Analisando o enunciado do texto, observamos que o autor inicia sua argumentação tratando da dificuldade em determinar se doenças como diabetes ou hipertensão, tipicamente associadas a contextos modernos, eram frequentes na Idade da Pedra Lascada. O parágrafo de abertura evidencia que o conhecimento sobre a ocorrência dessas doenças em períodos tão remotos é limitado, baseando-se unicamente em vestígios arqueológicos, como esqueletos, ruínas e artefatos, sem que seja possível apontar com precisão a incidência de enfermidades metabólicas. Dessa forma, o foco do texto não é questionar ou explicar a frequência dessas doenças na pré-história, mas sim evidenciar as dificuldades inerentes à obtenção de dados precisos sobre a saúde dos nossos antepassados.

Portanto, ao afirmarmos que o texto “inicia‑se por meio de um questionamento acerca da frequência do diabetes e da hipertensão na Idade da Pedra Lascada”, incorremos em uma interpretação equivocada. Na verdade, o trecho que menciona essas condições demonstra a impossibilidade de medir com exatidão a ocorrência dessas doenças naquele período, funcionando como um exemplo que ilustra os desafios enfrentados por historiadores e cientistas na reconstrução da vida antiga. Assim, o questionamento não se refere à verificação empírica ou ao debate sobre a frequência das doenças, mas sim à limitação dos métodos disponíveis para esse tipo de análise.

Vale ressaltar também que, na sequência do texto, o autor expande sua análise para abordar outros vestígios que possibilitam entender o cotidiano e a saúde dos antigos, tais como a análise dos dentes dos crânios, modalidade que trouxe dados mais palpáveis sobre a prevalência de cáries em diferentes épocas. Isso reforça que o questionamento inicial não está centrado exclusivamente nas doenças metabólicas, mas na insuficiência de evidências precisas para determinar indicadores de saúde tão específicos.

Alternativa Correta:
Gabarito: Letra E

O texto inicia‑se por meio de um questionamento acerca da frequência do diabetes e da hipertensão na Idade da Pedra Lascada.


1      Saber se diabetes ou hipertensão eram
     frequentes na Idade da Pedra Lascada é praticamente
     impossível. Esqueletos, ruínas e artefatos são tudo de
4  que dispomos para entender como era a vida de nossos
     ancestrais.
        Algumas vezes encontramos ossos quebrados e
7   marcas de pancadas nos crânios, o que permite avaliar
     o nível de violência ou os acidentes do dia a dia. Mas
     talvez nunca venhamos a saber a incidência de doenças
10 metabólicas ou a prevalência da obesidade.
        Mas, se essa ignorância incomoda os médicos,
     os dentistas têm mais sorte. A quantidade de fósseis
13 de crânios humanos é enorme. Muitos se dedicam a
     verificar o estado dos dentes de nossos antepassados,
     correlacionando seus achados com a época em que
16 viveram, seus hábitos alimentares e a idade de cada um.
        Nossos parentes distantes, os macacos,
     dificilmente apresentam cáries durante a maior parte de
19 sua vida. Elas e outras doenças dentárias só aparecem no
     final da vida e são sinal de envelhecimento.
        O que sabemos dos dentes de nossos ancestrais
22 mais antigos vem do exame de crânios de humanos
     que viveram antes do desenvolvimento da agricultura.
     Examinando mais de mil crânios dessa época, foi
25 constatada pelo menos uma cárie em só 2% dos
     indivíduos. Eram coletores e caçadores, comiam raízes,
     frutos, sementes duras e um pouco de carne.
28     O estado dental começou a piorar há 13 mil
     anos, no Neolítico, quando surgiu a agricultura. Nessa
     amostra de crânios, 9% deles possuíam uma cárie. Nessa
31 época o consumo de grãos moídos, ricos em carboidratos,
     começou a fazer parte da dieta humana. Muito depois,
     tanto no Egito (há 3,3 mil anos) quanto na Austrália, entre
34 a população aborígene (há uns 70 anos), a quantidade de
     cáries era próxima a 2%, mas esses povos não haviam
     adotado completamente a dieta rica em grãos típica das
37 civilizações que adotaram a agricultura.


Com base nas ideias do texto, julgue o item seguinte.


Neste item, o candidato deve observar que o texto enfatiza as limitações dos estudos do passado, em especial em relação à comprovação de condições de saúde que não deixaram marcas ósseas, como as doenças metabólicas e a obesidade. Enquanto os pesquisadores conseguem identificar violência e traumas através de sinais em ossos ou crânios, evidências de doenças metabólicas ou obesidade não se preservaram nos vestígios arqueológicos, o que impossibilita a avaliação precisa dessas condições em épocas remotas.

O enunciado afirma: “Saber se diabetes ou hipertensão eram frequentes na Idade da Pedra Lascada é praticamente impossível”, evidenciando que a tecnologia e os métodos de análise atuais não permitem comprovar tais enfermidades nos registros históricos. A inferência de que não é possível comprovar a incidência de doenças metabólicas ou a prevalência da obesidade em épocas remotas se sustenta justamente nesse argumento, pois os vestígios disponíveis – ossos, ruínas e artefatos – não constam de informações relativas a essas doenças.

A alternativa C (“Certo”) é a correta porque atesta a plausibilidade da inferência de que, na atualidade, é inviável reconectar tais doenças com o passado, considerando a natureza dos vestígios e evidências que sobrevive até nossos dias. Apesar de se ter acesso a numerosos fósseis e crânios, os registros não fornecem os detalhes clínicos necessários para identificar de forma segura doenças “metabólicas” ou a “obesidade” em períodos anteriores ao desenvolvimento da agricultura.

Alternativa Correta:
Em síntese, o texto indica claramente a impossibilidade de se comprovar certas doenças que não deixam marcas no esqueleto, corroborando a alternativa C como a opção correta.

Gabarito: Letra C

A partir da leitura do texto, é plausível a inferência de que, na atualidade, não há como comprovar a incidência de doenças metabólicas ou a prevalência da obesidade em épocas remotas.


O texto apresenta a análise de achados arqueológicos relacionados tanto a osteologia quanto à odontologia histórica, demonstrando as diferentes possibilidades de investigação que cada área pode atingir. Nesse contexto, o autor explicita que, embora os médicos – ao estudarem esqueletos, ruínas e artefatos – encontrem dificuldades em identificar a incidência de certas doenças, como a diabetes e a hipertensão, os dentistas contam com uma grande quantidade de fósseis de crânios humanos. Essa abundância de material fóssil permite que os pesquisadores, por meio da verificação do estado dos dentes, possam correlacionar os achados com a época, os hábitos alimentares e a idade dos indivíduos estudados.

Portanto, o texto não sustenta a ideia de que os dentistas são mais afortunados do que os médicos em suas carreiras; o que se observa é que, no campo da pesquisa sobre os antepassados, os dentistas têm uma vantagem específica em termos de material disponível para estudo. Essa vantagem, contudo, não implica uma comparação de sorte ou de sucesso profissional entre as duas categorias, mas sim uma diferença metodológica na abordagem dos estudos sobre a saúde dos nossos antepassados.

Além disso, a menção de “ignorância” dos médicos refere-se à dificuldade inerente de se verificar a ocorrência de determinadas doenças metabólicas em períodos históricos, e não a uma comparação baseada na sorte ou no mérito profissional entre médicos e dentistas. Assim, a ideia defendida pelo autor é de que os dentistas dispõem de dados mais consistentes para seus estudos, não de que sejam, de forma geral, mais afortunados em suas carreiras.

Alternativa Correta:
A alternativa correta é a letra E, pois o texto indica que os dentistas possuem melhores condições de pesquisa devido à quantidade de fósseis disponíveis, não havendo qualquer defesa de que eles sejam, em termos profissionais, mais afortunados do que os médicos.

Gabarito: Letra E

Defende‑se, no texto, a ideia de que os dentistas, de maneira geral, são mais afortunados que os médicos em suas carreiras.


Na questão apresentada, é preciso analisar cuidadosamente as informações contidas no texto para compreender o que ele realmente demonstra. O texto expõe dados sobre a incidência de cáries em períodos históricos distintos e relaciona essas variações à transição na dieta, principalmente com o advento da agricultura e o aumento do consumo de carboidratos. Em nenhum momento o autor sugere que os maus resultados na saúde dental dos seres humanos podem ser atribuídos diretamente à “falta de cuidado” com os dentes, como ocorre, por exemplo, com os macacos, os quais apresentam cáries apenas no final da vida.

A afirmação postulada na conclusão do item – “se os seres humanos cuidassem de seus dentes ao longo da vida, como os macacos, dificilmente seriam acometidos por cáries” – extrapola as informações fornecidas pelo texto. A discussão central do texto aborda a influência da dieta e as mudanças culturais sobre a saúde dental, e não a influência dos hábitos de higiene em si. Assim, a conclusão apresentada na questão não é plausível a partir da leitura, já que o argumento não é suportado pelos dados históricos relatados.

Analisando as duas alternativas fornecidas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>C) Certo: Esta alternativa seria válida somente se o texto defendesse que os humanos, seguindo os hábitos de cuidado dos macacos, teriam baixa incidência de cáries. Contudo, o texto não apresenta essa ideia, limitando-se a correlacionar alterações na dieta com o aumento das cáries.</li>
 <li>E) Errado: Esta é a alternativa correta, pois demonstra que a conclusão não se sustenta no conteúdo do texto. O texto enfatiza a relação entre as mudanças alimentares e o surgimento ou aumento das cáries, não havendo menção alguma de que os humanos poderiam evitar esses problemas simplesmente mantendo uma rotina de cuidados dentários semelhante à dos macacos.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
Conclui-se, portanto, que a alternativa correta é a letra E, pois a conclusão proposta não é compatível com as evidências e argumentos apresentados no texto. Ela confunde a relação entre dieta e cáries com a de hábitos de higiene, o que não é respaldado pelo conteúdo do fragmento.

Gabarito: Letra E

Uma conclusão plausível a partir da leitura do texto é a de que, se os seres humanos cuidassem de seus dentes ao longo da vida, como os macacos, dificilmente seriam acometidos por cáries.


O enunciado nos apresenta um texto que analisa informações sobre os registros de cáries em crânios de nossos ancestrais, destacando as variações na incidência de cáries em diferentes períodos históricos. Nos dois últimos parágrafos, o texto faz uma comparação entre os indivíduos que viveram antes do surgimento da agricultura – com apenas 2% de incidência de cáries – e os que tiveram contato com o desenvolvimento agrícola no Neolítico, registrando 9% de incidência. Essa diferença é atribuída à introdução dos grãos moídos e, consequentemente, à alimentação rica em carboidratos, que favorece a formação das cáries.

Ainda que o texto ressalte que os macacos, nossos parentes distantes, não apresentam cáries significativas durante a maior parte de suas vidas, a ênfase maior é feita no contexto humano, relacionando diretamente o surgimento e a popularização da agricultura ao aumento progressivo do número de cáries. Essa evidência empírica demonstra a relação entre mudanças nos hábitos alimentares, especialmente o consumo elevado de carboidratos provenientes dos grãos, e o estado dental dos indivíduos.

Em relação às alternativas, a opção E, que afirma que a ideia está errada, não condiz com o que o autor do texto sugere implicitamente. Por sua vez, a alternativa C, ao indicar que a associação entre o aumento das cáries e o consumo de carboidratos no período Neolítico está correta, alinha-se com a argumentação apresentada no texto. Assim, é possível concluir que o enunciado busca evidenciar a relação entre mudanças alimentares advindas do surgimento da agricultura e o agravamento de problemas dentários, retificando, portanto, a associação proposta na alternativa C.

Alternativa Correta:

Observa-se, portanto, que a alternativa C está em conformidade com as ideias expressas nos dois últimos parágrafos do texto, onde se sugere que o aumento do número de cáries no Neolítico estava relacionado ao consumo de carboidratos devido à adoção da agricultura e à dieta típica das civilizações agrícolas.

Gabarito: Letra C

Nos dois últimos parágrafos do texto, sugere‑se, implicitamente, que o aumento do número de cáries no período Neolítico estava relacionado ao consumo de carboidratos.

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