 se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

 se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

 se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

 se todas as afirmativas estiverem corretas.

O texto que nos foi apresentado discute o "lugar de fala", abordando a importância do respeito e compreensão genuínos em relação a diversas minorias sociais e também questiona a adequação de pessoas fora desses grupos ao discutirem questões que não lhes pertencem diretamente, distinguindo entre opiniões e conhecimento fundamentado.
 
A primeira afirmativa (I) sugere que o texto reflete sobre uma possível desvirtuação do conceito de "lugar de fala". O texto efetivamente aborda essa ideia, especialmente quando menciona as controvérsias e a politização que podem distorcer o emprego original e a necessidade da expressão. Dessa forma, essa afirmativa é correta.
 
Quanto à segunda afirmativa (II), ela afirma que os grupos hoje considerados dentro do conceito de "politicamente correto" não foram respeitados historicamente. Isso também é apoiado pelo texto, que menciona o avanço no respeito a esses grupos, sugerindo que anteriormente, por falta de menção, eles não eram tão respeitados.
 
A terceira afirmativa (III) diz que o lugar de fala "depende eminentemente de opiniões e impressões", o que contraria diretamente o argumento do texto. Este diferencia claramente opiniões, que não configuram um lugar de fala legítimo, de conhecimento científico e experiência concreta, que sim conferem legitimidade ao falar sobre um tema.
 
Portanto, a alternativa correta é aquela que confirma como corretas as afirmativas I e II, mas não a III. Assim, a alternativa correta é A.

      Queiram aceitar ou não, em especial os que são
   preconceituosos e discriminatórios, o mundo vem
   avançando no combate às questões que insistem em
   desrespeitar certos grupos sociais por suas origens,
5  realidades ou opções. Na busca de justiça, tais movimentos
   pela inclusão têm sido atacados em suas corajosas posições.
      Dentre a terminologia praticada, a expressão
   "politicamente correto" é alvo de ridicularização. Há quem
   ache "chato" o respeito a mulheres, pretos, indígenas,
10 LGBTQIAP+, idosos, obesos, religiosos, camponeses,
   portadores de deficiências físicas ou mentais, moradores de
   comunidades, refugiados, estrangeiros.
      Nesse contexto, também há questionamento sobre a
   frase "lugar de fala". Quem teria?
15    Para entender o que significa e como empregar sem
   polêmica essa expressão, a filosofia platoniana oferece
   doxa, episteme e sofia. Por fim, além de questionar quem
   pode ou não debater sobre os diferentes temas, é
   importante saber que há um lugar de onde se fala e um lugar
20 para onde se fala.
      É comum dizer que branco não pode falar sobre preto
   porque não tem lugar de fala. Um rico não pode falar sobre
   pobreza porque, igualmente, não tem esse direito. Alguém
   hétero não pode falar sobre gay porque não pertence ao
25 grupo. E por aí vai a polêmica que, às vezes, exacerba ao
   mesclar ideologia e/ou religião.
      O antropólogo Darcy Ribeiro não poderia falar sobre
   problemas dos indígenas apenas porque não era um deles?
   Neste ponto entra a filosofia – nada vã, ao contrário do que
30 disse o poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare.
   Uma coisa é comentar baseado em opiniões, crendices,
   boatos e, assim, não ter lugar de fala. Outra, entretanto, é
   falar com real conhecimento científico mesmo sem
   pertencer ao grupo do tema abordado. Por fim, terá
35 também lugar de fala aquele que o fizer fundamentado em
   concreta experiência vivida.
      A história da humanidade mostra que lutar com
   conhecimento e responsabilidade por direitos inalienáveis
   determina princípios importantes: justiça, generosidade,
40 altruísmo, solidariedade, respeito. O lugar de fala será
   sempre legítimo, desde que não impeça a quem tenha real
   capacidade acadêmica ou prática de atuar pelo próximo,
   movido pelo amor e pela sincera preocupação com o bem-
   estar coletivo.
45    Vale lembrar que o Brasil está entre os dez países mais
   desiguais do mundo, segundo o índice de Gini (Banco
   Mundial, 2020). Defender direitos humanos exige muitas
   mentes e vozes.
      Todos aqueles que preservam a qualidade do meio
50 ambiente – terra, água, ar, flora e fauna – o fazem com
   legítimo lugar de fala. Somos parte integrante da natureza,
   vivemos neste mundo e precisamos preservá-lo. Ao
   olharmos ao redor, vamos perceber que todos os demais
   semelhantes na luta pela sobrevivência – não importa cor,
55 gênero, religião, deficiências, origens, níveis – querem e
   merecem tratamento igual, fraterno e digno para viver em
   uma sociedade livre e democrática. Saberes ancestrais
   alertam: "Quando nossa educação não reconhece nossa
   cultura e não age com base nela, não estamos sendo
60 educados, estamos sendo colonizados."
      Liberdade de expressão exige responsabilidade de
   expressão. Este é o princípio maior do lugar de fala 
   politicamente correto: aquele que busca equilibrar razão e
   emoção com um único objetivo – o necessário respeito a
65 cada pessoa, como deve ser praticado pelos seres de boa
   vontade.


O pronome "Este" no trecho destacado da questão serve para antecipar uma ideia que será explicitada logo em seguida, ou seja, ele tem a função de preparar o leitor para o conceito que é desenvolvido depois do próprio pronome. Esse tipo de emprego é chamado de catafórico, pois refere-se a um elemento que ainda não foi mencionado, mas que é descrito ou definido posteriormente no texto.

 

Normalmente, quando falamos de funções de pronomes ou referências pronominais dentro de um texto, temos algumas opções principais:

<ul>
<li>Anafórico: quando o pronome faz referência a um elemento ou ideia que já foi mencionado anteriormente no texto.</li>
<li>Catafórico: justamente o contrário do anafórico, pois antecipa algo que ainda será detalhado no texto, como é o caso neste exemplo.</li>
<li>Dêitico: quando o pronome depende do contexto situacional para ter seu significado plenamente entendido, frequentemente apontando para algo no contexto de fala.</li>
<li>Exofórico: semelhante ao dêitico, porém faz referência a algo que está fora do texto e é entendido no contexto geral ou de conhecimento comum entre falante e ouvinte.</li>
</ul>

 

No caso específico do trecho "Este é o princípio maior...", o pronome "Este" está claramente apontando para a definição ou explicação que segue sobre o "princípio maior do lugar de fala politicamente correto". Portanto, sua função é catafórica, pois aponta para uma informação que ainda será fornecida na sequência. Essa antecipação cria uma coesão textual, ligando a parte do texto que introduz o conceito à sua explicação detalhada.

 

A alternativa correta é B.

Vamos lá! Essa questão pede a gente para olhar com cuidado o segmento sublinhado no texto e identificar qual o valor dele em relação ao que foi dito antes. O segmento em foco é "terra, água, ar, flora e fauna".
 
Reparando na construção da frase completa, o autor inicia afirmando que todos que preservam a qualidade do meio ambiente fazem isso com legítimo lugar de fala, o que significa que têm autoridade moral ou experiência para discutir sobre esse assunto. Depois, ele lista os elementos do meio ambiente que estão sendo preservados, ou seja, "terra, água, ar, flora e fauna".
 
Isso nos leva às opções da pergunta, onde temos que escolher entre explicação, exemplificação, enumeração e explicitação. Aqui, o autor não está dando uma explicação para a afirmação anterior, nem está fornecendo exemplos ou explicando o que é preservar o meio ambiente. Ele está simplesmente listando os componentes do meio ambiente, ou seja, fazendo uma enumeração dos elementos associados ao tópico em questão.
 
Logo, a alternativa correta, que reflete o papel do segmento sublinhado de adicionar uma lista ao comentário anterior sobre preservação ambiental, é a letra C) enumeração.

No textão que caiu na tua prova, temos um belo exemplo de texto dissertativo-argumentativo. Mas bora quebrar isso aí para entender melhor. Primeiro, o que torna um texto dissertativo-argumentativo? Esse tipo de texto busca arguir, persuadir ou convencer o leitor sobre determinadas ideias ou opiniões, apresentando argumentos sólidos, exemplos, dados estatísticos, entre outros.

 

Se formos analisar o textinho dado, o autor não está aqui só para expor fatos ou explicar as coisas (que seria mais um estilo expositivo). Ele tá mesmo é querendo te convencer de algo, entrar na tua cabeça e fazer você pensar como ele. Há uma clara intenção de debater sobre a importância e validade do "lugar de fala", usando exemplos do mundo real, citando filósofos e até mesmo trazendo o Darcy Ribeiro na conversa. Por exemplo, quando menciona que "não basta apenas ter uma opinião para ter lugar de fala, mas sim um conhecimento embasado ou uma vivência concreta". Isso é argumentação que fala, né?

 

Agora, sem nem precisar pensar muito, dá para notar que o texto não é narrativo, né? Não tem personagens em ação, não tem uma sequência de eventos... E também não é descritivo, porque o foco não está em detalhar cenários ou características de forma estática. Ele é essencialmente dissertativo, e mais ainda, argumentativo pela maneira como engaja com o leitor para validar seus pontos de vista.

 

A alternativa correta é D.

No texto apresentado, é necessário identificar o papel gramatical das palavras nas frases mencionadas nas alternativas. Vamos lá:

A) mundo (ℓ.2)
A palavra "mundo" em "...o mundo vem avançando no combate às questões..." é usada como substantivo, referindo-se ao planeta ou à sociedade como um todo.
 

B) suas (ℓ.6)
A palavra "suas" em "Na busca de justiça, tais movimentos pela inclusão têm sido atacados em suas corajosas posições." é um pronome possessivo que está funcionando como adjetivo, pois qualifica "posições" indicando posse ou a quem estas posições pertencem.
 

C) quem (ℓ.8)
A palavra "quem" em "Há quem ache 'chato' o respeito..." é usada como pronome relativo, introduzindo uma cláusula que especifica as pessoas que possuem determinada opinião sobre o respeito.
 

D) pretos (ℓ.9)
A palavra "pretos" em "respeito a mulheres, pretos, indígenas..." é um substantivo usado para designar um grupo de pessoas, neste contexto, com base na cor da pele.
 

Dessa forma, vemos que a única opção que categoriza uma palavra sendo utilizada como adjetivo é a alternativa B, com o pronome possessivo "suas", qualificando outro substantivo no contexto.

A alternativa correta é B

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