O enunciado solicita uma comparação entre o posicionamento do título (“Os riscos de normalizar o que é anormal”) e o conteúdo dos dois últimos parágrafos do texto. O título destaca explicitamente o perigo de se acostumar com situações prejudiciais, ressaltando o aspecto negativo desse tipo de normalização. Já nos dois últimos parágrafos, ainda que o texto reconheça riscos claros associados à dessensibilização (conforme aponta o próprio título), ele também faz um contraponto, indicando que a normalização de experiências difíceis traz certas vantagens adaptativas à espécie humana. A autora argumenta que, sem essa capacidade de adaptação, as pessoas permaneceriam em um estado constante de ansiedade e medo, o que inviabilizaria o desenvolvimento humano e sociocultural.

Portanto, temos duas abordagens distintas: o título foca nos perigos, no lado prejudicial desse fenômeno, enquanto os parágrafos finais relativizam o conceito ao mencionar benefícios evolutivos e psicológicos da adaptação à adversidade. Esse contraste configura uma oposição de enfoques — enquanto um ressalta os riscos, o outro admite que há aspectos positivos, mesmo que existam “armadilhas” nessa normalização.

Vejamos a análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) equivalentes – Incorreta. As abordagens não são equivalentes, pois tratam de aspectos distintos do fenômeno.</li>
 <li>B) sinônimas – Incorreta. “Sinônimas” pressuporia sentidos idênticos, o que não se verifica, já que há contraste entre os olhares.</li>
 <li>C) excludentes – Incorreta. Seriam excludentes se um ponto de vista anulasse totalmente o outro, o que não ocorre; o texto mostra coexistência entre as dimensões positiva e negativa da normalização.</li>
 <li>D) imprecisas – Incorreta. Tanto o título quanto os parágrafos são precisos em suas colocações, apenas trazem ângulos diferentes.</li>
 <li>E) opostas – Correta. O título e os parágrafos finais apresentam perspectivas “opostas”: risco/dano versus adaptação/benefício.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa correta é a letra E, pois as abordagens são realmente opostas quanto ao fenômeno da normalização mencionado: uma destaca os perigos, a outra ressalta também suas vantagens adaptativas.

Gabarito: Letra E

<center>Os riscos de normalizar o que é anormal (e como não ficar insensível)</center>
A presença contínua de más notícias na tela pode
fazer com que elas percam o significado
(Amanda Ruggeri, BBC Future)

 Quando alguém fala em "normalizar" alguma coisa em 2024, geralmente é com sentido positivo.
 Nas redes sociais e fora delas, tenho visto convocações para normalizar de tudo, desde o corpo das mães após o parto até conversar sobre a saúde mental no trabalho. A ideia, é claro, é romper esses tabus, que podem ser inúteis e até perigosos.
 Mas existe outro tipo de normalização, que muitas pessoas não conhecem. Ela é menos consciente e mais perniciosa. E pode ser prejudicial.
 É a normalização de tendências, situações e eventos que, na verdade, não deveriam ser considerados nada "normais". Ela pode também ser chamada de "dessensibilização" ou "habituação".
 Os trágicos eventos verificados no início dos conflitos eram fatos novos e inesperados. Esses eventos chamam a atenção da mente, como sabem os psicólogos.
 O tempo passou, a cobertura da imprensa continua, mas esses eventos já ocupam menos espaço nas manchetes em muitos países. E também não aparecem com a mesma frequência nas conversas.
 Infelizmente, as pesquisas indicam que, quando uma guerra dura meses ou anos, cada semana de combate causa menos impacto do que a semana anterior.
 E essa dessensibilização também se aplica à nossa vida diária.
 Os jovens das cidades que crescem lado a lado com a violência, por exemplo, têm maior propensão a acabar pensando que a violência é normal. E as pessoas expressaram mais ansiedade com a covid quando a contagem de mortos era baixa, do que quando o número de vítimas fatais atingiu centenas de milhares de pessoas.
 [...] 
 Em outras palavras, basta sermos expostos a qualquer coisa por tempo suficiente e aquilo estará normalizado. Mesmo se for algo ruim.
 É claro que existem vantagens nesse processo.
Até certo ponto, os seres humanos precisam se adaptar a novas circunstâncias e situações, não importa o quanto elas sejam difíceis.
 Nossa espécie provavelmente não teria ido muito longe se tivéssemos permanecido em um estado perpétuo de choque e ansiedade – ou, pelo menos, não teria desenvolvido a capacidade emocional de imaginar, criar e resolver problemas. Mas também existem armadilhas muito claras.
 [...]

 uma referência conotativa a essa violência.

 o uso do assassinato para suavizar a dor.

 o emprego da símile nos versos um e dois.

 uma antítese entre “mataram” e “assassinaram”.

A análise desta questão exige uma leitura atenta aos recursos linguísticos presentes no poema de Mário Quintana, especialmente ao modo como o termo “assassinaram” é empregado. O texto não apresenta uma narrativa de violência física literal, mas sim utiliza a palavra “assassinaram” em um sentido figurado, indicando experiências de dor, frustração ou perdas emocionais ao longo da vida do eu lírico.

Na alternativa A, encontramos a ideia de uma “referência conotativa a essa violência”. No poema, o verbo “assassinar” não diz respeito a um homicídio real, mas simboliza algo mais profundo: a extinção gradativa de partes do interior do sujeito poético, decorrentes de sofrimentos repetidos (“Da vez primeira em que me assassinaram,/ Perdi um jeito de sorrir que eu tinha”). A cada “vez que me mataram”, restou-lhe menos de si, evidenciando um processo contínuo de diminuição do ser, resultado de experiências nocivas.

A alternativa B está incorreta porque, embora o poema utilize o assassinato de maneira metafórica, não há intenção de “suavizar a dor”, e sim de enfatizá-la através de um vocabulário forte e emocional. Já a alternativa C falha ao afirmar que há um emprego de “símile” (comparação explícita usando “como” ou “tal qual”) nos dois primeiros versos, o que não ocorre; neles, há apenas a enunciação das experiências, sem uma comparação explícita. A alternativa D erra quanto a uma possível antítese entre “mataram” e “assassinaram”, pois ambos os termos reforçam e ampliam o campo semântico da ação violenta, sem oposição de ideias. Por fim, a alternativa E sugere “personificação da ação da morte”, mas o poema se centra sobre o eu lírico e suas perdas subjetivas, sem conferir características humanas à morte propriamente dita.

Alternativa Correta:
Diante disso, a melhor interpretação considera o emprego conotativo (figurativo, simbólico) do termo “assassinar”, remetendo à violência psicológica ou emocional sofrida pelo eu lírico. Logo, a resposta correta é aquela que aborda essa significação.

Gabarito: Letra A

<center>A Rua dos Cataventos</center>
<center>(Mário Quintana)</center>
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca1
Não haverão de arrancar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

1 retorcida

 um conjunto de fatores ligados à idade e ao sexo

 o declínio cognitivo provocado por baixa escolaridade

A questão aborda a compreensão de um texto jornalístico sobre os fatores de risco para demência no Brasil, exigindo do candidato a identificação da principal causa apontada pela pesquisa recente mencionada. O texto apresenta dados de um estudo publicado na revista The Lancet Global Health, destacando o papel central da baixa escolaridade no desencadeamento do declínio cognitivo entre idosos brasileiros, além de fazer comparações com resultados obtidos em países do hemisfério norte, onde outros fatores prevalecem.

Análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) a baixa renda dos cidadãos 
 Esta alternativa está incorreta, pois o texto não aponta a baixa renda, mas sim a baixa escolaridade como elemento central associado à demência. Embora a renda possa ter impacto indireto ao limitar o acesso à educação, ela não é citada como causa direta no estudo destacado.</li>
 
 <li>B) o uso da inteligência artificial 
 Incorreta. O uso da inteligência artificial é citado no texto apenas como ferramenta metodológica empregada no estudo para analisar os dados de milhares de pacientes. Não há relação entre inteligência artificial e aumento do risco de demência; portanto, essa alternativa desvia-se do foco do enunciado.</li>
 
 <li>C) um conjunto de fatores ligados à idade e ao sexo 
 Também incorreta. O texto enfatiza que, ao contrário do que ocorre em países do Norte Global, no Brasil fatores tradicionalmente associados à demência, como idade e sexo, foram superados pela baixa escolaridade como risco principal. Dessa forma, a resposta não condiz com a conclusão apresentada no estudo.</li>
 
 <li>D) o declínio cognitivo provocado por baixa escolaridade 
 Correta. O texto é explícito ao afirmar que “a baixa escolaridade é o principal fator de risco para o declínio cognitivo entre idosos do Brasil”, destacando inclusive a necessidade de políticas públicas para garantir acesso amplo à educação como forma de prevenção. Como o declínio cognitivo está diretamente relacionado à demência, esta alternativa é a única que corresponde fielmente à informação nuclear do texto.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

Portanto, a alternativa correta é a letra D, pois responde diretamente ao que foi constatado pelo estudo inédito: a baixa escolaridade figura como o principal fator de risco para o surgimento da demência no Brasil, superando outras variáveis investigadas.

Gabarito: Letra D

<center>Em países do hemisfério norte, desenvolvimento da doença está associado a sexo e idade</center> 
 A baixa escolaridade é o principal fator de risco para o declínio cognitivo entre idosos do Brasil, enquanto a falta de saúde mental desponta como possível causa de problemas de perda de autonomia, mostra estudo brasileiro publicado na revista The Lancet Global Health. O baixo acesso à educação superou variáveis tradicionalmente associadas ao sintoma, como idade ou sexo. 
 O projeto, liderado pelo professor Eduardo Zimmer, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e apoiado a saúde pelo Instituto Serrapilheira, evidencia a necessidade de políticas públicas que garantam o acesso universal ao ensino e o cuidado com mental desde cedo. "Para resolver o declínio cognitivo, precisamos colocar todo mundo na escola desde a infância. É fundamental garantir que crianças e adolescentes tenham acesso à educação", destaca Zimmer.
 O professor também ressalta que os resultados alertam para a importância de considerar as particularidades regionais ao analisar dados globais. Estudos feitos em países desenvolvidos, com outras realidades socioeconômicas, apontam idade e sexo como os principais fatores associados a essas doenças. 
 "Começamos ver que o cérebro do brasileiro diferente do é completamente cérebro do Norte Global", afirma o especialista. O país tem sofrido com um aumento no número de casos de demências, como o Alzheimer. O envelhecimento da população cumpre papel fundamental nesse cenário, mas a nova pesquisa reforça a influência de outros fatores. 
 A investigação, inédita, usou inteligência artificial para comparar dados de 9,4 mil pacientes brasileiros obtidos por meio do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSA- Brasil). As informações socioeconômicas e de saúde foram comparadas com as de outros países latino-americanos de renda alta (Uruguai e Chile) e baixa ou média (Colômbia e Equador). No total, mais de 40 mil pessoas foram envolvidas.

 pesquisar o valor de uma rara peça do século XVIII no Google Lens 

 encontrar um utensilio de alto valor em um brechó e comprálo por um valor bem abaixo do avaliado 

 leiloar uma peça histórica chinesa de grande valor cultural em um evento realizado nos Estados Unidos 

 avaliar uma peça histórica, no caso, uma bandeja retangular chanfrada heráldica do periodo Qianlong da dinastia Qing

O enunciado pede ao candidato que identifique um elemento atípico ou inusitado na situação relatada no texto. A compreensão cuidadosa do texto é essencial para determinar qual alternativa melhor define o acontecimento inusitado narrado.

A alternativa A menciona “pesquisar o valor de uma rara peça do século XVIII no Google Lens”. Apesar de o uso de tecnologia para avaliar objetos antigos ser um aspecto interessante nos dias atuais, não é isso que confere caráter inusitado ao fato narrado. O cerne da surpresa não reside no ato de pesquisar, mas no valor relevante do item adquirido por preço irrisório.

A alternativa B afirma “encontrar um utensílio de alto valor em um brechó e comprá-lo por um valor bem abaixo do avaliado”. Esse é o ponto central do texto: a situação surpreendente ocorre porque um objeto valiosíssimo foi comprado por apenas R$ 28,99 (ou US$ 4,99), sendo posteriormente avaliado em cerca de R$ 30 mil (ou US$ 5.000). O texto enfatiza o elemento inesperado: algo de grande valor estava “escondido” em meio a objetos comuns, ofertado a preço irrisório. Isso torna a situação verdadeiramente inusitada no universo dos brechós e antiquários.

A alternativa C menciona “leiloar uma peça histórica chinesa de grande valor cultural em um evento realizado nos Estados Unidos”. Tal situação é corriqueira no mundo dos leilões internacionais, em que peças de diferentes culturas são regularmente comercializadas em grandes casas como a Sotheby’s.

A alternativa D fala em “avaliar uma peça histórica, no caso, uma bandeja retangular chanfrada heráldica do período Qianlong da dinastia Qing”. Novamente, a avaliação de peças históricas por especialistas não constitui, isoladamente, um acontecimento incomum: trata-se de procedimento comum em leilões e negociações de antiguidades, além de ser uma etapa posterior à situação inicialmente narrada.

Alternativa Correta:
A alternativa B é a correta, pois destaca o aspecto mais surpreendente da narrativa: encontrar e comprar, por valor irrisório, um objeto cujo preço real é extraordinariamente superior ao pago, situação que foge à normalidade esperada em uma compra de brechó.

Gabarito: Letra B

<center>Peça encontrada em loja no estado de Illinois, nos Estados Unidos, é uma rara porcelana chinesa</center> 
 Um homem, identifi cado como John Carcerano, comprou um prato por US$ 4,99 (R$ 28,99 na cotação atual) em um brechó no estado de Illinois, nos Estados Unidos. O que ele não sabia é que a peça era uma rara porcelana chinesa avaliada em US$ 5.000 (R$ 29.050 na cotação atual).
 "Comprei uma rara placa heráldica chinesa do século XVIII para exportação em uma loja Goodwill por US$ 4,99; ela vale US$ 5.000", disse John. A compra ocorreu em outubro de 2024.
 Ele conta que a aquisição quase não aconteceu. "O prato estava embaixo de um prato moderno e três outras pessoas estavam cavando no carrinho comigo", lembra. "Quando todos se afastaram do carrinho, inclusive eu depois que passamos por ele, no canto do olho notei que o prato estava embaixo de um moderno." 
 John administra uma empresa de limpeza de carpetes e compra e vende antiguidades há 35 anos, mas passou a gastar mais tempo em brechós após uma doença que teve em 2023. "Às vezes, passo algumas horas esperando os carrinhos saírem. Acho que é melhor pegá-los quando saem pela primeira vez porque, quando chegam às prateleiras, a maioria das coisas boas já acabou", disse. 
 A pesquisa do valor do prato foi feita a partir do Google Lens, e John afirma que apenas duas peças iguais foram vendidas nos últimos 50 anos.
 "Às vezes, é preciso cavar um pouco, mas eu fi z uma pesquisa no Google Lens e encontrei um que tinha sido vendido exatamente como ele por US$ 4.400 e eu sabia em cinco minutos que tinha algo valioso. Apenas dois desses foram vendidos nos últimos 50 anos de história de leilões." 
 Posteriormente, o item também foi analisado por especialistas, que atestaram seu valor. Em um dos e-mails trocados por John, um especialista da Sotheby's afi rmou que a "bandeja retangular chanfrada heráldica chinesa de exportação" é do período Qianlong da dinastia Qing, datada por volta de 1755, mede 35,5 cm de comprimento, além de ser "decorada com o brasão de Mendes da Costa" e ter um valor estimado entre US$ 4.000 (R$ 23.240 na cotação atual) e US$ 6.000 (R$ 34.860 na cotação atual).
 O prato será vendido no leilão da Sotheby's em Nova York, em junho.

A questão exige que o candidato compreenda o significado do termo “heráldica”, destacado no texto, para, a partir dessa compreensão, selecionar a alternativa correta. Esse é um tipo de questão muito comum em provas de interpretação de textos, sendo fundamental o domínio do vocabulário e a capacidade de compreender o contexto em que determinada palavra aparece.

No trecho apresentado – “Comprei uma rara placa heráldica chinesa do século XVIII para exportação em uma loja Goodwill por US$ 4,99; ela vale US$ 5.000” –, o adjetivo “heráldica” serve para caracterizar a placa adquirida pelo personagem central da narrativa. O termo “heráldica”, de acordo com o uso na Língua Portuguesa, refere-se ao estudo dos brasões de armas e toda a simbologia ligada a famílias, nações ou instituições. Assim, objetos heráldicos, como placas, medalhas, anéis, geralmente contêm brasões ou emblemas que representam linhagens ou entidades específicas.

A alternativa A, por sua vez, corresponde ao significado correto: “brasões”. O próprio texto reforça essa interpretação ao informar que o prato é “decorado com o brasão de Mendes da Costa” (penúltimo parágrafo), o que confirma que se trata, de fato, de um objeto heráldico — ou seja, relacionado a brasões.

As demais alternativas apresentam interpretações que não se relacionam com o sentido real da palavra: a alternativa B fala de “dinheiro ou joias”, que é um erro comum, pois há quem associe peças antigas ou valiosas a objetos de valor monetário ou joalheria, o que não se aplica a “heráldica”; a alternativa C interpreta “heráldica” como “loja de itens usados”, possivelmente confundindo com o brechó mencionado no texto; e a alternativa D, que sugere “utensílios de cozinha orientais”, também está incorreta, pois a heráldica não está relacionada ao uso, mas sim à presença de brasões.

Portanto, além de exigir a compreensão textual, a questão trabalha a precisão vocabular, capacidade fundamental ao candidato de concursos públicos. Saber que heráldica se refere a brasões pode inclusive ajudar em outras disciplinas, como História e Direito.

Alternativa Correta:
Gabarito: Letra A

Questões de Português - Compreensão e interpretação de textos