Questões de Medicina Legal - Balística forense

Um dos possíveis efeitos primários do tiro em pessoa é a produção da orla de enxugo, localizada ao redor do orifício de entrada, a qual ocorre com a passagem do projétil pela pele, que, ao deformá-la, tem sua superfície limpa de impurezas.

Quando o orifício de entrada de projétil de arma de fogo deferido contra pessoa apresenta apenas orlas de contusão e de enxugo, o tiro é necessariamente classificado como a curta distância.

Em tiros contra lâminas finas de vidro, quando o vidro não cai, é possível distinguir as fraturas radiais, que se iniciam na face voltada para a origem do tiro, e as fraturas concêntricas, que se iniciam na face oposta à da origem do tiro.

Um dos possíveis efeitos secundários do tiro em humanos é a formação da zona de tatuagem, produzida pelo depósito de fuligem oriunda de combustão de pólvora ao redor do orifício de entrada.

Em tiro encostado, quando o local atingido pelo projétil tem plano ósseo subjacente, os gases que penetram juntamente com o projétil, ao encontrarem estrutura mais rígida, batem e retornam, formando o sinal de Benassi.

Quando estojos de revólveres são encontrados no local do crime, o exame microscópico da marca do extrator e do ejetor é bastante relevante.

As duas características mais individualizadoras de uma arma de fogo são o calibre e o número de série.

Por meio do exame microscópico do projétil, é possível identificar a arma que o expeliu, bem como estabelecer correlação entre dois eventos em que a mesma arma foi usada, mesmo que seja em dias diferentes.

O exame de eficiência de arma de fogo é realizado somente para constatar se houve alterações em suas características originais, em especial quanto à marca e ao número de série.

Não é possível, por meio de exame em buchas utilizadas em cartuchos destinados ao uso em espingardas, identificar o calibre do cartucho ao qual pertenciam.

apenas permite dizer que foi tiro a curta distância.

se trata de dado insuficiente para caracterizar a distância do tiro.

se trata de tiro a “queima roupa”.

se trata de tiro a longa distância.

É possível aferir o calibre dos projéteis encontrados e identificar a marca e o modelo da arma de fogo usada no crime.

O Perito Criminal que realizou o atendimento no local do crime deveria ter usado uma pinça para buscar e remover os projéteis do interior do corpo antes de liberar o local de crime.

Segundo o princípio Criminalístico da interpretação de Paul Kirk, dois projéteis disparados pela mesma arma de fogo, por mais indistinguíveis que sejam, apresentarão compatibilidades nos sinais neles impressos que possibilitarão concluir que foram disparados pela mesma arma de fogo, mas não serão idênticos.

O princípio da documentação, que é a base da cadeia de custódia, indica que os projéteis devem ser armazenados no mesmo lacre e em contato para evitar perdas do material e facilitar o rastreamento dos vestígios.

O exame de comparação balística busca compatibilidades entre as raias e as microestrias impressas nos projéteis decorrentes do contato com a alma do cano após a realização do tiro. A marca transferida por contato corresponde ao princípio de Edmond Locard, denominado princípio da descrição.