária foi 
encaminhada à direção do setor.

Durante a reunião do departamento, lemos, com 
atenção, a ata da anterior. / Emprestei o livro importado a quem não deveria.

Oferecemos a todos os participantes do evento um 
exemplar do livro. / Na reunião, eles se referiram a 
essa nova lei.

Analisando a documentação, conclui-se que está 
tudo em ordem. / Pedimos atenção à nova legislação 
do condomínio.

Encontrei o autor a cujo livro nos referimos na última 
bienal. / A foto do acidente à qual tive acesso me 
deixou chocada.

A questão tem o objetivo de avaliar a compreensão sobre o uso da crase. O enunciado quer a primeira frase sem artigo e somente com preposição e a segunda frase com artigo e com preposição. A) Alternativa incorreta. Primeira: Quando cheguei&nbsp;à&nbsp;repartição, percebi que ali foram feitas algumas mudanças. Tem a preposição "a", exigida pelo verbo chegar, e o artigo "a". Segunda: A nova funcionária foi encaminhada&nbsp;à&nbsp;direção do setor. Tem a preposição "a" e o artigo "a". B) Alternativa incorreta. Primeira: Durante a reunião do departamento, lemos, com atenção,&nbsp;a&nbsp;ata da anterior. Tem o artigo e não tem preposição. Segunda: Emprestei o livro importado&nbsp;a&nbsp;quem não deveria. Tem a preposição e não tem o artigo. C) Alternativa incorreta. Primeira: Oferecemos&nbsp;a&nbsp;todos os participantes do evento um exemplar do livro. Tem a preposição, exigida pelo verbo, mas não tem o artigo. Segunda: Na reunião, eles se referiram&nbsp;a&nbsp;essa nova lei. Tem a preposição, exigida pelo verbo, mas não tem o artigo. Não se usa crase antes de "essa". D) Alternativa incorreta. Primeira: Analisando&nbsp;a&nbsp;documentação, conclui-se que está tudo em ordem. Tem o artigo, mas não tem a preposição. Segunda: Pedimos atenção&nbsp;à&nbsp;nova legislação do condomínio. Tem a preposição e o artigo. E) Alternativa correta. Primeira: Encontrei o autor a cujo livro nos referimos na última bienal. Tem a preposição "a", que acompanha o verbo transitivo indireto "referir". Segunda: A foto do acidente à qual tive acesso me deixou chocada. Tem a preposição "a" e o artigo "a".

É muito comum o brasileiro sofrer com o acento gra-
ve, sinal que serve para indicar crase, ou seja, a fusão de 
“a + a”. Ele é apenas um sinalzinho com inclinação à 
esquerda, tem seus encantos, porém deixa muita gente boa 
em situação delicada.
Quando alguém me pergunta como faz para aprender a 
“crasear”, digo para começar pelo avesso: primeiro aprenda 
a não colocar o acento em lugar proibido. Há certas constru-
ções em que ele não cabe, pois falta metade: um dos “a + a” 
não comparece. Por exemplo, o artigo definido feminino “a” 
não pode ser usado em determinadas situações, o que, por 
exclusão, nos leva ao raciocínio de que o “a” da construção é 
apenas a preposição “a”.

Beleza, vamos lá destrinchar essa questão estilo concurso público e entender como cada lacuna desse texto deve ser preenchida, focando na regra do uso da crase. 
 
Olha só: a crase acontece quando temos a preposição "a" seguida do artigo feminino "a(s)" antes de uma palavra feminina. Mas, a última sacada vem de observar que nem sempre rola crase, especialmente antes de palavras masculinas, no plural, antes de verbos ou quando a preposição está sozinha. 
 
Primeira lacuna: "... ninguém ensina nada a ninguém..." - Aqui não temos artigo antes de "ninguém" (palavra masculina e indefinida), então só rola a preposição "a". 
 
Segunda lacuna: "... chega à escola..." - Perceba, "escola" é um substantivo feminino e está determinado pelo artigo "a", então bora juntar com a preposição para formar a crase: "à". 
 
Terceira lacuna: "... não é melhor nem pior do que a do professor." - "A" aqui funciona como artigo definido feminino, se referindo a "cultura", mas está isolado pela preposição "de" do "que". Sem crase! 
 
Quarta lacuna: "... garantindo a todos a possibilidade..." - "Todos" é masculino e plural, assim a preposição "a" surge sozinha, sem crase. 
 
Resumindo, as lacunas foram preenchidas da seguinte forma: a … à … a … a. Opção certa! 
 
alternativa correta é B.

Questões de Fundação Vunesp - Português - Uso da crase - Superior