A análise da questão proposta envolvendo a figura de linguagem do trecho "Os membros, as articulações desmaiam como se perdessem a vida" requer um entendimento claro sobre cada uma das alternativas listadas e como se aplicam ao trecho destacado.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>Sinestesia: É a figura de linguagem que envolve a fusão de diferentes sensações sensoriais. No trecho em questão, não há uma mistura de sensações de diferentes sentidos, portanto, esta opção está incorreta.</li>
<li>Eufemismo: Caracteriza-se pelo uso de expressões mais suaves para tratar de algo que pode ser considerado desagradável. O trecho citado não suaviza, mas descreve de maneira direta a condição dos membros e articulações, então não se aplica aqui.</li>
<li>Ironia: A ironia consiste em dizer o contrário do que as palavras expressam, geralmente com uma intenção crítica. Não há ironia no trecho analisado, pois as descrições são literais e não há um tom contraditório ou crítico implícito.</li>
<li>Hipérbole: Esta figura de linguagem é usada para exagerar algo intencionalmente. A descrição "desmaiam como se perdessem a vida" é intensa, mas não chega a ser um exagero desproporcional ao contexto teatral que o autor está criando.</li>
<li>Personificação (ou prosopopeia): Consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou abstratos. No trecho, os "membros" e "articulações" são descritos como se pudessem "desmaiar", uma ação tipicamente humana. Esta atribuição de uma capacidade humana a partes do corpo que não têm consciência própria configura personificação.</li>
</ul>

Portanto, a descrição efetivamente corresponde a uma personificação, onde partes do corpo são humanizadas ao “desmaiar”. Isto é usado para intensificar o relato do estado do menino e transmitir a severidade de sua condição de maneira mais vívida.

A alternativa correta é E.

Eliane Brum

     A tragédia do menino é ter nascido no
    lado errado da cidade. No alto do Morro da
    Polícia, em um barraco encarapitado sobre
    uma ironia. Suspenso sobre um cartão-postal
5   de Porto Alegre, sobre a visão do Guaíba
    escavando a capital como um Michelangelo. O
    drama do menino é que nasceu duas vezes.
    Nos primeiros 12 anos descia a cidade vertical
    aos trambolhões de criança, resvalando pelos
10  barrancos, rindo das pedras. Espantando a
    fome que assombrava a família com aquela
    inocência que protege a infância. Suspirando
    por um videogame que jamais chegaria no
    Natal, mas mesmo assim sonhando como só os
15  meninos são capazes. Numa das incursões à
    planície, aconteceu. Não viu o carro, não viu
    mais nada. Despertou cinco meses depois.
    Acordou para o horror. Tinha as pernas
    retorcidas, as mãos em garras. O menino
20  renasceu. Como prisioneiro. (...)
     Quando se mergulha no coma, o corpo
    dorme. Os membros, as articulações
    desmaiam como se perdessem a vida. Para
    que não se cristalizem no lugar errado, é
25  preciso que um fisioterapeuta movimente os
    pés, as mãos, dia após dia. Não fizeram com o
    menino do alto. Selaram seu destino com a
    displicência com que a planície trata a cidade
    de cima. Não foi o acidente que roubou a
30  liberdade do menino. Não foi o traumatismo
    craniano que retorceu seus pés. Foi o crime.
    (...)
     Há menos de um mês aconteceu o que
    raramente acontece. A enfermeira do posto de
35  saúde descobriu o menino. Horrorizou-se com
    a indecência cometida, com o tanto que lhe
    roubaram. Aliou-se a ele. Uma luta invisível é
    travada agora duas vezes por semana. (...)


Eliane Brum, jornalista e escritora brasileira, é autora de “crônicas-reportagem” como “O menino do alto”, que aliam a realidade dos fatos a uma linguagem poética, em um estilo bastante peculiar.


A questão em análise aborda o uso de uma figura de linguagem por um ascensorista, que ao afirmar que seu trabalho tinha "altos e baixos" emprega uma expressão que envolve uma relação de similaridade. Vamos analisar as alternativas apresentadas e justificar qual é a correta.

<ul>
 <li>A) metáfora: A metáfora é uma figura de linguagem que estabelece uma relação de similaridade entre dois elementos, onde um é substituído pelo outro em sentido figurado. No caso do ascensorista, ao afirmar que seu trabalho tinha "altos e baixos", ele se refere às variações de humor e situações que ele enfrenta, comparando-as com a ação de subir e descer do elevador. Portanto, esta alternativa está correta.</li>
 
 <li>B) metonímia: Metonímia é uma figura que substitui uma palavra por outra que possui uma relação de contiguidade, como "ler Machado de Assis", que implica ler as obras do autor. Não é adequada para o contexto apresentado, pois não há uma substituição por contiguidade, mas sim por similaridade. Logo, esta alternativa está incorreta.</li>
 
 <li>C) eufemismo: O eufemismo é utilizado para suavizar uma expressão considerada rude ou desagradável. O ascensorista não está suavizando a descrição de seu trabalho, mas sim abordando de forma criativa as variações do mesmo. Portanto, essa alternativa não se aplica e está errada.</li>
 
 <li>D) pleonasmo: O pleonasmo se refere ao uso de palavras redundantes, como em “subir para cima”. Essa figura não se relaciona com o que o ascensorista expressou, que é sobre a variedade de sua experiência de trabalho. Assim, essa alternativa é incorreta.</li>
</ul>

A análise das alternativas demonstra que a figura de linguagem empregada pelo ascensorista, que reflete sobre as variações de seu trabalho, é efetivamente uma metáfora. Portanto, a alternativa correta é a A.

Luís Fernando Veríssimo

"Ascende", dizia o ascensorista. Depois: "Eleva-se". "Para cima". "Para o alto". "Escalando". Quando perguntavam "Sobe ou desce?" respondia "A primeira alternativa". Depois dizia "Descende", "Ruma para baixo", "Cai controladamente", "A segunda alternativa"... "Gosto de improvisar", justificava-se. Mas como toda arte tende para o excesso, chegou ao preciosismo.
Quando perguntavam "Sobe?" respondia "É o que veremos..." ou então "Como a Virgem Maria". Desce? "Dei". Nem todo o mundo compreendia, mas alguns o instigavam. Quando comentavam que devia ser uma chatice trabalhar em elevador, ele não respondia "tem seus altos e baixos", como esperavam, respondia, criticamente, que era melhor do que trabalhar em escada, ou que não se importava embora o seu sonho fosse, um dia, comandar alguma coisa que andasse para os lados... E quando ele perdeu o emprego porque substituíram o elevador antigo do prédio por um moderno, automático, daqueles que têm música ambiental, disse: "Era só me pedirem ― eu também canto!" 


 metáfora simbolizando a diversidade das mulheres, acima de 40 anos, público-alvo da campanha.

 hipérbole representada pelos muitos males que acometem as mulheres na menopausa e no climatério.

 paradoxo existente entre a falta de orientação das mulheres e seus medos, apesar de a comunidade local se preocupar com esta questão.

 ironia existente entre a existência de canais especializados para atendimento às mulheres com mais de 40 anos e falta de demanda para exercitar as práticas propostas pela cartilha.

As imagens abaixo pertencem à cartilha “Se cuida mulher. Conscientização sobre a menopausa” da Prefeitura de Uberaba em parceria com outras instituições:

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/676553c502b7043ea90fe7dcibgp-2023-prefeitura-de-uberaba-mg-inspetor-educacional-prova040.jpg"></center>

Na questão apresentada, a figura de linguagem em foco é a metonímia, que é a substituição de um termo por outro que mantém uma relação de proximidade com o primeiro. Aqui, "Beijing" é usado para se referir à China.

 

O uso de termos específicos, como "Beijing" para representar a "China", é uma aplicação clássica de metonímia, pois nomeia a capital e, por extensão, o país. Essa troca é comum em textos formais e informativos.

 

Agora, vamos analisar as alternativas para entender por que as demais opções estão incorretas:

 

<ul>
 <li>A) Metáfora: A metáfora envolve uma comparação implícita entre dois elementos, sem o uso de elementos comparativos (como "como" ou "tal qual"). Não há essa comparação no exemplo dado.</li>
 <li>B) Hipérbole: A hipérbole é uma exageração com o intuito de enfatizar uma ideia. O trecho não apresenta exageros, mas uma afirmação direta e factual.</li>
 <li>C) Hipérbato: O hipérbato é a inversão da ordem natural das palavras. No caso, a formulação está direta e não há inversão que caracterize essa figura.</li>
 <li>E) Prosopopeia: A prosopopeia ou personificação atribui características humanas a seres não-humanos. O trecho não destaca esse tipo de atribuição.</li>
</ul>

 

Portanto, a análise sustenta que a expressão de "Beijing" no lugar de "China" se encaixa claramente no conceito de metonímia, reforçando a alternativa correta.

 

Gabarito: Letra D

Paulo Nogueira Batista Jr 

Os BRICS vêm discutindo há algum tempo a possibilidade de construir arranjos alternativos ao dólar norte-americano e ao sistema de pagamentos ocidentais. A atual ordem – mais correto seria dizer desordem – monetária e financeira internacional, dominada pelos Estados Unidos e seus aliados, se mostra crescentemente disfuncional e insegura. O sistema foi transformado em arma geopolítica para aplicação de sanções, punições e confiscos.

Nas últimas semanas, estive em Moscou e participei de três debates sobre essa temática, em eventos precursores da cúpula dos líderes dos BRICS, que ocorrerá em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro. Tento fazer aqui um resumo das conclusões a que cheguei.

O desafio para os BRICS é, antes de tudo, político. Os americanos sempre foram apegados ao que De Gaulle, nos anos 1960, chamava de "privilégio exorbitante" dos Estados Unidos – entendido, em resumo, como a capacidade de pagar suas contas e dívidas simplesmente emitindo moeda. Os EUA não hesitam em acionar os aliados e clientes que possuem em outros países para minar iniciativas desse tipo.

China, Rússia e Irã não são provavelmente muito vulneráveis a esse tipo de pressão. Mas o mesmo não pode ser dito de outros países dos BRICS. Até Beijing pode hesitar em comprar essa briga com Washington.

O desafio também é técnico. Construir um sistema monetário e financeiro alternativo requer trabalho árduo e especializado, bem como negociações prolongadas e difíceis. Somos capazes de realizar isso? Acredito que sim. Mas será que fizemos progresso desde que o assunto ganhou as manchetes? Algum progresso foi feito, mas menos do que se poderia esperar.

Sob a presidência russa dos BRICS, em 2024, houve tentativas parcialmente bem-sucedidas de avançar. Por exemplo, foi criado um grupo de especialistas independentes, do qual faço parte, que discutiu a reforma do sistema monetário internacional e a possibilidade de uma moeda dos BRICS. O conhecido economista americano Jeffrey Sachs é parte desse grupo. Mais importante do que isso: a Rússia preparou uma proposta detalhada para um sistema alternativo de pagamentos transfronteiriços baseado em moedas nacionais – um passo importante na direção de um novo arranjo monetário e financeiro internacional.

Até agora, no entanto, poucos avanços foram feitos no que diz respeito à questão mais fundamental, que seria criação de uma nova moeda como alternativa ao dólar. E mesmo a discussão da proposta russa de um novo sistema de pagamentos ainda é incipiente. O Brasil exercerá a próxima presidência dos BRICS em 2025 e terá a oportunidade de coordenar a discussão, aprofundar a proposta da Rússia e preparar novos passos.

Para analisarmos as afirmativas apresentadas, precisamos compreender o conceito de eufemismo, que é uma figura de linguagem utilizada para suavizar ou amenizar uma ideia que pode ser considerada rude, ofensiva ou desagradável. 

Vamos observar cada afirmativa para identificar o uso do eufemismo: 

<ul>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">I. "Ele partiu para um lugar melhor." - Esta frase utiliza o eufemismo para se referir a uma morte, substituindo a expressão direta por uma mais suave.</li> 
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">II. "Esperei uma eternidade para conseguir falar com ele." - Aqui, não temos eufemismo; a expressão é hiperbólica, mas não suaviza a ideia.</li> 
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">III. "Seus olhos eram duas estrelas brilhando na escuridão da noite." - Esta afirmativa possui uma metáfora e não um eufemismo, já que descreve os olhos de forma poética.</li> 
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">IV. "Precisamos buscar ajudar aqueles que são economicamente desfavorecidos." - A expressão "economicamente desfavorecidos" é um eufemismo para "pobres", suavizando a condição social.</li> 
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">V. "Estou tão cansado que poderia dormir por mil anos." - Ainda aqui temos uma hipérbole, sem relação com eufemismo.</li> 
</ul>

Dessa forma, podemos concluir que as afirmativas I e IV contêm eufemismo. Portanto, a alternativa correta é a B. 

Gabarito: Letra B

Questões de Português - Figuras de linguagem - Superior