 Estamos (L 07) nós – passageiro e motorista.

Vamos colocar a mão na massa e entender essa questão de análise sintática! Para começar, o enunciado pede para identificar um erro na referência do sujeito oculto nas expressões verbais. Então, bora lá!

Falar sobre análise sintática é fundamental porque isso nos ajuda a decifrar quem está fazendo a ação num texto, o que é crucial para entendermos o contexto completo. No fragmento de Carlos Drummond de Andrade usado aqui, precisamos fazer exatamente isso: identificar "quem faz o quê".

Opção A: "Liga" na linha 5 se refere a quando o motorista coloca um cassete e o liga. O texto deixa claro que é o motorista quem realiza a ação. Portanto, essa alternativa está correta.

Opção B: "Estamos" na linha 7 inclui o narrador e o motorista na situação descrita, mostrando que ambos estão presenciados no táxi ouvindo a música. Correto, pois reflete a inclusão de ambos no contexto.

Opção C: "Disse" na linha 21 se refere ao cidadão, mencionado logo antes como o indivíduo que não queria ouvir a música porque precisava se concentrar. Portanto, essa alternativa também está correta, pois o sujeito que "disse" é claramente identificado como o cidadão.

Opção D: "Tem", na linha 17, parece um pouco mais complicada. Aqui, ele é falado em resposta à gratidão do passageiro pela música, indicando que o motorista está falando de forma a incluir outras pessoas, como uma generalização (todos que gostam de música). Nesse ponto, a ação de ter prazer em agradar não se refere exclusivamente ao motorista, mas talvez a qualquer um que partilhe essa característica (gostar de agradar com música). Este argumento é sutil, mas a indicação da queixa "não tem de quê" mostra que podemos estar falando em um sentido mais geral do que apenas o motorista.

Portanto, a alternativa correta é D.

Carlos Drummond de Andrade

 Prazeres do cotidiano. Quando menos se espera... Você pega o táxi, manda tocar para o seu destino
(manda, não, pede por favor) e resigna-se a escutar durante 20 minutos, no volume mais possante, o rádio
despejando assaltos e homicídios do dia. Os tiros, os gemidos, os desabamentos o acompanharão por todo o
percurso. É a fatalidade da vida, quando se tem pressa.
 Mas eis que o motorista pega de um imprevisto cassete, coloca-o no lugar devido, liga, e os acordes
melódicos dos Contos dos Bosques de Viena irrompem do fusca amarrotado, mas digno.
 Bem, não é a Nona Sinfonia nem um título menor da grande música, mas não estamos na Sala Cecília
8Meireles, e isso vale como homenagem especial a um passageiro distinto, que pede por favor. Cumpre agradecer
a fineza:
 – Obrigado. O senhor mostra que tem satisfação em agradar ____ passageiros, oferecendo-lhes música e
não barulho e crimes.
 – Não tem de quê. O senhor também aprecia?
 – O quê?
 – Strauss. É um dos meus prediletos.
 – Sim, ele é agradável. O senhor está sendo gentil comigo.
 – Ora, não é tanto assim. Pus o cassete porque gosto de música. Não sabia se o senhor também gostava
ou não. Se não gostasse, eu desligava. Portanto, não tem que agradecer.
 – E já lhe aconteceu desligar?
 – Ih, tantas vezes. Fico observando ____ fisionomia do passageiro. Uns, mais acanhados, disfarçam, não
dizem nada, mas tem outros que reclamam, não querem ouvir esse troço. O senhor já pensou: chamar
Tchaikovski de “esse troço”? Pois ouvi isso de um cidadão de gravata e pasta de executivo. Disse que precisava
se concentrar, por causa de um negócio importante, e Tchaikovski perturbava a concentração.
 – Ele talvez quisesse dizer que ficava tão empolgado pela música que esquecia o negócio.
 – Pois sim! Nesse caso, não falaria “esse troço”, que é o cúmulo da falta de respeito.
 – Estou adivinhando que o senhor toca um instrumento.
 Olhou-me admirado:
 – Como é que o senhor viu?
 – Porque uma pessoa que gosta tanto de música, em geral toca. Seu instrumento qual é?
 Virou-se com tristeza na voz?
 – Atualmente nenhum. O senhor sabe, essa crise geral, a gasolina pela hora da morte, e não é só a
gasolina: a comida, o sapato, o resto. Tive de vender pra tapar uns buracos. Mas se as coisas melhorarem este
ano...
 – Melhoram. As coisas __________ melhorar – achei do meu dever confortá-lo.
 – Porque clarinetista sem clarinete, o senhor sabe, é um negócio sem sentido. Clarinete tem esta
vantagem: dá o recado sem precisar de orquestra. Um solo bem executado, não precisa mais pra encantar a
alma. Mas clarinetista, sozinho, fica até ridículo.
 – Não diga isso. E não desanime. O dia em que arranjar outro clarinete – quem sabe?, talvez até seja o
mesmo que lhe pertenceu – será uma festa.
 – Mas se demorar muito eu já estarei tão desacostumado que nem sei se volto a tocar razoavelmente.
Porque, o senhor compreende, eu não sou um artista, minha vida não dá folga pra estudar nem meia hora por dia.
 – O importante é gostar de música, tem amor e devoção por música, e está-se vendo que o senhor tem de
sobra.
 – Lá isso ta certo.
 – Não importa que o senhor não seja solista de uma grande orquestra, e mesmo de uma orquestra
comum. Ninguém precisa ser grande em nada, desde que cultive alguma coisa bonita na vida.
 Seu rosto iluminou-se.
 – Que bom ouvir uma coisa dessas. Agora vou lhe confessar que isso de não ser músico dos tais que
arrebatam o auditório sempre me doeu um pouco. Não era por vaidade não, quem sou pra ter vaidade? Mas
um sonho __________. Sei lá. Ficava me imaginando num palco iluminado, tocando... Bobagem, o senhor
desculpe. Agora a sua palavra _______ tudo claro. Basta eu gostar de música. Não é _________ que gostem de
mim, que ela goste de mim. Obrigado ao senhor
 Olhei o taxímetro, tirei a carteira.
 – Eu nem devia cobrar do senhor. Fico até encabulado!

Sim, ele é agradável (L 15) – Predicativo do sujeito.

O senhor está sendo gentil comigo (L 15) – Complemento nominal.

Pus o cassete porque gosto de música (L 16) – Predicado nominal.

Sem precisar de orquestra (L 35) – Objeto indireto.

Analise de cada alternativa seguindo a análise sintática do período simples apresentada na questão:

 

A) "Sim, ele é agradável." - Aqui, o termo sublinhado "agradável" funciona como predicativo do sujeito. Ele atribui uma característica ao sujeito "ele", que é complementado pelo verbo de ligação "é". Portanto, a função sintática de "agradável" está corretamente identificada como predicativo do sujeito.

 

B) "O senhor está sendo gentil comigo." - "Comigo" é um pronome pessoal oblíquo que aqui desempenha a função de complemento nominal, pois completa o sentido de um adjetivo/nome, associação que não ocorre nesse contexto. Na verdade, "comigo" integra a locução prepositiva que funciona como complemento direto do verbo "ser". A análise correta seria complemento circunstancial e não complemento nominal.

 

C) "Pus o cassete porque gosto de música." - O termo "gosto de música" atua como predicativo, mas não nominal. Predicativo nominal seria se o verbo fosse de ligação, mas aqui, "gosto" é um verbo significativo que por si só já constitui um predicado verbal. O enunciado está incorretamente identificado na questão.

 

D) "Sem precisar de orquestra." - A expressão "de orquestra" funciona como um complemento verbal, um objeto indireto introduzido pela preposição "de" do verbo "precisar". Assim, a análise está correta conforme dado.

 

Portanto, levando tudo em consideração, a alternativa correta é C.

O sujeito de uma oração é o termo que realiza ou sobre o qual se declara algo expresso pelo verbo. Analisar o sujeito correto em uma frase é essencial para entender quem ou o que é o agente da ação ou o tema do predicado.
 
No trecho apresentado, o verbo em questão é "morreu". Vamos olhar para o contexto em que ele está inserido: "a ideia de que os homens que se importavam com a aparência formavam um grupo seleto morreu." Aqui, percebe-se que o termo "um grupo seleto" faz parte da estrutura da oração, no entanto, ele não é o agente da ação de morrer.
 
O verdadeiro sujeito, nesse caso, é "a ideia de que os homens que se importavam com a aparência formavam um grupo seleto". Essa expressão mais completa é quem realmente "morreu", ou seja, deixou de ser relevante ou verdadeira conforme a evolução do contexto socio-cultural descrito. O trecho "um grupo seleto" é apenas parte do sujeito maior, mas não o sujeito em si.
 
Assim, o enunciado da questão de vestibular está incorreto ao afirmar que "um grupo seleto" é o sujeito do verbo "morreu". Na verdade, é a ideia mais abrangente que morreu, mostrando que as percepções sobre homens e autocuidado mudaram.
 
A alternativa correta é E.

O sujeito do verbo “morreu” (linha 10) é “um grupo seleto” (linha 9).


    No final do século XX, o termo “metrossexual”
começou a ganhar força. Cunhada pelo jornalista
britânico Mark Simpson, a palavra é a junção de parte da
palavra “metropolitano” com “sexual” e era usada para
descrever os homens mais vaidosos.
    Corta para 2022. É quase impossível se deparar
com a palavra metrossexual hoje. O termo caiu em
desuso, e não foi à toa: a ideia de que os homens que se
importavam com a aparência formavam um grupo seleto
morreu. Agora essa é a norma, não a exceção.
    A naturalização do tema, especialmente entre os
mais jovens, abriu as portas para um segmento promissor
do mercado: o de beleza masculina, com cada vez mais
marcas apostando em produtos para pele, cabelo, barba
e outros cosméticos destinados a eles.
    O segmento de cosméticos e produtos de beleza
voltado para homens atingiu 69 bilhões de dólares em
2020 e deve seguir em pleno crescimento. Ainda é pouco
se comparado aos mais de 700 bilhões de dólares
previstos para o mercado global de cosméticos, é
verdade. Essa diferença mostra que quase 90% do
mercado ainda é dominado pelo público feminino. Mas
também indica que o segmento voltado para homens
ainda tem muito potencial para crescer.
    O público masculino é uma aposta para expandir
o já gigante setor de cosméticos e cuidados pessoais
brasileiro — que é o quarto maior do mundo, atrás
somente de Estados Unidos, China e Japão.
    Não só o preconceito diminuiu, como também a
exigência da sociedade aumentou. Hoje ambientes de
trabalho ou de convivência consideram que cuidados com
a aparência são essenciais — e a falta deles pode trazer
problemas.


Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir.


Olá, vamos descomplicar essa análise sintática que o Instituto Quadrix trouxe na questão! Primeiramente, o fragmento do texto "Vive-se" usa a partícula "se", que pode confundir, mas a sacada aqui é entender o papel desse "se".

 

Quando falamos de "se" na língua portuguesa, ele pode aparecer em vários contextos e funções, certo? Neste caso específico, o "se" é utilizado como índice de indeterminação do sujeito, como a questão sugere. Isso significa que o autor não especifica quem realiza a ação, tratando-a de forma genérica.

 

O ponto crucial da questão, no entanto, está em entender o que isso implica para a conjugação do verbo. Normalmente, quando o sujeito é indeterminado com o uso do "se", o verbo de fato fica na terceira pessoa do singular. No entanto, o que parece ter sido um ponto de confusão aqui pode ser a interpretação de que não existe sujeito. De fato, existe um sujeito, e ele é indeterminado, fazendo com que a conjugação na terceira pessoa do singular seja correta, porém, isso não invalida a presença de um sujeito na oração.

 

Portanto, embora a ideia geral da questão esteja parcialmente correta, podemos considerar a avaliação linguística mais flexível. A interpretação quanto 100% à formulação da questão pode depender do rigor da banca. O processo de como o "se" indetermina o sujeito e como isso impacta no uso verbal está correto, indicando que a função do "se" neste contexto é realmente a indeterminação sem especificar quem executa a ação.

 

A análise problemática poderia estar em como a questão é formulada, mas após uma revisão, vemos que a descrição está correta. Logo, a alternativa correta é E.

Em “Vive-se” (linha 7), a partícula “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado, razão por que o verbo está flexionado na terceira pessoa do singular.


A ciência da administração surgiu no final do
século XIX, durante o processo da Primeira Revolução
Industrial. Ao longo do século XX, as teorias da
administração levaram as organizações a alcançar novos
patamares de eficiência e eficácia e ajudaram a
humanidade a realizar feitos incríveis.
 Vive-se hoje um novo momento, uma nova
revolução – a “revolução da velocidade” , em que as ̶
tecnologias se desenvolvem exponencialmente, trazendo
inúmeros desafios e oportunidades para pessoas e
empresas, sendo necessário “administração” para
gerenciar essa transformação de modo que todo o poder
da tecnologia convirja para a obtenção de resultados
efetivos de criação de valor, entrega de valor para os
clientes, apropriação de valor para as empresas e
benefícios para a sociedade.
 Na era digital, entre as funções básicas do
profissional de administração, inclui-se a necessidade de
conhecer novas tecnologias, tais como data science,
inteligência artificial, robótica, Internet das coisas (IoT),
blockchain, entre outras. Os soft skills – ou habilidades
interpessoais como inteligência emocional e trabalho em
equipe ̶ ganham nova dimensão. A capacidade de
trabalhar colaborativamente para, com o uso dessas
tecnologias, cocriar soluções que resolvam os problemas
das pessoas, gerando novos produtos, serviços e negócios
digitais, é essencial para a atuação do novo
administrador. É preciso pensar exponencialmente, uma
vez que a tecnologia permite uma escalada extraordinária
no mercado. Um serviço on-line, por exemplo, pode
elevar a atuação de uma startup a um nível nacional ou
mesmo internacional em pouquíssimo tempo.
 Ainda que o administrador continue atuando na
área de planejamento estratégico, finanças, marketing,
produção, qualidade, recursos humanos, tecnologia da
informação, entre outras, esse profissional tem hoje um
novo olhar para sua área de atuação e a era digital
oferece novas oportunidades de desenvolvimento de
atividades específicas nas empresas, tais como a de
gestor de mídias sociais, especialista em sucesso do
cliente, administrador de dados, investidor day trader,
especialista em e-commerce e marketplace, coach de
metodologia agile, gestor de tecnologia e transformação
digital. São novas oportunidades que ampliam a atuação
do administrador de empresas.

Julgue o item a seguir, relativo a aspectos linguísticos do texto.


Beleza, vamos destrinchar essa análise sintática. No trecho em questão, "sendo necessário 'administração' para gerenciar essa transformação", temos um caso interessante de estrutura sintática que pode confundir à primeira vista, mas vamos entender o porquê da alternativa correta ser a letra E, ou seja, Errado.
 
O termo "necessário" é um adjetivo que está sendo usado como predicativo do sujeito na oração, e ele concorda com o termo a que se refere. O sujeito de "sendo necessário" não é a oração "para gerenciar essa transformação"; essa oração é uma complementação finalística, explicando o motivo pelo qual algo é necessário.
 
O verdadeiro sujeito do segmento "sendo necessário" é o termo "administração". Portanto, "necessário" deveria concordar em gênero e número com "administração", que é um substantivo feminino singular. A construção correta exigiria que "necessário" estivesse na forma feminina (necessária) para concordar com seu sujeito "administração". Dessa forma, o item avalia erroneamente que o sujeito seria a oração completa para justificar o uso de "necessário" em vez de apontar diretamente para o termo "administração", que é o sujeito correto.
 
Podemos perceber, então, que o ajuste necessário não tem nada a ver com a oração infinitiva "para gerenciar essa transformação", e sim com a concordância do predicativo do sujeito com "administração".
 
A alternativa correta é E.

O emprego do termo “necessário” no masculino singular justifica-se pelo fato de o sujeito da oração “sendo necessário” (linha 11) ser representado por uma outra oração – “para gerenciar essa transformação” (linhas 11 e 12).


Questões de Português - Análise sintática do período simples