Olá! Vamos lá. A pergunta do concurso pede para identificar a figura de linguagem presente no título "Iluminação das cidades está 'apagando' as estrelas do céu". Primeiro, precisamos entender o que cada figura de linguagem mencionada significa para então chegarmos na correta.

 

Metáfora é uma figura de linguagem onde há uma comparação simbólica entre dois elementos que são essencialmente diferentes, mas que podem ser considerados similares de alguma forma. No título, o termo "apagando" é usado em um sentido não literal, indicando que a luminosidade das cidades faz com que as estrelas pareçam menos visíveis, embora fisicamente as estrelas não estejam sendo "apagadas". Isso sugere uma metáfora, onde "apagando" compara o aumento da iluminação artificial com o ato de fazer as estrelas desaparecerem.

 

Prosopopeia ou personificação é dar características humanas a algo que não é humano. Não é aplicável aqui, pois o título não personifica objetos.

 

Metonímia ocorre quando uma palavra é usada para substituir outra com a qual tem uma relação lógica. No título, não há substituição de um termo por outro.

 

Sinestesia envolve a mistura de sentidos, como ouvir uma cor. O título não mistura sentidos sensoriais.

 

Hipérbole é uma exageração para enfatizar algo. Pode parecer uma possibilidade, mas "apagando" aqui é mais simbólico do que exagerado.

 

Concluindo, o título emprega uma metáfora ao usar "apagando" para descrever simbolicamente o efeito das luzes das cidades sobre a visibilidade das estrelas. A alternativa correta é A.

      A humanidade está perdendo suas estrelas. Um novo
   estudo mostra que, entre 2011 e 2022, a poluição luminosa
   cresceu de forma acelerada no mundo todo, reduzindo a
   capacidade de observação do céu noturno – sobretudo, mas não
5  só, nas grandes cidades.
      O brilho do céu – a luminância difusa que ganha o
   firmamento e é especialmente notada logo após o anoitecer – no
   período estimado parece ter crescido algo como, em média, 9,6%
   ao ano.
10    Com essa taxa de aumento, se alguém nasce hoje num local
   em que o olho humano consegue distinguir 250 estrelas, dali a 18
   anos só será possível perceber as 100 mais brilhantes. É como se
   o céu estivesse literalmente se apagando diante de nós.
      Para fazer a medida do brilho do céu, os pesquisadores
15 Christopher Kyba e Yigit Öner Altinta, do Centro de Pesquisa
   Alemão para Geociências, em Potsdam, e Constance Walker e
   Mark Newhouse, do NOIRLab (Laboratório Nacional de Pesquisa
   de Astronomia Óptico-Infravermelha), em Tucson (EUA),
   lançaram mão de uma medida indireta, mas bem relevante:
20 milhares de pessoas observando o céu em sua região e 
   estimando a magnitude das estrelas.
      (...)
      Esperava-se que, ao longo da última década, o brilho do céu
   pudesse até diminuir, já que em muitas cidades a iluminação
25 externa tem sido substituída para explorar as vantagens da
   tecnologia de LEDs. Estimativas do uso de lâmpadas de LED
   globais foram de menos de 1% em 2011 para 47% em 2019.
      Como são mais eficientes e focadas, imaginava-se que
   pudessem contribuir com a redução da poluição luminosa. Mas
30 os novos resultados mostram que o tiro pode ter saído pela
   culatra. Elas de fato são benéficas, numa troca um por um. Mas,
   como também são mais econômicas, é possível que o número
   total em uso tenha crescido.
      Além disso, cidades ganham cada vez mais fontes de
35 iluminação horizontal (ou seja, que emitem luz na direção do
   horizonte), como grandes painéis de rua e mesmo janelas. Essa
   iluminação horizontal é ainda pior do que a que vai direto para
   cima, pois é a que viaja por mais tempo pela atmosfera antes de
   chegar ao espaço e sofre maior espalhamento.
40    E mais: essas, por viajarem na direção do horizonte, não são
   captadas pelos satélites que medem poluição luminosa – o que
   ajuda a explicar a discrepância observada. Os equipamentos
   atualmente em órbita também não são sensíveis a LEDs azuis, de
   onde deve vir outra parte da diferença medida.
45    Moral da história: o céu noturno – tido como patrimônio
   cultural da humanidade, fonte infinita de inspiração para a arte e
   ciência ao longo de milhares de anos – está desaparecendo cada
   vez mais rapidamente de nossas vistas.
      "É uma situação muito triste", diz Cássio Leandro Barbosa,
50 astrônomo do Centro Universitário FEI, em São Bernardo do
   Campo (SP), que não participou do estudo, publicado na última
   edição da revista Science.
      "Há pouco tempo discutíamos o fato de que dois terços da
   população mundial nunca viram a projeção da Via Láctea no céu,
55 que forma uma mancha difusa e leitosa visível sobretudo no
   inverno no Brasil. Agora estamos testemunhando o
   desaparecimento de estrelas. É um prejuízo enorme, não só para
   astronomia."
      O pesquisador brasileiro lembra que animais e vegetais são
60 sensíveis à luz e a usam para regular suas atividades, por meio da
   alternância entre claro e escuro do dia e da noite. Os impactos e
   desequilíbrios ambientais causados por essas noites cada vez
   mais claras ainda não foram medidos, mas certamente não
   podem ser desprezados.
65    "Se essa situação não for controlada com políticas de uso
   racional de lâmpadas em espaços abertos, em breve a
   contemplação do céu será apenas uma atividade em planetários
   ou programas de computador."


 A invenção mais perfeita para um senhor em férias é o micro-ondas. (1°  parágrafo) 

 Pressente que, de descanso, a esposa não tem nada. (3°  parágrafo) 

 Pede à empregada que faça bife à milanesa com arroz e batatas fritas para o jantar. (4°  parágrafo) 

 Ao voltar, o apartamento está com cheiro de úmido por causa das chuvas. (6°  parágrafo) 

 As meias sujas brotam do tapete como cogumelos. (6°  parágrafo)

Nessa questão da Vunesp, vemos o uso abundante de linguagem figurada e conotativa, e teu palpite está correto — a alternativa E é onde identificamos isso de modo mais claro.

 

Quando falamos sobre exagero, nos referimos à hipérbole, uma figura de linguagem que amplifica a realidade para enfatizar ou provocar um efeito dramático. Neste caso, a descrição das "meias sujas brotam do tapete como cogumelos" emprega claramente a hipérbole ao exagerar o crescimento e acumulo das meias, como se aparecessem tão naturalmente e rapidamente quanto cogumelos num terreno fértil. Além disso, ele está usando uma comparação para pintar a imagem na mente do leitor.

 

O uso de "cogumelos" adiciona um toque conotativo, comunicando não apenas a surpresa e o desgosto ao ver o acúmulo, mas também a ideia de alguma coisa natural e incontrolável, incrementando a cena com um sabor humorístico.

 

As outras alternativas, embora utilizem certa conotação em contextos específicos, não alcançam a claridade e eficácia da alternativa E em términos de exagero e conotação. A frase em questão faz o uso destas figuras de linguagem para criar uma imagem vívida e engraçada da desordem doméstica, um cenário comum porém aqui transformado em algo quase vivo e orgânico.

 

A alternativa correta é E.

    Assim que as crianças entram no carro, ele sente-se em férias. Corre para a frente da televisão, tira os sapatos, embola as meias e atira no meio do tapete. Não há maior sensação de liberdade para um homem do que espalhar roupas pela casa sem o risco de ouvir reclamações. Comer e deixar os pratos empilhados é outra delícia. Todas as conquistas femininas dos últimos anos, que levaram o sexo masculino a dividir as tarefas da casa, vão por água abaixo. A invenção mais perfeita para um senhor em férias é o micro-ondas. Em poucos minutos, qualquer gororoba já começa a soltar fumaça.
    Nesse instante, ele pensa: Como é boa a vida de solteiro! E é invadido por uma nostalgia imensa do tempo em que não era casado, não tinha filhos e tantas responsabilidades. O dinheiro era, principalmente, para se divertir.
    Pressente que, de descanso, a esposa não tem nada.
Na praia, passa os dias às voltas com as crianças, tratando das refeições, das roupas, das queimaduras e dos momentos em que os filhos estão entediados e querem arrancar um a orelha do outro.
    Mesmo assim, ele se acha um tanto injustiçado e resolve que tem o direito de aproveitar. Pede à empregada que faça bife à milanesa com arroz e batatas fritas para o jantar. É seu grito de liberdade. A esposa nunca faz nada à milanesa. Vive de regime e as frituras estão interditadas.
Ele adora.
    À noite, lembra-se do bife à milanesa. Bota no micro.
Retira uma sola de sapato com batatas molengas. Vai para a cama com o estômago reclamando.
    Dali a dois dias, vai fazer café, e o pó acabou. Não há uma camisa de colarinho sequer. No caminho do trabalho, deixa todas na lavanderia. Chega atrasado. Ao voltar, o apartamento está com cheiro de úmido por causa das chuvas. As meias sujas brotam do tapete como cogumelos. Faz uma maleta às pressas e, no dia seguinte, sai mais cedo do expediente para se refugiar na praia.
    De noite, ambos caem exaustos na cama. Ouve de longe o barulhinho das crianças cochichando no quarto. Respira fundo e descobre: mal passou uma semana e já está morrendo de saudade da boa vida de casado!


... lá está esse empreendedor investindo recursos financeiros ou não... (3° parágrafo)

Vemos celulares simples como trampolins para pessoas saírem do anonimato... (5° parágrafo)

O país, que foi marcado pela colonização e conflitos diversos... (2° parágrafo)

... mas acredito que pertencemos a uma geração que responde ao tempo. (6° parágrafo)

... dizem que o espaço onde viviam nos anos 90 era como um campo minado... (1° parágrafo)

A questão proposta nos mergulha no universo das figuras de linguagem, um dos tópicos mais vibrantes da literatura e da análise textual. Então, bora lá entender como identificamos a alternativa correta aqui! As figuras de linguagem são recursos que o autor utiliza para dar mais expressividade ao seu texto. Elas podem envolver comparações, exageros, jogos de palavras, entre outros, para produzir efeitos de sentido diferentes do uso literal das palavras. A alternativa B é a correta porque apresenta um claro exemplo de metáfora, uma figura de linguagem que realiza uma comparação entre dois elementos essencialmente diferentes sem usar a palavra 'como', expressando a ideia de que 'celulares simples são trampolins'. Essa comparação não deve ser entendida literalmente, é claro. Aqui, a metáfora sugere que os celulares são meios pelos quais as pessoas podem superar obstáculos ou limitações (assim como um trampolim permite saltar mais alto), neste caso, saindo do anonimato. Olhando rapidinho para as outras opções, elas usam as expressões de maneira mais direta ou literal, não estabelecendo uma comparação implícita que altera o sentido original dos termos, como ocorre na opção B. Por exemplo, a expressão 'campo minado' em E é uma metáfora, mas não é usada em um sentido positivo, e 'ao tempo' em D é uma locução prepositiva usual, não apresentando riqueza figurativa. alternativa correta é B

Há algo de bonito e triste que sempre me chama atenção na letra de Fórmula Mágica da Paz, dos Racionais MC’s. Na letra, dizem que o espaço onde viviam nos anos 90 era como um campo minado, cheio de problemáticas estruturais. Mesmo assim, eles não desistiram de encontrar uma saída, uma solução. De lá para cá, passaram-se quase 30 anos e ainda identificamos pontos em comum com aquela realidade.
 O país, que foi marcado pela colonização e conflitos diversos, é palco de características únicas que atravessam e reverberam até os dias de hoje tanto nas vivências como na expressão artística da população preta e pobre.
Em 2019, enquanto prestava mentorias com OPreta para empreendedoras negras e indígenas a convite da Feira Preta, aprendi a usar uma expressão que define bem essa gana por sobrevivência, esse jeitinho brasileiro de não desistir nunca: a sevirologia, arte de se virar e achar uma solução para tudo.
 O empreendedor cultural, assim como o empreendedor social, não busca somente resultados financeiros, mas também resultados com missão social-cultural. Esse empreendedor observa oportunidades, ou seja, onde o Estado atua de maneira desigual e insuficiente, lá está esse empreendedor investindo recursos financeiros ou não para realização de atividades que fomentem o bem-viver, a educação e formação de cidadãos.
 De acordo com pesquisa da Unesco, antes da pandemia, segmentos culturais e criativos tinham previsão de gerar R$ 43,7 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) até 2021.
Entretanto, conforme indicaram os resultados da Pesquisa da FGV, os setores de economia criativa, com atividades do setor cultural, estão entre os mais prejudicados pela recente crise sanitária. 
 Felizmente, não é difícil afirmar que há uma crescente positiva em relação às expressões artísticas empreendedoras e autônomas, em diferentes formatos, não só musicais.
Vemos celulares simples como trampolins para pessoas saírem do anonimato e protagonizarem suas narrativas cotidianas, a exemplo disso destaco a Fernanda Souza (@correrua) e Jef Delgado (@jefdelgado), diretores criativos e fotógrafos que alcançaram grandes marcas e símbolos relevantes para a cultura nacional e internacional.
 É possível que a associação não seja automática, mas acredito que pertencemos a uma geração que responde ao tempo. Refletimos o passado e desfrutamos, no presente, de direitos conquistados. Peço licença aos meus mais velhos para citar a ideologia de Sankofa, ao retornar ao passado ressignificamos o presente e construímos o futuro. E em minha opinião, no futuro, empreendedores culturais serão inevitáveis e contundentes para a sustentação da economia do país, talvez do mundo.

 Não há cura para o nascimento e para a morte a não ser usufruir o intervalo.

 Eu gosto dos sonhos do futuro mais do que da história do passado.

 Os eventos futuros projetam suas sombras muito antes.

 Escreve-se a história para narrar e não para provar.

Para determinar corretamente a alternativa que apresenta uma antítese, precisamos entender que a antítese é uma figura de linguagem caracterizada pela oposição de palavras que expressam ideias contrárias. Esse contraste semântico realça o sentido das palavras e enfatiza a mensagem do autor.

Vejamos cada alternativa: 

A) Não há cura para o nascimento e para a morte a não ser usufruir o intervalo.
Aqui, as palavras "nascimento" e "morte" são apresentadas como opostas. A ideia de cura, normalmente associada à eliminação de doenças ou problemas, é ironicamente colocada em relação aos eventos inevitáveis da vida e da morte, sugerindo que a única 'cura' para esses extremos definitivos é aproveitar o tempo que se tem entre eles. É uma clara oposição entre os começos (nascimento) e os finais (morte). 

B) Amanhã não será como ontem.
Essa frase apresenta uma oposição temporal, mas as palavras "amanhã" e "ontem" não são semanticamente opostas no sentido estrito. Elas indicam apenas sequência temporal, não uma contradição clara em termos de significado. 

C) Eu gosto dos sonhos do futuro mais do que da história do passado.
Esta frase compara preferências entre sonhar sobre o futuro e refletir sobre o passado. Embora haja um contraste entre "futuro" e "passado", a estrutura não constitui uma antítese clara entre elementos opostos, mas sim uma preferência pessoal entre dois aspectos temporais diferentes. 

D) Os eventos futuros projetam suas sombras muito antes.
Essa afirmação lida com a ideia de que eventos que ainda não ocorreram podem afetar o presente (as sombras projetadas), mas não apresenta palavras ou conceitos semanticamente opostos. A frase usa uma metáfora para falar sobre previsibilidade e influência futura. 

E) Escreve-se a história para narrar e não para provar.
A frase estabelece uma oposição entre narrar e provar, que são processos ou objetivos distintos em relação ao ato de escrever história. No entanto, eles não se apresentam como conceitos diametralmente opostos, como na ideia de vida e morte. 

Gabarito: Letra A

Portanto, a alternativa A é a correta, pois apresenta uma estrutura com uma verdadeira antítese, onde "nascimento" e "morte" são usados como elementos semanticamente e conceitualmente opostos, reforçando a ideia de aproveitar a vida entre esses dois extremos.

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