O período destacado no enunciado começa com um evento marcante na história do Brasil: a chegada da família real portuguesa em 1808, que fez com que o Brasil deixasse de ser uma colônia de mero interesse mercantil para se tornar a sede do império português. Este movimento foi crucial pois alavancou transformações políticas e econômicas significativas, como a abertura dos portos às nações amigas, marcando o início de uma profunda inserção na economia global e diminuindo a dependência exclusiva de Portugal.

 

A concessão de um "estatuto privilegiado" à Inglaterra reflete a complexa relação de dependência que o Brasil desenvolveu com as nações europeias, em particular com a potência britânica, que influenciou diversos aspectos da política interna e externa do Brasil durante todo o século XIX e parte do XX. Este estatuto se manifestava através de tratados comerciais desiguais que, por um lado, promoviam o desenvolvimento econômico e, por outro, reforçavam a posição subordinada do Brasil no sistema mundial.

 

A questão faz também uma conexão com a estabilidade aparente do Império brasileiro, destacando que, apesar da imagem de unidade, havia constantes lutas e conflitos. Isso inclui a luta pela abolição da escravatura e pela proclamação da República, eventos que desencadearam mudanças fundamentais na estrutura social e política do país. A abolição da escravatura sob pressão britânica e a subsequente proclamação da República são apresentadas como catalisadores para a modernização capitalista do Brasil, incluindo a introdução do trabalho assalariado e a imigração europeia.

 

Por fim, o enunciado cita a Revolução de 1930 e a longa era de Getúlio Vargas, que foi uma época de intensa transformação social e econômica, e a luta popular nas décadas subsequentes, especialmente a campanha pelas “Diretas Já!”, que representou um dos mais notáveis exemplos de mobilização popular em prol da democracia durante o período final do regime militar. A inclusão desses eventos destaca a persistência de uma busca por inclusão política e reformas sociais ao longo da história do Brasil.

 

A presença constante de lutas, mudanças e reformas ao longo do período coberto pelo enunciado mostra uma evolução contínua e frequentemente conturbada na luta pelo desenvolvimento e pela democracia no Brasil.

Gabarito: Letra C

A participação popular, como na luta pela anistia e pelas
eleições presidenciais diretas (Diretas Já!), esteve presente
nos últimos anos do regime militar.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando
aspectos marcantes da história brasileira, da colônia aos dias de
hoje, julgue os itens.

Pode-se dizer que, de fato, o século XIX brasileiro teve
início somente em 1808, com a chegada de D. João VI,
acompanhado da corte e da família real portuguesa, fugindo das
tropas de Napoleão, sob escolta da Armada inglesa. Abriram-se
os portos “às nações amigas”, dando-se estatuto privilegiado à
Inglaterra, sua protetora. No longo processo que levou à
Independência, articulou-se o complexo sistema
oligárquico-imperial escravista (1822-1889), cristalizando-se em
um modelo político e burocrático, já nacionalizado, de grande
poder e complexidade administrativa asfixiante. Sob a
estabilidade aparente do Império brasileiro (uno e indivisível),
assistiu-se a uma longa sucessão de lutas e conflitos. Ao final, sob
forte pressão da Inglaterra, deu-se a abolição da escravatura
(1888), logo seguida da proclamação da República (1889),
acontecimentos decisivos para a implantação de uma ordem
capitalista moderna. Concomitantes, a imigração européia e a
introdução do trabalho assalariado, em substituição ao trabalho
escravo, acabariam por mudar bastante a fisionomia do novo
Estado-nação.
A Revolução de 1930, em que assumiu a presidência da
República o gaúcho Getúlio Vargas, inaugurou um longo e
turbulento período histórico de reformas, levantes, repressões,
contra-reformas e tentativas de superação da condição de país
atrasado, subdesenvolvido, periférico e dependente, termos que
se tornaram correntes em momentos sucessivos. Período que se
encerrou com o golpe de Estado de 1964, de caráter civil-militar,
instalando um regime ditatorial que se prolongou pelos vinte anos
seguintes.

contra o plano de controle da inflação do presidente José Sarney.

para comemorar a posse de Fernando Collor como presidente.

em oposição ao projeto governista de reforma agrária e  fiscal.

a favor do impeachment do presidente Tancredo Neves.

O movimento conhecido como "Diretas Já" foi uma ampla manifestação popular que ocorreu no Brasil entre o final de 1983 e o início de 1984. Este movimento tinha como principal objetivo a reivindicação por eleições diretas para presidente da República, que na época eram indiretas devido ao regime militar instaurado em 1964. 

O contexto dessa mobilização inclui a crescente insatisfação da população com o regime militar e a demanda por maior participação democrática. O movimento ganhou força em diversas partes do país, com comícios e manifestações que reuniram milhares de pessoas. 

É importante destacar que as alternativas "A", "C", "D" e "E" não correspondem ao contexto do movimento Diretas Já. A alternativa "A" menciona um plano de controle da inflação durante a presidência de José Sarney, que só iniciou seu mandato após o período do movimento Diretas Já. A alternativa "C" fala sobre a posse de Fernando Collor, que aconteceu anos mais tarde, em 1990. A alternativa "D" trata de uma oposição a projetos de reforma agrária e fiscal, que não são associados diretamente ao movimento Diretas Já. Por fim, a alternativa "E" menciona um impeachment contra Tancredo Neves, que nunca ocorreu, uma vez que Tancredo nem chegou a assumir a presidência, falecendo antes de sua posse. 

Gabarito: Letra B

Questões de História - Diretas Já!