Vamos analisar cada uma das afirmativas:

I - O vocábulo “os” em “que os geraram” tem função realmente de pronome pessoal do caso oblíquo e está sendo usado como objeto direto dos verbos geraram, funcionando para substituir um nome anteriormente mencionado, no caso, algo como "condições" ou "fatores" que geraram Pelé e Machado. Logo, essa afirmação está correta.
 
II - O vocábulo “traumáticas” em “tocar as fraturas traumáticas” é classificado como um adjetivo que modifica o substantivo "fraturas", especificando o tipo dessas fraturas. Portanto, funciona como adjunto adnominal, o que torna esta afirmativa correta.
 
III - O vocábulo “atraso” em “Assis radiografou de maneira implacável o nosso atraso” é um objeto direto do verbo "radiografou". A função de núcleo do objeto indireto está incorretamente atribuída aqui, já que não há preposição que introduza o "atraso" como um objeto indireto. Nessa frase "atraso" é o núcleo do objeto direto.
 
IV - O vocábulo “que” em “remitente sistema auto-ilusão compartilhada que refuga os golpes do real” é um pronome relativo que introduz uma oração adjetiva. Esse pronome relativo "que" realmente tem função de sujeito do verbo "refuga" na oração, o que torna esta afirmativa correta.
 
Com base na análise, as afirmativas corretas são somente I e II, uma vez que a III está incorreta devido à classificação errada da função sintática de "atraso". Portanto, a alternativa correta é A.

Num recente debate com estudantes de Letras da USP, o crítico de arte e ficcionista Rodrigo Naves pôs lado a lado, numa boutade cheia de razão, Pelé e Machado de Assis. De fato, se a formação da literatura brasileira desemboca em Machado, a do futebol brasileiro desemboca em Pelé. Quem ousaria compará-los? Quem dirá quem é superior? Driblarei a questão indo direto ao ponto: como foram possíveis um ao outro? Ambos nos dão a impressão de render as condições que os geraram, como se pairassem acima delas. Render, aqui, significa submetê-las (a pobreza, o atraso, a situação periférica do país) levando-as as suas consequências máximas, e superando-as sem negá-las. A discrepância aparentemente berrante entre o escritor e o jogador de futebol contém nela mesma o xis do problema. Ambos são necessários para que se formule a trama de um país mal letrado e exorbitante, cujo destino passa pelas reversões entre a “alta” e a “baixa” cultura, pelo confronto e pelo contraponto das raças, pela palavra e pelo corpo, e cuja formação não poderia se dar apenas na literatura: o ser brasileiro pede minimamente – para se expor em sua extensão e intensidade – a literatura, o futebol e a música popular.
 Comparo Machado de Assis a Pelé (...) não porque sejam semelhantes como personalidades e estilos, mas porque ______ aquela similitude dos opostos complementares: além de todas as diferenças óbvias implicadas nos campos da literatura e do futebol, o foco de um ilumina o cerne da nossa incapacidade de escapar ao retorno vicioso do mesmo, e o do outro a nossa capacidade de invenção lúdica e a extraordinária potência da nossa promessa de felicidade. O que os ______ é a afirmação, na negatividade e na possibilidade, da consciência fulminante e da intuição em ato, assim como a capacidade de fazer o país saltar aos nossos olhos como melhor do que ele mesmo.
 Mas melhor do que ele mesmo supõe necessariamente um pior do que ele mesmo.
Machado de Assis radiografou de maneira implacável o nosso atraso como um descortino fulgurante, cujo avanço não paramos de descobrir. E só pôde fazê-lo da maneira que o fez, acredito eu, porque viu por dentro a sociedade de ponta a ponta – como condição entranhada em sua trajetória de vida – e porque deu uma poderosa forma nova .......
tradição literária acumulada. Mais do que atraso, no entanto, flagrou a paralisia congênita da alma nacional, se quisermos chamar desse modo o renitente sistema auto-ilusão compartilhada que refuga os golpes do real ...... custa de expedientes de acomodação e escape que _______ ileso o estado de coisas, mesmo quando insustentável.
 O futebol brasileiro é, por sua vez, o saldo ambivalente desse déficit, seu veneno e seu remédio prodigioso. Seria mais um mecanismo de fuga entre outros se não fosse, ao mesmo tempo, o campo em que a experiência brasileira encontrou uma das vias privilegiadas para atravessar o seu avesso e tocar as fraturas traumáticas que nos constituem e permanecem em nós como um atoleiro. Ele é a confirmação do paradoxo da escravidão brasileira como um mal nunca superado e, ao mesmo tempo, como um bem valioso em nossa existência, não pela escravidão enquanto tal – o que é óbvio e gritante aos céus –, mas pela amplitude de humanidade que desvelou. Por isso mesmo, ele figura como redenção e como falha irresolvida, como remédio irremediável em que pendulamos, na incapacidade de estender os seus dons vitoriosos e potentes ....... outras áreas da vida nacional – em especial à educação e à política, com implicações para todo o resto. E a mesma cegueira faz com que se queira gozar os seus efeitos como se fossem dados de presente e desde sempre e que se recuse ....... reconhecer o custo permanente da sua construção.

Vamos analisar cada afirmativa referente às classes e funções das palavras no trecho citado:

I - O vocábulo “os” em “que os geraram”.
A palavra "os" neste contexto é um pronome pessoal do caso oblíquo e atua como objeto direto do verbo "geraram". A afirmação está correta. 
 

II - O vocábulo “traumáticas” em “tocar as fraturas traumáticas”.
O termo "traumáticas" é um adjetivo que qualifica o substantivo "fraturas", funcionando adequadamente como adjunto adnominal. Portanto, a segunda afirmação também está correta.
 

III - O vocábulo “atraso” em “Assis radiografou de maneira implacável o nosso atraso”.
Aqui, “atraso” é um substantivo e o objeto direto do verbo "radiografou". Ele não é o núcleo do objeto indireto, como sugere a questão. Portanto, esta afirmativa está incorreta.
 

IV - O vocábulo “que” em “remitente sistema auto-ilusão compartilhada que refuga os golpes do real”.
O "que" é realmente um pronome relativo e desempenha a função de sujeito no contexto das orações em que está inserido. A afirmação está correta.
 

Analisando as afirmações corretas, a alternativa A ('Apenas I e II.') é a única que corresponde à realidade das análises, pois as afirmações I e II estão corretas, enquanto a III está incorreta.

A alternativa correta é A.

Vamos analisar cada uma das afirmativas para identificar as classes e funções gramaticais das palavras mencionadas no contexto fornecido, aplicando a análise sintática do período simples, conforme pedido na questão.

 

I - O vocábulo "os" em “que os geraram” funciona como pronome pessoal do caso oblíquo e está substituindo um objeto direto anteriormente mencionado no texto (refere-se às "condições" citadas antes). Além disso, a função sintática exercida por "os" é de objeto direto, pois é o alvo direto da ação verbal "geraram". Portanto, essa afirmativa está correta.

 

II - O termo "traumáticas" em “tocar as fraturas traumáticas” atua como um adjetivo, qualificando o substantivo "fraturas". Sua função é de adjunto adnominal, pois está especificando características das "fraturas". Essa afirmativa também está correta.

 

III - O termo "atraso" em “Assis radiografou de maneira implacável o nosso atraso” é um substantivo e funciona como núcleo do objeto direto. Ele é o elemento sendo diretamente afetado pela ação de "radiografou", ou seja, o que foi radiografado. Assim, a função não é de núcleo do objeto indireto, mas sim de núcleo do objeto direto. Portanto, essa afirmativa está incorreta.

 

IV - O pronome "que" em “remitente sistema auto-ilusão compartilhada que refuga os golpes do real” é um pronome relativo e sua função sintática é realmente de sujeito da oração subordinada ("que refuga os golpes do real"). Ele retoma antecedente na oração principal, que é o "sistema". Essa afirmativa está correta.

 

Entre as opções disponíveis, apenas as afirmativas I e II estão corretas, o que corresponde à alternativa A.

 

A alternativa correta é A.

Vamos analisar a estrutura da primeira oração do texto, que é: "Quando se pensa em pecuária bovina".

 

O aspecto central aqui é a presença do "se", que nessa estrutura está funcionando como partícula de indeterminação do sujeito. Isso significa que não sabemos exatamente quem está realizando a ação de "pensar". Em termos gramaticais, isso transforma o sujeito da oração em indeterminado. O verbo está na forma ativa e é acompanhado por "se" para indicar essa indeterminação.

 

Essa construção é muito comum em português quando queremos generalizar a ação, aplicando-a a um sujeito não especificado. Ou seja, não se quer delimitar quem pensa, mas sim expressar que existe um consenso geral sobre o assunto tratado, no caso, a pecuária bovina.

 

O uso da estrutura "se + verbo no singular" é típico para expressar ações realizadas de forma indeterminada ou generalizada, o que é confirmado pelo enunciado da questão quando menciona que "é consenso". Isso reforça a generalização da ação, indicando que não é um indivíduo específico quem pensa dessa maneira, mas sim um senso comum indeterminado.

 

Portanto, a afirmativa da questão está correta. A partícula "se" no início do texto realmente indica que o sujeito é indeterminado.

 

Alternativa correta é C.

Na oração que inicia o texto, a partícula “se” indica que o sujeito é indeterminado.


Quando se pensa em pecuária bovina, é consenso
que o bem-estar dos animais afeta o produto final. Dessa
forma, é importante que o pecuarista esteja ciente de que o
rebanho bovino está sujeito a ser acometido por várias
doenças que provocam grandes prejuízos. Assim, para
alcançarem os objetivos de produção, os produtores que se
dedicam à criação de gado bovino precisam criar um sistema
de controle cuidadoso contra as enfermidades que atingem
os animais, assim como devem estar bem-informados a
respeito do melhor método de prevenção de doenças e das
técnicas de manejo adequado dos animais.
 Entre o rebanho bovino leiteiro, a mastite é a doença
mais comum e sua principal característica é a inflamação da
glândula mamária, geralmente causada por uma infecção
proveniente de diversos tipos de microrganismos. O contágio
ocorre por meio do solo e do contato com utensílios, dejetos,
água contaminados por microrganismos que podem atingir a
extremidade do úbere da vaca.
 A tristeza parasitária bovina, ou babesiose, infecção
causada pelos parasitas do gênero Babesia sp. e Anaplasma sp, é outra doença que atinge o rebanho bovino. Devido ao
clima tropical quente e úmido do Brasil, a enfermidade
encontra condições ideais para o seu desenvolvimento. Ela
causa grandes prejuízos à bovinocultura, pois, além de o
produtor ter de custear o tratamento, o rendimento do
animal é afetado e há risco de óbito.
 Altamente contagiosa, a febre aftosa é também uma
doença viral preocupante para os pecuaristas porque, além
de causar a redução da produção de leite devido à perda de
apetite do gado em razão da febre, ela afeta a qualidade da
carne.
 O manejo, ou seja, a maneira como os produtores
lidam com o rebanho bovino, é fundamental para o controle
de doenças e para a garantia do bem-estar animal e, ainda,
proporciona medidas de segurança para todos os
profissionais envolvidos no processo. Quando o manejo é
aplicado com exatidão, ou seja, quando se seguem as técnicas
adequadas, e não apenas a intuição, até a relação dos
trabalhadores com os animais melhora. Entre as práticas
recomendadas para o manejo do rebanho, incluem-se a
programação de ações de bem-estar animal; adaptações
físicas do local de criação do gado; um cronograma de
vacinação do rebanho; fornecimento de alimentação de
qualidade aos animais; e instrução e capacitação da equipe
de manejo.

Com relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item a seguir.


Olha só, essa questão traz um detalhe de análise sintática que pode confundir, mas é bem tranquilo de entender quando a gente descomplica. A frase em questão no enunciado é "é importante que o pecuarista esteja ciente de que o rebanho bovino está sujeito a ser acometido por várias doenças que provocam grandes prejuízos".

 

O lance aqui é determinar quem ou o que é o sujeito da expressão "é importante". Em contextos como esse, na real, a expressão "é importante que" introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva. Ou seja, a oração completa "que o pecuarista esteja ciente de que o rebanho bovino está sujeito a ser acometido por várias doenças que provocam grandes prejuízos" funciona como sujeito da oração.

 

Nesse caso, "o pecuarista" não é o sujeito da oração principal "é importante", ele é o sujeito da oração subordinada "que o pecuarista esteja ciente...". Portanto, dizer que "o pecuarista" é o sujeito do "é importante" não está correto porque o verdadeiro sujeito é a oração subordinada toda.

 

alternativa correta é E

Na linha 3, o sujeito da oração “é importante” é “o pecuarista”.


Questões de Português - Análise sintática do período simples