A questão discutida refere-se ao impacto da temperatura nos processos de intemperismo, em particular no intemperismo químico. Para responder corretamente, é essencial entender como o intemperismo, um processo geológico crucial, funciona e quais são os fatores que o influenciam.

 

Os processos de intemperismo são fundamentais para a formação do solo e para a modificação das rochas e minerais na superfície terrestre. Intemperismo pode ser definido de forma geral como a quebra das rochas em partículas menores, sem movimentação dessas partículas, diferentemente da erosão. Os processos de intemperismo são classificados em três tipos principais: físico, químico e biológico.

 

O intemperismo físico, também conhecido como mecânico, ocorre quando rochas e minérios se quebram em pedaços menores sem mudar sua composição química. A temperatura desempenha um papel importante aqui, particularmente através de processos como a expansão térmica e a contração de rochas devido a mudanças de temperatura, que muitas vezes ocorrem em climas desérticos onde há grande variação térmica entre dia e noite.

 

No entanto, ao tratarmos do intemperismo químico, estamos falando de processos que alteram a composição química das rochas, transformando minerais primários em minerais secundários mais estáveis na superfície da Terra. A água é o principal agente do intemperismo químico, conduzindo reações tais como hidratação, carbonatação, oxidação, entre outras. Esses processos são eloquentemente influenciados por condições úmidas e calor moderado, mas a presença de água é o aspecto crítico, não a temperatura isoladamente.

 

Dentre os principais fatores que influenciam o intemperismo químico, incluem-se a presença de água, o tempo de exposição, a presença de ácidos na água (como o ácido carbônico formado pela dissolução de dióxido de carbono na água da chuva), a superfície de contato entre rocha e água, além da composição mineralógica da rocha em questão. O clima, sim, favorece o intemperismo químico, mas essencialmente através da presença de umidade, e muito menos através de variáveis como temperatura extrema, que têm maior influência no intemperismo físico.

 

Para exemplificar, em climas tropicais úmidos, onde a umidade é abundante e as temperaturas são moderadas, o intemperismo químico é acelerado. Os minerais reagem quimicamente mais facilmente na presença de água, onde são frequentemente dissolvidos e redepositados para formar novos minerais mais estáveis. Por outro lado, em zonas áridas, onde há mínimas precipitações, o intemperismo químico é menos proeminente, mas o intemperismo físico ocorre de maneira mais acentuada devido à extensa gama de variações de temperatura.

 

Portanto, apesar de a temperatura ser um fator que afeta o intemperismo de diferentes formas, principalmente através do intemperismo físico, o enunciado da questão focaliza sua influência no intemperismo químico. O papel predominante da temperatura no contexto do intemperismo químico não é amplamente reconhecido sem considerar conjuntamente a umidade, que é o fator mais determinante nesse tipo de intemperismo.

 

Assim, ao interpretar a questão, é crucial focar na dinâmica e interdependência de fatores climáticos no intemperismo e entender que, para processos químicos, a presença de umidade é significativamente mais crítica do que a temperatura por si só. Isso justifica o gabarito que considera a afirmação errada, pois embora a temperatura exerça influência, não é um fator principal ou predominante no intemperismo químico como declarado na questão, quando desvinculado da umidade.

 

Portanto, a alternativa correta é E.

Um fator que exerce grande influência no intemperismo
químico é a temperatura.

Acerca dos processos de intemperismo, julgue os itens a seguir.

O estudo do solo, ou pedologia, é uma área fundamental dentro da Geografia e das Ciências da Terra, já que o solo é um recurso natural essencial para a vida no planeta. Dentro deste estudo, um conceito importante é o processo de cimentação, que é a acumulação e deposição de substâncias como carbonato de cálcio, sílica e óxidos de ferro e alumínio no solo. Esses agentes são chamados de agentes cimentantes porque desempenham a função de unir grãos do solo, formando uma massa mais consolidada.

 

Quando esses agentes cimentantes estão presentes em quantidades consideráveis, o solo adquire uma consistência dura e quebradiça. Este fenômeno ocorre porque os materiais cimentantes atuam como uma espécie de "cola" entre as partículas do solo, formando agregados mais resistentes. Por exemplo, quando há a presença significativa de carbonato de cálcio, forma-se o chamado calcrete, uma camada endurecida devido ao depósito desse mineral, bastante comum em regiões áridas e semiáridas.

 

Esse processo de cimentação tem implicações práticas em diversos campos, como a agricultura, mineração e construção civil. Em terrenos onde o solo é fortemente cimentado, a realização de atividades como plantio, escavação ou instalação de infraestruturas pode ser mais difícil, haja vista que esses solos são mais resistentes à penetração de raízes e ferramentas.

 

Além disso, a presença de óxidos de ferro e alumínio também contribui para a coloração mais avermelhada ou amarelada dos solos, característica que pode ser observada em diversos solos tropicais, onde a oxidação de ferro é comum devido às condições climáticas de calor e umidade.

 

Por outro lado, solos com alto teor de sílica como agente cimentante podem ser encontrados formando uma camada conhecida como duripã, que é usada até mesmo como pavimentação em algumas regiões devido à sua dureza e resistência.

 

É importante destacar que a compreensão desses processos é crucial para o manejo sustentável do solo, pois solos com alta cimentação podem ter capacidades de drenagem, aeração e disponíveis para uso agrícola reduzidas, além de serem mais suscetíveis a erosão em determinadas condições.

 

A questão apresentada aborda corretamente esse conceito da cimentação em solos. Conforme analisado, a descrição de que o processo de cimentação devido a agentes cimentantes como carbonato de cálcio, sílica e óxidos de ferro e alumínio confere ao solo uma consistência dura e quebradiça está correta. Ela reflete um entendimento adequado da ciência do solo aplicada em contextos reais, especialmente em regiões em que esses processos são mais pronunciados.

 

Portanto, a alternativa correta é C.

O processo de cimentação resultante de agentes cimentantes,
como carbonato de cálcio, sílica, óxidos de ferro e alumínio,
confere ao solo uma consistência dura e quebradiça.

Julgue os itens que se seguem, relativos à pedologia.

Para compreender adequadamente a questão sobre pedologia proposta pela banca, é essencial examinar os conceitos de solo, principalmente no que tange à matéria orgânica e os fatores que influenciam seu equilíbrio no ambiente superficial. A análise de solo envolve estudar sua formação, composição, propriedades, e sua relação com fatores ambientais e antrópicos.

 

A questão parte da premissa de que o equilíbrio das formas e concentrações de matéria orgânica no ambiente superficial é regulado por três fatores: drenagem, capacidade de retenção de água no solo e tipo de vegetação. Analisaremos cada um desses fatores e sua relação com a matéria orgânica de forma detalhada.

 

Primeiramente, a matéria orgânica do solo é composta por restos e resíduos de plantas, partes de raízes vivas, organismos do solo e produtos de decomposição. É uma componente crucial que afeta a fertilidade do solo, a estrutura e a capacidade de retenção de água, além de servir como uma fonte de nutrientes para as plantas.

 

A drenagem do solo refere-se à capacidade que o solo tem de permitir que a água se mova através dele. Solos bem drenados, como os arenosos, tendem a ter menor retenção de matéria orgânica devido à rápida lavagem de nutrientes e decomposição, enquanto solos mal drenados, frequentemente ricos em argila, retêm mais matéria orgânica, pois a decomposição é mais lenta devido à menor disponibilidade de oxigênio. Contudo, drenagem, por si só, não regula diretamente as formas e concentrações de matéria orgânica, mas sim influencia indiretamente através de suas interações com outros fatores.

 

Em seguida, a capacidade de retenção de água no solo está intrinsecamente relacionada à textura do solo (proporção de areia, silte e argila). Solos com alta capacidade de retenção, como os argilosos, podem suportar maior quantidade de matéria orgânica porque as condições de umidade favorecem o crescimento de organismos decompositores. Novamente, a retenção de água contribui para condições indiretas propícias, mas não atua isoladamente como fator regulador direto.

 

O tipo de vegetação é, sem dúvida, um dos componentes mais críticos na regulação da matéria orgânica no solo. Diferentes tipos de vegetação contribuem para a quantidade e a qualidade da matéria orgânica por meio da produção de serrapilheira e resíduos vegetais. Vegetação densa e perene, como florestas, tendem a aumentar a acumulação de matéria orgânica devido ao aporte contínuo de folhas e madeira morta; esse é o único fator mencionado que realmente está diretamente ligado à regulação das formas e concentrações de matéria orgânica, pois influencia diretamente o que é adicionado ao solo.

 

Além dos fatores mencionados na questão, devem ser considerados outros aspectos fundamentais que influenciam o equilíbrio da matéria orgânica, como temperatura e microbiota do solo, o tempo de formação do solo e a atividade humana – aspectos estes não mencionados e que são essenciais na regulação da matéria orgânica. O manejo inadequado do solo, a utilização de fertilizantes, a erosão e práticas de cultivo são também elementos chave no controle do balanço da matéria orgânica no solo.

 

Portanto, embora drenagem e capacidade de retenção de água sejam fatores importantes na dinâmica do solo, sozinhos, não regulam a matéria orgânica como sustentado pela questão. Eles afetam indiretamente, pois contribuem para as condições ambientais onde o solo e a matéria orgânica coexistem, enquanto o tipo de vegetação tem uma influência direta e mais considerável. De modo geral, uma abordagem regulatória sobre a matéria orgânica do solo deve considerar um espectro mais amplo de fatores, combinando condições climáticas, práticas de uso e manejo do solo, e biodiversidade de organismos do solo.

 

Por fim, para entender por que a questão está incorreta, é essencial ressaltar que para que algo regule a matéria orgânica no solo, deve ter uma influência direta e determinante. O tipo de vegetação sim, tem esse poder, mas drenagem e capacidade de retenção de água são intermediários, dependentes de outros fatores, como a textura do solo e as condições climáticas. Assim, dizer que eles regulam a matéria orgânica sem mencionar uma maior complexidade de fatores e interações é uma simplificação excessiva que diminui a precisão da questão. Dessa forma, a alternativa correta para a questão é Errado, pois não abrange todos os fatores envolvidos de forma adequada e precisa.

 

Portanto, a alternativa correta é E.

O equilíbrio das formas e concentrações de matéria orgânica
no ambiente superficial é regulado por drenagem, capacidade
de retenção de água no solo e tipo de vegetação.

(A) Certa. A Terra Roxa é um solo residual típico da região sul do Brasil, especialmente do estado do Paraná, que se desenvolveu a partir da decomposição de rochas basálticas. Portanto, esta alternativa está correta. (B) Errada. A areia quartzosa não é um solo diretamente associado a rochas basálticas. É mais comumente associada a rochas de quartzo, não de basalto. (C) Errada. A areia quartzosa laterítica é um tipo de solo arenoso, rico em óxidos de ferro e alumínio, que se desenvolve em regiões tropicais úmidas. Embora possa haver basaltos em algumas regiões com solos lateríticos, nem todos os solos lateríticos se originam de basaltos. (D) Errada. A turfa é um tipo de solo orgânico formado pela decomposição parcial de matéria orgânica, como musgos e plantas aquáticas. Não está diretamente associada a rochas de basalto. (E) Errada. O caulim é uma argila branca utilizada na indústria cerâmica e de papel, geralmente encontrada em formações de rochas sedimentares, como os granitos e os pegmatitos. Não está associada a rochas basálticas. Resposta: Letra A

é basicamente formado por material inorgânico que lhe confere fraca textura.

se destaca pela proximidade com a rocha-mãe, sendo portanto pouco metamorfizado.

forma a parte superior do solo e contém uma camada de material orgânico − o húmus.

se caracteriza pela elevada fertilidade e nem sempre é encontrado em todos os solos.

é o menos sujeito às ações antrópicas porque encontra-se a médias profundidades.

A questão apresentada pela Fundação Carlos Chagas trata da estrutura e classificação dos solos, focando especificamente nos horizontes. Os horizontes do solo são camadas distintas que se formam a partir da transformação da rocha-mãe sob a influência de fatores como clima, organismos vivos, relevo, tempo e material de origem. Cada horizonte possui características únicas que influenciam a sua função no ecossistema e sua aptidão agrícola.

 

Vamos analisar cada uma das alternativas para entender melhor o que está sendo abordado:

 

Alternativa A: 
Essa alternativa afirma que o primeiro horizonte do solo é basicamente formado por material inorgânico, conferindo-lhe fraca textura. Porém, na realidade, o primeiro horizonte, também conhecido como horizonte O (ou A, em algumas classificações), é caracterizado pela presença significativa de matéria orgânica. A matéria orgânica presente neste horizonte resulta da decomposição de plantas e animais, o que contribui para um solo mais escuro e com textura favorável ao crescimento de plantas. Portanto, esta descrição não se aplica ao primeiro horizonte, uma vez que negligencia a presença crucial de matéria orgânica. 
 

Alternativa B: 
A alternativa B sugere que o primeiro horizonte é aquele que está mais próximo da rocha-mãe e, portanto, pouco metamorfizado. Contudo, esse conceito está incorreto quando aplicado ao primeiro horizonte do solo, que é mais sujeito a transformações devido à abundância de matéria orgânica e à exposição direta às condições climáticas e biológicas. A camada que fica próxima à rocha-mãe é geralmente o horizonte C, que ainda não está completamente desenvolvido e possui características semelhantes à rocha-mãe. 
 

Alternativa C: 
Esta alternativa corretamente descreve o primeiro horizonte como a parte superior do solo, que contém uma camada de material orgânico chamada húmus. O húmus é extremamente importante para a fertilidade do solo, uma vez que oferece nutrientes essenciais para as plantas e melhora a estrutura do solo. Esta camada se localiza no horizonte O ou A, cuja formação resulta da decomposição de resíduos orgânicos, representando a camada mais ativa biologicamente do solo. 
 

Alternativa D: 
A opção D afirma que o primeiro horizonte é caracterizado por elevada fertilidade e que nem sempre é encontrado em todos os solos. Embora seja verdade que o horizonte superior seja muitas vezes fértil devido à presença de húmus, não é correto afirmar que ele não é encontrado em todos os solos - na maioria das vezes, todas as camadas essenciais são encontradas, embora a composição e espessura possam variar amplamente. Assim, enquanto é comum que solos altamente evoluídos apresentem diferentes graus de fertilidade, a presença de um horizonte superior com material orgânico é fundamental em solos cultivados. 
 

Alternativa E: 
Por fim, a alternativa E sugere que o primeiro horizonte é o menos sujeito às ações antrópicas por se encontrar em médias profundidades. Essa descrição está equivocada quando se fala do primeiro horizonte, já que é a camada do solo mais influenciada pela atividade humana, como a agricultura, construção e uso do solo para diversas finalidades. As práticas agrícolas, em especial, modificam essa camada significativamente, seja pela aragem, adição de fertilizantes ou outros tratamentos. 
 

Portanto, a alternativa correta é C.

Questões de Geografia - Solo