Questões de Geografia - Riqueza, pobreza e desenvolvimento

O Brasil apresenta um baixo nível de concentração fundiária e de renda, haja vista que sua alta tributação sobre os mais ricos desestimula o acúmulo de capital.

O sistema tributário brasileiro vem sendo progressivo há alguns anos. A médio prazo, esse fator diminui a concentração de renda e as desigualdades socioeconômicas no país.

Mais da metade da riqueza do país (51%) está nas mãos de apenas 1% da população mais rica. Políticas habitacionais, salário mínimo acima da inflação e a reforma agrária atuariam de forma positiva para diminuir as disparidades.

A desigualdade patrimonial no Brasil é um fenômeno recente, tendo se intensificado apenas nas últimas décadas.

A desigualdade não possui caráter cíclico, já que o país historicamente promoveu políticas de distribuição de riqueza de maneira equitativa.

A herança de desigualdade de terras e má distribuição das ofertas de emprego e desenvolvimento social desde o período colonial, criando grandes disparidades locais e regionais.

Estão relacionadas às mudanças políticas no Brasil desde a inauguração do período Republicano (1889-atualmente ), que desmantelou a ordem monárquica e levou milhões de brasileiros à fome e pobreza.

Tem a ver com as mudanças sociais no século XX, sobretudo após a década de 1960 quando milhares de nordestinos deixaram o estado em busca de empregos concentrados no Sudeste, reduzindo a força de trabalho regional.

Origina-se nos últimos 30 anos, com o processo de redemocratização do Brasil (pós ditadura-civil-militar), que criou políticas populistas de dependência de renda, reduzindo os postos de trabalho e a produtividade.

No Brasil, ao lado da pobreza que aflige milhões de brasileiros, possivelmente nenhum outro aspecto desperte tanta perplexidade como a concentração de renda. Paralelamente aos elevados índices da pobreza absoluta, o que causa indignação na sociedade brasileira é o contraste entre as carências dos mais pobres e a abundância material dos mais ricos.

As transformações ocorridas na economia brasileira, durante os anos 90, o aumento do protecionismo econômico e a regulação dos mercados, são consideradas positivas do ponto de vista da equidade e da redução da pobreza.

O Brasil conseguiu praticamente eliminar a pobreza extrema e fez isso mais rápido que seus vizinhos. A afirmação é do Banco Mundial, que em seu último relatório ressalta que o número de brasileiros vivendo com menos de 2,5 dólares (cerca de 7,5 reais) por dia caiu de 10% para 4% entre 2001 e 2013.

Entre as recomendações do Banco Mundial para continuar enfrentando a pobreza apesar do fraco crescimento econômico está a de não aumentar os impostos. Na contramão dessas orientações o atual governo tenta aumentar a carga tributária com volta da CPMF.

O trabalho infantil no Brasil já não é um grande problema social. Milhares de crianças estão matriculadas nas escola e tem seus direitos preservados.

Apesar do problema do trabalho infantil ser reconhecido como uma das grandes mazelas do país ainda não foi criado qualquer programa especial de erradicação do uso da mão-de-obra infantil.

Ao abandonarem a escola, ou terem que dividir o tempo entre a escola e o trabalho, o rendimento escolar dessas crianças é muito ruim, e serão sérias candidatas ao abandono escolar e consequentemente ao despreparo para o mercado de trabalho, tendo que aceitar sub-empregos e assim continuarem alimentando o ciclo de pobreza no Brasil.

A inclusão digital (Infoinclusão) não tem relação com a questão apresentada. Apesar da conclusão do ciclo básico de educação, e da necessidade de cursos técnicos, e da continuidade nos estudos, o computador ainda é secundário em qualquer área de trabalho.