À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(E se soubessem quem é, o que saberiam?),

Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,

Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos 
seres,

Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada 
de nada.

Vamos analisar cada uma das alternativas para identificar o uso de antítese, conforme a definição dada pelo Dicionário Houaiss. A antítese é uma figura de linguagem que coloca em oposição dois termos ou ideias dentro de um mesmo contexto, ressaltando a contradição entre eles.

 

Alternativa A: "À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Nesta frase, o poeta começa negando a própria essência ou realização, mas em seguida afirma possuir todos os sonhos possíveis. Isso evidencia um contraste entre o "não ser nada" e o "ter todos os sonhos". Apesar de sugerir uma oposição, essa alternativa expressa mais um paradoxo do que uma antítese direta.
 

Alternativa B: "(E se soubessem quem é, o que saberiam?),"
Este verso levanta uma questão retórica sobre o conhecimento da identidade. Não há oposição direta entre elementos contrários na própria estrutura da frase, portanto, não constitui antítese.
 

Alternativa C: "Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,"
Aqui, o poeta descreve uma rua que é inacessível aos pensamentos. Embora este verso sugira uma impossibilidade ou limitação, não apresenta uma oposição clara de ideias contrárias que se enquadre na definição de antítese.
 

Alternativa D: "Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,"
Este verso descreve o mistério presente no mundo subterrâneo, sob as pedras e seres. Não há uma oposição de conceitos ou ideias, então também não se configura como antítese.
 

Alternativa E: "Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada."
Este verso apresenta uma clara oposição entre "tudo" e "nada", envolvendo o conceito de "Destino" que move tudo por uma estrada que leva a nada. Aqui, os termos opostos estão diretamente contrastados, atendendo à definição de antítese.
 

Gabarito: Letra E

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que nin­-
 [guém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constante­-
 [mente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente
 [certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos
[seres,
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos
 [brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada
 [de nada.

A figura de linguagem presente na expressão "da pena de um Cervantes" refere-se à metonímia. A metonímia é uma figura de linguagem na qual a designação de um objeto ou conceito é substituída por outro, com base em alguma relação de contiguidade ou associação que estabeleça entre eles uma fácil identificação. 

 

No contexto apresentado, "a pena de um Cervantes" é um exemplo clássico de metonímia, onde a "pena" é utilizada para representar a escrita ou o trabalho de Miguel de Cervantes, famoso escritor. A pena, como instrumento de escrita na época de Cervantes, está diretamente associada à sua produção literária. 

 

É fundamental ressaltar que, nas outras alternativas, os conceitos não se aplicam de forma adequada:
<ul>
<li>Ambiguidade se refere à possibilidade de uma frase ou termo ter múltiplas interpretações.</li>
<li>Antítese é o uso de conceitos opostos em uma frase, para criar um contraste.</li>
<li>Anáfora é uma figura de repetição, onde palavras são repetidas no início de frases ou versos.</li>
<li>Hipérbole é uma exageração para enfatizar um conceito.</li>
</ul>

 

Assim, a alternativa correta é a que identifica o emprego de metonímia na expressão mencionada do texto.

Gabarito: Letra A

Os seres humanos não podem viver sem ficções – menti-
ras que parecem verdades e verdades que parecem mentiras. E, 
graças a essa necessidade, existem criações maravilhosas como 
as belas artes e a literatura, que tornam mais suportável a vida 
das pessoas. Mas há as ficções benignas, como as que saíram 
dos pincéis de um Goya ou da pena de um Cervantes, e aquelas 
malignas, que negam sua natureza subjetiva, ideal e irreal e se 
apresentam como descrições objetivas, científicas da realidade.
Mais recentemente, tivemos muitas oportunidades de ver os 
efeitos perniciosos das ficções malignas, disseminadas por al-
guns gurus, que dizem respeito principalmente à economia como 
um todo. A mais recente é a de Paul Krugman que, em sua coluna 
no New York Times, anunciou o próximo “corralito” na econo-
mia espanhola, o que por acaso contribuiu para acelerar a fuga 
de capitais da Espanha e deve ter deixado estupefatos muitos dos 
seus admiradores que ainda não tinham percebido que também 
os ganhadores do Nobel de Economia, quando se transformam 
em ícones da mídia, às vezes dizem bobagens.

Em "a": Certo – A onomatopeia caracteriza-se como uma figura de linguagem por meio da qual são representados os mais diversos sons do nosso cotidiano. A prosopopeia (ou personificação), por sua vez, atribui características humanas a seres inanimados. Perceba, então, que, neste quadrinho, temos a representação dos sons e o fato de o pássaro serrar a gaiola e ainda se expressar oralmente. Em "b": Errado – Não há ideias opostas e nem comparações. Em "c": Errado – Não há "suavização" de ideias, o que caracteriza o eufemismo; tampouco a metáfora, apesar de ambas – metáfora e personificação – serem facilmente confundidas. Em "d": Errado – Não há ironia no texto, apenas na interpretação dele. Já a catacrese é o empréstimo de palavras para se referir a outras palavras. Exemplo: "perna da mesa" e "manga da blusa". Em "e": Errado – Não há noções de exagero na tirinha. Já a sinestesia é uma figura de linguagem que está ligada aos sentidos: audição, visão, tato, paladar e olfato. Resposta: Letra A.

Para isso, prepara um arcabouço legal para boicotar...

... reportou a agência de notícias oficial Xinhua.

... reguladores prometeram criar uma lista com celebridades...

O texto é recheado de adjetivos e critica a “estética anormal”...

... o governo define como “cultura de celebridades”.

A questão compreende assuntos relacionados à(s) figura(s) de linguagem, mais precisamente ao sentido conotativo. Com base nisso, passemos às alternativas: Em "a": Errado – O arcabouço é legal, ou seja, o sentido de "legal" encontra-se dicionarizado, e não em sentido figurado, portanto. Em "b": Errado – "Notícias" também foi empregado em seu sentido dicionarizado, não estando em sentido conotativo. Em "c": Errado – O sentido de "lista" também encontra-se dicionarizado. Em "d": Certo – O sentido de "recheado" não se encontra dicionarizado nesse caso, pois o texto não está "recheado", como se fosse um bolo. Em "e": Errado – O sentido de "definir" também se encontra dicionarizado: ato ou efeito de uma definição. Resposta: Letra D.

    A China quer colocar um fim ao que o governo define como “cultura de celebridades”. Para isso, prepara um arcabouço legal a fim de boicotar “artistas que transgrediram a moralidade social”.
    O Escritório da Comissão Central de Assuntos do Ciberespaço anunciou em uma circular que vai proibir “atos irracionais de idolatria” na internet. O texto é recheado de adjetivos e critica a “estética anormal” de celebridades, “responsáveis por deteriorar valores dominantes” da sociedade chinesa. Além disso, reguladores prometeram criar uma lista com celebridades envolvidas em “escândalos vulgares e histórico de comportamentos antiéticos”.
    “Histórias não comprovadas sobre artistas ou atos irracionais de idolatria, entre outros conteúdos, serão proibidos na internet”, reportou a agência de notícias oficial Xinhua. Famosos também estão proibidos de “ostentar riqueza ou prazeres extravagantes” nas redes sociais.


Questões de Português - Figuras de linguagem - Polícia Militar do Estado de São Paulo