 As pessoas dão pouco valor aos africanos.

 A sabedoria está perdendo valor no mundo.

 Os velhos africanos são exemplos de sabedoria.  

A questão apresentada explora a habilidade de realizar inferências a partir de um fragmento textual, ou seja, exige que o leitor deduza informações que não estão explicitamente declaradas, mas podem ser razoavelmente concluídas com base no contexto. O trecho mencionado sugere que, para aquele homem da Unesco, cada vez que morre um velho africano, uma biblioteca inteira se perde — o que implica que há, nesses idosos, um valor imenso em termos de conhecimento, cultura e experiência de vida.

Vejamos a análise de cada alternativa:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) Só há burocratas na Unesco. 
A frase do texto claramente distingue dois grupos: "os bons, não os burocratas". Isso mostra que há pelo menos dois tipos de pessoas na Unesco segundo o trecho, o que já invalida a alternativa. Não se pode dizer que só existem burocratas.</li>

<li>B) A autora do texto faz poucas viagens. 
O trecho indica o contrário — “nas minhas andanças...” — sugerindo que ela viaja e visita vários lugares. Portanto, essa inferência não se sustenta.</li>

<li>C) As pessoas dão pouco valor aos africanos. 
O texto não discute o valor dado aos africanos de modo geral, mas enfatiza a importância e o conhecimento dos idosos africanos. Logo, não há base para essa inferência.</li>

<li>D) A sabedoria está perdendo valor no mundo. 
Apesar de ser uma reflexão possível a partir da metáfora de que uma biblioteca se apaga a cada óbito, o texto está centrado na figura dos velhos africanos, e não faz uma afirmação generalizada sobre o valor da sabedoria no mundo inteiro.</li>

<li>E) Os velhos africanos são exemplos de sabedoria. 
Esta alternativa é a correta. Ela é a que melhor sintetiza a mensagem implícita no trecho: a metáfora da "biblioteca" traduz a ideia de que cada velho africano carrega consigo uma grande quantidade de conhecimentos e experiências, tal como uma biblioteca, sinalizando que são exemplos de sabedoria.</li>
</ul>

Portanto, a análise cuidadosa do fragmento permite concluir que a opção correta é aquela que identifica, nos velhos africanos, exemplos de sabedoria, conforme proposto na alternativa E. É uma inferência direta da metáfora utilizada pelo interlocutor da Unesco.

Gabarito: Letra E

Leia o trecho a seguir.

“Nas minhas andanças, fui parar na África e lá conversei com aqueles homens da Unesco, os bons, não os burocratas. Um deles me disse: Cada vez que morre um velho africano é uma biblioteca que se incendeia”.

 A cena deve ter ocorrido durante a noite.

 A fala do guarda traz implícito o motivo da multa.

 As falas dos personagens ocorrem simultaneamente.

 A finalidade da charge é colaborar com as autoridades.

 A pergunta do motorista se refere à razão de ter sido parado. 

Em política internacional, as negociações nem sempre são claras.

Quando todo mundo é importante, aí ninguém então passa a ser alguém.

O mundo abunda em alfabetos fora de uso, cujo antigo código se perdeu.

Meu pai tinha uma caixa envernizada de madeira. Dentro dela morava um alicate.

Estando doentes, os funcionários estão dispensados de comparecer ao trabalho.

Essa questão da Fundação Getúlio Vargas (FGV) exige que o candidato identifique, entre as alternativas apresentadas, aquela na qual o adjetivo sublinhado expressa uma opinião do autor em vez de uma característica objetiva do substantivo ao qual se refere. Trata-se de um conceito importante na interpretação de textos, pois distinguir adjetivos objetivos de subjetivos pode afetar a compreensão da intenção do autor e do sentido do texto.

Análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>
 A) Em política internacional, as negociações nem sempre são claras. 
 O adjetivo "internacional" é objetivo, indicando apenas a abrangência geográfica do termo "política". Não há opinião pessoal ou juízo de valor do autor, somente uma informação factual.
 </li>
 <li>
 B) Quando todo mundo é importante, aí ninguém então passa a ser alguém. 
 O adjetivo "importante" é subjetivo, pois ser importante depende de um juízo de valor, de uma avaliação – está, portanto, vinculado à opinião do autor. O que é importante para uma pessoa pode não ser para outra, demonstrando a subjetividade e a carga opinativa do termo.
 </li>
 <li>
 C) O mundo abunda em alfabetos fora de uso, cujo antigo código se perdeu. 
 O adjetivo "antigo" é objetivo, referindo-se ao tempo, à idade ou à existência passada de algo, sem expressar uma opinião do autor.
 </li>
 <li>
 D) Meu pai tinha uma caixa envernizada de madeira. Dentro dela morava um alicate. 
 O adjetivo "envernizada" refere-se a um tratamento recebido pela caixa, um fato objetivo, e não a uma visão subjetiva sobre ela.
 </li>
 <li>
 E) Estando doentes, os funcionários estão dispensados de comparecer ao trabalho. 
 Aqui, "doentes" indica uma condição de saúde, algo factual e não opinativo.
 </li>
</ul>

Alternativa Correta:

A alternativa B é a única em que o adjetivo sublinhado, "importante", traduz uma opinião, pois a sua atribuição a "todo mundo" depende do ponto de vista e do julgamento do autor sobre o que é ou não "importante". Apenas neste caso, há subjetividade e manifestação clara de posicionamento pessoal, elemento central quando falamos de adjetivos opinativos.

Gabarito: Letra B

A frase retirada da obra de Machado de Assis — “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis” — sintetiza com maestria o estilo irônico do autor e convida o leitor a perceber o duplo sentido das palavras na construção do sentido do texto. Ao mencionar não apenas a duração do relacionamento (“quinze meses”), mas também o valor exato em dinheiro (“onze contos de réis”), a frase sugere claramente que o afeto de Marcela estava condicionado a uma retribuição financeira, ou seja, seu amor foi movido por interesse material.

A análise individual das alternativas revela o seguinte:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) Sentimento puro: Esta alternativa está incorreta, pois a menção explícita ao valor financeiro indica que o sentimento de Marcela não era puro, mas condicionado a vantagens materiais.</li>

<li>B) Duração efêmera: Apesar de “quinze meses” poder ser considerado um período relativamente curto, neste contexto, o destaque não é a brevidade do relacionamento, mas sim sua relação com o dinheiro gasto.</li>

<li>C) Conexão profunda: Também está incorreta, pois o relacionamento é descrito como superficial, pautado por interesses financeiros e não por profundidade emocional.</li>

<li>D) Interesse financeiro: Esta é a alternativa correta. “Onze contos de réis” evidencia que o amor de Marcela estava atrelado ao recebimento de dinheiro, transparecendo a natureza mercenária do envolvimento.</li>

<li>E) Intensidade sentimental: O texto não faz referência à intensidade emocional, mas sim à condição vinculada ao pagamento, afastando qualquer interpretação de grande sentimento envolvido.</li>
</ul>

Machado de Assis é conhecido por sua ironia e crítica social, principalmente ao tratar de valores e relações humanas. No exemplo em análise, a quantificação do afeto remete a uma relação de interesse, revelando o amor como um objeto de troca, e não um valor elevado ou autêntico. Esta leitura vai ao encontro do gênio machadiano ao ironizar relações humanas corrompidas pelo pragmatismo da sociedade.

Alternativa Correta:
Gabarito: Letra D

Em relação ao texto e às suas ideias, julgue o item a seguir.


Entende‑se da leitura do texto que, a despeito da criação de um marco legal para a gestão territorial e ambiental das terras indígenas, esses territórios não estão seguros contra invasores.


Questões de Português - Compreensão e interpretação de textos