O elemento sublinhado em Que algum Irmão de armas é um pronome com função de sujeito.

O termo “onde” pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por “em que”.

O elemento sublinhado em Quem se salvou dirá é um pronome com função de predicativo do sujeito.

No poema, há comparação e prosopopeia, figura em que se emprestam características humanas a seres inanimados.

O segmento algum Irmão de armas / parou de respirar pode ser transposto para a voz passiva.

Ao analisar o poema e as alternativas propostas, podemos discutir cada uma delas com base nos princípios da literatura, focando-se nas figuras de estilo, sintaxe e substituição correta de termos:

<ul>
<li>
A) O elemento sublinhado em Que algum Irmão de armas é um pronome com função de sujeito. 
Esta afirmativa é incorreta. A palavra "que" no contexto do poema funciona como pronome relativo, não como sujeito. Ele introduz uma oração subordinada adjetiva, relativa ao "algum Irmão de armas".
</li>

<li>
B) O termo “onde” pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por “em que”. 
A substituição do termo "onde" por "em que" preserva o sentido e a correção gramatical no contexto do poema, já que “onde” geralmente indica lugar físico ou figurado e pode ser substituído por "em que" quando refere-se a uma condição metafórica ou implícita.
</li>

<li>
C) O elemento sublinhado em Quem se salvou dirá é um pronome com função de predicativo do sujeito. 
Esta afirmativa é incorrecta. "Quem" é um pronome relativo que neste caso funciona como sujeito da oração "Quem se salvou dirá".
</li>

<li>
D) No poema, há comparação e prosopopeia, figura em que se emprestam características humanas a seres inanimados. 
Correta. O poema faz uso de comparação ao sugerir que uma palavra pode ferir como um "sabre" (comparação), e de prosopopeia ao tratar a palavra como um agente capaz de "calar" e "ferir", características tipicamente humanas.
</li>

<li>
E) O segmento algum Irmão de armas / parou de respirar pode ser transposto para a voz passiva. 
Esta afirmativa também é obviamente errada uma vez que já está na voz passiva - não tem agente da ação e a ação é recebida pelo sujeito "algum Irmão de armas".
</li>
</ul>

Portanto, a alternativa correta é D.

Uma palavra se abre 
Como um sabre − 
Pode ferir homens armados 
Com sílabas de farpa 
Depois se cala − 
Mas onde ela caiu 
Quem se salvou dirá 
No dia de desfile 
Que algum Irmão de armas  
Parou de respirar

O poema apresentado no enunciado é um exemplo de crítica literária e sociopolítica, utilizando a poesia como meio de expressão contra certas ideologias e estruturas de poder. A menção ao neoliberalismo dentro do poema sugere uma representação crítica dessa corrente política e econômica, enfatizando sua influência destrutiva e alienante nas sociedades, especialmente nos países do terceiro mundo.

Apoiar o neoliberalismo, como o enunciado sugere que o poema faz, seria reconhecer o sistema como algo positivo. No entanto, a descrição do mundo como um "palácio de cristal à prova de balas" sugere uma crítica a uma realidade protegida e isolada para os mais ricos ("argentários e multinacionais"), enquanto mantém outras populações em uma condição precária ("sobre fictas palafitas"). Além disso, a imagem do "bunker blau" implica uma fortaleza segura mais ainda segregacionista, o que aponta não para uma apologia, mas para uma censura social.

Haroldo de Campos, mencionado como lançador do movimento de Poesia Concreta em 1956, é conhecido por suas obras que frequentemente possuem um tom crítico e inovador. Portanto, é incompatível afirmar que o poema faz uma apologia ao neoliberalismo, quando, claro, trabalha em tom de denúncia e crítica a esse sistema.

Com base na análise do tom e do conteúdo do poema, bem como o contexto apresentado de Haroldo de Campos e seu estilo de escrita, podemos determinar que a alternativa E) Errado é a correta, pois o poema claramente não apoia, mas critica o neoliberalismo.

A temática do poema é a apologia ao neoliberalismo,
programa econômico globalizante identificado a partir
da década de 80 do século passado.

o neoliberal
sonha um admirável
mundo fixo
de argentários e multinacionais
terratenentes terrapotentes
coronéis políticos
milenaristas (cooptados) do
perpétuo
status quo:
 um mundo privé
palácio de cristal
à prova de balas:
 bunker blau
durando para sempre – festa
estática
 (ainda que sustente sobre
fictas
palafitas
 e estas sobre uma lata
de lixo)

Haroldo de Campos lançou, em 1956, o movimento nacional e
internacional de Poesia Concreta. >Julgue (C ou E) os itens a
seguir, considerando o contexto histórico, cultural e temático do
poema acima (texto VIII).

Questões de Literatura - Poema