A independência do Brasil, declarada em 7 de setembro de 1822 por D. Pedro I, é um marco fundamental na história brasileira. Entretanto, para compreender se este evento foi "revolucionário" nas dimensões política e social, precisamos analisar o contexto e as consequências desse processo. 

Politicamente, a independência representou a ruptura formal do Brasil com a coroa portuguesa, resultando na formação de um império independente sob a liderança de D. Pedro I. Este fato marcou uma mudança significativa na estrutura política, substituindo a condição de colônia pela de nação soberana. No entanto, essa transformação manteve a maioria das estruturas administrativas e políticas coloniais praticamente intactas, e o poder continuou centralizado na figura do imperador. 

Socialmente, a independência teve um impacto muito limitado. As estruturas sociais coloniais, incluindo a manutenção da escravidão e as disparidades socioeconômicas acentuadas, permaneceram quase inalteradas. Os grandes proprietários de terras e a elite agrária ainda dominavam a economia e mantinham grande influência política, enquanto a vasta maioria da população continuava sem representação política ou melhorias significativas em suas condições de vida. 

Portanto, apesar da independência do Brasil ser um evento de profunda importância política, ela não representou uma revolução social, pois as desigualdades e estruturas pré-existentes foram largamente mantidas. Pode-se argumentar que houve uma "revolução política" em termos de autonomia e soberania, mas sem uma correspondente "revolução social" que alterasse significativamente a ordem social e distribuição de poder no país. 

Gabarito: Letra E

A independência brasileira foi revolucionária tanto na
dimensão política quanto na social.

No que se refere ao Brasil no século XIX, julgue os itens a seguir.

a revolta republicana ocorrida nas províncias do Norte, conhecida como “Confederação do Equador” e a Guerra do Paraguai, país que fazia parte do Império português na América.

a guerra civil liderada pelos herdeiros do trono, D. Pedro e D. Miguel, que disputavam a primazia do futuro Império Brasileiro e as revoltas populares nas províncias do Sudeste.

a promulgação de uma nova constituição, em Portugal, com o apoio do Família Real, instituindo um novo projeto  colonizador para o Brasil, e a “Guerra de Canudos”, no nordeste.

as disputas políticas por conta da participação dos deputados brasileiros nas Cortes portuguesas e a “Guerra da Independência”, cujo palco principal foi a Bahia.

os levante populares conduzidos por líderes republicanos abolicionistas e a guerra contra a ditadura de Rosas na Argentina, a fim de deter seu projeto expansionista.

A questão apresentada pela Fundação Carlos Chagas em História aborda o processo de consolidação da Independência do Brasil e identifica lutas internas que marcaram essa fase. Vamos analisar cada alternativa em relação ao contexto histórico para entender por que a alternativa D é a correta.

 

Alternativa A: Menciona a "Confederação do Equador", que de fato foi uma revolta ocorrida nas províncias do Norte do Brasil em 1824, enquanto buscavam maior autonomia em relação ao poder central no Rio de Janeiro. No entanto, a Guerra do Paraguai (1864-1870) não tem relação com a consolidação da Independência do Brasil, pois ocorreu décadas depois e envolveu questões geopolíticas distintas.

 

Alternativa B: Esta alternativa se refere a uma guerra civil fictícia entre D. Pedro e D. Miguel, que na realidade aconteceu em Portugal, não no Brasil. Essa disputa pela coroa portuguesa, após a morte do rei João VI, não está diretamente ligada ao processo de consolidação da Independência do Brasil.

 

Alternativa C: A promulgação da constituição portuguesa em 1822 e a "Guerra de Canudos" (1896-1897) são eventos historicamente reais, mas igualmente incompatíveis com o contexto. A Constituição visava recolonizar o Brasil, afetando a independência, e Canudos é um evento do final do século XIX, fora do período de consolidação da Independência.

 

Alternativa D: Corretamente, menciona enfrentamentos políticos associados à participação brasileira nas Cortes de Lisboa e a "Guerra da Independência" na Bahia. As Cortes tentaram anular a autonomia brasileira, o que acirrou os conflitos que culminaram na independência. A Bahia foi cenário de um dos confrontos mais simbólicos pela independência, onde a resistência local foi decisiva para expulsar as tropas portuguesas.

 

Alternativa E: Refere-se a conflitos que não estão associados diretamente à consolidação da Independência do Brasil. A guerra contra a ditadura de Rosas na Argentina faz parte da história do Prata, e não do processo de independência brasileiro, configurando outro erro de contexto histórico.

 

Portanto, a alternativa D é a correta porque identifica eventos diretamente relacionados ao processo de consolidação da independência brasileira, destacando as disputas políticas e conflitos bélicos que ocorreram principalmente na Bahia, área crucial para a afirmação da soberania brasileira.

Gabarito: Letra D

Questões de História - Independência do Brasil