Questões de História - Independência do Brasil

o apoio estratégico oferecido pelo presidente de São Paulo, Washington Luís, aos revolucionários, permitiu o fortalecimento dessa ação política e exigiu uma postura de negociação por parte do governo federal, que ofereceu aos invasores de São Paulo a imediata anistia e a possibilidade de discutir a criação de uma instância jurídica para fiscalizar as eleições.

a ação revolucionária em São Paulo foi potencializada pelos acordos estabelecidos entre os invasores e as dissidências oligárquicas, especialmente dos estados do Rio Grande do Sul, do Paraná e da Bahia, e exigiu do presidente Arthur Bernardes uma grande habilidade de negociação política, que resultou na rendição dos revolucionários e em anistia política.

a presença dos rebeldes na capital de São Paulo atemorizou todas as classes sociais da cidade e impulsionou uma aliança fundamental entre as elites político-econômicas e os setores populares que, nos bairros operários, passaram a combater as forças invasoras de forma improvisada, porque acreditavam que os rebeldes anulariam as suas conquistas trabalhistas.

os revolucionários conquistaram o apoio do Partido Democrático – que se opunha ao Partido Republicano Paulista – e dominaram a cidade por mais quase três meses, o que exigiu a interferência das tropas militares dos estados da Guanabara e de Minas Gerais que, associadas às tropas federais, combateram e expulsaram os revolucionários de São Paulo.

com a chegada dos rebeldes, as forças legalistas de defesa do presidente do estado, Carlos de Campos, e da permanência de Arthur Bernardes no poder deixaram a cidade e os rebeldes ocuparam São Paulo por quase um mês; no ano seguinte, os invasores expulsos de São Paulo, juntam-se a outros revoltosos e formam a Coluna Miguel Costa-Prestes.

José Bonifácio, "o Patriarca da Independência", deixou o legado de um pensamento voltado para a preservação da unidade política nacional.

As tarifas aduaneiras impostas pelo Brasil no século XIX começaram a ser implementadas a partir de 1840 e impulsionaram o país, já no Império, para um programa de franca industrialização do tipo inglesa.

A crise regencial e a consolidação do Império ocorridas entre as décadas de 30 e 40 do século XIX não afetaram a harmonia entre centralização e descentralização do poder político e das instituições.

O termo regressista, na acepção forjada por Bernardo Pereira de Vasconcelos, foi empregado, a partir de 1840, para qualificar a defesa do liberalismo político e do fortalecimento das autoridades provinciais.

A Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834, aprovada em maio de 1840, fortaleceu o poder das assembleias legislativas provinciais.

Um tipo de conflito de interesses que reapareceria em outros contextos da história do Brasil, centrado nas atribuições do Poder Executivo e do Legislativo, ocasionou a primeira grave crise política do nascente Estado nacional brasileiro e redundou na dissolução da assembleia constituinte encarregada de elaborar a primeira Constituição do país.

O reconhecimento da independência brasileira pela Inglaterra ocorreu quase simultaneamente à decisão dos Estados Unidos da América (EUA) de reconhecer o nascimento do Estado brasileiro sob a liderança do antigo príncipe regente português; em ambos os casos, condicionou-se o reconhecimento à abertura do mercado brasileiro ao comércio internacional.

Os dois partidos políticos constituídos no início do Primeiro Reinado, o Conservador e o Liberal, ofereceram a Dom Pedro I o apoio e a estabilidade necessários para o seu governo, cenário de estabilidade política que desapareceu em face da violenta repressão do governo central a movimentos separatistas como a Cabanagem e a Sabinada.

A emancipação política do Brasil, além de não ensejar grandes alterações na ordem econômica e social, preservou a monarquia, em meio aos vizinhos republicanos, situação somente possível devido à existência de uma elite política homogênea, detentora de sólida base social e de um projeto de nação consensualmente construído.

A Cisplatina e a Bahia foram as províncias brasileiras nas quais se manifestou a resistência portuguesa, tendo o governo de Lisboa contratado comandantes militares estrangeiros, como, por exemplo, o oficial francês Pedro Labatut, para liderar as tropas lusas no confronto com as forças leais a Dom Pedro I.