Você pediu um role de análise sintática de período simples, e a banca da Escola de Especialistas de Aeronáutica veio com essa questão que quer fazer a gente brincar de detetive linguístico. Bora lá dissecar cada uma das sentenças apresentadas com base nos tipos de predicado.

 

Olha o lance da primeira frase: "Apareceu ontem na fazenda um cavaleiro errante." Aqui, o verbo "apareceu" é intransitivo e tem como sujeito "um cavaleiro errante", mostrando uma ação por si só. Não há complemento que caracterize estado ou qualidade para estarmos dentro do contexto de uma predicado nominal. Portanto, temos um Predicado Verbal (PV).

 

Seguindo, "O quarto abrigava segredos e doces recordações." O verbo "abrigava" é outro intransitivo que funciona independentemente, associado a complementos que indicam uma circunstância, mas não um estado ou qualidade do sujeito. É outro exemplo clássico de Predicado Verbal (PV).

 

Depois temos: "O homem assistiu à própria saga desolado." Esta sinuca de bico mostra o verbo "assistiu" (um verbo transitivo direto) e a palavra "desolado" funcionando como um adjetivo, exprimindo uma característica emocional do sujeito simultaneamente à ação. Portanto, isso aqui é um Predicado Verbo-Nominal (PVN), visto que combina ação e estado.

 

Por fim, "Os irmãos ficaram admirados com a semelhança entre eles." Neste caso, o verbo "ficaram" funciona como um link entre o sujeito "Os irmãos" e o predicativo "admirados", que descreve seu estado ou qualidade decorrente do que perceberam. Nossa escolha aqui é Predicado Nominal (PN) porque o foco está no estado dos irmãos, não na ação em si.

 


<ul>
<li>Predicado Verbal (PV)</li>
<li>Predicado Verbal (PV)</li>
<li>Predicado Verbo-Nominal (PVN)</li>
<li>Predicado Nominal (PN)</li>
</ul>

 

Isso corresponde à alternativa B - PV – PV – PVN – PN.

 “Mui grande é o vosso amor e o meu delito (...).” (Gregório de Matos) 

 “Senhora, doei-vos de mim e lembrai-vos do que me prometestes.” (João de Barros) 

 “Ela foi descendo até o portão, onde passava um bonde em que entrou e partiu.” (Machado de Assis) 

 “Houve um momento de silêncio: todos os rostos empalideceram; todos os lábios calaram.” (Alexandre Herculano)

Vamos analisar cada uma das alternativas para entender qual delas apresenta sujeito composto, conforme a pergunta da Escola de Especialistas de Aeronáutica.

 

A alternativa A ("Mui grande é o vosso amor e o meu delito (...).") apresenta um sujeito composto formado pelos núcleos "o vosso amor" e "o meu delito". Ambos estão conectados pela conjunção "e", o que caracteriza os sujeitos compostos.

 

Já a alternativa B ("Senhora, doei-vos de mim e lembrai-vos do que me prometestes.") tem um sujeito oculto que pode ser você ou tu, entendido através do contexto da frase. A questão aqui é mais sobre o imperativo direcionado à "Senhora".

 

A alternativa C ("Ela foi descendo até o portão, onde passava um bonde em que entrou e partiu.") apresenta "Ela" como sujeito simples na primeira oração. Na oração subsequente, o sujeito é "um bonde", que também é simples.

 

A alternativa D ("Houve um momento de silêncio: todos os rostos empalideceram; todos os lábios calaram.") tem sujeitos simples em cada uma das orações: "um momento", "todos os rostos" e "todos os lábios".

 

Portanto, analisando todas as alternativas, confirmamos que a A, ao apresentar "o vosso amor" e "o meu delito" como sujeitos compostos dentro da mesma oração, é a correta para a questão proposta.

 

A alternativa correta é A.

Para solucionarmos essa questão, é fundamental entendermos um pouco sobre a transitividade verbal e a análise sintática das orações.

I. O verbo "olhar", no contexto citado, é usado como transitivo direto. O segmento “olhar-se no espelho” demonstra que o verbo precisa de um complemento para completar seu sentido, e esse complemento é o reflexivo "se", indicando que o sujeito realiza e recebe a ação ao mesmo tempo. Portanto, esta afirmativa está correta.

II. Na frase “olhar-se no espelho”, o verbo "olhar-se" exemplifica uma ação onde o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação, confirmando a ideia de simultaneidade entre ação e reação. Portanto, esta afirmativa também está correta.

III. Em "olhar-se no espelho", a expressão "no espelho" funciona como complemento e não como adjunto adverbial, pois se refere diretamente ao local em que a ação de olhar está se dirigindo e é essencial para a clareza do verbo "olhar". Sintaticamente, isso é um objeto indireto, tornando a afirmativa incorreta.

IV. O pronome "se" em "olhar-se" é um pronome reflexivo e atua como objeto direto do verbo "olhar", já que é o alvo direto da ação do verbo. Essa afirmativa está correta.

Apesar da explicação detalhada, parece haver um erro na assertiva III, pois a expressão “no espelho” é mais tipicamente um complemento (objeto indireto) do que um adjunto adverbial, uma vez que completa o sentido de um verbo transitivo indireto e não modifica circunstancialmente a ação do verbo. Entretanto, a banca considerou a alternativa correta a que confirma todas as afirmativas.

A alternativa correta é A.

<center> Talvez resida na contradição expressa na convergência entre continuar correndo nas redes virtuais, ainda que imobilizado em casa, um jeito de não enlouquecer.</center>

 Parar o tempo. Voltar no tempo. Avançar no tempo. Três desejos associados à felicidade que até foram realizados pela Covid-19, mas como tragédia. O ser humano sonhou errado?

 A humanidade é ambígua ao se relacionar com o tempo. Na prática, vive o presente. Na fantasia, adora o passado. De verdade, só pensa em antecipar o futuro. Era assim.
Mas mudou com a Covid-19. Como um hacker, o confinamento associado à longa pandemia foi desconfigurando o algoritmo do psiquismo humano: mais de 600 mil mortes, mais de 500 dias e toneladas de dor, raiva e frustração depois, a saída é dar ctrl+alt+del e reiniciar a relação com este deus – ou deusa – chamado tempo.

 Exagerada, a humanidade sonhou tão intensamente com o futuro que estressou o próprio tempo, que agora nos revela o modelito híbrido – um tipo de tempo mais confuso ainda. Teremos saúde mental para lidar com a instabilidade que reside nele? 

 A pandemia interrompeu o fluxo livre dos nossos desejos.
Nessa medida, foi bom. Isso porque o sonho humano de controlar o tempo nunca foi inócuo. Apontava para a determinação da espécie humana em estar no controle das vidas, de todas as vidas, incluindo a vida das outras espécies que habitam o planeta, também para além da vida, na governança do legado de quem já faleceu. Nem na ficção científica isto costuma dar certo.

 É tudo delírio da humanidade, porque o tempo sempre fluiu a seu capricho, poderoso e soberano. Mas imaginávamos que fosse sempre para a frente, na direção do futuro.
Não foi. Veio o passado. Ou a nítida sensação de que voltamos ao passado. De tal modo que hoje estamos entre o futuro e o passado, construindo um presente volátil e, ao mesmo tempo, permanente.

 Povos ancestrais marcam o tempo com fenômenos naturais dos quais participam ao vivo. Nós também. Sem aulas presenciais – decisão necessária – as crianças isoladas em casa não viram, por exemplo, os dentinhos de leite das outras crianças da turma caírem. Nem tiveram a alegria de lhes mostrar suas bocas banguelas também. Um ritual da infância.
Meninas menstruaram pela primeira vez sem ter como compartilhar essa emoção com as amigas, ao vivo. Um ritual da adolescência. E como terá sido relacionar-se sexualmente com alguém pela primeira vez nas fases mais críticas da pandemia? Paixão, prazer, insegurança e possivelmente medos – incluindo, agora, o de se contaminar.

 Na pandemia, rituais naturais e auspiciosos que registram a passagem do tempo foram substituídos por outros, mórbidos, como acompanhar o ciclo de 14 dias do coronavírus de pessoas próximas. Ou o ciclo de uma intubação, com final feliz ou não. Rituais ao vivo são marcadores de tempo da vida. E tanto a vida como seus marcadores de tempo têm sido maculados desde 2020.

 O isolamento social e o receio da contaminação também agravaram as intolerâncias. Quem ainda aguenta se olhar no espelho? Descobri que o verbo olhar, em “olhar-se no espelho”, não é intransitivo coisa nenhuma. É transitivo: uma ação de início, meio e fim, e com complemento verbal. Olhar-se no espelho precisa ter um objetivo não narcísico ou íntimo, como sair de casa ou receber alguém. Na pandemia, olhar-se no espelho foi perdendo a graça.

 Abrir os armários de roupa hoje me provoca uma sensação estranha. As peças perderam a anima e, fantasmagoricamente, parecem ser de uma outra pessoa que viveu remotamente, e que não sou eu. Que aberração psíquica é esta de construir o seu próprio e indesejável museu? Um museu que ninguém visita.

 Passamos a dedicar mais amor aos banheiros e a verificar a quantidade de rejuntes necessários nos azulejos no box, no piso e ao redor da pia. Esfregamos com toda a força qualquer sujeirinha recém-descoberta, para depois ignorála de novo. Vida que segue.

 Vestir-se ficou automático – o esmero é só da cintura pra cima, parte que aparece nas lives. Os batons ganharam insignificância por causa das máscaras. E os sapatos novos mofaram ou deixaram de caber nos pés – cujas plantas alargaram – de tanto ficarem descalços. A ortopedia vem registrando um número inédito de dedinhos mínimos fraturados por topadas em móveis. Na pandemia, todo mundo ficou mais corcunda, grisalho, careca e… perdido no tempo. A esperança? Agilizar tudo para que um futuro melhor chegue depressa.

 É sobretudo no mundo digital que a urgência em alcançar o futuro se manifesta. A paixão pela velocidade virtual inebria, vicia e concretiza a obstinação da humanidade em prematurar o tempo. Confinados, ficamos ainda mais ávidos por experienciar processos que fluem com rapidez, como quando consumimos online. E talvez resida justamente nessa contradição, expressa na convergência entre continuar correndo nas redes virtuais, ainda que imobilizado em casa, um jeito de não enlouquecer.

 Não há previsão de como a humanidade irá se relacionar com o tempo após esse rewind, que drasticamente conectou passado e presente, e, como se não bastasse, estragou o futuro imediato que parecia tão promissor. Nessa direção, imagino também que o tema do idadismo se expandirá com novas reflexões relacionadas a percepções díspares do tempo entre quem é pessoa adulta hoje e as crianças nascidas em 2020 e 2021. Conflitos intergeracionais irão se agravar em casa e no ambiente de trabalho?

 Enfim, em qual matemática a humanidade poderá confiar, se a história parou e o tempo voltou? Cem anos não serão mais 100 anos. Podem ser bem mais ou bem menos.
Busca-se desesperadamente um algoritmo novo. Evoluído o suficiente para calcular a distância temporal que, agora se sabe, é mutante.

Beleza, galera! Vamos dar uma olhada nessa questão de análise sintática de um período simples do nosso querido português. A banca aqui é a Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências, então já podemos esperar um estilo mais formal e detalhista na abordagem.

 

Primeiramente, o enunciado nos pede para identificar o sujeito na frase: "Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas." Quando a gente olha para essa frase, não vemos explicitamente quem está realizando a ação do verbo "envolver". Isso já é uma pista importante.

 

Agora vamos entender melhor os tipos de sujeito:
<ul>
<li>Sujeito Indeterminado: é usado quando não se quer ou não se pode identificar o agente da ação.</li>
<li>Sujeito Oculto: é quando o agente da ação não está explicitado na frase, mas podemos identificar devido ao contexto ou à conjugação verbal.</li>
<li>Sujeito Inexistente: ocorre geralmente com verbos que indicam fenômenos da natureza ou com o verbo haver no sentido de existir.</li>
</ul>

 

No contexto do trecho, "Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas" se enquadra como sujeito oculto, já que o contexto anterior menciona a assistência farmacêutica e suas ações relacionadas à saúde demandadas pela comunidade. Portanto, é entendido que a assistência farmacêutica é quem "envolve", mas esta não está explicitamente mencionada no trecho escolhido. Assim, o sujeito está oculto, mas entendido (implícito) pelo contexto.

 

A alternativa correta é D.

Por Érica Militão Pedro e colaboradores
 A Constituição Federal brasileira promulgada no ano de 1988, em seus artigos 196 e 205, afirma que a educação e a saúde são direitos de todos e dever do Estado. A Política Nacional de Medicamentos (PNM) tem como propósito garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade do medicamento, além da promoção do seu acesso e uso racional. O direito __ saúde não existe desde sempre, pois está vinculado __ conquistas do homem e é produto do reconhecimento, por parte do Estado, da importância __ se ter uma população saudável como um elemento necessário para o desenvolvimento econômico.

 Segundo a PNM, assistência farmacêutica é definida como grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade.
Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas. No contexto da assistência farmacêutica, está inserido um tipo de prática farmacêutica, que é a atenção farmacêutica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua atenção farmacêutica como a prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. Ela envolve macro-componentes como educação em saúde, orientação farmacêutica, dispensação, atendimento farmacêutico e seguimento farmacoterapêutico, além do registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados.
 
 O farmacêutico é o profissional responsável pelo medicamento, e muitas vezes o último contato do usuário antes de fazer uso da medicação é com ele ou com o atendente de balcão.
Cabe ao farmacêutico: na dispensação de medicamentos, entrevistar os pacientes, a fim de obter o seu perfil medicamentoso; manter cadastro de fichas farmacoterapêuticas de seus pacientes, possibilitando a monitoração de respostas terapêuticas; informar, de forma clara e compreensiva, sobre o modo correto de administração dos medicamentos e alertar para possíveis reações adversas; informar sobre as repercussões de alimentação e utilização simultânea de medicamentos não prescritos.

 Entende-se por uso racional de medicamentos quando o paciente recebe o medicamento de acordo com seu quadro clínico em doses convenientes às suas necessidades individuais, por um período apropriado ao menor custo para si e para os órgãos públicos. A PNM conceitua o uso racional de medicamentos como um processo no qual se utiliza a prescrição correta com a necessidade de dispensar medicamentos eficazes, seguros e de qualidade, adequando a dosagem indicada de acordo com o período proposto. Quando o medicamento é dispensado de maneira racional, ele está prescrito corretamente, com dosagem e tratamento perfeitos, pois conceder fármacos apropriados de maneira segura, de acordo com o diagnóstico dado pelo médico, através de uma prescrição legível, a qual, ao ser dispensada, deve sempre ser explicada ao paciente tanto pelo farmacêutico quanto pelo atendente de balcão, é fundamental para adesão ao tratamento.

 Conforme ressalta a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos incorretamente, e mais de 50% dos pacientes usam-nos de maneira incorreta; mais de 50% dos países não programam políticas básicas para diligenciar o uso racional de medicamentos. As condições são piores em países em desenvolvimento, com menos de 40% dos pacientes no setor público e menos de 30% no privado recebendo tratamentos de acordo com diretrizes clínicas.
Utilizar inadequadamente um medicamento causa risco ao consumo e à sociedade, que, por falta de informação, quase sempre se automedica. O comércio de medicamentos tem sido marcado por um forte caráter mercantil, centrado na lucratividade, com grande margem de liberdade comercial e venda indiscriminada de medicamentos com poucos critérios racionais.

 Havia poucos ingressos à venda no teatro.

 Ninguém avisou à família sobre o ocorrido na festa.

A questão compreende assuntos relacionados à sintaxe da língua portuguesa. Com base nisso, passemos às alternativas: Em "a": Errado – Evidentemente, não temos um sujeito nesse caso, pois não há a presença de um termo que possa indicar o agente da ação verbal. Aqui temos apenas fenômenos da natureza. Em "b": Errado – O verbo "haver" indica uma oração sem sujeito tendo em vista se tratar de um verbo impessoal. Em "c": Certo – O sujeito, nesse caso, é "ninguém". Em "d": Errado – Também não temos um sujeito aqui, pois temos apenas noções básicas de tempo. Resposta: Letra C.

Questões de Português - Análise sintática do período simples