Vamos colocar nossa visão de raio-X linguístico para trabalhar, pessoal! 🕵️‍♂️ No trecho do segundo parágrafo do texto, precisamos entender o contexto e a maneira como as formas verbais se relacionam para escolher a sequência correta para preencher as lacunas. 
 
No excerto, o tripulante se comove ao ver o pano branco tremulando, e a frase diz que o coração dele se comoveu. Aqui, é evidente que o verbo avistar está conectado diretamente ao ato de ver o pano, e essa ação deflagra as emoções do tripulante; está claro que acontece em um momento específico e não de uma forma durativa ou repetida. 
 
Para a primeira lacuna, precisamos de um verbo que indique uma ação concluída no passado, mas que direcione diretamente para o momento em que o pano foi avistado. “Avistara” (pretérito mais-que-perfeito do indicativo) serve perfeitamente, pois indica que o ato de avistar foi completado antes da emoção acontecer. 
 
Agora, enchendo a segunda lacuna: temos que pensar no modo como o tripulante estava vivendo na base. O texto enfatiza que ele vivia como um religioso recluso, apontando para um estado continuado durante sua estadia na base, não uma ação concluída. Portanto, a forma “estava vivendo” (pretérito imperfeito do indicativo), que expressa um estado contínuo no passado, se encaixa com essa interpretação. 
 
Logo, a sequência correta das palavras é a opção que usa “avistara” para a ação pontual de avistar o pano e “estava vivendo” para descrever o estado contínuo do tripulante na base. Assim, formamos uma frase que está em harmonia com o contexto e as nuances temporais do texto original. 
 
alternativa correta é E.

De princípio a interessou o nome da aeronave: não 
“zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante 
chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um 
brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de 
metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados ame-
ricanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em 
quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como 
pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio 
de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como 
um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio me-
cânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo 
feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo 
das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensa-
ra sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade 
que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minús-
culas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível 
começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café 
da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para 
o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima 
um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre 
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário 
comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu 
convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. 
E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, 
uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo 
com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, 
vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns 
dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre 
si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima 
das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, 
nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só 
ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, 
agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era 
bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu 
coração atirou-se para a menina num grande impulso agra-
decido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Ami-
go!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o 
ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe 
atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um 
dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma 
pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma 
grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de 
canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, 
não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha ilumi-
nada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da 
gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como 
um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.

próprio, significando decepcionar.

próprio, significando limitar a imaginação.

figurado, significando ensinar o correto.

figurado, significando reprimir a criatividade.

o narrador pretende criar efeito de suspense.

a informação prestada não é digna de crédito.

o agente da ação é incerto, não identificado.

a fonte da afirmação é o próprio narrador.

a ação verbal não foi efetivamente praticada.

Vamos queimar essa questão! O ponto central aqui está no uso do verbo "dizem", usado na terceira pessoa do plural, e vamos entender o lance por trás desse estilo. 
 
Primeiro, meter um “dizem” logo no início da parada é uma estratégia maneira de lançar um boato, trazendo informações que tanto podem ser um papo reto quanto um simples rumor que tá rolando por aí. Esse verbo no plural assim sem dono, sem um sujeito claro, dá aquele ar de que todo mundo tá falando, mas ninguém sabe quem realmente soltou essa info. É como a clássica frase nas rodas de amigos, "todo mundo fala, né?". Então, o que acontece aqui é uma espécie de voz coletiva, uma voz do povo, mas que ao mesmo tempo é meio faceless, sem rosto, sem um dono específico. 
 
A alternativa C, que bate nessa tecla do “agente da ação é incerto, não identificado”, é a que cola mesmo com a explicação. É como se a notícia estivesse circulando no ar, e ninguém sabe ao certo de quem partiu. Essa escolha do autor de ir por esse caminho dá um quê de mistério e informalidade ao texto, trazendo a ideia de que é um papo que tá rolando por aí, sem necessariamente ter uma fonte única e confiável. 
 
Os outros chutes até fazem sentido por outros olhares, mas não pegam exatamente o ponto da questão. Suspense, credibilidade e afirmação do narrador são ideias legais, mas o que realmente tá rolando é essa estratégia de generalizar a fonte da fofoca. E isso aí é um movimento bem astuto na escrita, porque faz com que o leitor entre no clima do “não sei quem disse, mas tá todo mundo comentando”. 
 
A alternativa correta é a C.

Dizem que em matéria de organização aquele Ministério 
é de amargar. De vez em quando um processo cai no vazio 
e desaparece para nunca mais. Por quê? Porque o único Mi-
nistro que se lembrou de organizá-lo, segundo me contaram, 
tinha mania de organização.
Mania oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto 
exacerbada, capaz de exteriorizar-se em requintes de plane-
jamento burocrático. Aparentemente, essa marca de sua per-
sonalidade condizia com as altas funções que já lhe cabiam.
Mas só aparentemente: a primazia do fator estético, feito 
de equilíbrio, proporção e harmonia, passou a ser a determi-
nante principal de todos os seus atos – tudo mais no Minis-
tério que se danasse. Como no remédio para nascer cabelo: 
não nascia, mas dava brilho.
Dizem que, quando tomou posse do cargo, a primeira 
coisa que fez foi encomendar a confecção de um artístico 
organograma. Quando lhe trouxeram o trabalho, encomen-
dado no Departamento do Pessoal, que por sua vez o enco-
mendou a um desenhista particular, o Ministro não fez mais 
nada a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica, 
em função da qual as atividades de sua Pasta passariam a 
desenvolver-se.
– Este organograma está uma droga. Não posso depen-
durar uma coisa destas na parede de meu gabinete.
Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições, ser-
viços disso e daquilo – tudo fictício, irreal, imaginário – para 
estabelecer o equilíbrio organogramático com departamento 
disso, departamento daquilo.
O certo é que o novo organograma foi executado, e todo 
aquele que tivesse a ventura de penetrar em seu gabinete 
podia admirá-lo.
– Tudo isso sob seu controle, Ministro?
– Para você ver, meu filho: se não fosse eu, todo esse 
complexo administrativo já teria desabado para um lado, 
como uma árvore desgalhada.
Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organograma 
figura no tal Ministério, como uma das mais importantes rea-
lizações de sua gestão.

condisse ... couberam ... formos nós ... desabará

condiz ... couberem ... eram vocês ... desaba

condiria ... cabem ... era eu ... desabava

condirá ... coubessem ... fôramos nós ... desabou

condissera ... caberiam ... seriam eles ... desabaria

Cara, essa questão que você trouxe é bem interessante! Ela pede para a gente encontrar a correlação verbal correta entre alguns verbos destacados no texto. Vamos quebrar isso aí passo a passo. 
 
Primeiro, vamos entender o contexto do verbo "condizia", que é usado no pretérito imperfeito do indicativo. Ele sugere uma ação habitual no passado, tipo algo que acontecia regularmente. 
 
O próximo é "cabiam", também no pretérito imperfeito do indicativo, seguindo a mesma vibe de uma ação que continuava no passado. 
 
Agora, o "fosse eu" está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Esse modo é usado para expressar uma condição ou possibilidade não realizada no passado. 
 
Por fim, "teria desabado" tá no condicional, mostrando um resultado que teria acontecido se uma condição no passado fosse verdade. 
 
Então, a gente precisa manter essas correlações nos outros pares de verbos: 
 
1. **Apretérito do condicional ("condiria", "condissera") && pretérito do subjuntivo para algo hipotético ("fosse eu") && condicional para o resultado dessa condição ("teria desabado").** 
 
Vamos analisar: 
 
- **Alternativa A**: "condisse" (pretérito perfeito do indicativo), "couberam" (pretérito perfeito do indicativo), "formos nós" (pretérito perfeito do subjuntivo), "desabará" (futuro do presente do indicativo). 
- **Alternativa B**: "condiz" (presente do indicativo), "couberem" (futuro do subjuntivo), "eram vocês" (pretérito imperfeito do indicativo), "desaba" (presente do indicativo). 
- **Alternativa C**: "condiria" (futuro do pretérito do indicativo), "cabem" (presente do indicativo), "era eu" (pretérito imperfeito do indicativo), "desabava" (pretérito imperfeito do indicativo). 
- **Alternativa D**: "condirá" (futuro do presente do indicativo), "coubessem" (preterito imperfeito do subjuntivo), "fôramos nós" (pretérito mais-que-perfeito do indicativo), "desabou" (pretérito perfeito do indicativo). 
- **Alternativa E**: "condissera" (pretérito mais-que-perfeito do indicativo), "caberiam" (futuro do pretérito do indicativo), "seriam eles" (futuro do pretérito do indicativo), "desabaria" (futuro do pretérito do indicativo). 
 
Visto isso, a alternativa A não tem os verbos em correlação adequada, e nem a B, C e D. A que se encaixa melhor, apesar de um pequeno erro de consideração inicial é a: 
 
alternativa correta é D.

Eles se disporão a colaborar com a campanha, caso 
a gente se compõe com eles.

Se eu lhes propunha um acordo, por certo se predispuseram a analisá-lo.

Eu me predisporei a negociar com ele, mesmo se ele 
se indispuser comigo.

Insisto para que componham uma nova música, 
mesmo que ele se indisporem a isso.

Se ele a compor, será um sucesso, que o público 
certamente se disporá a cantar.

Vamos lá, galera! Parece que temos mais uma questão de concordância verbal rolando aqui, né? Essa questão é daquelas que puxam seu conhecimento não só de verbos e suas formas, mas também de como eles devem &#147;dançar conforme a música&#148;, se é que me entendem &#150; seguindo a norma padrão. Nessa questão, precisamos verificar as formas dos derivados do verbo &#147;pôr&#148; e como eles estão sendo usados nas frases. Saca só: 
 
<ul style="text-align: left; margin-bottom: 10px;"> 
 <li>Alternativa A) - "disporão" está certo, mas "compõe" está errado porque deveria estar no futuro do subjuntivo: componham.</li> 
 <li>Alternativa B) - Um mix de tempos verbais: "propunha" deveria estar na forma de condicional (proporia) e "predispuseram" deveria ser "predispuseram-se" ou ajustada para concordar melhor com o tempo da frase.</li> 
 <li>Alternativa C) - "predisporei" e "indispuser" estão corretos em termos de tempo e modo, além de a frase fazer total sentido. É isso!</li> 
 <li>Alternativa D) - "indisporem" deveria estar na forma singular para concordar com o sujeito: indispor.</li> 
 <li>Alternativa E) - "compor" está no futuro do subjuntivo, mas deveria estar no futuro do presente, "comporá".</li> 
</ul> 
 
Nesse caso, as alterações e as justificativas nos levam a ver que a opção que se mantém firme e correta, seguindo a norma-padrão, é a da letra C. Picks certeiros de conjugação, estrutura firme, tudo nos conformes! 
 
A alternativa correta é C.

A cada governo que entra, o assunto educação dei-
xa os holofotes provisórios da campanha eleitoral, onde 
costuma desfilar na linha de frente das promessas dos 
candidatos, e volta à triste prateleira dos problemas que 
se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões 
acirradas. Infelizmente, o saldo da agitação não gira em torno 
de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos 
trilhos da excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre 
o que o professor pode ou, principalmente, não pode falar em 
sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por 
professores, em classe, o projeto ameaça alimentar o oposto 
do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes retrógradas 
e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação 
Claudio de Moura Castro, não há como definir o que é varie-
dade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a 
discussão entrou pela porta da frente das escolas. Nesse cli-
ma de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço 
adicional para separar o joio do trigo. A doutrinação em sala 
de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de es-
querda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra 
natureza. A escola é um lugar para o debate livre das ideias, 
e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, 
a aventura humana, por definição, nunca é neutra ou isenta 
de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre 
o que precisa ser apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de 
convencer o outro. A todo bom professor cabe estimular o 
confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando 
seu ponto de vista, mas não catequizar – uma linha fina que 
exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é 
o lugar adequado para que essa diversidade seja discutida 
livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem 
proselitismo.

Questões de Fundação Vunesp - Português - Verbos: tempos e modos - Superior