Dizem as damas e os elegantes da nossa terra que a
língua portuguesa não é bom para isto.

O que vou contar não tem bastantes aventuras enredadas,
peripécias, situações e incidentes raros.

As mulheres não gostam de poesia, romance, música ou
drama más, e isso é sinal de que são ruim.

Eu creio que haja má informações circulando entre as
mulheres e os tolos de nossa terra.

As damas e os elegantes acreditam que as narrativas em
francês são melhor do que as em português.

Vamos lá, galera, peguem suas notas e vamos mergulhar nesse oceano intrigante da concordância nominal, diretamente do texto que você trouxe. 
 
Primeiro de tudo, a concordância nominal é basicamente sobre garantir que os substantivos estejam em harmonia com as palavras que os qualificam, como adjetivos e artigos. Tipo um match perfeito no Tinder das palavras, sabe? 
 
Partindo para as opções: 
<ul> 
<li>A) Temos um problema de gênero e número. "não é bom para isto" deveria ser "não é boa para isto", concordando com "língua portuguesa", que é feminino.</li> 
<li>C) Aqui, tá tudo fora de sintonia: "são ruim" deveria ser "são ruins", concordando em número com o plural "as mulheres".</li> 
<li>D) Mais uma vez, o negócio desandou na concordância: "haja má informações" deveria ser "haja más informações" para combinar no plural e no feminino.</li> 
<li>E) Outro vacilo na concordância: "são melhor" deveria ser "são melhores".</li> 
</ul> 
 
A opção B) "O que vou contar não tem bastantes aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes raros." está correta porque a palavra "bastantes" é um quantificador variável que concorda em gênero e número com o que vem depois, e aqui está tudo em harmonia com as palavras plurais e femininas/masculinas. 
 
alternativa correta é B.

– Bem dizia eu, que aquela janela…
– É a janela dos rouxinóis.
– Que lá estão a cantar.
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os
mesmos ou outros – mas a menina dos rouxinóis foi-se e não
voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois
deveras
tem uma história aquela janela?
– É um romance todo inteiro, todo feito, como dizem os
franceses, e conta-se em duas palavras.
– Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos
verdes! Deve ser interessantíssimo. Vamos à história já.
– Pois vamos. Apeiemos e descansemos um bocado.
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos
nossos companheiros de viagem. Apeamo-nos, com efeito;
sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos rouxinóis
como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo
de entrar nele porque dizem as damas e os elegantes da nossa
terra que o português não é bom para isto, que em francês
que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e
sei que os elegantes que são uns tolos; mas sempre tenho
meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas poesia ou
romance,
música ou drama de que as mulheres não gostem
é porque não presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos:
o que eu vou contar não é um romance, não tem aventuras
enredadas, peripécias, situações e incidentes raros; é uma
história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
Acabemos aqui o capítulo em forma de prólogo e a matéria
do meu conto para o seguinte.

Questões de Português - Concordância nominal e verbal - Polícia Militar de São Paulo/Barro Branco