Alternativa Correta:
A alternativa E está correta. Para compreender por que, é importante observar que a palavra “individualmente” deriva do adjetivo “individual”, ao qual foi adicionado o sufixo “-mente”. Esse processo de formação, habitual em nossa língua, transforma o adjetivo em um advérbio de modo, cujo papel é informar sobre a maneira como a ação expressa pelo verbo é realizada. Assim, “individualmente” não é um adjetivo empregado como advérbio, mas sim um advérbio por direito próprio.

No fragmento “404 pequenas porções de drogas embaladas individualmente”, “individualmente” atua qualificando o particípio “embaladas”, esclarecendo que as porções foram embaladas de maneira separada, ou seja, de forma individual. Diferentemente dos adjetivos, que qualificam ou determinam substantivos, os advérbios possuem a função de modificar verbos, adjetivos ou outros advérbios, e os termos formados com “-mente” enquadram-se claramente nessa categoria. Portanto, a ideia de que se trata de um “adjetivo empregado como advérbio” é equivocada, já que a formação “-mente” altera a classe e o funcionamento da palavra, conferindo-lhe uma natureza adverbial.

Além disso, é relevante mencionar que a regularidade desta formação já se encontra estabelecida na gramática normativa: o sufixo “-mente” designa o advérbio de modo, permitindo a construção de expressões que detalham a forma da ação, sem a necessidade de recorrer à utilização do adjetivo em uma posição não convencional. Assim, a alternativa que afirma que “individualmente” é um adjetivo empregado como um advérbio está incorreta.

Gabarito: Letra E

Na linha 30, o vocábulo “individualmente” é um adjetivo empregado como um advérbio.

1     Uma dentista de 41 anos, que não teve a
   identidade divulgada, foi presa enquanto tentava entrar
   na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em
4  Cuiabá, com celulares escondidos no jaleco dela, nessa
   sexta‑feira (13).
      Segundo Secretaria Estadual de Segurança
7  Pública (Sesp‑MT), a suspeita iria prestar atendimento
   terceirizado a uma reeducanda e, durante revista de
   rotina, os policiais encontraram três celulares, quatro
10 fones de ouvido e quatro carregadores escondidos no
   jaleco dela.
      No mesmo dia, durante à tarde, uma
13 reeducanda, que fazia trabalho extramuros, foi flagrada
   tentando retornar à unidade com um mini celular, um
   carregador, três pendrives, um frasco de remédio e R$ 50
16 em espécie. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o
   caso será investigado.
      As ações fazem parte da ‘Operação Tolerância
19 Zero ao Crime Organizado’, que integra um pacote de
   medidas lançado pelo Governo do Estado no dia 25 de
   novembro, com foco no combate ao crime organizado e
22 no reforço da segurança nos presídios de Mato Grosso.
      No dia 5 deste mês, um policial penal foi preso
   e 170 celulares apreendidos, durante a operação que foi
25 realizada em 41 unidades prisionais do estado.
      A ação também apreendeu 49 carregadores, 35
   armas feitas com pedaços de ferro e madeira, 30 fones de
28 ouvido, uma máquina de tatuar e 400 gramas de porções
   de maconha e cocaína, além de 404 pequenas porções de
   drogas embaladas individualmente.


De acordo com o texto, julgue o item a seguir.


 correto – corretamente – correção.

 elegível – eleitoralmente – eleitoral.

 distinguido – distintamente – distinto.

 punibilidade – impunemente – punição.

Análise Geral:
A questão apresenta o exemplo de Bernard Shaw com as palavras "honesto, honestamente e honestidade", que, além de pertencerem à mesma família, repetem a ordem das classes gramaticais: adjetivo, advérbio e substantivo. Diante disso, devemos identificar, dentre as alternativas, o conjunto de três palavras que apresente também nesta ordem, ou seja, um adjetivo, o seu correspondente advérbio e o substantivo derivado, mantendo, assim, a mesma estrutura semântica e gramatical.
 
Análise das Alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Opção A – legível – legalmente – leitura: A palavra "legível" é um adjetivo, porém "legalmente" é um advérbio derivado de "legal", que não pertence à mesma família de "legível". Já "leitura" é um substantivo, mas sua formação não está diretamente associada à formação de "legível", demonstrando que essa alternativa não repete a mesma ordem morfológica e familiar.</li>
 
 <li>Opção B – correto – corretamente – correção: Nesta alternativa, "correto" é um adjetivo, "corretamente" é um advérbio formado a partir do adjetivo e "correção" é o substantivo correspondente, ou seja, os termos fazem parte da mesma família e apresentam, respectivamente, a mesma classes gramaticais do exemplo proposto, seguindo a ordem: adjetivo, advérbio e substantivo.</li>
 
 <li>Opção C – elegível – eleitoralmente – eleitoral: Embora "elegível" e "eleitoral" sejam relacionados, a ordem e a formação das palavras não seguem a estrutura: o advérbio "eleitoralmente" não deriva diretamente de "elegível" e a classe gramatical do último elemento se repete com o primeiro, pois ambos são adjetivos, não atendendo à mesma sequência apresentada no exemplo.</li>
 
 <li>Opção D – distinguido – distintamente – distinto: Nesta opção, observa-se que "distinguido" e "distinto" são adjetivos, mas "distintamente" é o advérbio. Porém, a família não reproduz a sequência de formação, pois a alternância dos adjetivos, sem uma progressão clara para o substantivo, inviabiliza a ordem exigida.</li>
 
 <li>Opção E – punibilidade – impunemente – punição: Aqui os termos não formam uma família linear, pois "punibilidade" e "punição" derivam de "puni-" (verbo punir), porém "impunemente" utiliza o advérbio com oposição à ideia de punir, o que demonstra uma inadequação da sequência gramatical e semântica proposta na questão.</li>
</ul>
 
Alternativa Correta:
A partir das análises realizadas, conclui-se que a opção B apresenta uma sequência correta, sendo formada por "correto" (adjetivo), "corretamente" (advérbio) e "correção" (substantivo), correspondendo exatamente à mesma estrutura encontrada no exemplo citado.
 
Gabarito: Letra B

Na frase “...que espera que essa nota a ajude a garantir uma vaga no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais”, os dois “a” destacados desempenham funções distintas, cada um com uma classificação gramatical específica.

O primeiro “a” (logo após “essa nota”) é um pronome oblíquo átono, que funciona como complemento verbal. Em construções com o verbo “ajudar”, é comum o emprego de um pronome que retoma o objeto indireto ou direto, dependendo da estrutura da frase. Nesse caso, o “a” representa o sujeito paciente, que, na forma pronominal, viria depois do verbo com a forma “ajude-a”. Contudo, em construções com a oração subordinada, o posicionamento do pronome pode ocorrer antes do verbo, seguindo as regras de próclise.

Já o segundo “a”, inserido em “a garantir”, exerce a função de preposição. Essa preposição é exigida pela regência do verbo “ajudar”, que, quando seguido de outro verbo no infinitivo, comumente apresenta a preposição “a” para ligar as duas ações, formando a estrutura "ajudar a (verbo no infinitivo)". Essa construção é bastante encontrada na língua portuguesa, por exemplo, em “preciso de ajuda para resolver” ou “ajude a superar os desafios”, onde a preposição estabelece a relação entre os dois verbos.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – Incorreta, pois classifica ambos os “a” como artigos, não observando a função pronominal nem a regência verbal.</li>
 <li>Alternativa B – Incorreta, ao identificar o primeiro “a” como pronome (o que estaria correto) e o segundo como artigo, o que não reflete a função regimental do “a” após “ajude”.</li>
 <li>Alternativa C – Incorreta, pois classifica o primeiro “a” como artigo, desconsiderando sua função clítica, e o segundo corretamente como preposição.</li>
 <li>Alternativa D – Correta, ao identificar o primeiro “a” como pronome oblíquo átono e o segundo “a” como preposição exigida pela regência do verbo “ajudar”.</li>
</ul>

Portanto, a correta classificação para as duas ocorrências é: pronome e preposição, respectivamente. Essa análise mostra a importância de se atentar para o posicionamento dos elementos na oração e suas relações com os verbos, uma competência essencial em questões que envolvem a identificação de classes de palavras na língua portuguesa.

Gabarito: Letra D

<center>Além dela, Minas teve outra nota máxima no concurso, mas de um estudante de escola particular; no Brasil, só 12 pessoas "gabaritaram" a redação</center>
 A estudante Samille Leão Malta foi a única aluna do Brasil vinda de uma escola pública a tirar nota 1.000 na redação do Enem em 2024. A estudante concluiu o ensino médio no Colégio de Aplicação (Coluni), em Viçosa, na Zona da Mata.

 A informação foi confi rmada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), instituição a que o Coluni é vinculado. Samille também é ex-estudante da rede de ensino estadual. Ela frequentou a Escola Estadual Nossa Senhora do Patrocínio, em Virginópolis, no Vale do Rio Doce.

 “Estou muito feliz e surpresa com o resultado. Sou grata a todos que me apoiaram ao longo do meu caminho de preparação, minha família, meus professores, meus amigos", disse a jovem, que espera que essa nota a ajude a garantir uma vaga no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 Além de Samile, um candidato de uma escola particular também alcançou a nota máxima na redação. Ao todo, 12 participantes do Enem conquistaram tal feito. Minas também foi o estado com mais redações com notas entre 950 e 1000, segundo o Ministério da Educação (MEC).

 Para o secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, esse resultado é motivo de orgulho e motivação para continuar avançando. "Os estudantes mineiros mostraram sua dedicação e capacidade, alcançando resultados expressivos em um exame de relevância nacional, que vai influenciar diretamente no futuro profissional deles", disse.

 Os demais estados com estudantes que tiveram as notas máximas são Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Os dados foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mais de 3 milhões de pessoas fi zeram as provas da última edição. As notas individuais estão disponíveis na Página do Participante.

Nesta questão, o candidato deve demonstrar conhecimento sobre a classificação de palavras, identificando as classes gramaticais dos termos “papiros” e “desenrolamento”. Analisando o trecho “No caso dos papiros de Herculano, uma técnica de desenrolamento virtual foi criada” (4º parágrafo), percebemos que ambos os termos são utilizados como substantivos.

A palavra “papiros” é o plural do substantivo “papiro”, que designa os antigos rolos de material feitos de haste de papiro, usados para escrita. Neste contexto, o termo refere-se aos documentos históricos que foram decifrados pela inteligência artificial. Essa forma verbal não desempenha a função de adjetivo ou verbo, mas sim a de um nome, ou seja, designa uma coisa.

Já a palavra “desenrolamento” é derivada do verbo “desenrolar” e, por meio de um processo de nominalização, assume a forma de substantivo. Ela designa o ato ou o resultado do processo de desenrolar algo, neste caso, tratando-se do método desenvolvido para “desenrolar” virtualmente os papiros. Assim, ela não funciona como adjetivo ou verbo, mas sim como um nome que indica um processo ou uma ação já consumada.

Analisando as alternativas, concluímos que somente a alternativa D, “substantivo e substantivo”, descreve corretamente a classificação das palavras “papiros” e “desenrolamento”.

Portanto, ambas as palavras desempenham o papel de substantivos, conforme evidenciado na estrutura textual e nas regras de formação e uso dos termos na Língua Portuguesa.

Gabarito: Letra D

<center>Com uma nova técnica, a inteligência artificial ajudou a decifrar papiros e mais textos antigos.</center>
 Para que uma inteligência artificial (IA) seja usada para determinada função, ela é treinada, por meio de experiências, para que as máquinas adquiram conhecimentos e possam se adaptar às condições e desempenhar tarefas como os seres humanos.
Seu uso pode ser infinito e nos mais variados campos. Como por exemplo, essa inteligência artificial que conseguiu decifrar o que dizem os textos de papiros históricos.

 Isso é algo que revoluciona todo o setor e traz vários dados inéditos sobre o passado. Com essa inteligência artificial, os especialistas foram capazes de decifrar os papiros de Herculano que foram queimados durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C.

 Além desse feito, outras coisas que puderam ser decifradas por essa tecnologia foram o grande arquivo a respeito dos reinados de 27 reis coreanos, que viveram entre os séculos XIV e XX, e as tabuinhas de Creta, esculpidas com uma escrita complexa chamada “Linear B”.

 No caso dos papiros de Herculano, uma técnica de desenrolamento virtual foi criada. Ela consegue escanear os papiros, através de uma tomografia de raios X, e mapear cada camada. Depois que isso é feito, essa técnica o desenrola em uma imagem plana.

 A IA vem para fazer a distinção da tinta com a base de carbono, que é invisível nas digitalizações porque tem a mesma densidade do papiro. É assim que a inteligência artificial ajuda a decifrar essas folhas.

 Conseguir fazer isso é um grande passo no estudo da história da humanidade. Tanto que, no começo de 2024, três pesquisadores foram premiados com 700 mil dólares por terem conseguido produzir 16 colunas de texto claramente legíveis.
Também existiu uma competição internacional nesse tema que foi capaz de desvendar letras, palavras e sentenças inteiras dos textos que foram carbonizados.

 “Nesse momento você realmente pensa: ‘Agora estou vivenciando algo que constituirá um momento histórico para minha área'”, afirmou Federica Nicolardi, papirologista da Universidade Federico II de Nápoles.

 A inteligência artificial ter ajudado a decifrar os papiros é uma nova porta para que a leitura de outros textos, antes inacessíveis, também possa acontecer. Alguns exemplos são os que estão escondidos nas encadernações de livros medievais ou nas bandagens envolvendo múmias antigas.

 Adjetivo simples derivado por sufixação.

 Substantivo simples formado por composição. 

Análise da Questão:

Na poesia apresentada, o vocábulo desdobrável (ℓ.18) tem o papel de qualificar o substantivo “mulher”, atribuindo-lhe uma característica específica de multiplicidade ou versatilidade. Portanto, verificamos que o termo exerce a função de adjetivo, pois caracteriza o nome que se segue ou se sobrepõe, neste caso, ao substantivo “mulher”.

Para esclarecimento, vamos analisar as alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – Advérbio de modo: Incorreta, pois advérbios modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios, e não nomes, além disso, a palavra em questão não apresenta características de advérbio que indiquem circunstâncias de modo.</li>
 <li>Alternativa B – Adjetivo composto: Incorreta, já que o termo “desdobrável” não é formado pela junção de duas ou mais palavras completas, caracterizando uma composição; ele deriva de um processo de sufixação.</li>
 <li>Alternativa C – Substantivo derivado: Incorreta, pois o vocábulo não exerce a função de substantivo, já que está qualificando algo (no caso, “mulher”), e não denotando um ser ou objeto por si só.</li>
 <li>Alternativa D – Adjetivo simples derivado por sufixação: Correta, pois o termo “desdobrável” é formado a partir do radical “dobr-”, acrescido do prefixo “des-” e do sufixo “-ável”, que indica possibilidade ou capacidade. Assim, trata-se de um adjetivo simples (não composto) que se formou por meio da sufixação, atribuindo à palavra um caráter descritivo.</li>
 <li>Alternativa E – Substantivo simples formado por composição: Incorreta, pois a formação deste termo não ocorre por composição (junção de dois ou mais lexemas que formam substativo) e, além disso, o termo não é um substantivo, mas sim um adjetivo.</li>
</ul>

É importante destacar que, na Língua Portuguesa, o processo de sufixação é bastante comum para a formação de adjetivos, sendo o sufixo “-ável” utilizado para indicar que algo é passível de determinada ação, como em “amável”, “agradável” e “desdobrável” (no sentido de algo que pode ser desdobrado). Assim, a análise morfológica do termo corrobora a classificação proposta na alternativa D.

Portanto, em conformidade com os conceitos gramaticais estudados e aplicados na questão, concluímos que a resposta correta é a que identifica o vocábulo “desdobrável” como um adjetivo simples derivado por sufixação.

Gabarito: Letra D

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Questões de Português - Classes de palavras