Questões de Literatura - Verdadeiro ou falso

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Questão: 76 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Secretaria de Estado da Educação de Alagoas

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2018

Matéria/Assunto: Literatura

O Zé Pereira chegou de caravela

E preguntou pro guarani da mata virgem

— Sois cristão?

— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeterê
tetê Quizá Quizá Quecê!

Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!

O negro zonzo saído da fornalha

Tomou a palavra e respondeu

— Sim pela graça de Deus

Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!

E fizeram o Carnaval.

Oswald de Andrade. Brasil. In: Primeiro caderno
do aluno de poesia Oswald
. São Paulo, Círculo do Livro.


Acerca do poema precedente e de aspectos da literatura brasileira
a ele relacionados, julgue os itens subsecutivos.
No poema, a pluralidade de vozes recria, de maneira irônica e irreverente, a chegada do colonizador europeu ao Brasil.

Questão: 77 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Secretaria de Estado da Educação de Alagoas

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2018

Matéria/Assunto: Literatura

O Zé Pereira chegou de caravela

E preguntou pro guarani da mata virgem

— Sois cristão?

— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeterê
tetê Quizá Quizá Quecê!

Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!

O negro zonzo saído da fornalha

Tomou a palavra e respondeu

— Sim pela graça de Deus

Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!

E fizeram o Carnaval.

Oswald de Andrade. Brasil. In: Primeiro caderno
do aluno de poesia Oswald
. São Paulo, Círculo do Livro.


Acerca do poema precedente e de aspectos da literatura brasileira
a ele relacionados, julgue os itens subsecutivos.
O poema estabelece explícita intertextualidade com a obra I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, poeta do Romantismo brasileiro.

Questão: 78 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Secretaria de Estado da Educação de Alagoas

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2018

Matéria/Assunto: Literatura

O Zé Pereira chegou de caravela

E preguntou pro guarani da mata virgem

— Sois cristão?

— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeterê
tetê Quizá Quizá Quecê!

Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!

O negro zonzo saído da fornalha

Tomou a palavra e respondeu

— Sim pela graça de Deus

Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!

E fizeram o Carnaval.

Oswald de Andrade. Brasil. In: Primeiro caderno
do aluno de poesia Oswald
. São Paulo, Círculo do Livro.


Acerca do poema precedente e de aspectos da literatura brasileira
a ele relacionados, julgue os itens subsecutivos.
O poema demonstra, no plano da linguagem, a postura nacionalista do movimento modernista brasileiro, que valorizou o emprego, nos textos literários, de formas linguísticas típicas da modalidade falada do português brasileiro.

Questão: 79 de 168

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Secretaria de Estado da Educação de Alagoas

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2018

Matéria/Assunto: Literatura

Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci
naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os
gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são
menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta
dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos
alguns lineamentos do menino.


Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de
“menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos
mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e
voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma
escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que
estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um
punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui
dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por
pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque
de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no
chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu
trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o,
dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas
vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando
muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a
boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos
de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras,
dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas
deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer
que eram também expressões de um espírito robusto, porque
meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me
repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade:
em particular dava-me beijos.


Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da
minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes
os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos
homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os
chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.


Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça
humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por
partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao
sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me
a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas
eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os
nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz
viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do
mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me
perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas
entre a manhã e a noite fazia uma grande maldade, e meu pai,
passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava
a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro!

Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás
Cubas
. Internet: www.dominiopublico.gov.br.


Julgue os próximos itens, com relação ao fragmento de texto
apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido
e à produção literária machadiana.
No fragmento apresentado, assim como em toda a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, predomina a linguagem denotativa, em consonância com os princípios de racionalismo e objetividade característicos do Realismo.

Questão: 80 de 168

5ec8155ff92ea105560868eb

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Banca: CESPE / Cebraspe

Órgão: Secretaria de Estado da Educação de Alagoas

Cargo(s): Professor - Língua Portuguesa

Ano: 2018

Matéria/Assunto: Literatura

A maior riqueza do homem

é a sua incompletude.

Nesse ponto sou abastado.

Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito.

Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,

que puxa válvulas, que olha o relógio,

que compra pão às 6 horas da tarde,

que vai lá fora, que aponta lápis,

que vê a uva etc. etc.

Perdoai

Mas eu preciso ser Outros.

Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros. Retrato do artista quando coisa. 3.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 79.


Julgue os itens seguintes, a respeito do texto precedente.
Do quinto ao nono verso do poema, a repetição do pronome relativo tem o efeito de reforçar a ideia expressa pelo eu lírico: ele não é afeito a novidades.