Essa questão cai no tema clássico de análise sintática, super importante para mandar bem em concursos! Vamos desvendar esse mistério juntos, beleza?

 

A frase em análise é: “Dessa forma, já poucos anos depois do episódio do homem honesto, não se falava mais em roubar ou ser roubado”. Aqui, o termo destacado precisa ser categorizado sintaticamente. Vamos entender o papel dele no contexto da frase.

 

Primeiro, o trecho “poucos anos depois do episódio do homem honesto” indica um momento no tempo relacionado ao passado do "episódio do homem honesto". Isso caracteriza o termo como um adjunto adverbial de tempo, porque modifica o verbo “falava”, indicando quando a ação de não falar mais sobre roubar ou ser roubado aconteceu.

 

Analisando as alternativas, percebemos que:

<ul>
<li>Adjunto adverbial de lugar (A) não se encaixa, pois o termo refere-se a “quando” algo aconteceu, não “onde”;</li>
<li>Adjunto adnominal (C) também não se aplica, pois isso modificaria um substantivo diretamente, o que não é o caso aqui;</li>
<li>Complemento nominal (D) e aposto explicativo (E) também estão fora de cogitação pela mesma razão de não atenderem à função temporal do termo.</li>
</ul>

 

Logo, a classificação correta para “poucos anos depois do episódio do homem honesto” nesta frase é mesmo de adjunto adverbial de tempo. Portanto, a alternativa correta é B.

Havia um país onde todos eram 
ladrões. 
À noite, cada habitante saía, com a 
gazua e a lanterna, e ia arrombar a casa de 
um vizinho. Voltava de madrugada, 
carregado e encontrava a sua casa 
arrombada. 
E assim todos viviam em paz e sem 
prejuízo, pois um roubava o outro, e este, 
um terceiro, e assim por diante, até que se 
chegava ao último que roubava o primeiro. 
O comércio naquele país só era praticado 
como trapaça, tanto por quem vendia como 
por quem comprava. O governo era uma 
associação de delinquentes vivendo à custa 
dos súditos, e os súditos por sua vez só se 
preocupavam em fraudar o governo. Assim 
a vida prosseguia sem tropeços, e não havia 
nem ricos nem pobres. 
Ora, não se sabe como, ocorre que 
no país apareceu um homem honesto. À 
noite, em vez de sair com o saco e a 
lanterna, ficava em casa fumando e lendo 
romances. 
Vinham os ladrões, viam a luz acesa 
e não subiam. 
Essa situação durou algum tempo: 
depois foi preciso fazê-lo compreender que, 
se quisesse viver sem fazer nada, não era 
essa uma boa razão para não deixar os 
outros fazerem. Cada noite que ele passava 
em casa era uma família que não comia no 
dia seguinte. 
Diante desses argumentos, o homem 
honesto não tinha o que objetar. Também 
começou a sair de noite para voltar de 
madrugada, mas não ia roubar. Era honesto, 
não havia nada a fazer. Andava até a ponte 
e ficava vendo a água passar embaixo. 
Voltava para casa, e a encontrava roubada. 
Em menos de uma semana o homem 
honesto ficou sem um tostão, sem o que 
comer, com a casa vazia. Mas até aí tudo 
bem, porque era culpa sua; o problema era 
que seu comportamento criava uma grande 
confusão. Ele deixava que lhe roubassem 
tudo e, ao mesmo tempo, não roubava 
ninguém; assim sempre havia alguém que, 
voltando para casa de madrugada, achava a 
casa intacta: a casa que o homem honesto 
devia ter roubado. O fato é que, pouco 
depois, os que não eram roubados 
acabaram ficando mais ricos que os outros e 
passaram a não querer mais roubar. E, além 
disso, os que vinham para roubar a casa do 
homem honesto sempre a encontravam 
vazia; assim iam ficando pobres. 
Enquanto isso, os que tinham se 
tornado ricos pegaram o costume, eles 
também, de ir de noite até a ponte, para ver 
a água que passava embaixo. Isso 
aumentou a confusão, pois muitos outros 
ficaram ricos e muitos outros ficaram pobres. 
Ora, os ricos perceberam que, indo 
de noite até a ponte, mais tarde ficariam 
pobres. E pensaram: “Paguemos aos pobres 
para ir roubar para nós”. Fizeram-se os 
contratos, estabeleceram-se os salários, as 
percentagens: naturalmente, continuavam a 
ser ladrões e procuravam enganar-se uns 
aos outros. Mas, como acontece, os ricos 
tornavam-se cada vez mais ricos e os 
pobres cada vez mais pobres. 
Havia ricos tão ricos que não 
precisavam mais roubar e que mandavam 
roubar para continuarem a ser ricos. Mas, se 
paravam de roubar, ficavam pobres porque 
os pobres os roubavam. Então pagaram aos 
mais pobres dos pobres para defenderem as 
suas coisas contra os outros pobres, e 
assim instituíram a polícia e constituíram as 
prisões. 
Dessa forma, já poucos anos depois 
do episódio do homem honesto, não se 
falava mais de roubar ou de ser roubado, 
mas só de ricos ou de pobres; e, no entanto, 
todos continuavam a ser pobres. 
Honesto só tinha havido aquele 
sujeito, e morrera logo, de fome.

Parece que estamos lidando com uma questão clássica de função sintática dos termos destacados no período. Vamos destrinchar isso passo a passo para garantir que você arrase na hora de identificar essas funções!

Primeiro, vamos analisar o trecho: “Fizeram-se os contratos, estabeleceram-se os salários.”

A frase apresenta uma estrutura de voz passiva sintética, onde o verbo está acompanhado de um pronome apassivador ("se"). Isso transforma os verbos em "Fizeram-se" e "Estabeleceram-se" indicando que a ação é sofrida pelos substantivos referidos. Assim, os termos "contratos" e "salários" são os núcleos do sujeito paciente nas respectivas orações. Eles são quem "recebem" a ação de serem feitos e estabelecidos, respectivamente.

 

<ul>
<li>Objetos diretos: referem-se a termos que recebem a ação direta do verbo sem preposição e que não são sujeitos da voz passiva.</li>
<li>Adjetos adnominais: são termos que caracterizam ou determinam um substantivo, normalmente vêm acompanhados de preposição.</li>
<li>Objetos indiretos: são termos que recebem a ação do verbo indiretamente, exigidos por verbos transitivos indiretos e ligados a eles por preposição.</li>
<li>Agentes da passiva: são aqueles que praticam a ação na voz passiva, normalmente introduzidos pela preposição “por” ou “de”.</li>
<li>Núcleos do sujeito: são os termos principais do sujeito, os quais dicem respeito à concordância verbal e ao significado principal do sujeito.</li>
</ul>

 

Neste caso, os termos "contratos" e "salários" respondem a pergunta "quem é que foi feito?" ou "quem é que foi estabelecido?", indicando claramente que são os núcleos dos sujeitos nas orações.

 

A alternativa correta é E.

E aí, pessoal! Vamos decifrar essa questão que parece um quebra-cabeça, mas no fundo, é pura lógica gramatical. Para entender melhor essa questão, precisamos esmiuçar a frase "depois foi preciso fazê-lo compreender que...". A chave aqui está em identificar a função sintática de "lo".

 
Primeiramente, o termo "lo" na frase é um pronome oblíquo átono que está atuando como complemento do verbo "fazer" no sentido de "fazer alguém compreender". Em sentenças assim, o verbo principal é "fazer", e o pronome "lo" se refere a alguém que está sendo submetido à ação de compreender. Portanto, "lo" assume aqui um papel de objeto direto em relação ao verbo "fazer". Porém, este não é o ponto que a questão pede; ela quer saber a função sintática em relação ao verbo "compreender".

 
No contexto do verbo "compreender", o "lo" representa a pessoa que compreende, ou seja, quem realiza a ação, configurando-o sintaticamente como sujeito do verbo "compreender". O truque legal aqui é perceber que quando dizemos "fazer alguém fazer algo", o "alguém" é o sujeito da segunda ação, neste caso, compreender. Em linhas simples, "lo" é quem está compreendendo algo, de acordo com o contexto fornecido pela questão.

 
Ainda que a pergunta possa parecer um pouco confusa devido ao fato de "lo" também atuar como objeto direto do verbo "fazer", para a finalidade desta questão específica, quando olhamos para a relação com "compreender", "lo" serve como o sujeito. Apesar de parecer contra-intuitivo, essa é a lógica comum em análises sintáticas de períodos mais complexos onde múltiplas ações estão acontecendo.

 
A alternativa correta é A.

E aí, amigo(a)! Vamos dar uma olhada nessa expressão “uma associação de delinquentes” na frase "O governo era uma associação de delinquentes" para entender qual é a função sintática dela, certo? Primeiro, precisamos identificar o verbo principal e o sujeito da oração. O verbo aqui é “era”, que é um verbo de ligação, e o sujeito é “O governo”.

 

Os verbos de ligação, como o próprio nome diz, ligam o sujeito a um estado, qualidade ou característica expressa pelo predicativo do sujeito. Eles não indicam ação, então não têm objeto direto ou indireto, eliminando já as opções A, C e E. Então, a expressão “uma associação de delinquentes” está desempenhando o papel de dizer algo sobre o sujeito, ou seja, qualificando ou caracterizando o sujeito “O governo”.

 

Restam as opções B e D, certo? O adjunto adnominal normalmente acompanha o nome modificando-o de algum modo, geralmente vem acompanhado por uma preposição e atribui uma característica mais acessória, não essencial. Por outro lado, o predicativo do sujeito está diretamente ligado ao verbo de ligação, complementando e atribuindo uma essência ou estado ao sujeito da oração.

 

Assim, “uma associação de delinquentes” não está apenas modificando supérfluo do governo, mas sim estabelecendo uma característica essencial sobre como o governo era visto ou qual era a sua natureza, qualificando diretamente o sujeito por meio do verbo de ligação. Portanto, a expressão é um predicativo do sujeito.

 

A alternativa correta é D.

Nesse trechinho divertido da banca Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos, na qual vocês estão afundados no estudo da Análise Sintática do Período Simples, vamos destrinchar os termos destacados: "lhe" e "tudo".

1. "lhe"
Essa palavra, gente, é um pronome pessoal do caso oblíquo e, aqui, funciona como objeto indireto. Ora, por que objeto indireto? Simples: ele indica para quem ou para o que a ação do verbo está sendo direcionada sem precisar de preposição, porque o verbo "roubar" pede esse tipo de complemento quando o foco é em quem sofre a ação, não diretamente no que foi roubado. Portanto, “lhe” se liga ao verbo sugerindo a implicação do sujeito (o homem honesto) na ação de ser roubado.

 

2. "tudo"
Agora, "tudo" é o objeto direto aqui. Por quê? Porque é o alvo direto da ação do verbo, representando aquilo que foi roubado. Ele responde diretamente à pergunta "o que foi roubado?" sem preposições, o que é a característica do objeto direto. Assim, o termo “tudo” completa o sentido do verbo sem necessidade de uma preposição, funcionando como objeto direto.

 

Captaram a nuance? A maneira como os termos se relacionam com o verbo e com a ação expressa é crucial para definir suas funções sintáticas. De qualquer forma, esse papo mais gramatical ajuda bastante no entendimento mais amplo de como construímos e destrinchamos as sentenças em Português.

 

alternativa correta é A

Questões de Português - Análise sintática do período simples