Para detonar essa questão, primeiro a gente tem que entender o que é conexão semântica entre os termos em uma frase. Uma conexão semântica significa que um termo está relacionado ou referenciando algo dito antes na frase. É como se tivesse uma linha imaginária ligando esses termos, sacou? 
 
Vamos mergulhar na frase do texto: “Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige medidas adicionais”. 
 
<ul style="padding-left: 20px; margin-bottom: 20px;"> 
<li>'que' refere-se ao 'algoritmo' que analisa as imagens.</li> 
<li>'as' (primeira) é um pronome que se refere a 'imagens', conectando-se semanticamente a ele.</li> 
<li>'as' (segunda) também está ligada a 'imagens', sendo um pronome que o algoritmo usa para fazer sua mágica de análise.</li> 
<li>'as imagens' se conecta diretamente com a ação de enviar algo que foi fotografado - as tais pintas suspeitas.</li> 
</ul> 
 
Agora, 'um câncer' neste caso não tem uma conexão direta, ou pronome, ou algo que o antecede diretamente e que faça referência específica a ele, diferentemente dos outros itens que têm clara referência aos elementos ou ações anteriores. 
 
alternativa correta é E

O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das 
profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem músicos, 
jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até 
aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico e "geek" Eric 
Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai 
vê-lo agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não 
escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes.  
          Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos 
coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito 
próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é 
possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as 
imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão 
do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode 
ser um câncer, o que exige medidas adicionais.  
          Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma 
o celular num verdadeiro laboratório de análises clínicas, 
realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. 
Também é possível, adquirindo lentes que custam centavos, 
transformar o smartphone num supermicroscópio que permite 
fazer diagnósticos ainda mais sofisticados.  
          Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz 
Topol, fará com que as pessoas administrem mais sua própria 
saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de 
preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o autor, de 
ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalismo 
que desde Hipócrates assombra a medicina.  
          Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, 
mas acho que, como todo entusiasta da tecnologia, ele 
provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os 
hospitais caminhem para uma rápida extinção. Dando algum 
desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente 
leitura para os interessados nas transformações da medicina.

Os imbecis deixam as suas impressões digitais no que dizem.

Jamais diga uma mentira que não possa provar.

A razão é um sol severo: ilumina, mas cega.

Ninguém pode me calar, a menos que amarrem minhas mãos 
nas costas.

É como dizia o comentarista: que empate o melhor!

E aí, beleza? Vamos dar uma olhada nessa questão, que pede pra gente identificar a frase coerente entre as opções. Sem mais delongas, vamos lá dissecar cada alternativa e entender porque a letra C sai na frente: 
 
A) Os imbecis deixam as suas impressões digitais no que dizem. Nessa fala, temos uma metáfora um pouco confusa, que sugere que pessoas tolas deixam marcas do seu estupor nas coisas que falam. Pode parecer poético, mas não é totalmente claro ou coerente à primeira vista. 
 
B) Jamais diga uma mentira que não possa provar. Essa é quase uma piada, né? A ideia de "provar uma mentira" quebra a cabeça da gente. Por definição, uma mentira não pode ser provada como verdadeira, então essa frase acaba sendo paradoxal e incoerente. 
 
C) A razão é um sol severo: ilumina, mas cega. Essa sim faz sentido. A metáfora usada aqui compara a razão a um sol forte, que apesar de nos esclarecer e iluminar, também pode nos cegar com sua intensidade. É uma forma de dizer que, às vezes, ser extremamente racional pode nos tornar insensíveis a outras nuances da realidade. Coerente e filosoficamente profunda. 
 
D) Ninguém pode me calar, a menos que amarrem minhas mãos nas costas. Fala sério! Normalmente, amarrar as mãos de alguém não vai impedi-lo de falar. A não ser que ela fale com as mãos (como na linguagem de sinais), mas aí essa informação precisaria ser especificada para tornar a frase coerente. 
 
E) É como dizia o comentarista: que empate o melhor! Essa aqui é engraçadinha e também um pouco confusa – "que empate o melhor" é gramaticalmente estranho e não faz muito sentido no uso comum da linguagem. 
 
Então, olhando bem, a única que realmente se sustenta de boas aqui é a letra C, com uma metáfora que, apesar de ser um pouco complexa, é totalmente compreensível. Por isso, a alternativa correta é C.

Questões de Português - Coesão e coerência - Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro