Questões de Literatura - Verdadeiro ou falso

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Questão: 66 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Prefeitura Municipal de São Cristóvão/SE

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2019

Matéria/Assunto: Literatura


Mesmo sem querer recuar conceitos anacronicamente,
parece que Caramuru, de Santa Rita Durão, pode ser considerado
uma epopeia do tipo que se chamaria hoje colonialista, porque
glorifica métodos e ideologias que censuramos até no passado. Mas
que ainda são aceitos, recomendados e praticados pelos amigos da
ordem a todo preço, entre os quais se alinharia o nosso velho
Durão, que era filho de um repressor de quilombos e hoje talvez se
situasse entre os reacionários, com todo o seu talento, cultura e
paixão. Como sabemos, Caramuru é uma resposta ao poema de
Basílio da Gama, O Uraguai, cujo pombalismo ilustrado estava
mais perto daquilo que no tempo era progresso. Mesmo sendo
progresso de déspota esclarecido, useiro da brutalidade e do arbítrio.


A possível atualidade do Caramuru estaria um pouco na
presença constante da violência e da opressão, disfarçadas por uma
ideologia bem arquitetada, que tranquiliza a consciência. Durão é,
em grau surpreendente, um poeta da guerra e da imposição cultural,
e não ficaria deslocado em nosso tempo excepcionalmente bruto e
agressivo. Basílio da Gama, que celebra uma guerra destruidora, no
fundo não simpatiza com ela e quase justifica o inimigo (que não
consegue deixar de tratar como vítima), lamentando a necessidade
cruel da razão de Estado. Mas Durão não só adere ideologicamente
ao exercício da força, como parece ter por ela uma espécie de
fascinação.

Antonio Candido. Movimento e parada. In: Na sala de aula: caderno de
análise literária. São Paulo: Editora Ática, 1985, p. 8-9 (com adaptações).


Tendo como referência inicial o texto precedente, publicado pela
primeira vez em 1985, julgue os itens a seguir.
Caramuru e O Uraguai, assim como os romances O Guarani e Iracema, de José de Alencar, fizeram parte das manifestações românticas do período posterior à independência do Brasil, que, ao idealizarem o indígena, buscavam consolidar a mitologia da nacionalidade brasileira.

Questão: 67 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Prefeitura Municipal de São Cristóvão/SE

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2019

Matéria/Assunto: Literatura


Mesmo sem querer recuar conceitos anacronicamente,
parece que Caramuru, de Santa Rita Durão, pode ser considerado
uma epopeia do tipo que se chamaria hoje colonialista, porque
glorifica métodos e ideologias que censuramos até no passado. Mas
que ainda são aceitos, recomendados e praticados pelos amigos da
ordem a todo preço, entre os quais se alinharia o nosso velho
Durão, que era filho de um repressor de quilombos e hoje talvez se
situasse entre os reacionários, com todo o seu talento, cultura e
paixão. Como sabemos, Caramuru é uma resposta ao poema de
Basílio da Gama, O Uraguai, cujo pombalismo ilustrado estava
mais perto daquilo que no tempo era progresso. Mesmo sendo
progresso de déspota esclarecido, useiro da brutalidade e do arbítrio.


A possível atualidade do Caramuru estaria um pouco na
presença constante da violência e da opressão, disfarçadas por uma
ideologia bem arquitetada, que tranquiliza a consciência. Durão é,
em grau surpreendente, um poeta da guerra e da imposição cultural,
e não ficaria deslocado em nosso tempo excepcionalmente bruto e
agressivo. Basílio da Gama, que celebra uma guerra destruidora, no
fundo não simpatiza com ela e quase justifica o inimigo (que não
consegue deixar de tratar como vítima), lamentando a necessidade
cruel da razão de Estado. Mas Durão não só adere ideologicamente
ao exercício da força, como parece ter por ela uma espécie de
fascinação.

Antonio Candido. Movimento e parada. In: Na sala de aula: caderno de
análise literária. São Paulo: Editora Ática, 1985, p. 8-9 (com adaptações).


Tendo como referência inicial o texto precedente, publicado pela
primeira vez em 1985, julgue os itens a seguir.
A literatura indianista brasileira, que tematiza o indígena, suas práticas e mitologias, é parte importante da literatura brasileira, desde sua formação até a contemporaneidade, ao passo que as literaturas indígenas do Brasil, tanto orais quanto escritas, têm suas origens no reconhecimento político dos povos indígenas a partir do período da redemocratização, na segunda metade da década de 80 do século passado.

Questão: 68 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Prefeitura Municipal de São Cristóvão/SE

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2019

Matéria/Assunto: Literatura


Mesmo sem querer recuar conceitos anacronicamente,
parece que Caramuru, de Santa Rita Durão, pode ser considerado
uma epopeia do tipo que se chamaria hoje colonialista, porque
glorifica métodos e ideologias que censuramos até no passado. Mas
que ainda são aceitos, recomendados e praticados pelos amigos da
ordem a todo preço, entre os quais se alinharia o nosso velho
Durão, que era filho de um repressor de quilombos e hoje talvez se
situasse entre os reacionários, com todo o seu talento, cultura e
paixão. Como sabemos, Caramuru é uma resposta ao poema de
Basílio da Gama, O Uraguai, cujo pombalismo ilustrado estava
mais perto daquilo que no tempo era progresso. Mesmo sendo
progresso de déspota esclarecido, useiro da brutalidade e do arbítrio.


A possível atualidade do Caramuru estaria um pouco na
presença constante da violência e da opressão, disfarçadas por uma
ideologia bem arquitetada, que tranquiliza a consciência. Durão é,
em grau surpreendente, um poeta da guerra e da imposição cultural,
e não ficaria deslocado em nosso tempo excepcionalmente bruto e
agressivo. Basílio da Gama, que celebra uma guerra destruidora, no
fundo não simpatiza com ela e quase justifica o inimigo (que não
consegue deixar de tratar como vítima), lamentando a necessidade
cruel da razão de Estado. Mas Durão não só adere ideologicamente
ao exercício da força, como parece ter por ela uma espécie de
fascinação.

Antonio Candido. Movimento e parada. In: Na sala de aula: caderno de
análise literária. São Paulo: Editora Ática, 1985, p. 8-9 (com adaptações).


Tendo como referência inicial o texto precedente, publicado pela
primeira vez em 1985, julgue os itens a seguir.
O Uraguai e Caramuru são poemas épicos, gênero literário caracterizado pela métrica rígida e por uma narrativa organizada em episódios.

Questão: 69 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Prefeitura Municipal de São Cristóvão/SE

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2019

Matéria/Assunto: Literatura

O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe
artística brasileira no início da ditadura militar foi o
“nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu
aproveitamento do rock, da cultura de massa, da guitarra elétrica,
acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da
esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e
comportamental, portanto, bifronte: ora de esquerda, ora de direita.
E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a
guitarra, a linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália,
contra Caetano cantando em inglês, é interessante lembrar o
comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa
língua, que ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando
em inglês com pronúncia nordestina registra um momento
substancial de nossa história e imaginação”.

Flora Süssekind. Literatura e vida literária: polêmicas, diários e
retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações).


Sobre a cabeça os aviões

Sob os meus pés os caminhões

Aponta contra os chapadões

Meu nariz


Eu organizo o movimento

Eu oriento o carnaval

Eu inauguro um monumento no planalto central

Do país

Caetano Veloso. Tropicália. 1968.


A partir dos textos apresentados, julgue os próximos itens, a
respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo.
O Tropicalismo, com representantes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Torquato Neto, foi um movimento estético iniciado após o ápice do Modernismo, com o qual guarda relações estéticas.

Questão: 70 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Prefeitura Municipal de São Cristóvão/SE

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2019

Matéria/Assunto: Literatura

O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe
artística brasileira no início da ditadura militar foi o
“nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu
aproveitamento do rock, da cultura de massa, da guitarra elétrica,
acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da
esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e
comportamental, portanto, bifronte: ora de esquerda, ora de direita.
E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a
guitarra, a linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália,
contra Caetano cantando em inglês, é interessante lembrar o
comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa
língua, que ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando
em inglês com pronúncia nordestina registra um momento
substancial de nossa história e imaginação”.

Flora Süssekind. Literatura e vida literária: polêmicas, diários e
retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações).


Sobre a cabeça os aviões

Sob os meus pés os caminhões

Aponta contra os chapadões

Meu nariz


Eu organizo o movimento

Eu oriento o carnaval

Eu inauguro um monumento no planalto central

Do país

Caetano Veloso. Tropicália. 1968.


A partir dos textos apresentados, julgue os próximos itens, a
respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo.
O aproveitamento que os tropicalistas fizeram de culturas estrangeiras na sua própria produção distancia-os dos modernistas que promoveram a Semana de Arte Moderna em 1922.