 Porque um paradoxo busca resolver problemas complexos por meio de meios inusitados, e o uso da corrupção como método para combater a corrupção sugere uma solução prática.

 Porque um paradoxo apresenta uma contradição que desafia a lógica, e o ato de combater a corrupção com práticas corruptas contradiz o próprio objetivo de promover justiça.

 Porque um paradoxo consiste na aceitação de ideias aproximadas, e, ao violar leis e direitos, assumese que todos os métodos de combate à corrupção são iguais.

 Porque um paradoxo se caracteriza por exageros intencionais, e o combate à corrupção é exagerado ao ponto de contradizer a própria natureza da lei.

Analisemos cada uma das alternativas à luz da identificação de metáforas presentes no texto. No enunciado, observamos diversas imagens figuradas que criam uma atmosfera literária através de associações inusitadas entre elementos não literais e conceitos literários. Dessa forma, cabe a nós identificar qual das opções não apresenta uma metáfora. 

Alternativa A – "Cegos difíceis."
Esta expressão é empregada para descrever os três náufragos descritos no texto, mas, ao contrário das outras alternativas, ela não estabelece uma transferência de sentido típica da metáfora. “Cegos difíceis” caracteriza os personagens como pessoas que, além de não enxergar literalmente, encontram dificuldades para perceber as sutilezas do mundo literário, sem, contudo, utilizar um recurso de substituição simbólica intensa. Assim, essa expressão mantém uma leitura mais próxima do literal, servindo para enfatizar a condição dos personagens sem recorrer à alegoria ou à analogia que caracteriza as metáforas.

Alternativa B – "Corrente literária."
Nesta expressão, a palavra “corrente” é utilizada metaforicamente para se referir a um movimento ou tendência literária, estabelecendo uma analogia entre a fluidez de uma corrente de água e a maneira como as ideias e estilos se propagam no universo das letras.

Alternativa C – "Exegetas da guarda costeira."
Nesta alternativa, "exegetas" (críticos que interpretam textos) são comparados, por meio da figura de linguagem, a membros de uma guarda costeira, que vigilam e resgatam, indicando um duplo sentido ao atribuir funções de salvação literária e fiscalização aos críticos.

Alternativa D – "Mar de palavras."
Aqui, o “mar” simboliza a imensidão e a fluidez da linguagem. A quantidade e a variação das palavras são associadas às águas vastas de um oceano, o que é uma metáfora clássica para a riqueza e a amplitude do discurso.

Alternativa Correta:
Portanto, a alternativa que não apresenta a metáfora é a "Cegos difíceis." Essa expressão mantém uma leitura mais direta e literal, diferentemente das demais, que utilizam transferências de sentido para criar imagens poéticas e enriquecedoras no texto.

Gabarito: Letra A

Três náufragos cegos: Homero, Joyce e Borges, à deriva num mar de palavras. Seu navio bateu numa metáfora – a ponta de um iceberg – e foi ao fundo. Seu bote salva-vidas é levado por uma corrente literária para longe das rotas mais navegadas, eles só serão encontrados se críticos e exegetas da guarda-costeira, que patrulham o mar, os descobrirem na vastidão azul das línguas e os resgatarem de helicóptero. E, mesmo assim, se debaterão contra o salvamento. São cegos difíceis.

Na análise da frase “O silêncio gritava em seus ouvidos”, identificamos uma atribuição de características humanas a um elemento inanimado – o silêncio –, que não possui capacidade de emitir sons ou expressar emoções literalmente. Essa característica é típica da figura de linguagem da personificação (ou prosopopeia). Tal recurso estilístico é frequentemente utilizado para dar vida e intensidade a sentimentos ou elementos abstratos em textos, permitindo uma comunicação mais eficaz e expressiva.

Análise de cada alternativa:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Personificação. Esta é a alternativa correta, pois a frase confere ao silêncio uma ação tipicamente humana – gritar –, atribuindo-lhe uma característica animada e expressiva.</li>
 <li>B) Hipérbato. Hipérbato é a inversão da ordem natural das palavras na frase. Embora possa ocorrer em diversas construções literárias, não se aplica à frase em análise, onde a ênfase está na ação atribuída ao silêncio.</li>
 <li>C) Eufemismo. Eufemismo é o uso de termos amenizadores para suavizar a expressão de ideias ou fatos potencialmente desagradáveis ou chocantes. Não se identifica esta suavização na frase.</li>
 <li>D) Aliteração. Aliteração é a repetição de sons consonantais em palavras próximas, recurso utilizado para criar ritmo ou musicalidade no texto. Este recurso não está presente na frase.</li>
 <li>E) Metonímia. Metonímia consiste na substituição de uma palavra por outra relacionada, seja por causa, proporção ou associação. Não se trata deste recurso na construção da frase.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A figura de linguagem empregada na frase “O silêncio gritava em seus ouvidos” é a personificação, pois confere ao silêncio a capacidade de “gritar”, atribuindo-lhe uma ação humana que realça a intensidade da situação descrita.

Gabarito: Letra A

Na análise da frase “Uma série de transformações continuou a acontecer por milhões de anos, até a estrutura com a qual o conhecemos hoje”, percebemos que a expressão “milhões de anos” pode ser interpretada de duas formas. Em um sentido literal, ela remete a um intervalo temporário real, considerando a evolução do Universo. Contudo, quando transposta para o contexto coloquial, como na frase “Amanda levou milhões de anos para entender a piada que Carlos havia contado”, ela deixa de ter significado literal e passa a funcionar como um recurso estilístico utilizado para enfatizar ou exagerar a duração de um fato. Esse tipo de exagero é característico de uma figura de linguagem denominada hipérbole.

Alternativa Correta:
A hipérbole é uma figura de linguagem que tem como função exagerar a realidade para tornar uma expressão mais enfática ou expressar uma ideia de maneira mais dramática. Ao afirmar que “Amanda levou milhões de anos para entender a piada”, o enunciado não pretende informar o tempo exato que ela demorou para compreender, mas sim transmitir que a demora foi exagerada, e isto é uma hipérbole. Assim, a expressão “milhões de anos” na frase citada é utilizada com o intuito de exagerar a situação. Esse recurso é bastante comum na comunicação oral e escrita, onde o exagero serve para enfatizar sentimentos ou qualificar a intensidade de uma ação.

Analisemos brevemente as demais alternativas: 
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Perífrase: É o uso de uma expressão ou grupo de palavras para substituir um termo ou nome, buscando evitar a repetição ou enriquecer a linguagem. Não se aplica ao caso, pois não há substituição.</li>
 <li>Sinestesia: Trata da mistura de sentidos ou sensações para criar uma imagem sensorial, o que não ocorre na frase.</li>
 <li>Catacrese: É o uso impróprio de uma palavra ou expressão, frequentemente pelo esgotamento do sentido original, sendo inadequada para esta situação em que o exagero é intencional.</li>
</ul>

Dessa forma, a alternativa correta que identifica a figura de linguagem utilizada na construção da frase é a Hipérbole, pois ela valoriza o exagero e a divergência da realidade de forma a enfatizar o tempo aparentemente interminável que Amanda demorou para compreender a piada.

Gabarito: Letra B

Na astronomia, o Universo corresponde ao conjunto de toda a matéria, energia, espaço e tempo existente. Ele reúne os astros: planetas, cometas, estrelas, galáxias, nebulosas, satélites, entre outros.
 O Universo é, portanto, mais que um local imenso, ele é tudo e engloba tudo o que existe. Para muitos, infinito. Note que, do latim, a palavra universum significa “todo inteiro” ou “tudo em um só”.
 Segundo a teoria criada pelo astrônomo George Lemaître (1894-1966), o Universo tem uma origem comum, a partir da qual tudo se originou. Essa teoria foi confirmada pelo astrônomo norte-americano Edwin Hubble, que verificou que as galáxias estão em constante expansão e afastamento.
 A teoria do Big Bang diz que toda matéria e energia se concentravam em um ponto superdenso e quente, conhecido como singularidade. A partir desse ponto, o Universo se expandiu num processo conhecido como inflação, que durou uma fração infinitesimal de tempo.
 Uma série de transformações continuou a acontecer por bilhões de anos, até chegar à estrutura com a qual o conhecemos hoje. O Universo foi se expandindo cada vez mais, de forma que foi se resfriando, dando origem aos diversos astros.

A questão pede que se identifique, entre as alternativas, outra figura de linguagem que seja semântica, isto é, que envolva o uso das palavras com um desvio ou ampliação do significado literal. Nesse contexto, é importante lembrar que, na metonímia, ocorre a substituição de um termo por outro com uma relação de contiguidade ou proximidade, sem alteração do sentido global da mensagem.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – Antítese: A antítese é usada para evidenciar uma oposição ou contraste entre ideias ou palavras, sem que haja necessariamente uma mudança ou distorção no significado literal dos termos. Portanto, não se trata de uma figura semântica no que diz respeito ao desvio do sentido, mas sim à justaposição de ideias opostas.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B – Pleonasmo: O pleonasmo consiste em uma repetição de ideias ou reforço intencional de uma informação por meio da redundância. Embora possa intensificar uma mensagem, não há alteração semântica ou desvio do significado, sendo uma figura de reforço.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C – Onomatopeia: A onomatopeia refere-se à imitação de sons naturais por meio da escrita, tentando reproduzir foneticamente barulhos presentes na realidade. Assim, esta figura está ligada à dimensão sonora e não ao emprego semântico das palavras.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D – Catacrese: A catacrese ocorre quando há o uso impróprio ou inadequado de uma palavra, que normalmente acontece devido à falta de um termo mais preciso ou adequado. Assim como a metonímia, a catacrese envolve uma alteração ou distorção do significado literal, sendo considerada uma figura semântica. Por exemplo, dizer "braço da cadeira" para se referir a uma parte da cadeira é um uso catacrético, pois "braço" é utilizado de maneira imprópria.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa correta é a letra D, pois a catacrese se caracteriza pelo emprego inadequado de um termo, modificando seu sentido original e aproximando-se da semântica das figuradas.

Gabarito: Letra D

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